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Artigo

Uma análise da unidade penal e ressocialização de menores à luz de Michel


Foucault e Nobert Elias – Projeto Capitães de Areia em Timon – MA
Resumo: A ressocialização é um assunto relevante de interesse jurídico e social para a
sociedade brasileira, fazendo necessário o debate e análise, tendo em vista que, cada vez mais
crianças e adolescentes se envolvem com infrações penais no Brasil. Em virtude disso, este
trabalho busca trazer uma análise sucinta da unidade penal e ressocialização de menores à luz
dos sociólogos Michel Foucault e Nobert Elias, além de realizar um breve histórico acerca das
legislações relacionadas aos direitos da infância, conceituando o menor infrator e os
procedimentos de apuração de infração penal, medidas socioeducativas aplicadas como forma
de sanções pedagógicas, e os órgãos executores. Ademais, esta pesquisa apresenta o Projeto
Capitães de Areia realizado pelo Tribunal de Justiça do Maranhão, através da Vara da
Infância e Juventude em Timon com a colaboração da Polícia Militar do Maranhão, como
exemplo de programa de ressocialização para menores infratores interessados em voltar a
conviver em sociedade.
Palavras-chave: Ressocialização. Menor. Direitos da Infância.

An anlysis of the criminal unit and resocialization of minors in the light of Michel
Foucault and Nobert Elias – Captains of the Sand Project in Timon – MA)
Resumo em língua estrangeira: Resocialization is a relevant topic of legal and social interest
for Brazilian society, making debate and analysis necessary, considering that more and more
children and adolescents are involved in criminal offenses in Brazil. As a result, this work
seeks to bring a brief analysis of the penal unit and resocialization of minors in the light of
sociologists Michel Foucault and Nobert Elias, in addition to making a brief history about the
legislation related to the rights of children, conceptualizing the minor offender and the
procedures investigation of criminal offenses, socio-educational measures applied as a form
of pedagogical sanctions, and the executing bodies. In addition, this research presents the
Capitães de Areia Project carried out by the Court of Justice of Maranhão, through the
Childhood and Youth Court in Timon with the collaboration of the Military Police of
Maranhão, as an example of a resocialization program for minor offenders interested in living
together again in society.
Palavras-chave em língua estrangeira: Resocialization. Minor. Children's Rights.
Introdução
Todos os dias ao ligar a TV ou acompanhar as notícias nas redes sociais e na internet
em geral, percebe-se o envolvimento de crianças e adolescentes no emprego de infrações
penais e crimes em geral. Em diversas cidades do Brasil, percebeu-se o aumento do
envolvimento de menores em crimes praticados em 2022, como no Distrito Federal1 e Santa
Maria (RS), remetendo-nos à uma reflexão acerca dos procedimentos para a condução das
infrações cometidas por adolescentes e o processo de ressocialização dos mesmos.
Timon - MA, como as cidades supramencionadas, também possui crianças e
adolescentes envolvidas em infrações penais, como homicídios e roubos, além do
envolvimento com facções criminosas, verificando no relatório emitido pelo sistema judicial,
Jurisconsult, o total de 844 processos de atos infracionais do período de 10 de janeiro de 2022
até 27 de janeiro de 2023.
Diante disso, se faz necessário pensar em maneiras de ressocializar as crianças e
adolescentes que recebem a sanção do procedimento de apuração infracional. Logo, entende-
se por ressocialização como a prática de tornar a socializar, ou seja, aquele que perdeu as
condutas moralmente aceitas socialmente, as consegue de volta e torna a viver em sociedade
harmonicamente. A vantagem da ressocialização enquanto menor, no caso de cometimento de
infrações penais, é a ausência de reincidência e a ressocialização atingir seu objetivo principal
que é uma nova forma de viver considerada adequada na sociedade em que se está vinculado.
Seguindo esta linha de raciocínio, o Poder Judiciário maranhense com o propósito e
dever de incentivar a ressocialização dos menores infratores e da estabilização de famílias e
sociedades, aprovou a criação e manutenção do projeto originado da Vara da Infância e
Juventude de Timon, Capitães de Areia. O Capitães de Areia é um projeto que visa a
ressocialização de menores, em conjunto com a Polícia Militar do Maranhão e o
acompanhamento do Poder Judiciário, através da respectiva Vara.
Ressalta-se a importância da discussão acerca da ressocialização de menores,
principalmente quando se trata de uma cidade grande de um dos estados mais importantes do
Nordeste, no caso, Timon. A quarta maior cidade do Maranhão, tendo aproximadamente 170
mil habitantes e fazendo parte da Grande Região Metropolitana de Teresina-PI segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ademais, o futuro do país está nos jovens e
adolescentes do Brasil e, se existe possibilidades de ressocialização, estas devem ser debatidas
e apresentadas.
Portanto, esta pesquisa busca trazer a ressocialização na visão de sociólogos que
debatem a sociedade, os sistemas penitenciários e o os indivíduos pós sanções –
ressocialização –, especificadamente Michel Foucault, Émile Durkheim e Nobert Elias.
Ademais, este trabalho também trará em seu corpus noções e conceitos de forma sucinta
acerca de adolescente – menor – fundamentando-se em normativos legais, os procedimentos
adotados na condução de processos infracionais com menores no Brasil, as medidas
socioeducativas e realizar a apresentação e análise do projeto Capitães de Areia instituído pelo
Tribunal de Justiça do Maranhão, comarca de Timon, tencionada a solucionar o
questionamento: “quais as implicações relacionadas a ressocialização de menores infratores, e
como Timon, uma das quatro maiores cidades do Maranhão, lidam com o tema?”
Este questionamento não se limita ao número de quantos menores saem da
criminalidade, mas também, na maneira em como o projeto de ressocialização de Timon -
MA atua e é utilizado como exemplo no Poder Judiciário Maranhense como via de
ressocialização de crianças e adolescentes.
Além disso, esta pesquisa é de cunho bibliográfico qualitativo, fazendo-se uso de
legislações, códigos e contribuições científicas acerca do tema. (GODOY, 1995) Ademais, o
tipo de procedimento acima, é citado também por outros autores da metodologia científica,
como Severino (1982) e Galliano (1979), que envolve o estudo amplo de uma obra, como
parte da mesma, indicando as correlações presentes entre as ideias expostas.
Em face disso, esta pesquisa busca a provocação de uma reflexão sobre atitudes e
padrões de conduta, através de categorias analíticas previamente estabelecidas, além da busca
por informações no banco de dados do Tribunal de Justiça do Maranhão da comarca de
Timon.
1. Adolescentes e os conflitos com a lei
Em 1989, a Convenção aprovada pelas Nações Unidas, adotou um pensamento
semelhante ao de outros instrumentos internacionais, acolhendo a visão da integral proteção
ao público infanto-juvenil, e reconhece a esse segmento os direitos de todos os cidadãos.
Concordando com esses princípios elencados, a doutrina da proteção integral foi acolhida na
Constituição Federal de 1988 (no artigo 227).
A criança e o adolescente finalmente tiveram seu reconhecimento como detentores
de direitos próprios do exercício da cidadania, reservando a condição de pessoa em processo
de desenvolvimento. (FARINELLI; PIERINI, 2016)
Ao debruçar-se acerca da história dos menores em conflito com a lei, encontra-se
relatos marcantes na América Latina e no Brasil, sendo em 1923 a criação do Juizado de
Menores no Brasil, sendo o primeiro juiz de menores da América Latina. Em meados de
1927, o Código de Menores (Mello Mattos), foi promulgado como Decreto de nº 17.943 – A
em 12 de outubro do referido ano, voltado para a população menor de 18 anos, tendo como
objetivo regularizar crianças em “situação irregular”.
Getúlio Vargas em 1942, criou um projeto de esfera nacional chamado de Serviço de
Atendimento ao Menor (SAM), já destinado ao menor carente, com necessidades especiais ou
em situações de abandono. (VERONESE, 2013)
Em 1964, já no governo de Castello Branco, nasce a Fundação Nacional do Bem-
Estar do Menor (Funabem), fazendo a substituição do Serviço de Atendimento ao Menor
(SAM). A Funabem tinha como propósito estabelecer a Política Nacional do Bem-Estar do
Menor – PNBM, ainda herdada do SAM, tanto em sua infraestrutura quanto em sua cultura
organizacional.
A finalidade política para a juventude que vivia no regime militar, era a internação
dos carentes, infratores e abandonados, além da integração familiar e comunitária.
(VERONESE, 2013).
Em 1979, para atualizar o Código de Menores de 1927, surge o Código de Menores
de 1979, voltado para os profissionais que atuavam na área e na comunidade de uma
maneira geral. A atualização não obteve avanços relevantes, mantendo à repressão à
criança e ao adolescente. (PRIORE, 2009)
Anos depois, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), foi
promulgado em 13 de julho de 1990, sendo um grande feito social brasileiro, como um
documento em interligado aos direitos humanos promovidos em pactos e normativos
respeitando os direitos da população do futuro, a infanto-juvenil. O ECA alterou de forma
efetiva a viabilidade da intervenção do Estado no cotidiano de crianças, adolescentes e jovens.
As políticas públicas que possuem como público-alvo as crianças e adolescentes são de
competência inicial do Estado, sendo dividido entre todas as esferas governamentais que são:
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A responsabilidade do Estado no que diz respeito a ressocialização de menores está
disposta no Art. 86 da Lei nº 8.069/1990 (ECA), que dispõe o seguinte: “Art. 86. A política de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto
articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios.”
A competência principal é do Estado para assegurar que todos os Direitos devidos as
crianças e adolescentes, trazidos no corpus Constitucional, tenham prioridade pela
razão de que além de terem garantidos todos os direitos fundamentais inerentes a
pessoa humana, os menores ainda dispõem de outros direitos, sendo os tais:
desenvolvimento mental; espiritual; moral; social; físico; garantindo-lhes a
preservação de sua liberdade e dignidade. (ISHIDA, 2011)
Encontra-se o conceito de adolescentes no artigo 2º do Estatuto da Criança e do
Adolescente de 1990 como: “Considera-se criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos e, adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.” (ECA,
1990). Em relação aos adolescentes infratores, a definição é encontrada no artigo 103 do
ECA: “Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”
(ECA, 1990).
O ECA traz detalhadamente os direitos assegurados constitucionalmente, deixando
em explícito as ferramentas de participação e fiscalização popular das políticas
públicas de atendimento à população infanto-juvenil. Nesse diapasão, Família-
Sociedade-Estado como tríade, não detém de atuação isolada, mas deve atuar
coletivamente e de forma complementar. (FARINELLI; PIERINI, 2016)
O artigo 104 do ECA enfatiza que os menores de 18 anos são penalmente
inimputáveis, estando estes, sujeitos a disciplina do ECA, que em consonância com o Código
Penal Brasileiro (CPB), o Decreto-Lei de 1940, houve a fixação do limite da inimputabilidade
aos 18 anos que, abaixo da referida idade, não haverá submissão ao processo criminal comum,
mas a procedimento e normas previstas em legislação especial, que emprega a presunção
absoluta da falta de discernimento, quando um menor comete um fato descrito como crime ou
contravenção penal.
A inimputabilidade penal pode ter como base alguns requisitos, sendo eles: doença
mental, menoridade, embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou força maior e
dependência de substância entorpecente. Portanto, verifica-se que basta ser menor de 18
(dezoito) anos para ser penalmente inimputável, não sendo considerado o ato infracional
cometido pelo menor, mesmo que sua ação ou omissão se enquadre no conceito de crime ou
contravenção penal, ficando o mesmo sujeito às normas estabelecidas na legislação especial.
(CÓDIGO PENAL BRASILEIRO, 1940)
Em virtude disso, houve a normatização e a aplicação de medidas socioeducativas ao
menor infrator, da faixa etária dos doze aos dezoito anos, no decurso de atos infracionais
cometidos. Portanto, as medidas socioeducativas são aplicadas de acordo com a idade do
menor e a infração cometida, sendo elas as dispostas no artigo 112 do Estatuto da Criança e
do Adolescente:
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá
aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI (BRASIL. Lei nº 8.069, 2020)
Gomide (1990) dispõe que se faz necessário analisar o que faz com que um jovem
passe a cometer atos infracionais, condições que estão desencadeadas como: saúde, família,
nível econômico, profissionalização, educação, comunidade, sendo estas prováveis variáveis e
fatores relevantes na ocorrência da marginalização.
Apesar dos atos infracionais serem equiparados e semelhantes aos crimes, é
fundamental ressaltar que medidas aplicadas ao menor infrator não detém caráter de
pena, porém, de medidas educativas. Logo, as conhecidas medidas socioeducativas
referem-se a “instrumentos de prevenção pedagógicas e reintegração social”,
trazendo a interdisciplinaridade nos fundamentos. (MIRANDA; LEMOS, 2015)
Diante ao exposto, se faz necessário tomar conhecimento de que a Lei nº 8.069/1990
em seu Art. 103 diz: “considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou
contravenção penal”, nesse sentido verifica-se que menor infrator pode ser conceituado como
uma criança ou adolescente menor de 18 (dezoito) anos que venha a cometer alguma conduta
típica que seja um crime ou contravenção penal”.
Desse modo, deve salientar que uma das medidas socioeducativas indispensáveis é a
ressocialização do adolescente e, como educativas, é necessário aplicá-las de maneira que não
seja efetivada uma punição simples, no entanto, uma espécie distinta de responsabilização.
(COSTA, 2018)
Seguindo esta linha de raciocínio, Cezar Roberto Bittencourt afirma que: “o
propósito da ressocialização é aguardar do infrator a aceitação e o respeito de tais normais
com o objetivo de evitar o cometimento de novos delitos”. (BITTENCOURT, 2001, p. 139)
Ao contrário do encontrado nas sanções criminais, as medidas não são fixadas de
forma quantitativa, porém, o judiciário deve-se fundamentar nos requisitos
estabelecidos no estatuto, sem se descuidar das recomendações pedagógicas e
preferencialmente por medidas de cunho aberto e de cumprimento de todas as
medidas com o propósito de manter os vínculos familiares e comunitários.
(MENDES, 2020)
Como já supramencionado, além dos procedimentos pedagógicos, as medidas
socioeducativas possuem natureza punitiva. Quando empreendida ao adolescente, os meios
que limitam o direito de ir e vir do infrator são mais sentidas nas medidas de internação.
(MARINHO, 2013)
As medidas socioeducativas e protetivas possuem uma aplicabilidade distintas, em
virtude de a aplicação de medidas protetivas não ser disciplinada de maneira específica pelo
ECA. A aplicação e execução das medidas socioeducativas segue os parâmetros processuais
da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84).
A medida mais grave aplicável ao menor infrator, é a internação, sendo medida
privativa de liberdade, a qual só deve ser aceita em casos extraordinários, já quando
não eficaz todas as medidas de reeducação do menor em conflito com a lei.
Diferentemente das medidas de segurança, não existe a estipulação de prazo na
internação, devendo ser realizada uma avaliação prévia acerca do adolescente.
(MARINHO, 2013)
A internação é considerada uma das medidas socioeducativas mais complexas
aplicadas ao menor infrator. Conforme disposto no ECA, a medida de internação é empregada
em razão de descumprimento reiterado e sem justificativa da medida antes imposta ao menor
infrator. (MARINHO, 2013) Destaca-se que a medida de internação deve ser aplicada quando
já esgotadas outras medidas previstas em lei.
Um contraponto acerca da natureza das medidas socioeducativas é, que
primordialmente o emprego da pena tem relação direta com o castigo, logo, será
maior punição conforme o grau do delito, o que já não é aplicado às medidas
socioeducativas, as quais devem ser guiadas individualmente e observada a história
do menor em conflito com a lei, sendo assim, a medida não tem adequação com o
ato ilícito e sim com o agente infrator, tendo em vista que o objeto da medida
socioeducativa é pedagógico. (FRANCISCHINI; CAMPOS, 2005)

1.1 A unidade penal e a ressocialização para Foucault e Elias


Ao falar de ressocialização, tal termo é debatido na sociologia e no direito, Michel
Foucault partindo de uma visão sociológica acerca da história dos estudos criminológicos e da
penalogia moderna no mundo ocidental, ciente dos diversos aspectos sociais, políticos e
ideológicos que envolvem a sociedade contemporânea e suas contradições, podendo
sistematizar a prisão e a ressocialização, defendendo que a prisão é como um instrumento de
vigilância no qual o apenado é observado em prática de cada uma de suas condutas, e através
dessa percepção existe a possibilidade de avaliar os pontos fortes e fracos que irá influenciar
na sua ressocialização. (FOUCAULT, 2014)
Paul-Michel Foucault (1926-1984) foi um filosofo francês, considerado um dos
maiores pensadores contemporâneos da atualidade. Com formação em Filosofia (Sorbonne,
1948) e em Psicologia Patológica (1949). Foucault em 1977, escreve “Surveiller et Punir:
Naissance de la prison” em português “Vigiar e Punir: nascimento da prisão”, hoje no Brasil
ocorre a distribuição do livro com o título “Vigiar e Punir: História da Violência nas Prisões”.
Foucault (2014) dispõe que a sociedade foi se modificando, e com ela os sistemas
prisionais e a maneira de sanção dos mesmos. Por meio de tais mudanças sociais, as sanções
corporais para aqueles que infringisse as leis tornaram-se condenáveis e repressivos, e os
teatros públicos dos suplícios eram cada vez menos procurados pela população. Diante disso,
o objetivo prisional transformou-se em chegar à “alma”, ao invés do corpo, humanizar a
punição (FOUCAULT, 2014). Os infratores agora eram privados de liberdade e eram
forçados a trabalhar como uma maneira de readaptar-se a sociedade, levando à
ressocialização.
Foucault (2014) continua que existe a possibilidade da eficácia da lei e do sistema
penal, e acima de tudo que a mesma venha a atingir a finalidade social de dentro para fora,
levando, portanto, que a adequação interna da norma deva atingir problema verdadeiro, tal
qual essas são as razões relevantes que dificulta a ressocialização e que devem ser analisadas.
Tendo em vista que, “qualquer crime tem sua cura na influência física e moral: é necessário
então para determinar os castigos conhecer os princípios das sensações e das simpatias que se
produzem no sistema nervoso.” (FOUCAULT, 2014)
O principal objetivo que deveria ser alcançado era a diminuição da criminalidade,
que também não se concretizou. Acontecendo o contrário, ocorre que a prisão
passou a criar delinquências, marginalidades e criminalidades que não são
consequências diretas da prisão, mas, sim, seu resultado indireto e mais silencioso.
Na prisão, isso acontece por conta do isolamento' dos detentos, impondo-lhes
“limitações violentas” e um “funcionamento que se desenrola no sentido de abuso de
poder arbitrário da administração”. (FOUCAULT, 2014, p. 252)
Foucault (2014), faz uma abordagem acerca das prisões que utilizam o trabalho em
oficinas e ocupações, para que até apenados custeiem sua permanência e sendo usado do
tempo para o exercício de atividades. Esse trabalho, tendo como um o alvo a ressocialização.
Diversos órgãos e organizações fazem uso de tal abordagem para fomentar a
ressocialização em adultos, crianças e adolescentes. Adultos de uma maneira diferente dos
menores, sendo a maneira de trabalho e exercício comentado por Foucault pedagógica, já a
aplicação aos adultos além do pedagógico ainda se acrescenta a forma de punição e
repreensão, além das benesses, já que a Lei de Execução Penal estabelece os trabalhos e
estudos praticados nas unidades prisionais como requisitos para diminuição de pena,
autorizações para saídas em feriados e progressão de regimes.
O sociólogo Nobert Elias não trata especificamente sobre o tema da punição, mas em
algumas de suas obras (O Processo Civilizador I e II e Sociedade de Corte), ele faz uma
proposta de uma interpretação tende ao domínio do autocontrole e vida afetiva, sendo
permitida explicações acerca das relações da punição que estão diretamente ligadas à sua
teoria.
Para Elias, o processo civilizatório nada mais é que a institucionalização dos hábitos
coletivamente, regulando sua conduta pessoal e seus impulsos. O autocontrole mental
disposto por Elias muda de acordo com a função social e a posição de do indivíduo na cadeia
de ações na qual se inclui a conduta pessoal na sociedade. Constituindo uma mudança
civilizadora de conduta do indivíduo, o mesmo passa a se submeter as regras para regular sua
conduta e altera a forma que a sociedade “caminha”.

(…) o controle mais complexo e estável da conduta passou a ser cada vez mais
instilado no indivíduo desde os seus primeiros anos, como uma espécie de
automatismo, uma auto compulsão à qual ele não poderia resistir, mesmo que
desejasse. A teia de ações tornou-se tão complexa e extensa, o esforço necessário
para comportar-se “corretamente” dentro dela ficou tão grande que, além do
autocontrole consciente do indivíduo, um cego aparelho automático de autocontrole
foi firmemente estabelecido. (ELIAS, 1993, p. 196)
Elias apresenta em suas obras de como a mudança nos hábitos e comportamento dos
indivíduos, incidirá nas várias áreas e instituições da vida social, logo, o sociólogo aponta
uma reconstrução histórica para uma mudança comportamental do indivíduo e uma mudança
social sabendo que os planos - individual e social - transcorrem paralelamente, influenciando-
se mutuamente: “processos naturais e históricos trabalham indissoluvelmente juntos”.
(ELIAS, 1990, p. 162) Elias denominou como “sociogêneses”, o estudo dos processos de
desenvolvimento e transformação sociais, “psicogêneses” o estudo de desenvolvimento e a
transformação psicológica (as mudanças de personalidade ou hábito) que acompanham as
mudanças sociais supramencionadas.
Portanto, na interpretação de Elias o surgimento da prisão vem de um processo
sócio-histórico causal e que o Estado moderno “impõem restrições e controle aos impulsos e
emoções dos indivíduos” (ELIAS, 1990, p. 155). Elias segue dizendo que a prisão surge como
consequência dessa repressão dos instintos primitivos do indivíduo, tendo em vista que retira
do espaço público cenas de violência e nojo, poupando os indivíduos de lidarem com a
demonstração seus instintos mais primitivos.

Fazendo uma crítica ao sistema penal, já que somente priva os indivíduos de


punições gravosas, não se interessando por sua ressocialização, e racionalizando
uma situação na qual os sentimentos primitivos e vingativos não deixam de existir,
sendo somente reprimidos e podendo vir à tona novamente. (CORDEIRO, 2017)
Seguindo essa linha de pensamento, encontramos os conceitos utilizados hoje de
ressocialização, sendo encontrado facilmente tal termo em dicionários da Língua Portuguesa e
por estudiosos de maneira geral, tendo com básico: “ressocializar é tornar a socializar”.
O Estado necessita desenvolver ações com eficácia que viabilizem a ressocialização
de pessoas em privação de liberdade. Nos dias atuais, a ressocialização é um mundo de “faz-
de-contas”, e as ações voltadas para este fim quase não existem. (CARVALHO, 2011, p. 138-
139)
A ressocialização não está perto de ser um tema simples de analisar, ainda mais
quando adequado a menores, que a sociedade e o Estado não desejam ter a devida paciência
para a ressocialização.
A questão de adolescentes institucionalizados em conflito com a lei, submetidos à
prática socioeducativa de privação de liberdade em busca da ressocialização, surge
como problemática que ultrapassa todos os segmentos sociais, faixas etárias e
grupos comunitários, irradiando a degradação desses jovens que, na sua maioria,
antes de conhecerem a criminalidade, sobreviviam numa situação de extrema
carência afetiva, educacional e material, sendo precariamente socializados.
(ESTEVAM; VOLPI, 1997)
Por mais que, no caso de menores em conflito com a lei que não ficam em prisões e
sim em sistemas e ambiente socioeducativos, se faz necessário a reflexão, tendo em vista que
tais ambientes remetem-se a uma forma de punição com o cunho pedagógico principalmente
na situação da medida socioeducativa de internação.
1.2 O Projeto Capitães de Areia: uma ideia e solução em Timon
Tendo em vista que houve a apresentação dos conceitos e visões acerca da
ressocialização e os agentes envolvidos, se faz necessário uma breve síntese acerca dos
garantidores dos direitos da infância no Brasil.
Houve a primeira citação e discussão acerca da garantia dos direitos da infância, o III
Encontro Nacional da Rede de Centros de Defesa, no ano de 1992, na intenção de “assinalar
os pontos específicos da política de garantia de direitos de adolescentes e crianças, dentro da
esfera geral das políticas do estado” (BAPTISTA, 2012, p. 190).
Com tal idealização, em 2006, houve a edição da Resolução nº 113 do Conselho
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA, acerca dos paradigmas para
o fortalecimento e a institucionalização das garantias de direitos da criança e adolescente.
Em cunho municipal, no caso de Timon, a quarta maior cidade do estado do
Maranhão segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE , existem dois
programas que são executores de medidas socioeducativas: 1) programa socioeducativo de
liberdade assistida (LA) e prestação de serviços à comunidade (PSC) em meio aberto, sendo
promovido pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); 2) e o
programa socioeducativo em meio fechado, para acompanhamento de semiliberdade, que é
realizado no Centro Socioeducativo de Semiliberdade de Timon (CSS), mantido pelo Estado
do Maranhão, através da Fundação da Criança e do Adolescente (FUNAC).
Timon, segundo os dados encontrados no jurisconsult, sistema de consulta de
processos do Tribunal de Justiça do Maranhão, em pesquisa da data do dia 10/01/2022 até
27/01/2023, foram encontrados 844 processos na Vara da Infância e Juventude de Timon,
sendo 213 do crime de roubo, 68 de homicídio, 36 de estupro, 58 de relação com tráfico e
posse de drogas e o resto, são de outros tipos de infrações penais, onde o Projeto Capitães de
Areia acolhe todos aqueles que possuem interesse na ressocialização e buscam uma mudança
de vida e sociedade.
A eficácia da ressocialização do adolescente em conflito com a lei pode ser notada
nos projetos com essa finalidade, levando aos menores a oportunidade de maiores influências
através do conhecimento, com esse propósito surge o projeto Capitães de Areia.
O projeto Capitães de Areia surgiu de iniciativas iniciais da primeira composição do
Núcleo de Gestão do projeto com representações do 11º Batalhão da Polícia Militar do
Maranhão - BPMMA, sendo um projeto socioeducativo e da Vara da Infância e Juventude,
onde é coordenada pela comissária de justiça Juliana Sales, lotada a referida vara. O projeto
conta como objetivo, fortalecer os programas de atendimento socioeducativo na cidade de
Timon, com a colaboração do batalhão supramencionado, com atividades que tenham como
propósito a cidadania e formação de nova cultura racional entre a polícia militar e a
juventude.
A comissária de justiça e servidora do Tribunal de Justiça do Maranhão, Juliana
Sales quem acompanha o Projeto Capitães de Areia na Vara da Infância de Timon, juntamente
com o juiz titular da referida vara, o Dr. Simeão Pereira. O referido projeto tem como público-
alvo, adolescentes entre 12 e 18 anos que estejam em cumprimento de medida socioeducativa
de liberdade assistida e semiliberdade.
O projeto foi idealizado desde novembro de 2018 e a primeira turma do projeto
ocorreu no bimestre de outubro e novembro de 2019, tendo a participação de dez
adolescentes, cinco do sexo masculino e cinco do sexo feminino, e acompanhamento de vinte
policiais, sendo nove do sexo feminino e onze do sexo masculino.
Tendo como justificativa, relevância social, uma vez que confere visibilidade
positiva aos sujeitos juvenis inseridos em contextos de violência e criminalidade,
especificamente adolescentes entre 12 e 18 anos, em sua maioria integrantes de camadas
populares, homens e negros.
O projeto ainda se justifica de forma global, com o alinhamento com a Agenda 2030
da ONU, que possui 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável do planeta, sendo que
o Projeto Capitães de Areia está conectado ao Objetivo 16 - Paz, Justiça e Instituições
eficazes.
E no ano de 2023, será proposta mais uma turma do projeto buscando a
ressocialização de menores, através de experiências e relatos do poder judiciário, tendo
contato direto com juízes e servidores, além das referências passadas por policiais militares
voluntários que incentivam e colaboram para a mudança de jovens e adolescentes, em busca
de uma sociedade futura melhor.
Considerações finais
A presente pesquisa teve como objetivo expor que a sociedade, acompanhada do
Poder Judiciário juntamente com a Polícia Militar do Maranhão de Timon está fortemente
empenhada em buscar pela ressocialização de crianças e adolescentes em condição de conflito
para lei que para muitos na sociedade, estavam perdidos e sem motivos para retornar a
sociedade. Esta análise, buscou a reflexão e conceitos acerca da ressocialização, direitos da
infância e da colaboração amigável da Polícia Judiciária – Polícia Militar – e do Poder
Judiciário e o Poder Público Municipal.
Objetivou-se conceituar e exemplificar o adolescente conforme o disposto no
Estatuto da Criança e Adolescente - ECA, além das implicações que levam a prática da
infração penal, também, trouxe o procedimento de apuração de infração penal, além das
medidas socioeducativas presentes no código supramencionado, como também um breve
histórico acerca da normatização dos direitos da infância.
Realizou-se uma análise sucinta do sistema prisional aos olhos do filósofo Michel
Foucault e do sociólogo Nobert Elias, com o intuito de demonstrar que para ambos as
unidades penais não preparavam ou preparam o indivíduo privado de liberdade para a
ressocialização, as unidades pedagógicas de internação para menores em conflito com a lei,
seguindo a mesma lógica das unidades penais para maiores também falha de certa maneira,
tendo em vista que a criminalidade não diminuiu ou cessou, mas o contrário.
Logo, foi apresentado o Programa Capitães de Areia, sua idealização, objetivos,
atuação e organização por parte do Tribunal de Justiça do Maranhão, e a aplicação através da
Vara da Infância e Juventude, coordenada pela comissária de justiça Juliana Sales e o juiz
titular da respectiva vara, Dr. Simeão Pereira e Silva. Observou-se que, em conjunto ao
Batalhão da Polícia Militar do Maranhão, busca-se a cada turma a ressocialização em
conjunto com a educação e a promoção da cidadania de crianças e adolescentes, e que o
projeto em questão é tido como um exemplo a ser seguido não só no estado do Maranhão,
mas, em todo o Brasil.
Indo em contrário ao disposto pelos dois estudiosos analisados neste trabalho, o
Projeto Capitães de Areia traz uma margem de esperança para a mudança nos ambientes
socioeducativos e busca o objetivo das unidades de “punição” e educação, que é ressocializar
os indivíduos nelas resguardados.
Por mais que tenha ocorrido o distanciamento da ressocialização como tema da
sociedade, deve-se sempre rememorá-lo. Percebeu-se no corpo da pesquisa, que mesmo com a
gravidade das infrações penais cometidas, ainda existe o apelo e a esperança pela
estabilização do jovem, criança e adolescente.
Conclui-se com a apresentação da composição do Projeto e seu alinhamento com os
objetivos previstos na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas - ONU e a proposta
de uma nova turma para o ano de 2023, buscando ainda mais a mudança social de mais
crianças e adolescentes timonenses que visam contribuir futuramente para o crescimento
econômico e social do estado e do país.
Notas Explicativas
1
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2022/06/5013715-a-cada-
24-horas-5-jovens-sao-apreendidos-no-df-roubo-lidera-ranking.html
2
Disponível em: https://diariosm.com.br/envolvimento-de-adolescentes-em-crimes-cresce-
quatro-vezes-em-2022-em-santa-maria/
3
Disponível em: https://imirante.com/noticias/timon/2022/09/20/adolescentes-confessam-
participacao-no-assassinato-da-moradora-de-timon
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