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ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES: ASPECTOS PRÁTICOS


PROF. SÉRGIO LOPES

TEXTOS PARA LEITURA E REFLEXÃO

1. 10 boas razões para investir na ética corporativa

Por Patrícia Bispo para o RH.com.br

A ética - ou a falta dela não está presente apenas nos principais noticiários que
relatam casos de corrupção que se manifestam nas esferas governamentais do Brasil
ou de outros países. Essa palavra tão pequena, mas com um significado tão relevante
para a sociedade está presente em todas as esferas da sociedade, inclusive a
corporativa. Torna-se forte porque está associada e fundamentada aos valores morais
que norteiam o comportamento humano na sociedade.

É, ainda, através da ética que "inspiram e expiram" que as organizações revelam-se


seus valores tanto para seus funcionários como também para a sociedade. Isso nos
faz repensar porque, cada vez mais o meio organizacional busca revelar valores que
passam a ganhar formato através dos chamados Códigos de Ética. Vejamos abaixo,
alguns dos benefícios que a ética traz ao dia a dia das empresas.

1 - Quando a ética é disseminada na empresa, as pessoas passam a ter uma


tendência em adquirir maturidade e ter consciência do valor que possuem no contexto
corporativo. Isso, por sua vez, impacta diretamente na consciência que cada um deve
ter sobre suas respectivas responsabilidades em todos os níveis hierárquicos.

2 - A ética fortalece a formação de valores. Por sua vez, isso reflete na formação de
uma sociedade mais justa e consideremos aqui também o universo corporativo,
porque dentro das empresas as pessoas vivem em um ambiente sociável ou assim o
deveriam.

3 - Se eu tenho direito o outro colega também tem. Se ético é colocar em prática


aquilo que se diz. E isso aqui cabe bem o velho ditado popular: "O meu direito
termina, onde o do outro começa". É preciso que exista um nivelamento de limites
para se atuar no dia a dia organizacional, caso contrário as pessoas passarão a
adotar métodos de disputa interna sem que sejam medidas as consequências de suas
atitudes. Ou seja, ser ético é não atropelar o colega para conquistar um espaço, pois
existem caminhos lícitos e dignos de servirem de inspiração para muitos talentos.

4 - Melhoria da qualidade de vida. Sem dúvida alguma que a presença da ética


impacta na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Bata que imaginemos o
seguinte: "Vou acordar todos os dias para trabalhar numa empresa em que não há
limites e cada um é por si". Imagine o grau de estresse que o indivíduo fica exposto e
as consequências emocionais e orgânicas que surgirão cedo ou tarde. Sem um
ambiente ético, não dá para formar uma equipe saudável e feliz.
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5 - A retenção e a atração de talentos estarão cada vez mais presente, no dia a dia
das empresas. Só que para isso, a ética deve estar presente e dar suporte a todos os
processos de gestão que são adotados por uma companhia. Com a tecnologia, as
informações são disseminada em uma velocidade que nem sempre nos damos conta
e quando algo negativo ou positivo ocorre a partir dos fatores éticos, isso poderá atrair
ou assustar talentos desejados pela organização.

6 - Uma empresa ética tem a sua imagem preservada e valorizada junto à sociedade.
Por sua vez, isso impacta diretamente nos resultados almejados por uma companhia.
Lembremos aqui que uma empresa que mantém a sua estratégia alinhada à ética
conquista a simpatia e no comportamento dos stakeholders (público estratégico) e na
fidelização dos clientes.

7 - Vivemos em uma sociedade em que a palavra competitividade está presente a


cada passo que damos. E isso pode se tornar prejudicial para a vida da empresa,
uma vez que os colaboradores podem começar a se atropelarem para obter
resultados e esquecerem resultados. Numa empresa fomentada pela ética, prevalece
o espírito de equipe e as pessoas compreendem que é fundamental unir forças para
se alcançar objetivos.

8 - Espírito de equipe fortalecido graças aos valores oriundos da ética resulta em


maior entrega e resultados mais positivos. E empesa ética compartilha resultados
positivos e não apenas os negativos, quando se chama os colaboradores para
informar que a corda está no "pescoço de todos". Ética emana serenidade para que
se possa trabalhar, apresentar resultados e não provocar um sentimento de "quem
será o próximo a ser demitido?".

9 - "Se a empresa em que atuo é ética, logicamente não me vê apenas como um


mecanismo para atingir resultados". Quando um trabalhador atinge essa consciência,
sua permanência na empresa ganha sentido e ele passa a compreender que tem
valor. Certa vez, conversando com um funcionário de "chão de fábrica", ouvi a
seguinte afirmação. "O chefe chega aqui e diz que somos um time de futebol. Se ele
ganhar, todos ganham. Não sou bobo pra fazer gol para os outros ganharem a taça".
Não tive como argumentar com esse trabalhador, pois o índice de absenteísmo era
alto e Gestão de Pessoas ainda passava longe da consciência da alta direção.

10 - Fatos são comprovados. Uma empresa que fortalece a sua ética e,


consequentemente, seus valores, observa uma redução de custos com causas
trabalhistas. Se o local de trabalho é propício a atitudes éticas, por exemplo, atitudes
que possam ser qualificadas como casos de assédio moral não têm espaço. Ou seja,
local de trabalho saudável, desligamentos menos traumáticos.

http://www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Dicas/9039/10-boas-razoes-para-investir-na-
etica-corporativa.html/25/6/16
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2. O que significa ser uma empresa íntegra?

Uma empresa íntegra é aquela que incentiva e promove boas práticas corporativas
internamente e externaliza estas práticas a seus parceiros - clientes, fornecedores,
etc - disseminando seus valores e formando uma rede que adota uma conduta
responsável e atua para construção de uma sociedade comprometida com valores
éticos.

Uma empresa íntegra deve comprometer-se a divulgar sua legislação anticorrupção


para seus funcionários e colaboradores, a fim de que sejam cumpridas integralmente.

Além disso, deve vedar qualquer forma de suborno, trabalhar pela legalidade e
transparência de informações, notadamente aquelas que envolvem contribuições para
campanhas políticas.

Sob este aspecto, a elaboração de um código de conduta que estabeleça os valores


éticos a serem seguidos e as normas em relação ao comportamento de seus agentes
é o marco inicial para a empresa esclarecer o que espera dos que com ela se
relacionam.

Além da elaboração de um código de conduta, a empresa deve pautar seus


processos de seleção de pessoal em princípios éticos, estabelecer mecanismos de
divulgação e cumprimento do código de conduta, criar um comitê de ética com
responsabilidade educativa e de monitoramento, além de instituir sistemas de controle
interno e auditoria com autoridade suficiente para reduzir a vulnerabilidade da
organização aos riscos existentes, buscando identificar e corrigir eventuais desvios
em relação a políticas da empresa, parâmetros e diretrizes.

http://www.cgu.gov.br/assuntos/etica-e-integridade/setor-privado/o-que-significa-ser-
uma-empresa-integra/26/03/2017

3. O valor da ética no âmbito profissional

EDILAINE FELIX
18 Janeiro 2016 | 14:53

Tão importante quanto a formação acadêmica, valores e comportamentos podem


destacar ou prejudicar a imagem do colaborador

Lucas Lopes

ESPECIAL PARA O ESTADO

Um funcionário está prospectando um cliente de alto potencial e, por descuido, deixa


o e-mail aberto com os contatos à mostra. O colega de profissão encontra por acaso
essas informações, se apropria do contato e “atropela” o funcionário para fechar com
o cliente. Uma profissional foi promovida ao cargo de gerente em uma grande
empresa e passou a responder a outro diretor. Seu novo chefe, amigo do dono da
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instituição, frequentemente levantava questionamentos sobre problemas cotidianos da


firma e pedia orientações por e-mail à nova gerente, que prontamente o ajudava com
boas soluções. O diretor se apropriava das ideias e as repassava como se fossem
dele ao superior.
Estes são relatos verdadeiros e comuns de mau comportamento, de acordo com a
coaching de gestão de carreira e imagem Waleska Farias, e que levantam um
aspecto delicado: o papel da ética no mercado de trabalho.
Além de fatores tradicionais que fazem um bom profissional, como a formação
acadêmica, conhecimentos gerais e liderança, a ética é um aspecto igualmente
importante e que pode definir a carreira de um trabalhador de forma positiva ou
negativa. O diretor da DMRH, Augusto Puliti, empresa de consultoria em recursos
humanos, acredita que uma postura baseada em princípios éticos não deveria se
destacar em um profissional. “Deveria ser um pressuposto se trabalhar com ética.”
Assumir um comportamento antiético no ambiente de trabalho pode trazer grandes
complicações, tanto para a empresa quanto para a carreira do empregado.

“Hoje, o que coloca você dentro das empresas é o currículo. O que o tira dela é o
comportamento”, afirma Waleska. Ao contratar um funcionário, as empresas lhe
apresentam o código de conduta e compliance, que informa os valores da instituição e
como agir corretamente dentro dela. Seguir esses códigos, porém, não é o suficiente.
Existem atitudes que não são tão “preto no branco”, como fofoca, delação,
apropriação de autoria, bullying, comunicação violenta e desrespeito à diversidade, e
que são vistas com maus olhos no âmbito profissional. “Atualmente, as empresas
preferem contratar pessoas éticas, que saibam nutrir relacionamentos, em vez de
gênios indomáveis”, afirma Waleska.
Coordenadora da pós-graduação em Recursos Humanos da Fundação Armando
Álvares Penteado (FAAP), a professora Denise Delboni diz que profissionais éticos
são reconhecidos positivamente na organização e possuem mais chances de
alcançar níveis altos na hierarquia corporativa. “De outro modo, práticas ou condutas
antiéticas podem apenas contribuir para que uma pessoa seja temida em postos de
comando na instituição”, alerta.
De acordo com especialistas na área, algumas atitudes simples podem demonstrar
uma boa postura no ambiente de trabalho: preocupação com os demais, manter sigilo
em informações profissionais, ater-se às obrigações durante a jornada laboral, evitar
uso excessivo de celular e brincadeiras jocosas com colegas e clientes.

O histórico de um candidato o acompanha durante toda a carreira profissional.


Atitudes antiéticas podem culminar em uma marca negativa difícil de apagar.
“Conseguimos perceber se um candidato tem condutas éticas ou não por meio das
referências de empregos anteriores. Já vi casos de um candidato deixar de ser
contratado por não ter boas referências”, afirma Puliti.
Quando as indicações e informações do passado do profissional não são suficientes
para a empresa contratante, é possível aprofundar a pesquisa no perfil do candidato.
A ICTS, empresa de consultoria, auditoria e serviços em gestão de riscos, tem uma
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metodologia que pode ser aplicada para mapear possíveis comportamentos ou


predisposições antiéticas.

São realizados testes e entrevistas pessoais com o profissional, a fim de entender


como ele se comportaria frente à situações de ameaças empresariais que envolvam o
uso ou não de ética. “Buscamos reconhecer, frente a estes dilemas, como essa
pessoa vive, viveu e pensa sobre essas questões mais complicadas”, conta o gerente
de compliance da ICTS, Antônio Carlos Hencsey.
Segundo a líder da prática de compliance na ICTS, Monica Gonçalves, todo o
processo é sigiloso e mesmo a empresa contratante do serviço só recebe as
indicações referente ao resultado dos testes, sem exclusão de candidatos. “É
importante ver se existe convergência entre o perfil ético do profissional e o da
empresa.”
Empresas. A ética é uma característica que não cabe somente ao trabalhador. A
presença desse pressuposto em uma instituição é parte fundamental para a garantia
do seu bom funcionamento. Quando a organização possui elementos que ferem os
pressupostos éticos de modo geral, ou pessoal de um profissional, é aconselhável
repensar a participação na firma.
“Se o profissional já está na empresa e vê que o objetivo da organização deixou de
convergir com o dele, têm dois caminhos: ou ele faz o melhor que pode dentro da sua
função e demonstra que não tem alternativas de mudar de emprego no momento, ou
abandona o projeto e tenta explicar para o mercado que não compactuava com
algumas questões da instituição”, diz a professora da FGV Maria Cecília.
O uso da ética é um caminho de mão dupla. Da mesma forma que a falta dela pode
prejudicar um profissional, uma instituição que falha neste aspecto pode sofrer
consequências. De acordo com o coordenador do Núcleo de Desenvolvimento de
Pessoas e Liderança da Fundação Dom Cabral, Anderson Sant’Anna, ao agir de
forma antiética, a empresa cria também uma dificuldade com os empregados.
“Quando uma instituição fere a ética e os valores morais, ela tem de desembolsar
cifras cada vez mais altas para atrair novos talentos. Reduz a transação a um
comprometimento meramente instrumental, porque o profissional não terá uma
relação afetiva com uma organização, cujo os valores são frágeis e comprometem os
valores morais mais universalizados”, afirma.

PARA PENSAR

Perguntas elaboradas pelo gerente da ICTS, Antônio Hencsey, e pela líder da prática
de compliance da ICTS, Monica Gonçalves; respondidas pela diretora da ABRH-
Brasil, Jorgete Lemos.
No cotidiano do mundo corporativo, surgem diversas dúvidas. Veja como
poderá agir em algumas delas
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1. Quando sua empresa contrata um profissional do concorrente, ela espera que


este traga informações de cunho sigiloso e estratégico do antigo empregador
visando benefícios competitivos?

NÃO. Práticas de contratação de empregados de concorrentes para obtenção de


informações privilegiadas têm sido registradas, caracterizando crime e concorrência
desleal. O novo empregado traz informações de suas experiências passadas,
componentes de seu background, e naturalmente as aplica em qualquer ambiente de
sua vida, trabalho ou pessoal.
2.Quando você vê um colega ou superior omitindo um erro grave que tem como
consequência o comprometimento da imagem e/ou reputação da empresa, você
se posiciona mesmo que tenha que se indispor com os demais?

SIM. A preservação do bom nome da empresa é uma atitude esperada em ambientes


de trabalho. A omissão gera a conivência e corresponsabilidade dos danos, pela
omissão. Quanto à indisposição com os colegas, ocorrerá se a empresa não tiver
ainda regras claras e transparentes disseminadas à totalidade da força de trabalho.
3. Você acredita que o ato de oferecer presentes ou brindes pode vir a criar um
vínculo emocional entre as partes, levando a favorecimentos diretos ou
indiretos, mesmo que não haja a intenção?

SIM. A intenção de uma parte ao conceder um brinde e a reação da outra parte ao


receber são muito individuais, e podem gerar a uma outra parte a sensação da prática
de suborno.
4. Dois profissionais de níveis hierárquicos diferentes devem sofrer
consequências distintas, embora ambos tenham executado o mesmo
comportamento desviante no trabalho, sendo que o código de conduta é claro
sobre o assunto?

NÃO. O Código de Conduta Ética é baseado no respeito às pessoas,


independentemente do seu status na empresa, negando soluções tendenciosas,
baseadas em pesos e medidas diferentes.
5. Quando você se depara com suas metas profissionais, é correto antecipar
aquele 1% já acordado com o cliente, mas pendente de formalização, a fim de
atingir o resultado esperado?

NÃO. Porque está pendente de formalização. O ambiente muda em uma velocidade


vertiginosa e um cenário pode se transformar rapidamente, descaracterizando as
bases supostas no acordo informal.
6. Um colega de trabalho comete um pequeno erro em um relatório e divide a
informação apenas com você. Qual é a sua reação?
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Aconselharia o colega a informar o gestor/líder imediato, para reparar o erro, pois não
existe erro pequeno ou grande; há o erro, que é uma oportunidade de melhoria e não
deve ser ocultado.
7. Você é o líder de uma equipe. Um dos integrantes está rendendo muito abaixo
do que os demais colegas. O que você faz para cobrar melhores resultados?

Se o rendimento está abaixo dos demais, o ideal é que o líder comece a avaliar a
própria atuação como gestor da sua equipe, antes de partir para cobranças.
Questionar o que estaria acontecendo e fugiu ao controle dele, e por quê. Realizar
uma avaliação de desempenho 360º, identificaria as forças e fraquezas existentes e
traçar um plano de melhoria individual no profissional.
8. Você comete um erro em um relatório que passou despercebido por um
colega de trabalho que também estava encarregado do documento. Mas não
passou despercebido pelo seu superior, que vem cobrar explicações. O que
você faz?

Assumo o meu erro. A responsabilidade pelo início do processo era minha. Quanto ao
colega que não identificou o erro é um outro caso, que cabe ser analisado apenas
pelo superior.
http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/2016/01/18/o-valor-da-etica-
no-ambito-profissional/28/01/2016

4. O Desafio de Implantar A Ética Corporativa

Elyseu Eduardo Ely*

Ética, do latim ethica. Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana
suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a
determinada sociedade, seja de modo absoluto (Novo Dicionário Aurélio, Ed. Nova Fronteira,
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira).

Cada vez mais o mundo corporativo irá utilizar essa palavra mágica na condução dos
negócios e daí extrair uma vantagem competitiva importante para a saúde dos negócios.

Falar em ética neste País parece soar estranho, principalmente quando assistimos
diariamente a recheados exemplos de ações e atitudes antiéticas praticadas por empresas,
governos, entidades e por aí afora, causando prejuízo ao cliente e ao cidadão.

No ambiente dos negócios, as empresas precisam estar atentas à evolução do cliente que
está cada vez mais exigindo transparência e correção de atitudes, a fim de adequar suas
estratégias de ações que satisfaçam esse novo padrão de comportamento.
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A empresa precisa acompanhar essa evolução para não ficar à margem do processo. Ignorar
isso é um erro estratégico que pode comprometer a sobrevivência do negócio a médio e
longo prazo. É necessário que as empresas conscientizem-se de que a ética gera resultados
e precisa ser disciplinada para tornar-se a bíblia da conduta dos negócios.

A condução ética na gestão dos negócios é um caminho sem volta

Os dirigentes precisam ter claro em suas mentes que o tema irá absorver boa parte da
agenda de trabalho daqui pra frente, preparando a empresa para focar suas ações
neste ambiente ético exigido pelo mercado.

Mas, para tanto, os empreendedores, dirigentes e colaboradores necessitam internalizar e


convencerem-se de que a ética verdadeiramente praticada através de atitudes e ações
diárias, junto aos atores corporativos, é um diferencial competitivo importante para o
crescimento e a imagem do negócio.

Não há resultados sadios e duradouros sem atitude ética. O relacionamento das empresas
com a sociedade como um todo, estão cada vez mais delicadas e complexas, motivando que
as mesmas passem a disciplinar suas condutas e assim evitar dores de cabeça que podem
gerar custos significativos em termos de imagem e de produto. Custos, aliás, nunca
quantificados.

As corporações precisam implantar seu código de atuação ética estabelecendo diretrizes


claras junto aos seus colaboradores de como querem proceder junto aos fornecedores,
clientes, governo, imprensa, meio-ambiente, parceiros internos, acionistas, Ong’s,
legislação...

Oxigenar a cultura da empresa e buscar sentido para o trabalho que cada colaborador
desenvolve na empresa

É evidente que a empresa ao iniciar a elaboração de um código ético, irá mexer


profundamente na sua cultura interna, fazendo a mesma virar de cabeça para baixo. Ou seja,
jogar fora todos os vícios e padrões arraigados que norteavam a condução dos negócios até
então. É oxigenar a cultura da empresa através da saudável prática da atitude ética.

Por isso, o envolvimento dos parceiros internos na elaboração do código de atuação ética é
fundamental para criar desde logo, o comprometimento de todos na sua aplicação correta e
permanente dos princípios que ali estão esboçados. Isso acaba sendo também uma espécie
de treinamento para que os parceiros passem a adotar novos padrões de comportamento
junto ao mercado e ao cliente.

Passa a ser uma quebra de paradigma fantástico e cria um novo clima organizacional onde
todos passam a ver sentido verdadeiro naquilo que fazem. Sentem-se mais participantes e
com sentido de contribuição efetiva para a satisfação integral do cliente e do mercado. Os
clientes querem apenas que o contexto empresarial seja verdadeiro e transparente com eles.
É só isso. E como as empresas têm dificuldade de lidar com o simples!
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O novo comportamento do mercado irá delimitar com clareza ao longo do tempo, aquelas
empresas que têm incorporado a aplicação de atitudes éticas no dia-a-dia dos negócios,
daquelas que nem sequer deram conta de sua importância.

O cliente irá também fazer essa separação, não tenho dúvida nenhuma. E quem irá
sobreviver? O cliente está mudando rapidamente em função de seu maior conhecimento,
acesso maior à informação, valorização do seu dinheiro, busca de seus direitos... fazendo
com que o mesmo não aceite mais ser ludibriado e receber tratamento antiético por parte das
empresas.

A título de exemplo, atitudes que recentemente estamparam os jornais e revistas a respeito


da redução de pesos e quantidade dos produtos sem a correspondente redução de preços, as
empresas tiveram manchadas sua imagem no mercado além de terem adotado uma atitude
antiética que nada contribui para a melhoria do relacionamento e da credibilidade, além de
abalar diretamente a confiança dos clientes.

De que adianta a empresa ter qualidade de produto se a mesma não tem conduta ética para
gerenciar o relacionamento transparente com o cliente e o mercado? O futuro do consumo
está diretamente ligado à atitude ética que o cliente terá da corporação. Pisar na bola, daqui
pra frente, significa o fechamento do negócio.

O consumidor ficou mais esclarecido. As empresas precisam estar mentalizadas para isso
pois do contrário estão agindo ainda de forma amadora a despeito de toda a evolução do
cliente. Até um prazo de entrega não cumprido passa a ser considerado aos olhos do
consumidor e demais atores corporativos como uma atitude pouco ética e desrespeitosa.

Pilares de sustentação

O desafio de elaborar e incorporar uma ética corporativa saudável está baseado no que
chamo de pilares de sustentação, a saber: importância da ética nos negócios,
conscientização, envolvimento, comprometimento na aplicação, coerência, comunicação
aberta, punição pelo descumprimento, revisão e atualização periódica e divulgação ao cliente.

O instrumento da boa conduta ética precisa ser bem elaborado, simples e de fácil
compreensão por todos dentro da organização para que não haja imperfeições no seu
cumprimento e pondo em risco a sua credibilidade. Credibilidade é o que o cliente espera das
empresas através de atitudes simples mas com forte componente ético. O consumo agradece
e os clientes também.

* Elyseu Eduardo Ely - Consultor de Empresas, Sócio-Diretor da Telys Educação em


Negócios Ltda. 29/4/201

http://www.eticaempresarial.com.br/18/03/2015

Prof. Sérgio Lopes

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