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A constelação organizacional é uma evolução da constelação familiar aplicada

em empresas. Essa ferramenta de autoconhecimento coloca a convivência


familiar do nascimento até a vida adulta como fundamental para a formação de
caráter e aprendizados, comportamentos e atitudes.

Segundo Hellinger, nossas vidas são norteadas por três princípios:

 A necessidade de pertencer a um grupo;


 Equilíbrio entre o dar e o receber neste grupo;
 A hierarquia que existe neste grupo.

Em uma empresa não é diferente, não é mesmo? Existem vários setores com
diferentes colaboradores e para que haja harmonia é fundamental que exista
um senso de pertencimento entre os membros desse grupo. Outro ponto
importante para que as engrenagens empresariais funcionem, é preciso ter um
equilíbrio entre o dar e o receber essenciais para a liderança
inovadora e organizações ambidestras, também existe a hierarquia que norteia
quem são os tomadores de decisão. Contudo, diferente da estrutura
hierárquica familiar, nas empresas um subordinado pode virar líder, um gerente
pode se tornar um executivo e assim por diante.

A constelação organizacional visa eliminar comportamentos nocivos que


impedem o crescimento das pessoas dentro de empresa. Afinal, a empresa é
um organismo vivo feito por pessoas de diferentes classes, raças, culturas e
um comportamento nocivo e inconsciente de um colaborador pode
desequilibrar o sistema de toda empresa.

É importante ressaltar que o pertencimento ao grupo familiar nos acompanha


durante toda a vida. Já nas empresas, esse pertencimento é temporário e
facultativo. Inclusive, a constelação organizacional ajuda a identificar quais
perfis profissionais mais se adéquam a cultura da empresa.

Benefícios da constelação organizacional nas empresas:

 Redução de conflitos entre pares e lideranças;


 Melhorar a qualidade das tomadas de decisão;
 Fomentar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional;
 Analisar cenários para fusões e aquisições;
 Facilitar a integração entre times depois de uma fusão ou aquisição;
 Aumentar a penetração no mercado;
 Analisar os efeitos sistêmicos entre os vários setores da empresa e,
consequentemente, melhorar as passagens de bastão;
 Estudar novos produtos;
 Definir novas estratégias organizacionais.

A Constelação Organizacional permite encontrar gargalos nas relações


empresariais que podem estar prejudicando a coesão do grupo.
Já que isso em um coletivo, afetaria o serviço ou produto final que é entregue ao
consumidor, o que com o tempo geraria impactos negativos à companhia. Por
isso, ao constelar, buscamos trazer de novo a sinergia do grupo e encontrar
padrões de comportamento que foram deixados por ex-funcionários, mas que de
alguma forma permanecem.

Devido ao bom retorno dos funcionários e dos líderes, Hellinger decidiu continuar seus
estudos sobre o tema. O que fez com que vários consultores descobrissem que poderiam
se inspirar neste trabalho e ajudar novas empresas.

Vale lembrar que nesta vertente, os princípios da Constelação Sistêmica continuam


valendo:

 ordem;
 equilíbrio;
 vínculo ou pertencimento.

Vamos entender um pouco sobre o funcionamento de cada um deles em uma corporação


?

Ordem

A ordem está relacionada à hierarquia, é a questão daqueles que vieram antes.

Por exemplo, não importa se um novo profissional foi contratado para um cargo de
chefia, aqueles que vieram antes têm um local consolidado que precisa ser respeitado.

Veja que não estamos falando de poder, ou tomar decisões, mas de ter uma postura de
consideração pelos que vieram antes. Do mesmo modo, os demais precisam respeitar a
liderança e a diretoria.

Assim, as críticas precisam ser direcionadas e entregues de maneira estratégica e não


sob a forma de boatos.

Equilíbrio

Da mesma forma, os esforços precisam ser recompensados, algumas empresas têm


bonificações, compartilham lucros. Mas outras ações mais simples, por exemplo,
demonstrar essa gratidão, como:

 enviar emails com agradecimento;


 comemorar o aniversário do mês;
 distribuir cestas de natal;
 fazer um mural elogiando o desempenho da equipe.

Vínculo

Na sequência, temos o vínculo, que nada mais é que o sentimento de pertencer ao time.
Sabemos que a permanência em uma empresa é diferente do pertencimento a uma
família, que é vitalício.

Mas é preciso dar aos novos funcionários oportunidades de se sentir parte do todo.
E isso vai além de uma simples “integração”. Significa respeitar a individualidade da
pessoa em questão.

É também muito importante dar reconhecimento e lugar a quem já não está mais na
empresa.

É comum, quando se muda a gestão “desprezar” ou “desmerecer” , mas esse


comportamento usual quebra os vínculos e destrói o que já está construído. Experimente
construir um prédio sobre alicerces fracos ?

Pode não parecer, mas pequenos gestos influenciam nessa ideia (coisas mínimas,
pequenas). Em uma situação em que o novato é chamado, por exemplo de “Técnico de
Segurança” ao invés de ser chamado pelo nome.

Ou mesmo em situações em que funcionários fazem piadas sobre determinada formação


por desconhecerem a atuação do profissional, parece absurdo, mas acontece.

Como desligar membros?

Até mesmo o modo como o desligamento de funcionários é feito influencia. Como


lembra a Ipê Empresarial:

“Se, em uma empresa, se realizam exclusões com facilidade, os limites perdem a nitidez
e então as pessoas começam a sentirem-se ameaçadas e a se perguntar: eu faço parte
ou não deste lugar? E, é assim que começam a diminuir o compromisso e a identificação
com as metas e valores da empresa.”

Então, a empresa como sistema inclui todos que de alguma forma participam dela como
uma grande rede, sejam:
 colaboradores;
 fornecedores;
 presidentes e donos;
 gestores;
 clientes;
 familiares.

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