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FACULDADE ISEAT

CURSO DE GESTÃO EMPRESARIAL

GESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES

Neuzimara Gonçalves
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................

2. CAP I – CONCEITOS E PROBLEMATIZAÇÃO.............................................

3. CAP II – REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................

4. CONCLUSÃO ....................................................................................................

REFERÊNCIAS ...................................................................................................
1. INTRODUÇÃO

Este trabalho vem apresentar o Tema sobre Gestão de Empresas


Familiares, mostrando os desafios, problemas e formas de organização que
começa com a marca de empreendedorismo, criando um “negócio próprio” e
envolvendo os membros da família para fazer o “negócio dar certo”. Um
negócio familiar é a interação de dois sistemas separados, a família e o
negócio, que estão conectados. As empresas familiares podem incluir
diversos membros da família, tanto na parte administrativa quanto como
acionistas e membros da diretoria. A gestão da empresa pode ser feita por
uma pessoa de fora da família, e ainda assim a empresa estará enquadrada
como um negócio familiar. Nesse caso, é preciso apenas que haja figuras
familiares no quadro de diretores ou acionistas.

Os pontos fortes apresentados pelas empresas familiares são: as


importantes relações com a comunidade e outros comerciantes, garantindo
maior credibilidade; o comando único e centralizado, permitindo reações
rápidas em situações de emergência; a estrutura administrativa pequena,
sendo executada por um familiar; equipe familiar determinada e dedicada, não
tendo imposição de horários.

Os pontos fracos mais apresentados são: a dificuldade em separar a


parte emocional e intuitiva(familiar) da racional (trabalho), tendendo mais para
os interesses pessoais de cada um; postura de autoritarismo do fundador,
alternando-se com atitudes de paternalismo, que acabam sendo usadas como
forma de manipulação;grande resistência à mudança; os laços afetivos
extremamente fortes, influenciando comportamentos, relacionamentos e
decisões da empresa. Uma organização familiar não possui apenas membros
da família, ou seja, a empresa pode contratar empregados fora do círculo
familiar, geralmente depois de um tempo de empresa, onde os filhos estão
executando as funções mais gerenciais, necessitando de funcionários para as
funções base. São os membros da família, porém, que têm maior peso na
hora das tomadas de decisão.
Por contribuirem com o desenvolvimento das comunidades onde
estão inseridas, as empresas familiares estão tentando profissionalizar a
gestão, e a maior dificuldade na gestão empresarial, nesse tipo de
organização, referem-se à realização da transferência de poder de uma
geração para outra, aos obstáculos para o processo de profissionalização e
aos conflitos entre os familiares. O estudo desses fatores podem auxiliar no
processo de sobrevivência do Gestor não apenas para crescer, como
também conquistar o mercado e competir com outras pequenas empresas.
Geralmente a revisão do escopo da literatura disponível sobre
Empresas familiares citam o empreendedorismo e conflitos. A leitura integrada
dos artigos identificados permitiu verificar a exploração de diferentes temas de
pesquisa e abordagens metodológicas para compreender a manifestação do
empreendedorismo em empresas familiares.

Dessa forma, este estudo tem como objetivo analisar textos sobre a
influência da cultura de comportamento da família para resolução de problemas
em empresas familiares brasileiras. Assim, esta pesquisa contribui com a
literatura sobre Gestão ao abordar a importância da flexibilidade estratégica
para as empresas familiares, analisando quais os mecanismos utilizados que
podem facilitar a estratégica de Gestão, como uma relação direta da cultura de
comprometimento da família, ou mediada simultaneamente por mecanismos
externos de controle de Gestão.

Os objetivos dessa pesquisa são, identificar nos textos os problemas


e soluções enfrentados pelos gestores de empresas familiares, através da
pesquisa exploratória, adequados para o pesquisador que está em fase de
buscar e aprofundar conhecimentos sobre o assunto.

A pesquisa será apenas sobre empresas familiares da área urbana,


não sendo abordado o conteúdo sobre Empresas familiares da Zona Rural ou
formas e métodos de empreendedorismo.
CAP I – CONCEITUAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO

Um negócio familiar é a interação de dois sistemas separados, a


família e o negócio, que estão conectados. As empresas familiares podem
incluir diversos membros da família, tanto na parte administrativa quanto como
acionistas e membros da diretoria. Para um negócio ser familiar, não é
necessário que todos os membros trabalhem como funcionários.

As empresas familiares começam com o sonho do fundador em ter


seu próprio negócio, então a empresa se aprimora, cresce e se fortalece. Os
filhos tendem em dar continuidade aos planos do antecessor, no entanto isso
tem mudado ano após ano, com o poder de escolha profissional das novas
gerações. GONÇALVES(2019) cita algumas vantagens da empresa familiar:

1-Lealdade: uma empresa familiar desfruta do mais alto grau de lealdade, pelo
menos em teoria, o que cria um ambiente onde todos estão totalmente
comprometidos com o crescimento da empresa.

2-Valores compartilhados: os membros da família tendem a compartilhar


valores comuns, servindo como pilares na busca por objetivos comuns.

3-Intimidade: o ambiente é mais informal, menos burocrático, o que garante


eficiência na troca de informações e na tomada de decisões.

Mesmo quando a gestão da empresa é feita por uma pessoa de


fora da família, ela deixa de estar enquadrada como um negócio familiar.
Nesse caso, é preciso apenas que haja figuras familiares no quadro de
diretores ou acionistas. Os familiares devem estabelecer regras que os
familiares devem exercer funções em que tenham aptidão e preparo exigidos
para a função tente alinhar tudo isso com o cargo e a responsabilidade que vai
assumir na empresa. Algumas empresas chegam ao ponto de proibir que
parentes de sócios entrem no negócio, para evitar problemas. O mais prático,
porém, sempre é estabelecer critérios de competência profissional para a
contratação. Isso pode conduzir a família, de forma consensual, a investir na
formação de um ou outro parente, de maneira a prepará-lo(a) para cuidar da
empresa.

Definir com clareza as regras de sucessão, se possível, com a


participação do(s) fundador(es), faz com que empresas familiares sobrevivam à
passagem de geração e mantenham o crescimento, e caso houver divergência,
o familiar compra a parte do outro. Segundo Frezza:

O caminho mais utilizado, porém, é a profissionalização do negócio.


Ou seja, trazer gente capacitada de fora da família para auxiliar na
gestão, mesmo que parentes dos fundadores ainda continuem na
administração diária da empresa. Neste caso, a tendência é que, aos
poucos, a família se concentre na gestão estratégica do negócio – por
exemplo, fazendo parte do Conselho Administrativo – enquanto a
gestão cotidiana fica sob responsabilidade de profissionais.

Um dos problemas mais comuns em empresas familiares é


reconhecer a hierarquia, isso porque o relacionamento familiar foi estabelecido
antes do organizacional sendo a primeira reação, se comportar na empresa da
mesma forma que se comportariam em casa, as decisões não sendo
respeitadas, a hierarquia se perde e problemas pessoais começam a atrapalhar
as decisões profissionais necessárias. Outro desafio comum às empresas
familiares é reconhecer a capacidade dos filhos, trazendo para a empresa
alguém externo com a mesma formação. Também pode-se notar os integrantes
das novas gerações superando os pais do ponto de vista de competência de
mercado, mas sendo vistos apenas como “filhos do dono”.
Diante destes e de outros problemas, é preciso lembrar a todos que a
hierarquia da empresa é soberana e a gestão deve ser feita de forma que o
relacionamento familiar não venha a influenciar o andamento organizacional.

...na maioria das pequenas empresas familiares, o processo de gestão


é pouco profissional, e muitas vezes realizado de forma centralizada,
ferramentas de gestão tais como de controle de caixa, motivação,
planejamento estratégico, são quase nunca usados ou até mesmo
desconhecidos pela maioria gestores de empresas de pequeno porte.
Outro grande problema que foi percebido com a pesquisa é da grande
dependência que a maioria das empresas familiares ficam dos seus
gestores e fundadores, a relação com clientes e fornecedores
passarem de algo profissional para pessoal, trazendo assim
preferências, também a dificuldade de aceitar novas ideias mantendo o
conservadorismo e não aceitando opiniões ou até mesmo sugestões.
(Gonçalves, 2009).
O Gestor precisa estar atento e definir no início onde, dentro do
organograma e da hierarquia da empresa, cada um se situa e sobre quais
departamentos tem controle direto e indireto. Os pais precisam estar atentos a
delegar e permitir que seus filhos tomem decisões e direcionem a empresa de
forma diferente do que eles imaginam ser correto, adaptando-se a possíveis
mudanças globais ou a modernização de um novo sistema de gestão ou código
de ética.
Os problemas mais citados na Gestão de empresas familiares foram:
1- Acomodação de familiares por não terem medo de demissão.
2-Conflitos entre os familiares.
3-Falta do controle de caixa e estoque.
4- Falta de uso de estratégias administrativas.
5-Falta de estratégia de marketing.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas


( SEBRAE) é uma entidade privada que objetiva a capacitação e a promoção
do desenvolvimento econômico e competitividade de micro e pequenas
empresas, com foco no empreendedorismo individual, mas sendo indicado
para Gestores de Empresas familiares para orientação sobre Gestão de
negócios, com cursos para desenvolvimento de habilidades presta consultorias
para que os empreendedores tirem suas dúvidas e saibam cumprir todas as
etapas do seu negócio — cobrindo desde a abertura, oferecendo auxílio para a
obtenção de crédito e microcrédito, até o planejamento e a execução da gestão
financeira e a contratação de recursos humanos. Grandes empresas do
planeta são familiares e, apesar dos desafios, conseguiram desenvolver uma
gestão adequada. Volkswagen, Nike, Casas Bahia e a própria Rede Globo são
de origem ou administração familiar e tornaram-se referências em suas áreas.
REFERENCIAL TEÓRICO

A capacidade de as empresas familiares responderem às mudanças


em seu ambiente externo, no caso – o que está acontecendo na Gestão de
Negócios em seu tipo de empresa, é um fator primordial para que elas possam
manter-se competitivas no mercado (Pérez-Pérez et al., 2019). As empresas
familiares apresentam comportamentos diferentes com relação à flexibilidade
estratégica, devido à sua orientação de longo prazo e aos laços afetivos dos
membros familiares com o negócio, entre outros aspectos que estão refletidos
na gestão e governança do negócio (Pérez-Pérez et al., 2019). Para Zahra et
al. (2008), as empresas familiares com maior comprometimento, envolvimento
e confiança da família, favorecem um ambiente de alinhamento de metas, o
que contribui na aceitação de mudanças estratégicas. As empresas familiares,
em momentos de adversidade, podem aceitar mais riscos, pois tomarão todas
as ações possíveis para criar oportunidades e perpetuar o negócio da família
(Leppäaho & Ritala, 2021).

A cultura de comprometimento da família pode estar atrelada ao fato de


algumas empresas familiares serem mais adaptáveis às mudanças que outras
(Kaveski & Beuren, 2021). Ela remete à fusão de valores familiares e
organizacionais em uma cultura de compromisso da família com o negócio
(Alves & Gama, 2020; Segaro et al., 2014). Nesse sentido, a família representa
uma das estruturas sociais mais confiáveis para transmitir valores e práticas
culturais entre as gerações na empresa (Alves & Gama, 2020).
Ainda, essa cultura é caracterizada por comportamentos em que o
membro familiar está disposto a se esforçar além do esperado pelo negócio da
família, apoia e tem orgulho de fazer parte dos negócios, se importa com o
futuro da empresa e se sente favorecido por fazer parte dos negócios (Zahra et
al., 2008).
Para Astrachan et al. (2002), membros familiares altamente comprometidos
têm maior capacidade de impactar seus negócios. O comprometimento envolve
a crença pessoal, apoio aos objetivos e visões da empresa, e a vontade de
contribuir e se relacionar no contexto da empresa. E esse comportamento pode
influenciar o mesmo padrão de comprometimento para os gestores,
contribuindo na redução da resistência à flexibilidade estratégica (Eddleston,
2008).

As empresas familiares possuem características distintas das


empresas não familiares, devido à combinação de família e trabalho (Calabrò
et al., 2021; Martínez et al., 2019). No entanto, o que distingue uma empresa
familiar não é apenas o envolvimento da família, mas a interação dos recursos
família, propriedade e negócio, que acarreta uma série de características
únicas, como aquelas relativas ao comportamento, atitude e processos
(Martínez et al., 2019). Dessa forma, gera uma cultura de comprometimento da
família e influencia os gestores na empresa (Craig et al., 2014; Zahra et al.,
2008). Inclusive, a influência da família no negócio pode impactara escolha de
uso de mecanismos de controle adotados, como de agência e stewardship
(Kaveski & Beuren, 2021; Madison et al., 2017; Mucci et al., 2021; Vallejo,
2009). O termo stewardship pode ser definido como o conjunto de deveres
fiduciários dos gestores de recursos próprios e/ou de terceiros na
administração e está ligado a melhoria da qualidade dos serviços.
Gomides (2006) constatou que a estrutura hierárquica da
organização ganhou maior vantagem após a criação da teoria clássica da
administração. O autor destacou ainda que, no século XX, houve constantes
ações administrativas com o objetivo de sugerir mudanças no modelo de
gestão e na hierarquia organizacional. “Para os teóricos clássicos da
administração, a hierarquia é a base da organização formal, e será pelas linhas
de comando e de comunicação que a organização funcionará.” (GOMIDES,
2006, p.1)Apud Gonçalves.
CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi analisar os desafios encontrados na


gestão familiar de pequenas empresas, conhecendo a influência que têm
diretamente na economia.
O estudo bibliográfico em um primeiro momento mostrou que na gestão
das microempresas familiares os desafios encontrados geralmente são os
mesmos, ressaltando que não se esgotou a literatura sobre Gestão de
empresas familiares e todo o debate sobre seu estado atual e desafios futuros.
Como exposto, o empreendedorismo tem sido trabalhado no âmbito dos
estudos brasileiros sobre esse tipo de empresas. Entretanto, não foi
encontrada pesquisa apenas no campo da Gestão familiar, sendo incorporados
outros assuntos. Nesse sentido, esperamos que este trabalho fomente a
realização de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento da Gestão
Organizacional em empresas familiares no Brasil, contribuindo para uma
melhor compreensão dos desafios para os novos gestores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sucessão em Empresa Familiar. Instituto de Ciências Sociais Aplicadas –
FEEVALE – Novo Hamburgo (RS).2015

GONÇALVES, César Augusto. DESAFIOS NA GESTÃO EM UMA EMPRESA


FAMILIAR. Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA) 2019.

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SILVA, Margarete David da. GOVERNANÇA DE PEQUENAS EMPRESAS
FAMILIARES
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PAMPLONA, Edgar. DAL MAGRO, Cristian. SILVA, Tarcísio. ESTRUTURA DE


CAPITALE DESEMPENHO ECONÔMICO DE EMPRESAS FAMILIARES DO
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acesso em 08/07/2023.

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WEISSMANTEL, C.W., BECK, F., & MUCCI, D.M. (2023). MECANISMOS DE


CONTROLE E FLEXIBILIDADE ESTRATÉGICA DAS EMPRESAS
FAMILIARES. Revistas de Administração de Empresas, 63(4), e2022-0082.
https://doi.org/10.1590/S0034-759020230405 . Acesso em 14/04/2023.

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