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HISTÓRIA

O protetor dos mosteiros


A origem do Lhasa Apso é antiga e difícil de precisar. Existe uma teoria que aponta
para que os antepassados desta raça tenham vindo de uma região situada na Malásia,
no sudoeste asiático. Segundo esta teoria, estes cães ter-se-iam desenvolvido há cerca
de 2800 anos atrás.
No entanto, aquilo que sabemos é que o Lhasa Apso foi criado durante séculos
pelos monges do Tibete, que se preocupavam apenas com as questões temperamentais,
ignorando as questões estéticas.
Estes cães viveram durante séculos nos mosteiros budistas do Tibete, até à
anexação deste país pela República Popular da China, ocorrida a meio do século XX. Se,
por um lado, os imponentes Mastins Tibetanos guardavam as entradas dos mosteiros,
por outro lado, os cães de raça Lhasa Apso alertavam ao mais pequeno sinal de
movimentações nas redondezas, graças à sua extraordinária audição. Os budistas
acreditavam também que o Lhasa Apso era capaz de prever avalanches, um dos maiores
perigos para os povos dos Himalaias.
Lhasa é a cidade sagrada e capital do Tibete, o que explica o primeiro nome desta
raça. Já o seu segundo nome, “Apso”, tem uma origem mais controversa. Há quem diga
que poderá significar cabra, que em tibetano se diz “Rapso”, devido à pelagem lanosa
destes cães. Mas também há quem defenda que esta palavra deriva da função original
do Lhasa Apso: sentinela do Palácio de Potala, a residência do Dalai Lama no Tibete.
“Abso Seng Kye” quer dizer, em tibetano, “Cão-Leão Sentinela Que Ladra”.
Por serem considerados sagrados, estes cães não podiam ser comprados, mas
apenas oferecidos como sinal de um enorme respeito. Começaram a chegar à China
através de oferendas tributárias, sendo muito apreciados pela corte imperial chinesa
que os utilizou para criar o Shih Tzu.
Já no século XX, o Dalai Lama iniciou a procura de apoio para a causa da
independência do Tibete, oferecendo alguns cães de raça Lhasa Apso a diplomatas,
principalmente britânicos. Foi, assim, que no Ocidente se viu pela primeira vez um
exemplar desta raça, em 1921. Rapidamente, o Lhasa Apso tornou-se conhecido,
começando a participar em exposições de beleza, em Londres, nos anos 20 do século
passado.
Inicialmente, esta raça era conhecida como Lhasa Apso Terrier ou Lhasa Terrier,
contudo, a palavra Terrier acabou por cair porque esta classificação tinha sido mal
considerada.
TEMPERAMENTO
O tamanho engana
Apesar da sua pequena estatura, coragem e determinação não faltam ao Lhasa
Apso. Constitui um excelente cão de alerta, devido ao seu instinto natural para ladrar a
estranhos. Naturalmente, esta característica também pode constituir um problema,
uma vez que, caso não se faça um treino adequado, esta raça pode ser excessivamente
barulhenta.
Dadas estas características do Lhasa, um cão naturalmente desconfiado com
pessoas e cães que não conhece, é bastante importante apostar numa socialização ativa
e controlada desde tenra idade, por forma a que seja um cão educado e tranquilo.
Por ser bastante independente e, até, teimoso, o Lhasa não é um cão fácil de
treinar. Exige paciência, dedicação e uma vida ativa.
É um excelente cão de família e de apartamento, gostando muito de brincar
dentro de casa. Ainda assim, não é dos cães que mais tolera as traquinices das crianças.

SAÚDE
Em termos gerais, esta é uma raça saudável. Ainda assim, pode sofrer de alguns
problemas. Entre estes, destacam-se a luxação da patela (problema ortopédico que
afeta a região do joelho), a atrofia progressiva da retina (que afeta os olhos), a displasia
da anca e as úlceras. Podemos também destacar os problemas renais que por vezes
surgem nalguns exemplares.
A pelagem do Lhasa Apso exige bastante cuidado. Deve-se escovar o pêlo
diariamente, evitando-se a criação de riças que poderão dar origem a infeções na pele.
Esta é uma raça que solta muito pêlo durante todo o ano.

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