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CAPITULO I..................................................................................................................2
HISTÓRICO DE EVOLUÇÃO DOS DIREITOS E DAS MEDIDAS
SOCIOEDUCATIVAS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO BRASIL................2
1.1 ECA – A CONQUISTA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.....7
1.2 O ATO INFRACIONAL E A MEDIDA SOCIOEDUCATIVA......................................8
1.3 A NATUREZA DO ATO INFRACIONAL.....................................................................9
1.4 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS................................................................................10
1.5 APLICAÇÃO LEGAL DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS.................................11
1.6 A MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE LIBERDADE ASSISITIDA............................13
1.7 CARACTERÍSTICAS DO ADOLESCENTE QUE COMETE ATOS INFRACIONAIS
...............................................................................................................................................14
1.8 CARACTERÍSTICAS DA LIBERDADE ASSISTIDA.................................................15
CAPITULO II...............................................................................................................17
CONCEITO DE FAMILIA COMTEMPÔRANEA E O TRABALHO DA ASSISTENTE
SOCIAL COM AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS DE LIBERDADE ASSISTIDA.17
2.1 DIREITO E POLÍTICA SOCIAL DA FAMÍLIA..........................................................22
2.2 SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE...................................................24
2.3 ÉTICA E SERVIÇO SOCIAL........................................................................................27
2.4 A FAMÍLIA COMO DEMANDA PARA O SERVIÇO SOCIAL.................................29
2.5 SERVIÇO SOCIAL E O ADOLESCENTE EM MEDIDAS SOCIOEDUCATIVA.....33
CAPITULO III..............................................................................................................37
PESQUISA DE CAMPO.............................................................................................37
3.2.1 CAUSAS QUE LEVAM O ADOLESCENTE A COMETER O ATO INFRACIONAL
...........................................................................................................................................42
3.5 PERFIL DOS ADOLESCENTES DO (SMSE/MA) SERVIÇO DE MEDIDAS
SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO......................................................................51
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CAPITULO I
Segundo Tejadas:
Segundo Tejadas:
Ainda segundo o autor acima citado, não havia distinção entre diferentes
questões que afligiam a infância e a juventude de um modo geral. O menor
abandonado, o carente e o infrator, eram todos tratados da mesma maneira, ou seja,
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Costa (1993) afirma que a promulgação do ECA, foi uma grande conquista da
sociedade brasileira: a produção de um documento de direitos humanos que
contempla o que há de mais avançado na normativa internacional em respeito aos
direitos da população infanto-juvenil. Este novo documento altera significativamente
as possibilidades de uma intervenção arbitrária do Estado na vida de crianças e
jovens. Como exemplo disto pode-se citar a restrição que o ECA impõe à medida de
internação, aplicando-a como último recurso, restritos aos casos de cometimento de
ato infracional, e mediante a possibilidade do convívio com a família, mesmo
estando sob responsabilidade do Estado, as prioridades sempre serão estabelecidas
para a liberdade, mesmo que seja assistida.
Segundo Serejo:
IV - liberdade assistida;
CAPITULO II
Segundo Philippe Áries (1981), até o século XV a família era uma realidade
moral e social, mais do que sentimental. A família quase não existia
sentimentalmente entre os pobres e quando havia riqueza e ambição, o sentimento
se inspirava no mesmo sentimento provocado pelas antigas relações de
descendências ou linhagem como define o autor.
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Ainda para Samara (2004) ainda aponta para um aspecto fundamental que a
família desempenhou na sociedade colonial Brasileira, aparecendo também como
solução para os problemas de acomodação sociocultural da população livre e pobre.
Nesse período o papel do chefe de família, que além de exercer a autoridade sobre
a mulher, filhos e demais dependentes, cuidava dos negócios, preservando a honra
e a integridade de todos. O núcleo central era formado pelo chefe de família,
esposa, filhos legítimos e netos por linha materna ou paterna, expondo para a
sociedade e o meio de convívio o melhor modo de se organizar uma família. Esse
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Para Singly (2000), nos séculos XIX e XX era comum falar em crises na
família, contudo, na década de 90, surgiu a concepção da família contemporânea,
que trouxe novos modelos de convivência familiar, apontando para uma nova
configuração de relação entre seus membros. Assim, a tendência atual é trabalhar
as relações de convivência, os sentimentos, as representações sobre casais e filhos
em situação de igualdade, e apesar da resistência do patriarcalismo como um
sistema, pode-se afirmar que as famílias de hoje não possuem mais tanta rigidez
hierárquica, com controle total exercido pelo homem, em detrimento da mulher e dos
filhos, existindo uma variação de acordo com os territórios ou região.
social e familiar. “Dessa forma, a história de uma família é marcada por momentos
de crescimento, de estagnação, encontro, desencontro e reconciliação”. (Santos
2007, p.20)
Segundo KALOUSYIAN:
Kalousyia (2008) e Carvalho (1998) também enfatizam que a família tem que
ter uma atenção especial do Estado, através das garantias de oportunidades para
que cumpra suas funções sociais, políticas e econômica, “este reconhecimento,
mais do que reafirmar a importância da família na estrutura e organização da
sociedade, visa impedir que ela seja relegada a um lugar secundário nas políticas
sociais e nos serviços de proteção social” (1998, pg. 17).
Segundo Silva (2005), o direito de família, mais que somente uma definição,
provavelmente, é o que deva acompanhar os fatos e a evolução da sociedade com
mais rapidez e prontidão, considerando que o direito é quem deve servir a
humanidade, não o inverso, tendo em vista que o direito de família tem um papel de
proporções maiores do que simplesmente regular as relações familiares e dar base
ao desenvolvimento humano regulando a política social da família. Mas também
promover o desenvolvimento dos cidadãos, para que socialmente se tornem
pessoas para agregar valores e desenvolvimento ao seu meio de convívio tornando-
o saudável para toda a sociedade.
Segundo Netto:
Ainda segundo Cosac (2009), marcado pela imposição teórica e pelo cariz
acrítico, o Serviço Social traz em seu contexto histórico as injunções determinadas
pelo sistema capitalista; frente às lutas sociais que se apresentavam a profissão e
que se tornaram objeto de ação profissional, os assistentes sociais se reorganizaram
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Segundo Santos (2005), nos anos noventa, o Serviço Social teve um salto
qualitativo, nesse sentido, após muitos encontros, oficinas e debates as novas
diretrizes curriculares foram aprovadas para o os cursos de Serviço Social, vale
ressaltar este contemplou o Código de Ética Profissional do Assistente Social e a Lei
que Regulamenta a profissão em 1993, marcando a consolidação do compromisso,
o movimento de ruptura da prática do exercício conservador e modernizador foi a
partir da reflexão dos profissionais da Escola de Serviço Social de Belo Horizonte
(MG), na metade da década de 1970, sendo influenciados pelo Movimento critico de
Reconceituação do Serviço Social latino-americano. Essa necessidade não se deu
apenas para atender o mercado de trabalho, mas, para dar resposta profissional à
classe trabalhadora cada vez mais vulnerável.
observar a capacidade com a qual família esta vinculada à sociedade, com ela
mesma e com seus valores.
[...] o tema família foi pouco focalizado pelo serviço social a partir do
movimento de reconceituação da profissão. No momento histórico
subseqüente, expresso pelo que Jose Paulo Netto (1991) nomeia de
tendência de renovação da profissão- e que se desdobra em três
vertentes de ruptura: modernização reatualização do
conservadorismo e intenção de ruptura [...] cada um dessa tendência
tratara, a seu modo e a seu tempo, de refletir sobre a família e sua
importância para a práxis do serviço social (2005, p.128).
Conforme Santos:
Conforme Freitas:
somente nos casos de ato infracional grave ou o mesmo ato cometido diversas
vezes leva a medida de internação, e conseqüentemente privação de liberdade. A
Assistente Social passa a acompanhar o adolescente durante toda a medida de
internação com atendimento ao adolescente e sua família.
Ainda para Freitas (2011) o processo socioeducativo não termina com a saída
do adolescente da unidade, a desinternação. O trabalho do profissional deve ser de
continuidade fora da unidade, oferecendo dentro do trabalho de medida de liberdade
assistida subsídios emancipatórios. O acompanhamento de um adolescente fora da
medida de internação é complexo, porém uma intervenção bem elaborada e com
impactos efetivos poderá garantir que ao sair ele tenha possibilidades de
ressocialização, com perspectivas de estudo e trabalho, podendo e tendo
acessibilidade para desenvolver suas capacidades humanas.
CAPITULO III
PESQUISA DE CAMPO
Segundo Goldenberg:
(1) No seu trabalho o que você observa como causas que levam os adolescentes a
cometer um ato infracional.
São vários os fatores, jamais nos focamos em um fator, ele comete um ato
infracional porque ele roubou para usar droga ou cometeu ato infracional
porque o pai foi embora, tem o fator econômico, fator social, a fase também
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Vale ressaltar que o ato infracional cometido por uma criança, os pais são
responsável, conforme esta previsto no Art. 101do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA).
concomitante.
Estado, como afirma Serejo (2006), agora são executados pelos municípios ou
ONGs com convenio com a prefeitura.
Quando o adolescente chega ao local em que há o Serviço de Medida
Socioeducativa o mesmo vem acompanhado dos pais ou responsável para a
elaboração do Plano Individual de Atendimento (PIA) que tem como objetivo
alcançar metas durante o cumprimento da medida
Segundo M.L:
Freitas (2011) considera também a família como alvo de intervenção, pois são
participantes no processo socioeducativo. Compreende-se ainda que os arranjos da
família contemporânea são importantes de serem reconhecidos no processo de
construção da ressocialização deste o adolescente visto que o meio familiar
geralmente é para onde o adolescente volta depois da internação.
participantes e no mês de abril não teve nenhum, mais a gente não vai desistir”.
Uma das grandes dificuldades se concentra na área da educação. As escolas
mesmo tendo vagas se negam a aceitar este adolescente colocando diversas
barreiras, e não atendendo um direito garantido pela a Constituição e o ECA.
É um momento que a família esta bem fragilizada, na maioria das vezes são
as mães que chegam aqui com esses adolescentes é um momento muito
difícil, é um momento de confusão. Muitas não entendem o que aconteceu.
Elas se culpam e se justificam dizendo, por que eu o deixei sozinho, sempre
trabalhei (...) os pais se culpam muito.
A gente fala para esse adolescente que ele precisa estudar sim, mais
para o conhecimento dele a gente não ta garantindo que ele vai
estudar e vai ganhar absurdos de dinheiro, porque a gente sabe que
tem muita gente ai fora da rede de trabalho e que não ganha o
suficiente. E outra coisa que a gente tem também é a concorrência,
infelizmente do trafico, porque muitos dos meninos que estão
cumprindo a medida sócioeducativa não têm interesse em trabalho,
não tem interesse em escola porque já estão no meio do trafico. O
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Observa-se que M.L busca criar vínculos com o adolescente e suas famílias
demonstrando acreditar na sua ressocialização na sociedade, os posicionando
quanto aos seus direitos e deveres, “nossa maior dificuldade é a aproximação dessa
família é um grande desafio”. (M.L).
Conforme afirma Sarti (2002), conhecer essa família sua historia suas
experiências é fundamental. Também, o papel do profissional na implementação de
recursos na esfera das políticas publicas que assegurem a proteção social da família
é de grande importância.
Para M.L não existe um trabalho efetivo com os adolescentes e suas famílias
após o cumprimento da sua medida “a gente deixa em aberto mesmo que terminou
a medida nós oferecemos encaminhamentos ao CRAS (...) se precisar de alguma
ajuda, estamos aqui para orientar, se quiser pode ligar e participar das reuniões.”
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Tal fato vai de encontro ao que esta no Código de Ética do Assistente Social
em seu 10º princípio: “Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à
população e com o aprimoramento intelectual na perspectiva da competência
profissional.”
M.L ressalta que um dos princípios básicos para a intervenção profissional é
um atendimento adequado que objetiva uma conduta ética, “quando a gente fala de
qualidade prestada a esta população tem tudo a ver sim com o nosso compromisso
de trabalho, quando a gente atende essa família e esse adolescente , passamos os
direitos, os deveres e atendemos sem preconceito e julgamento.”
Segundo Barroco:
A ética, como apreensão teórica, diz respeitos aos seus fundamentos
e à busca dos significados histórico dado aos valores: diz respeito às
raízes dos problemas, á busca da essência, ou seja, um modo
peculiar de olhar determinada dimensão da realidade. (2001, p.81)
Como os meninos, elas também praticam mais atos contra o patrimônio (46%
delas), como roubo e furto. Para os meninos, a proporção é de 64%. Em segundo
lugar, no entanto, elas se envolvem mais com delitos relacionados à agressão a
pessoa e os costumes (agressão física e crimes relacionados à intimidade). São
24,7% delas, contra 12,6% deles. Proporcionalmente, elas também se envolvem
mais que eles com atos ligados a tráficos de entorpecentes. Mais de 16% do total
das meninas em MSE são sentenciadas por esse tipo de atividade, enquanto entre
50
8% 3% 7% 13anos
16% 14anos
15%
15anos
16anos
17anos
22% 18anos
30%
19anos
13 anos 3 3%
14 anos 6 7%
15 anos 13 15%
16 anos 19 22%
17 anos 26 30%
18 anos 14 16%
19 anos 7 8%
Total 88 100%
51
SEXO Qtde %
10%
Masculino
Feminino
90%
Masculino 79 90%
Feminino 9 10%
Total 88 100%
ESCOLARIDADE Qtde %
31%
Ensino Fundamental
Ensino Médio
50%
Não Estudam
19%
EMPREGABILIDADE Qtde %
18% Semvinculo
4% empregatício
Comvinculo
empregatício
Não trabalham
82%
Pais Biológicos
Mãe
3% 6% 1% Pai
13% 35%
Tia
Avós
5%
Mãe e Padastro
1% Pai e Madrasta
32%
5% ComConjuge
Sozinho
Pais Biológicos 31 35%
Mãe 28 32%
Pai 4 5%
Tia 1 1%
Avós 4 5%
Mãe e Padrasto 11 13%
Pai e Madrasta Três 3%
Com Cônjugue Cinco 6%
Sozinho Um 1%
Total 88 100%
53
Por outro lado a educação fica quase de fora dos percentuais devido ao alto
índice de evasão escolar, com 50% dos jovens fora da escola, e apesar da
vulnerabilidade e as fragilidades observadas, o direito assegurado pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA prevê que estes adolescentes deveriam estar na
escola.