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7.

Descreva as práticas de infanticídio e mutilação infantil durante o


período colonial no Brasil. Como essas práticas eram toleradas?
Durante o período colonial no Brasil, algumas práticas culturais entre
povos indígenas eram notáveis. Entre elas, o infanticídio, o qual era tolerado
em algumas tribos como forma de controle populacional. Algumas crianças
também eram submetidas a mutilações como parte de rituais culturais, visando
afastar maus espíritos ou fortalecer suas características. Gilberto Freire em
"Casa Grande e Senzala" descreveu práticas perturbadoras toleradas, como
estupro das filhas, com penas insignificantes. A Morte de crianças escravas e
exploração sexual precoce de meninas negras eram preocupantes. O sistema
educacional incluía castigos físicos e disciplina severa. Os Jesuítas prestavam
assistência a crianças abandonadas. Essas práticas eram reflexo dos
contextos históricos, sociais e culturais da época.

8. Quais foram as mudanças instruídas pelo Código Penal do Império de


1830 em relação à imputabilidade de menores?
O Código Criminal do Império de 1830 trouxe mudanças à
imputabilidade de menores. Introduziu o exame de discernimento, permitindo
que menores entre 7 e 14 anos fossem responsabilizados se demonstrassem
compreensão de suas ações. Menores de 14 anos eram inimputáveis, mas os
que entendessem a gravidade dos atos poderiam ser enviados a casas de
correção até os 16 anos. Assim, o código considerou idade e discernimento na
aplicação da lei a menores infratores.

9. Analise como o Código Mello Mattos de 1927 abordou a questão da


infância pobre e o papel do juiz na proteção dos menores.
O Código Mello Mattos de 1927 introduziu a doutrina da situação
irregular, enfocando a infância pobre no Brasil. Nessa abordagem, o juiz
exerceu um papel central de autoridade protecionista, tendo autoridade
discricionária para intervir em prol dos menores em situação de vulnerabilidade.
O código priorizou a correção das causas subjacentes à criminalidade juvenil,
permitindo ao juiz encaminhar crianças para instituições de assistência e
garantir acesso à educação, em vez de focar apenas na punição. Isso marcou
uma mudança significativa, visando à proteção e reintegração social dos
menores em vez da repressão. Isso representou uma abordagem mais
abrangente e humanitária, visando não apenas a repressão, mas também a
correção das condições que levavam à infância pobre e à criminalidade juvenil.

10. Explique o conceito de “doutrina da situação irregular” e como ela foi


aplicada no Brasil, particularmente com a criação do Serviço de
Atendimento ao Menor (SAM) em 1941.
A "doutrina da situação irregular" enfatizava a necessidade de tratar as
circunstâncias de vida desfavoráveis que levavam menores a comportamentos
delinquentes. No Brasil, essa abordagem foi incorporada pelo Código Mello
Mattos de 1927 e refletida na criação do Serviço de Atendimento ao Menor
(SAM) em 1941. O SAM proporcionava atenção psicopedagógica a menores
carentes e delinquentes, buscando corrigir as condições de irregularidade em
suas vidas. Através de internação e quebra do vínculo familiar, o SAM tinha
uma preocupação correcional, visando reabilitação e reintegração social dos
menores em situação de vulnerabilidade.

11. Qual foi o papel da FUNABEM (Fundação Nacional do Bem-Estar do


Menor) na proteção dos direitos das crianças e adolescentes no Brasil?
Cite pelo menos uma característica da gestão da FUNABEM.
A FUNABEM (Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor), criada em
1964 pela Lei nº 4.513/64, teve um papel importante na proteção de crianças e
adolescentes vulneráveis no Brasil. Ela substituiu o Serviço de Atendimento ao
Menor (SAM) e expandiu as políticas de assistência e reabilitação. No entanto,
a gestão centralizada e verticalizada da FUNABEM e seu uso como
instrumento de controle político e autoritário durante o período da ditadura
militar geraram críticas e contradições em relação aos seus objetivos originais.

12. Analise as principais mudanças movidas pelo Estatuto da Criança e


do Adolescente (ECA) em 1990 em comparação com o Código de Menores
de 1979. Como o ECA reflete o paradigma da proteção integral?
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), implementado em 1990,
trouxe mudanças significativas em relação ao Código de Menores de 1979.
Enquanto o Código de Menores focava em medidas correcionais e punitivas
para situações irregulares, o ECA refletiu o paradigma da proteção integral,
estabelecido na Constituição de 1988. O ECA reconheceu crianças e
adolescentes como sujeitos de direitos, promovendo seu desenvolvimento
pleno e saudável. Além disso, o ECA enfatizou medidas de ressocialização em
vez de punição, e incentivou a participação da família, sociedade e dos
próprios menores na tomada de decisões relacionadas a suas vidas.

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