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2- INTRODUÇÃO:
Íons de metais de transição possuem 5 orbitais d. Na ausência de ligantes, os elétrons que ocupam
estes orbitais possuem a mesma energia. De acordo com o modelo do campo cristalino, há uma repulsão
entre os elétrons d e os pares de elétrons dos ligantes e, à medida que estes ligantes se aproximam do íon
ou átomo metálico, ocorre um aumento da energia dos orbitais d.
Quando 6 ligantes se aproximam segundo os vértices de um octaedro, como ilustrado na figura 1,
elétrons nos orbitais d e d - , denominados e e que apontam na direção dos ligantes, sofrem maior
z2 x2 y2 g
eixos de aproximação dos ligantes. Estes dois conjuntos de orbitais (t e e ) desdobram-se e a energia que
2g g
Considere um íon com apenas 1 elétron d (configuração d ), como o Ti , que forma complexos
1 +3
octaédricos, por exemplo o [Ti(H O) ] . No estado fundamental, este elétron ocupa um dos orbitais t .
2 6
3+
2g
Fótons de luz de energia igual a 10 Dq podem excitar esse elétron para um dos orbitais e . Assim a energia g
do fóton é:
E = h = Δ = 10 Dq
octaédro
em que: h = constante de Planck, = freqüência da radiação, sendo = c/λ, com c= velocidade da luz e λ
= comprimento de onda da luz). Por convenção, 10 Dq é expresso em unidades de 1/λ, isto é em cm . -1
O processo de excitação do complexo do seu estado fundamental para um estado de energia mais
alta acontece através da absorção de radiação, em geral na região do visível. Por isto os complexos de
metais de transição são, na sua maioria, coloridos. A energia absorvida na excitação eletrônica do
complexo está associada a cor absorvida pelo mesmo, que por sua vez relaciona-se à cor observada do
composto. Por exemplo: o espectro de absorção para o [Ti(H O) ] tem absorção máxima em torno de 510
2 6
3+
No complexo octaédrico [Cu(H O) ] , o Cu , que possui configuração d , terá 6 elétrons nos orbitais
2 6
2+ 2+ 9
t e 3 nos e . No estado excitado haverá 5 elétrons nos orbitais t e 4 nos e . Este complexo é azul. Um
2g g 2g g
complexo semelhante, [Ti(H O) ] , é vermelho – mostrando como o número de elétrons nos orbitais d
2 6
3+
Neste experimento, será investigada a influência de alguns ligantes (L) nos valores de Δ de octaédro
complexos de Cu . Outro ponto que será investigado é a influência do número de coordenação do íon
2+
[CoCl ] um complexo tetraédrico, com o ligante Cl . Esses complexos possuem cores diferentes: o
4
2- -
octaédrico é rosa e o tetraédrico, azul. Em solução aquosa, eles existem em equilíbrio. Este equilíbrio é
facilmente deslocado por alterações nas concentrações relativas dos ligantes e na temperatura:
Complexos de cobre e de cobalto serão utilizados para investigar o efeito da geometria, da força do
ligante e do número de coordenação. A cor dos complexos será usada como referência para avaliar estes
efeitos.
[Cu(H O) ] + 4 L [Cu(H O) L ] + 4 H O
2 6
2+
2 2 4
2+
2
3- MATERIAIS E REAGENTES:
6 tubos de ensaio,
termômetro,
2 provetas de 10 mL,
2 pipetas Pasteur,
1 béquer de 250 mL.
Soluções aquosas de Cu(NO ) 0,15 mol.L e CoCl 0,1 mol.L ,
3 2
-1
2
-1
NH conc.,
3
Cu(NO ) , 3 2
etilenodiamina,
Na H EDTA,
2 2
CoCl .6H O,
2 2
KSCN,
1-butanol,
HCl conc.
4- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
b) Em 4 tubos de ensaio grandes e iguais, coloque cerca de 2 mL (medidos numa pipeta conta gotas) de
uma solução de nitrato de cobre 0,15 mol.L . -1
Teste A:
Adicione cerca de 2mL de uma solução de cloreto de cobalto 0,1 mol.L a um tubo de ensaio.
-1
Na capela, em seguida, adicione cuidadosamente (gota a gota, sob agitação) HCl concentrado até a
solução tornar-se azul.
Preste atenção em todas as colorações apresentadas pela solução.
Depois que a solução estiver azul, adicione água destilada (sob a agitação constante) até observar
alteração de coloração.
Teste B:
Adicione cerca de 2 mL de solução etanólica de cloreto de cobalto 0,2 mol.L a 1 tubo de ensaio.
-1
Teste C:
1- Coloque um pouco de CoCl .6H O em um tubo de ensaio grande.
2 2
5- EXERCÍCIOS:
1- Com relação a parte 1.a) do experimento, descreva tudo o que aconteceu no processo de aquecimento
do Cu(NO ) , com as reações químicas balanceadas.
3 2
2- Com relação a parte 1.b) do experimento. Relate a mudança de cores ocorrida nos três tubos de ensaio
e tente classificar a coloração segundo a tabela de cores complementares, com a força dos ligantes (série
espectroquímica) e com a energia de desdobramento do campo cristalino.
3- Com relação aos testes executados da parte 2 do experimento, explique todos os fenômenos de
mudanças de cores observados levando em conta trocas de ligantes, mudança de geometrias, sempre
correlacionando com as forças dos ligantes, cores observadas e magnitude da energia de desdobramento
do campo cristalino.
4- Descreva detalhadamento todos os fenômenos observados no teste C da parte 2 do experimento, tais
como separação de fases (polaridade), solubilidade, forças dos ligantes, etc.
6- REFERÊNCIAS:
1. J.E. Huheey, E.A. Keiter, R.L. Keiter, Inorganic Chemistry, Harper Collins Coll.Publ., 4 ed., 1993.
th
2. D.F. Shriver, P.W. Atkins, C.H. Langford, Inorganic Chemistry, Oxford University Press, 1 ed., 1990
st
3. BROWN, T. L., LEMAY Jr, H. E. e BURSTEN, B. E., Química: A Ciência Central, 9ª. Edição, São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2005.