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Médico; Doutor em Psicologia Médica (LMU zu München); Professor Titular aposentado do Departamento de Psicologia da
UFMG; Fundador do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento (LND-UFMG); ID Lattes: 2208591466035438
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Psicóloga; Mestre em Neurociências (UFMG); Doutoranda em Psicologia (UFMG). ID Lattes: 183137818294988
3 Fisioterapeuta; Especialista Profissional em Fisioterapia Neurofuncional, com área de atuação na criança e no adolescente
(COFFITO/ABRAFIN); Mestre e Doutora em Neurociências (UFMG). ID Lattes: 3405831253390974
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Fisioterapeuta; Especialista em Aprendizagem Motora (USP); Especialista em Neurologia (PUC/MG); Especialista em
Fisioterapia Neurofuncional (ABRAFIN); Especialista em Ortopedia e Esportes (UFMG); Especialista em Geriatria (FCMMG);
MBA em Gestão, Inovação e Serviços de Saúde - PUC RS; Especializando em Neurociências e Comportamento - PUC RS;
Especializando em Neurociências, Educação e Desenvolvimento Infanil - PUC - RS.
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Prevalência; b) Etiologia; c) Impacto individual; d) Impacto familiar; e) Impacto
socioeconômico; f) Eficácia dos tratamentos disponíveis; g) Imperativo ético.
PREVALÊNCIA
ETIOLOGIA
Além de ser causado por interação complexa entre múltiplas influências genéticas e
ambientais, o TEA pode ter etiologias específicas, genéticas ou ambientais (Richards
et al., 2015). Diversas síndromes genéticas são implicadas na etiologia do TEA. As
principais síndromes potencialmente associadas ao autismo, com suas respectivas
frequências populacionais são a Síndrome de Down (1:800), Williams (prevalência
populacional de 1:8000), Sítio Frágil no Cromossoma X (1:400 em meninos, 1:8000
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em meninas), Turner (1:2000 em meninas), Klinefelter (1:500 em meninos),
Velocardiofacial (1:4000), Angelman (1:15000), Esclerose tuberosa (1:10000), Rett
(1:10000 em meninas) etc. O TEA também tem etiologias ambientais específicas,
principalmente as síndromes fetais alcoólica e cocaínica, com uma frequência
populacional de no mínimo 1%.
A maioria das causas específicas de TEA é composta por doenças raras, as quais
são definidas como aquelas condições com uma prevalência menor do que 1:1250
na União Européia (Schieppati et al., 2008) e 1:2000 nos EUA (Robertoux & De Vries,
2011). É importante, entretanto, ressaltar que essas condições são raras apenas
quando consideradas isoladamente. Como um todo, as doenças raras têm uma
prevalência de vida estimada em 5%. Ou seja, um contingente expressivo da
população manifesta sintomas de alguma doença rara ao longo da sua vida,
constituindo um importante problema de saúde pública. Os avanços nos métodos de
diagnóstico genético, principalmente hibridização genômica comparativa em
microarranjo de DNA (arrayCGH), estão permitindo a identificação de novas etiologias
genéticas específicas, previamente não identificadas (Tammimmies et al., 2015).
IMPACTO INDIVIDUAL
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Figura 1. Modelo da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Adaptado de: Schiariti; Mahdi & Bölte, 2018
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As pessoas com TEA necessitam enfrentar também diversas barreiras ambientais,
principalmente com o preconceito, constituindo os “Fatores Ambientais”. Essas
dificuldades se refletem subjetivamente em “Fatores Pessoais” sob a forma de
redução da autoeficácia e diminuição da qualidade de vida. A gravidade, diversidade
e complexidade dos comprometimentos individuais potencialmente associados ao
TEA impõe demandas de assistência multiprofissional, idealmente sob a forma de
uma equipe interdisciplinar.
IMPACTO FAMILIAR
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IMPACTO SOCIOECONÔMICO
Os custos sociais e econômicos associados ao TEA são elevados. Nos EUA, apenas
14% dos indivíduos adultos com TEA conseguem manter uma ocupação remunerada
e apenas 20% conseguem viver sozinhos e de forma autônoma (Roux et al., 2017).
Uma estimativa do custo econômico associado ao TEA realizada no Reino Unido
variou de 189.000 Libras Esterlinas segundo um cenário pessimista a 46.000 Libras
Esterlinas segundo um cenário otimista (Hodgson et al., 2022). As evidências se
acumulam no sentido de mostrar que a terapia intensiva para o TEA contribui para
uma redução significativa desses custos (Hodgson et al., 2022, Sampaio et al., 2021).
Ao mesmo tempo em que são pouco sensíveis a reforçadores sociais, tais como
expressões faciais e verbais de apreço, as crianças com TEA são sensíveis a
reforçamento por reforçadores primários tangíveis, tais como alimentação ou
atividades preferidas. A partir da ABA foram desenvolvidas estratégias que permitem
aumentar a sensibilidade das crianças com TEA aos reforçadores sociais,
promovendo o seu desenvolvimento. Uma estratégia consiste em parear estratégias
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de reforçamento social (sorriso, incentivo verbal, carinho etc.) com atividades
preferenciais (enfileirar carrinhos, observar objetos giratórios etc.). Gradualmente
então o reforçamento por atividade preferencial é retirado e o reforçamento social
passa a regular o comportamento.
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aproveitar o maior número possível de situações da vida cotidiana para reforçarem os
comportamentos da criança que mais promovam seu desenvolvimento sociocognitivo
e sua autonomia na vida diária.
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Enriquecimento ambiental e e) Treinamento de pais. Para isso, conta com uma equipe
interdisciplinar que recebe formação continuada, bem como, acesso a tecnologias
que facilitam o desenvolvimento da intervenção. O MIG é composto por: a)
enriquecimento ambiental através da Cidade do Amanhã, que é composta de cenários
para intervenção das habilidades de vida diária, motoras, cognitivas etc. e mobílias
que oportunizam a aprendizagem de novos conceitos, orientação espacial, foco na
atividade e, por isso, melhor desenvolvimento; b) Protocolo de Variação Ambiental,
que são produtos exclusivos, como jogos, desenvolvidos para estimular habilidades
socioemocionais, linguagem, coordenação motora etc. c) MIG Flex, vestimenta
terapêutica baseada nos trilhos miofasciais e padrões geométricos gerais que facilita
estabilização postural e uma possível regulação proprioceptiva e d) Aplicativo
exclusivo para monitoramento diário de atendimento, programas de interação
terapêutica entre equipe e família, suporte parental, formação continuada de
profissionais além de consultoria técnico científica. Esses componentes e processos
fazem do MIG® um método único e diferente das metodologias já existentes.
A base evidenciária quanto à eficácia das terapias disponíveis para TEA não pode ser
julgada pelos mesmos critérios utilizados para avaliar a eficácia de tratamentos
farmacológicos. O investimento na realização de ensaios clínicos controlados para
tratamento de TEA é incomparavelmente menor do que aquele realizado na pesquisa
de novas drogas (Bishop, 2010). Dessa forma, o corpus de evidências derivadas de
ensaios clínicos controlados ainda é limitado no que se refere à eficácia das
intervenções psicossociais para TEA. Entretanto, há sólidas evidências quanto à
eficácia das intervenções psicossociais para TEA a partir de ensaios quase-
experimentais e delineamento de pesquisa com participantes isolados, as quais são
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relatadas em diversos estudos de revisão e meta-análise (Rodgers et al, 2021,
Steinbrenner et al., 2020, Will et al., 2018).
IMPERATIVO ÉTICO
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Neste contexto, é importante ressaltar que foi apenas muito recentemente que as
crianças brasileiras com TEA e suas famílias tiveram o acesso a terapias intensivas
e integrativas eficazes legalmente garantido (Resolução Normativa ANS Nº 539, de
23 de junho de 2022). Esse resultado foi apenas alcançado às custas de ativismo e
reivindicações de familiares, profissionais da saúde e educadores. Há uma
preocupação na comunidade ligada ao TEA de que essas garantias legais de acesso
a tratamento não apenas sejam mantidas, mas também ampliadas. Um esforço
similar ainda se faz necessário para outras condições de saúde que comprometem o
neurodesenvolvimento, tais como paralisia cerebral, deficiência intelectual, síndromes
genéticas etc. O nível de capital social em uma nação pode ser aferido pela qualidade
da assistência que presta aos indivíduos com dificuldades de participar da cadeia
produtiva econômica.
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