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O menor infrator é quem, com menos de dezoito anos (idade em que se atinge a maioridade penal), comete ato
infracional. O termo “ato infracional” foi criado pelos legisladores quando elaboraram o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), justamente pela forma de tratamento diferenciado do menor infrator. Pois, a Constituição Federal
brasileira determina a condição de inimputável aos menores de 18 anos. Sendo assim, considera-se que as crianças e
adolescentes não cometem crimes ou contravenções penais, mas, sim, atos infracionais. De acordo com o artigo 103 do
ECA: “considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”. Sendo assim, os menores de
18 anos nos quais cometem alguma infração, não sofrem uma penalização, mas sim a aplicação de medidas
socioeducativas. Portanto, o foco das ações é maior na reeducação do que na punição do menor infrator.
A Constituição Federal, em seu artigo 228, prevê que "são penalmente inimputáveis (aqueles incapazes de discernir
seus atos, que cometem infração penal, porém no momento do crime era inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato, seja de forma absoluta ou relativa) os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial".
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) faz a mesma referência em seu artigo 104.
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) foi criado com a finalidade de estipular os direitos e as responsabilidades
dos menores, inspirado nas diretrizes da Constituição Federal de 1988. E considera criança, os menores de 12 anos, e
adolescentes, os que têm entre doze (completos) e dezoito anos. Pelo estatuto, o menor, seja em qualquer situação, não
comete crime, e sim atos infracionais, e atos infracionais não possuem caráter penal e sim administrativo. Sendo assim,
um menor que comete delito, não é considerado um criminoso e sim um infrator, e as penas a ele estabelecidas são
correspondentes. Não sendo preso, mas sim apreendido, pois em relação à legislação penal são considerados
inimputáveis (Art. 27 - Código Penal) e não virão integrar o sistema prisional brasileiro, mas será internado e privado
de sua liberdade através de medidas socioeducativas em estabelecimentos próprios a este fim. Nos casos dos menores
infratores, o legislador levará em consideração o critério ou os critérios para a aplicação das medidas ao menor.
Há três possíveis critérios:
Critério Biológico (cronológico): É aquele que para provar a inimputabilidade, basta provar a menoridade do indivíduo,
ou seja, ainda que o menor tenha aptidão para compreender a natureza da ilicitude do ato, ainda que ele tenha consciência
do ato que cometeu, ainda que ele tivesse condições de agir de outra maneira, o fato dele ser menor de dezoito anos,
isso por si só já o torna inimputável.
Critério Psíquico: É o critério que visa se o menor tinha aptidão para compreender seu ato ilícito ou não.
Critério Biopsíquico: É o critério que congrega os dois primeiros, ou seja, o indivíduo é menor de dezoito anos e não
possuía aptidão para compreender a natureza do delito.