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Interações intermoleculares

Polaridade das ligações


Eletronegatividade e polaridade
• Quando dois átomos do mesmo elemento químico formam uma ligação covalente, a molécula formada é uma
molécula apolar, pois ambos têm a mesma tendência de atrair elétrons para si.

F F

Representação da densidade eletrônica da molécula


de flúor (F2) igualmente distribuída entre os átomos.

• Quando dois átomos de elementos químicos diferentes formam uma ligação covalente, a densidade eletrônica
da molécula se distribui de modo desigual entre eles.
• Isso faz surgir uma carga elétrica parcial negativa no átomo mais eletronegativo, representada com o símbolo .
Por consequência, resta uma carga elétrica parcial positiva, simbolizada por , no átomo menos eletronegativo.
• Essa variação da densidade eletrônica é denominada dipolo elétrico, e a molécula formada por esses dois
átomos é uma molécula polar.
d2

ilustrações: adilson secco


d1
H F

Representação da densidade eletrônica da molécula


de fluoreto de hidrogênio (HF), maior em torno do
átomo mais eletronegativo, o flúor.
2

anotações em aula
Interações intermoleculares
Momento de dipolo elétrico
• A grandeza que descreve os dipolos elétricos de uma molécula é chamada momento de dipolo elétrico (ou
apenas momento de dipolo, representado por j).

adilson secco
f1 f–

H F

Representação de uma molécula de fluoreto de hidrogênio. A diferença de eletronegatividade entre


os átomos da molécula gera um dipolo elétrico. A grandeza vetorial que o descreve é o momento
de dipolo (j), que pode ser representado por uma seta paralela à representação do eixo de ligação e
direcionada do átomo com carga parcial negativa (f–) para o átomo com carga parcial positiva (f+).

• Para determinar se uma molécula com mais de dois átomos é polar ou apolar é necessário somar todos os
vetores momento de dipolo elétrico das ligações, o que fornece o momento de dipolo elétrico resultante (jR).

Polaridade de algumas moléculas

Nome Fórmula molecular Fórmula estrutural Polaridade das ligações Polaridade da molécula
H

Metano CH4 H C H Polar Apolar (j = 0 )


R

H
Dióxido de carbono CO2 O C O Polar Apolar (j = 0 )
R

Fonte: LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Trad. Henrique E. Toma. São Paulo: Edgard Blücher, 2003.

anotações em aula
Interações intermoleculares
Introdução à geometria molecular
• A geometria molecular descreve como os átomos estão posicionados na molécula, ou seja, qual é o ângulo
entre as ligações que os unem.

109,5°

adilson secco
180° 120°

Linear Trigonal planar Tetraédrica Pirâmide trigonal Angular

Representação de algumas geometrias moleculares.

Modelo VSEPR
• Esse modelo amplia a teoria de ligação química de Lewis para explicar a geometria molecular, adicionando
informações sobre os ângulos das ligações.
• Nesse modelo, a ideia é que os pares de elétrons se repelem entre si e, para reduzir essa repulsão, tendem a
se afastar o máximo possível uns dos outros.
• Isso ocorre tanto para os pares de elétrons das ligações químicas, chamados de pares ligantes, como para os
pares não ligantes, que não estão envolvidos nas ligações químicas do átomo central.

anotações em aula
Interações intermoleculares
Arranjo eletrônico e a geometria molecular
Previsão da geometria molecular utilizando o modelo VSEPR
Grupo 13 14 15 16 17
Nome Trifluoreto de boro Metano Amônia Água Fluoreto de hidrogênio

Fórmula molecular BF3 CH4 NH3 H2O HF

H
F B F H N H
Fórmula de Lewis H C H H O H F H
F H
H

H
F B F H N H
Fórmula estrutural H C H H O H H F
F H
H

H HH H FF H
F HH FF H HH

C N CC N
CNCO BHNBN F OO HO F F
HO HH FF
H Arranjo eletrônico
H HH B HH
HH H BB
HH H H HH
H H HHH
H FF H
F HF HH
F F FF FF
H H HH H
HHH Tetraédrico H
HTrigonal
Tetraédrico
Tetraédrico Tetraédrico
Tetraédrico Trigonal planar
Tetraédrico
planar Tetraédrico
Trigonal planar
Tetraédrico Linear
Tetraédrico
Linear Linear
Tetraédrico Tetraédrico Trigonal planar Tetraédrico
Tetraédrico Linear
Tetraédrico Trigonal planar Tetraédrico Linear
Trigonal planar Tetraédrica Pirâmide trigonal Angular Linear

n
H
F f1
f–
N O

Ilustrações: Adilson Secco


H H H F
Geometria molecular B C
H H H H H
F F
H
Pirâmide trigonal
Trigonal planar Tetraédrica Pirâmide trigonal Angular Linear

anotações em aula
Interações intermoleculares
A polaridade das moléculas a partir do modelo VSEPR
• Conhecendo a geometria molecular, pode­‑se determinar a resultante dos momentos de dipolo elétrico das
ligações e, portanto, definir se o momento de dipolo resultante é nulo ou não.
• Exemplos:

Dióxido de carbono (CO2)


Devido à diferença de eletronegatividade entre o
carbono e o oxigênio, as ligações entre esses átomos são O C O
polares, ou seja, o dipolo elétrico é diferente de zero. f– f+ f–
Como a molécula de CO2 é linear, esses momentos jR 5 0; molécula apolar
de dipolos elétricos são vetores de igual intensidade
que apontam em sentidos opostos,­ anulando­‑se
mutuamente, fazendo com que a molécula seja apolar.

Água (H2O)
Devido à diferença de eletronegatividade entre o
oxigênio e o hidrogênio, as ligações entre esses átomos f–
são polares, ou seja, o dipolo elétrico é O momento de dipolo
diferente de zero. H H elétrico resultante
Em razão da presença de dois pares eletrônicos não f+ f+
ligantes, a molécula de H2O apresenta arranjo eletrônico
jR % 0; molécula polar
tetraédrico e geometria angular, de modo que os
vetores momento de dipolo elétrico não se anulam,
fazendo com que sua molécula seja polar.

anotações em aula
Interações intermoleculares
Tipos de interações entre moléculas
• O conjunto de moléculas de uma substância determina as propriedades observáveis – cor, solubilidade,
temperatura de fusão, por exemplo – dessa substância, devido às interações intermoleculares.

Forças dispersivas de London


• Nos átomos, nas moléculas e em outras espécies químicas, os elétrons estão distribuídos, de acordo com o modelo
quântico, em uma região de máxima densidade de probabilidade, comumente chamada de nuvem eletrônica.
• Quando dois átomos ou moléculas se aproximam um do outro, as densidades eletrônicas se alteram, formando
dipolos elétricos instantâneos, induzidos pela aproximação entre as duas espécies químicas.
• Esse tipo de interação recebe o nome de interação dipolo induzido­‑dipolo induzido, ou forças dispersivas
de London.
Forças dispersivas de London
Atração (dipolo induzido-dipolo induzido)
eletrostática Distorção da
nuvem eletrônica
e– e–
2+ 2+
– –
e e

Ilustrações: Adilson Secco


Átomo de hélio Átomo de hélio d– d+ d– d+

Quando dois átomos de hélio (He) se aproximam, as densidades eletrônicas se


alteram em razão das forças de atração e repulsão, dando origem à interação
dipolo induzido­‑dipolo induzido.

anotações em aula
Interações intermoleculares
Forças de Keesom
• As moléculas polares que apresentam momento de dipolo­ elétrico não nulo sofrem também outro tipo de
interação, as chamadas interações dipolo permanente­‑dipolo permanente, ou forças de Keesom.
• Nesse tipo de interação, a carga parcial negativa do dipolo de uma das moléculas atrai a carga parcial positiva
do dipolo de outra molécula, e vice­‑versa.
• Nas moléculas polares ocorrem os dois tipos de interação, porém as forças de Keesom predominam na maioria
dos casos, pois são mais fortes que as forças dispersivas de London.

Forças de Keesom
(dipolo permanente-dipolo permanente)
d+

adilson secco
d– d– d+

d+ d–

As forças de Keesom atuam entre moléculas


polares, aproximando as regiões dos dipolos
que apresentam densidades de carga opostas.

anotações em aula
Interações intermoleculares
Ligações de hidrogênio
• A ligação de hidrogênio é a interação do tipo dipolo permanente-dipolo permanente entre o átomo de
hidrogênio ligado covalentemente a um átomo bastante eletronegativo (F, O ou N) e o par eletrônico não
ligante do átomo de flúor, oxigênio ou nitrogênio presente em outra molécula.
• Esse tipo de interação é mais forte que as forças dispersivas de London e forças de Keesom.
• Isso explica, por exemplo, a temperatura de ebulição elevada do fluoreto de hidrogênio (HF) e da água (H2O)
em relação a outras substâncias formadas por elementos químicos do mesmo grupo da tabela periódica.

Temperaturas de ebulição dos Temperaturas de ebulição dos compostos


haletos de hidrogênio (1 atm) formados por calcogênios e hidrogênio (1 atm)
30 120
20 HF
100 H2O

Temperatura de ebulição (°C)


10
Temperatura de ebulição (°C)

0 80
–10 60
–20 40
–30
HI 20
–40
–50 0
H2Te
–60 – 20
–70 HBr
– 40
–80 H2Se
–90 HCl – 60
H2S
–100 – 80
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5

ilustrações: adilson secco


Período da tabela periódica Período da tabela periódica

Fonte: LIDE, D. R. CRC Handbook of Chemistry and Physics. 90. ed. Fonte: LIDE, D. R. CRC Handbook of Chemistry and Physics. 90. ed.
Boca Raton: CRC Press, 2010. Boca Raton: CRC Press, 2010.

anotações em aula
Interações intermoleculares
Interações intermoleculares e propriedades dos compostos
Temperatura de ebulição
• De modo geral, quanto mais forte for a interação entre as moléculas, maior será a temperatura de mudança
de fase, porque mais energia será necessária para romper essa interação.

Propriedades de algumas moléculas e das substâncias formadas por elas

Polaridade da molécula
Temperatura de ebulição
Substância Massa molecular (u) Fórmula estrutural Modelo molecular (interação intermolecular
(ºC; 1 atm)
mais forte)

H H
H C H Apolar
Propano 44,0 –42 C C (forças dispersivas de
H H London)
H H

H O H
C C Polar
Éter dimetílico 46,0 –25
H H (forças de Keesom)
H H

ilustrações: adilson secco


H
Polar
Etanol 46,0 78 C O
(ligações de hidrogênio)
H C H
H H

Fonte: LIDE, D. R. CRC Handbook of Chemistry and Physics. 90. ed. Boca Raton: CRC Press, 2010.

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anotações em aula
Interações intermoleculares
Solubilidade
• A presença de fases em uma mistura pode ser explicada pelos diferentes tipos de interações entre as moléculas
das substâncias que a compõem.
• Moléculas que apresentam diferentes polaridades não interagem, formando diferentes fases em uma mistura.
• As interações que ocorrem entre moléculas ao se misturar substâncias de mesma polaridade são similares;
como consequência, elas tendem a ser miscíveis entre si, resultando em misturas homogêneas.

Tensão superficial
• As moléculas da superfície de um líquido interagem mais fortemente com as moléculas presentes no interior
do líquido do que com as moléculas do ar.
• Essa interação resulta numa força de atração resultante direcionada para o interior do líquido, de modo que a
camada superficial do líquido se comporta como se fosse uma película.
• Essa propriedade dos líquidos é conhecida como tensão superficial.

Viscosidade
• A viscosidade é definida como a resistência de um fluido (líquido ou gás) ao escoamento.
• Quando as interações intermoleculares são fortes, elas mantêm as moléculas unidas, reduzindo seus movimentos
e diminuindo a velocidade de escoa­mento do líquido.

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anotações em aula
Interações intermoleculares
Propriedades químicas
dos compostos
Soluções eletrolíticas
• Quando um soluto é dissolvido em um solvente, ocorrem interações químicas entre suas partículas, em um
processo conhecido como solvatação.
• Segundo a teoria eletrolítica de Arrhenius, as partes que formam uma substância podem se separar em solução,
formando íons. Essas soluções são denominadas soluções eletrolíticas, e seus solutos são chamados eletrólitos.
• Algumas substâncias têm suas moléculas solvatadas, mas não formam íons em solução. Essas soluções são
chamadas não eletrolíticas, dada sua incapacidade de conduzir corrente elétrica.

Força dos eletrólitos


• O conceito de força dos eletrólitos está relacionado com o percentual de íons em meio aquoso, denominado
grau de ionização – para substâncias covalentes – ou grau de dissociação – para substâncias iônicas (a):

a = número de moléculas ionizadas ou a=


número de íons dissociados
número de moléculas dissolvidas número de íons dissolvidos

• Exemplo: para cada 100 moléculas de HCl dissolvidas, em média, a 25 wC, 92 sofrem ionização (eletrólito forte).

92
a= = 0,92 ou 92%
100

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Dissociação iônica
• Corresponde ao processo de dissolução de uma substância iônica em um líquido que, resultando na separação
dos íons que já existiam no sólido.
• Exemplo: dissolução do cloreto de sódio (NaCl).

Polo – Polo
negativo – + – positivo
- + – + + +
– + –
+ – + –

adilson secco
– + – +
+ – + –
+ – + – + – Íon Cl–
+ solvatado
+ – + –
– + – +

NaCl(s)
Íon Na+
solvatado H2O Cl–
Na+
+ –

Nessa representação da solução aquosa de cloreto de sódio, os átomos de hidrogênio da


molécula de água (representados pelas bolinhas brancas), polarizados positivamente, interagem
com os ânions cloreto, enquanto os átomos de oxigênio (representados pelas bolinhas
vermelhas), polarizados negativamente, interagem com os cátions sódio. Os íons solvatados
podem se movimentar pela solução e são atraídos pelos polos de carga oposta. Assim, a
solução torna-se capaz de conduzir corrente elétrica.

H2O
NaCl(s) Na+(aq) + Cl­–(aq)

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Ionização
• Alguns compostos moleculares formam soluções eletrolíticas em meio aquoso pela formação de íons decorrente
da interação entre as moléculas polares da água. Esse processo é denominado ionização.
• Exemplo: dissolução do gás cloreto de hidrogênio (HCl) em água.


Polo Polo
negativo positivo

adilson secco
- +
+ HCl(g)
+ – Íon Cl–
solvatado

HCl
Íon H + H 2O
solvatado

Nessa representação da solução aquosa de cloreto de hidrogênio, as moléculas do


soluto e do solvente interagem formando ânions cloreto e cátions hidrogênio. Os
átomos de hidrogênio da molécula de água (representados pelas bolinhas brancas),
polarizados positivamente, interagem com os ânions cloreto, enquanto os átomos
de oxigênio (representados pelas bolinhas vermelhas), polarizados negativamente,
interagem com os cátions hidrogênio. Graças à presença desses íons solvatados a
solução passa a conduzir corrente elétrica.

H2O
HCl(g) H+(aq) + Cl­–(aq)

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
O comportamento ácido-base
Ácidos
• De acordo com Arrhenius, os ácidos são substâncias que, em solução aquosa, se ionizam,
gerando cátions H+(aq).
• Para que um átomo de hidrogênio seja considerado ionizável (ácido), ele deve estar 2 hidrogênios
ionizáveis
ligado a um átomo de elevada eletronegatividade. O OkH

kk

k
• Em muito casos, os hidrogênios ionizáveis são aqueles ligados diretamente a um átomo P

k
k
de oxigênio. H OkH
Ácido fosforoso
• Exemplo: hidrogênios ionizáveis do ácido fosforoso. (H3PO3)

Grau de ionização e força dos ácidos


• A força de um ácido está relacionada com seu grau de ionização (a).
• Na prática, isso significa analisar a quantidade de íons H+(aq) em solução em relação ao total de moléculas presentes.

Classificação Grau de ionização Exemplos

Fraco a < 5% HCN (a = 0,008%)


Moderado 5% < a < 50% HF (a = 8%)
Forte a > 50% HCl (a = 92%)
Fonte: ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
Trad. Ricardo Bicca de Alencastro. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Nomenclatura e fórmula dos ácidos
• Para nomear um ácido segundo a nomenclatura sistemática estabelecida pela Iupac, usa-se o nome “ácido” –
que indica a presença do elemento químico hidrogênio, o qual forma, em solução, cátions H+(aq) – seguido da
indicação do ânion.
Nomenclatura de alguns ânions

Valência 1– Valência 2– Valência 3– Valência 4–


– 2– 3–
F (fluoreto)

NO (nitrato)
3 S (sulfeto)
2–
HPO (fosfito)
3 PO (fosfato)
4 P2O4–
7 (pirofosfato)

Cl– (cloreto) HCO3– (hidrogenocarbonato) SO32– (sulfito) CrO42– (cromato) BO33– (borato) P2O64– (hipofosfato)
Br– (brometo) CN– (cianeto) SO42– (sulfato) Cr2O72– (dicromato) [Fe(CN)6]3– (ferricianeto) SiO44– (silicato)
I– (iodeto) OCN– (cianato) S2O32– (tiossulfato) MnO42– (manganato) AsO33– (arsenito) [Fe(CN)6]4– (ferrocianeto)
ClO– (hipoclorito) SCN– (tiocianato) S2O82– (persulfato) AsO43– (arseniato)
ClO2– (clorito) PO3– (metafosfato) S2O62– (pirossulfato)
ClO3– (clorato) H2PO2– (hipofosfito) C2O42– (oxalato)
ClO4– (perclorato) MnO4– (permanganato) CO32– (carbonato)
NO2– (nitrito) HSO4– (hidrogenossulfato) SiO32– (metassilicato)

Fonte consultada: ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e meio ambiente. Trad. Ricardo Bicca de Alencastro. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

• Nos ácidos, o nome dos ânions é modificado, conforme a tabela a seguir:


Sufixo dos ácidos e seus respectivos ânions

Sufixo do ácido Sufixo do ânion Exemplo


ídrico eto Ânion nitrato: NO3–
oso ito Ácido nítrico: HNO3
ico ato

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Bases
• De acordo com Arrhenius, as bases são substâncias que, em solução aquosa, se dissociam, gerando ânions OH­–(aq).
• Assim como os ácidos, as bases inorgânicas também podem ser classificadas de acordo com suas características
estruturais e seu comportamento em reações químicas.
• As classificações mais importantes referem-se à sua solubilidade em água e à sua força.

Solubilidade das bases de Arrhenius em água

Classificação Exemplos

Solúveis Hidróxidos de metais alcalinos e de amônio


Pouco solúveis Hidróxidos de metais alcalinoterrosos, exceto Mg(OH)2
Insolúveis Os demais hidróxidos e Mg(OH)2

Fonte consultada: ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e meio
ambiente. Trad. Ricardo Bicca de Alencastro. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

Grau de dissociação e força das bases


• A força de uma base também está relacionada com seu grau de dissociação (a).

Classificação das bases quanto à força em meio aquoso

Classificação Grau de dissociação Ocorrência Exemplos

Fracas a < 5% Demais hidróxidos Al(OH)3

Fortes a = 100% Hidróxidos de metais alcalinos e alcalinoterrosos LiOH, NaOH, Ca(OH)2, Ba(OH)2

Fonte consultada: ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e meio ambiente.
Trad. Ricardo Bicca de Alencastro. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Nomenclatura e fórmula das bases
• A nomenclatura sistemática das bases de Arrhenius é feita utilizando-se o nome do ânion (hidróxido), seguido
do nome do cátion.

Nomenclatura de alguns cátions

Valência 1+ Valência 2+ Valência 3+ Valência 4+

NH4+ (amônio) Be2+ (berílio) Cu 2+ (cobre(II)) Al3+ (alumínio)


Li+ (lítio) Mg 2+ (magnésio) Hg 2+ (mercúrio(II)) Bi3+ (bismuto)
Na+ (sódio) Ca 2+ (cálcio) Fe2+ (ferro(II)) Fe3+ (ferro(III))
K+ (potássio) Sr2+ (estrôncio) Cr2+ (crômio(II)) Cr3+ (crômio(III))
Rb+ (rubídio) Ba 2+ (bário) Co2+ (cobalto(II)) Co3+ (cobalto(III))
Ag+ (prata) Zn 2+ (zinco) Sn 2+ (estanho(II)) Sn4+ (estanho(IV))
Cu+ (cobre(I)) Pb2+ (chumbo(II)) Pb4+ (chumbo(IV))

• Exemplo:

Nome e fórmula do cátion


Fórmula da base Nome da base
que forma a base
Fe(OH)3 Ferro(III) (Fe3+) Hidróxido de ferro(III)

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Medida de acidez: a escala de pH
• A acidez e a basicidade das soluções podem ser medidas utilizando­‑se a escala de pH (poder do hidrogênio).
• Essa escala está relacionada com a concentração de íons hidrogênio (H+) em solução aquosa e varia de 0 a 14,
à temperatura de 25 wC.
• Quanto mais ácida for uma solução, ou seja, quanto maior for a concentração de íons H+(aq), menor será o valor do pH.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 pH < 7
Aumento Aumento da Solução ácida
da acidez Neutro basicidade

pH > 7
A escala de pH. Solução alcalina

• Indicadores ácido-base são substâncias que têm suas cores alteradas na presença de ácidos ou bases.
• São adicionadas em pequenas quantidades à solução a ser analisada.

Mudança de cor de alguns indicadores de pH

Indicador Faixa de pH da mudança de cor Mudança de cor

Fenolftaleína 8,2 2 10,0 Incolor para rosa

Azul de bromotimol 6,0 2 7,6 Amarelo para azul

Alaranjado de metila 3,2 2 4,4 Vermelho para laranja

Vermelho de metila 4,4 2 6,2 Vermelho para amarelo

Fonte consultada: ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e meio ambiente.
Trad. Ricardo Bicca de Alencastro. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Sais
Reações de neutralização
• Quando quantidades equivalentes de íons H+(aq), provenientes da ionização do ácido, e íons OH–(aq), provenientes
da dissociação da base, reagem, produzindo água, dizemos que ocorreu uma reação de neutralização.
• Exemplo: neutralização de ácido clorídrico (presente no estômago) com hidróxido de magnésio (presente
em medicamento antiácido).

Ionização do ácido: HCl(aq) H+(aq) + Cl–(aq)


Dissociação da base: Mg(OH)2(aq) Mg2+(aq) + 2 OH–(aq)
Neutralização: 2 H+(aq) + 2 OH–(aq) 2 H2O(l)
Equação global: 2 H+(aq) + 2 Cl–(aq) + Mg2+(aq) + 2 OH–(aq) 2 H2O(l) + 2 Cl–(aq) + Mg2+(aq)

• Caso a água da solução seja evaporada, os íons Cl–(aq) e Mg2+(aq) se reagruparão em um retículo cristalino,
formando a substância cloreto de magnésio sólida, MgCl2(s).
• Substâncias formadas por ao menos um cátion diferente de H+ e um ânion diferente de OH– ou oxigênio (que
dá origem aos óxidos) são chamadas de sais.

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anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Solubilidade dos sais em água
• Em solução aquosa, a dissociação dos sais pode ocorrer em maior ou em menor grau.

Solubilidade em água de alguns sais mais comuns

São geralmente solúveis os


Exceções
sais contendo os ânions
NO3– (nitratos)
ClO3– (cloratos) —
ClO4– (percloratos)
Cl– (cloretos)
Br – (brometos) Se o cátion for Ag+, Pb2+ ou Hg 22+
I– (iodetos)
F– (fluoretos) Se o cátion for Mg 2+, Ca 2+, Sr2+, Ba 2+ ou Pb2+
2–
SO 4 Se o cátion for Ca 2+, Sr2+, Ba 2+, Pb2+ ou Hg 22+
São geralmente insolúveis
Exceções
os sais contendo os ânions
CO32– (carbonatos)
PO43– (fosfatos) Se o cátion for NH4+ ou
CrO42– (cromatos) cátions de metais alcalinos
Cr2O42– (oxalatos)
Se o cátion for NH4+, Ca 2+, Sr2+, Ba 2+ ou
S2– (sulfetos)
cátions de metais alcalinos
Fonte consultada: SILVA, L. A.; MARTINS, C. R.; ANDRADE, J. B. Por que todos os nitratos são solúveis?
Química Nova. v. 27, n. 6, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v27n6/22295.pdf>.
Acesso em: 1º jun. 2016..

• Exemplo: neutralização de solução de ácido sulfúrico utilizando solução de hidróxido de bário.


2 H+(aq) + SO42–(aq) + Ba2+(aq) + 2 OH–(aq) 2 H2O(l) + BaSO4(s)

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anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Nomenclatura e fórmula dos sais
• A partir da fórmula de um sal é possível deduzir sua nomenclatura sistemática.
• Exemplo: Na2CO3

Nome do cátion Nome do ânion Nome do sal


Na1
1 CO322 Na2CO3
Sódio Carbonato Carbonato de sódio
Na1

• A partir da nomenclatura sistemática do sal também é possível construir sua fórmula química.
• Exemplo: sulfito de sódio

Fórmula do Fórmula do Valência do Valência do Fórmula do Na1


cátion ânion cátion ânion sal 1 SO322 Na2SO3
2–
Na+
SO 1+ 2– Na 2SO3
3
Na 1

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anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Óxidos
• São compostos binários (constituídos por dois elementos químicos): o oxigênio e outro elemento químico
qualquer, que deve ser menos eletronegativo que o oxigênio.

Classificação dos óxidos


• Óxidos iônicos: constituídos pelo ânion óxido (O2–), ligado geralmente a um cátion metálico.
• Os óxidos metálicos, de elevado caráter iônico, são, em sua maioria, sólidos.
• Exemplos: Fe2O3, Al2O3
• Óxidos moleculares: constituídos pelo átomo de oxigênio, ligado covalentemente a um elemento químico
não metálico.
• Os óxidos não metálicos, de elevado caráter covalente, têm, em geral, temperatura de fusão mais baixa e são
encontrados como gases ou líquidos à temperatura ambiente.
• Exemplos: NO, CO2, SO3
Aumento do caráter covalente
Substância
100% covalente
Substância
100% iônica
Aumento do caráter iônico
O caráter iônico ou covalente das substâncias é um contínuo entre dois extremos
e pode ser determinado com base na diferença de eletronegatividade entre os
elementos químicos que as compõem.

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anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Óxidos ácidos
• Em contato com a água, esses óxidos geram ácidos de Arrhenius.
• Exemplo: trióxido de enxofre em água (uma das substâncias responsáveis pela chuva ácida).
SO3(g) + H2O(l) H+(aq) + HSO4–(aq)
• Óxidos ácidos são neutralizados por bases:
SO3(g) + 2 Na+(aq) + 2 OH–(aq) 2 Na+(aq) + SO42–(aq) + H2O(l)
Trióxido de Hidróxido de sódio Sulfato de sódio
enxofre

Óxidos básicos
• Em contato com a água, esses óxidos formam bases.
• São compostos formados de metais alcalinos e alcalinoterrosos.
• Exemplo: óxido de cálcio (cal) em água.
CaO(s) + H2O(l) Ca2+(aq) + 2 OH–(aq)
• Óxidos básicos são neutralizados por ácidos:
CaO(s) + H+(aq) + HSO4–(aq) CaSO4(s) + H2O(l)
Óxido de Ácido sulfúrico Sulfato de
cálcio cálcio

14

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Nomenclatura dos óxidos
• A nomenclatura dos óxidos depende do caráter iônico ou molecular da ligação entre o oxigênio e o outro
elemento químico.
• Para nomear óxidos iônicos, encontra-se o nome do cátion ligado ao ânion óxido (O2–), escrevendo-o depois
do nome do ânion.
Nome e fórmula do
Fórmula do óxido Nome do óxido
cátion que forma a base
MgO Magnésio (Mg 2+) Óxido de magnésio

• Para nomear óxidos covalentes, é necessário observar o número de átomos de ôxigenio e do outro elemento
químico presentes na fórmula molecular, indicando­‑os pelos prefixos "mono", "di", "tri" ou "tetra".

Número de átomos Número de átomos do


Fórmula do óxido Nome do óxido
de oxigênio outro elemento químico
NO 1 1 Monóxido de nitrogênio
NO2 2 1 Dióxido de nitrogênio
N2O 1 2 Monóxido de dinitrogênio

15

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Tipos de transformações químicas
Reconhecimento das transformações químicas
• Uma das formas de identificar uma transformação química é analisando os estados inicial e final de um
sistema com base nas mudanças de propriedades físicas e químicas dos reagentes e dos produtos.
• A equação química é também uma representação dessa mudança de propriedades que caracteriza as
reações químicas.
• Exemplo:
Estado inicial Estado final

S(s) + O2(g) SO2(g)

luiz rubio
+

Representação esquemática da reação de combustão do enxofre, evidenciando


o rearranjo entre os átomos. As esferas vermelhas representam os átomos de
oxigênio; as amarelas, os átomos de enxofre.

16

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
A reversibilidade das transformações químicas
• Algumas reações são chamadas reversíveis.
• Exemplo:
• Na atmosfera, o gás carbônico se dissolve em água, formando uma solução ácida:

H2O(l) + CO2(g) H+(aq) + HCO3–(aq)

• Com as chuvas, essa solução penetra pelas fendas das rochas e dissolve o calcário (CaCO3) que as compõe:

H+(aq) + HCO3–(aq) + CaCO3(s) Ca2+(aq) + 2 HCO3–(aq)

• No interior das cavernas, ocorre o processo inverso: a solução ácida libera dióxido de carbono, e o
bicarbonato de cálcio solúvel volta a se transformar em carbonato de cálcio, que se precipita:

Ca2+(aq) + 2 HCO3–(aq) H2O(l) + CO2(g) + CaCO3(s)

• Reações reversíveis como essa, que podem ocorrer em ambos os sentidos, podem ser representadas por uma
seta dupla:
Ca2+(aq) + 2 HCO3–(aq) CaCO3(s) + H2O(l) + CO2(g)

17

anotações em aula
Propriedades químicas dos compostos
Reações químicas:
aspectos quantitativos
Quantidades e unidades
Estudo dos gases e a massa dos elementos químicos
• No início do século XIX, Amedeo Avogadro observou que um volume de hidrogênio reagia com um volume de
cloro, originando dois volumes de cloreto de hidrogênio, todos em fase gasosa.
• Para explicar esse fenômeno, Avogadro propôs que volumes iguais de qualquer gás, nas mesmas condições
experimentais de pressão e temperatura, contêm o mesmo número de partículas, que chamou de moléculas.
• Essa ideia ficou conhecida como hipótese de Avogadro:
• Os gases são formados por moléculas.
• No caso dos gases hidrogênio e cloro, cada molécula é constituída por dois átomos; portanto, o número de
átomos será o dobro do número n deH moléculas.
+ Cl HCl

adilson secco
H2 + Cl 2 2 HCl

Representação esquemática da reação entre os gases


hidrogênio (H2) e cloro (Cl2), produzindo cloreto de
hidrogênio (HCl), segundo a hipótese de Avogadro.

anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
A massa dos átomos
• A massa atômica (ma) de um átomo deve­‑se essencialmente às massas de seus prótons e nêutrons.
• A massa dos elétrons é desprezada porque tem valor relativo muito pequeno: cerca de 2.000 vezes menor que
as massas de um próton ou de um nêutron.

Massa atômica e a abundância isotópica


• A massa atômica é calculada pela média ponderada dos isótopos, baseado-se na abundância isotópica.
• Exemplo: átomo de cloro.
• Número atômico (Z) igual a 17 e massa atômica (ma) igual a 35,5 u.
• A massa atômica é obtida considerando­‑se que o elemento químico cloro existe, na natureza, como uma
mistura de dois isótopos, 35Cl e 37Cl, com abundância relativa de 76% e 24%, respectivamente.

(76 • 35 u) + (24 • 37 u)
ma(Cl) = = 35,48 u
100

anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
Massa molecular
• A massa molecular relativa (Mr) representa a massa de uma molécula e, portanto, é a soma das massas atômicas
relativas dos átomos que formam cada unidade de um composto químico.
• Exemplos:

Determinação da massa molecular relativa a partir das fórmulas dos compostos

Fórmula do composto Elemento químico Massa atômica (u) Quantidade de átomos Massa total (u)

Enxofre 32,1 1 32,1


SO2
Oxigênio 16,0 2 32,0
Mr(SO2) = 32,1 u + 32,0 u = 64,1 u
Carbono 12,0 8 96,0
C8H18
Hidrogênio 1 18 18,0
Mr(C8H18) = 96,0 u + 18,0 u = 114,0 u

Quantidade de matéria
• A unidade de medida utilizada para quantificar a matéria e relacioná-la com a quantidade em massa é o mol.
• Um mol representa um valor constante de espécies químicas, chamado constante de Avogadro (NA).

{ {
átomos átomos
1 mol de moléculas equivale a 6,02 31023 moléculas
íons íons

anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
Massa molar
• 1 mol de duas espécies químicas diferentes, embora corresponda sempre ao mesmo número de unidades
(representado pela constante de Avogadro),­ apresenta massas diferentes, porque suas massas atômicas
são diferentes.
• Porém, a definição de mol permite estabelecer uma ­relação entre a massa de uma amostra de substância, que
pode ser medida em uma balança, e o número de espécies químicas que ela contém.
• Exemplo: combustão do enxofre.

Relação entre quantidade de matéria e quantidade em massa


das substâncias envolvidas na combustão do enxofre
Equação química S(s) + O2(g) SO2(g)
Massas atômica e
32,1 u 2 316,0 u = 32,0 u 32,1 u + 32,0 u = 64,1 u
molecular
1 mol de moléculas de SO2
1 mol de moléculas de O2 ou
ou 6,02 31023 moléculas de SO2
1 mol de átomos de S 6,02 31023 moléculas de O2 ou
Quantidade de matéria ou ou 6,02 31023 átomos de S e
6,02 31023 átomos de S 2 3 6,02 31023 átomos de O 2 3 6,02 31023 átomos de O
ou ou
2 mol de átomos de O 1 mol de átomos de S e
2 mol de átomos de O
Quantidade em massa 32,1 g de S 32,0 g de O2 64,1 g de SO2

• A massa de um mol de uma espécie química é denominada massa molar (M), expressa em g/mol (gramas por mol).

anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
Balanceamento de equações
Lavoisier e a conservação da massa
• Lei de conservação da massa ou lei de Lavoisier: em um sistema fechado, a massa dos reagentes se conserva
e é igual à massa dos produtos.
• Em uma transformação química, a matéria não se forma nem é destruída; os átomos que compõem os reagentes
interagem e se reorganizam para produzir novos materiais.
• Exemplo: síntese da água.

O
H H H H

adilson secco
O O
H H O
H H

Gás hidrogênio Gás oxigênio Água


2 mol 1 mol 2 mol
4,0 g 32,0 g 36,0 g

• A soma das massas dos reagentes (4,0 g + 32,0 g = 36,0 g) é igual à massa do produto (36,0 g).

anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
Proust e as proporções definidas
• Lei das proporções definidas ou lei de Proust: todas as reações químicas ocorrem de acordo com as proporções
definidas de reagentes e produtos, independentemente da quantidade de reagentes utilizada para a reação.
• Exemplo: síntese da água.

Dados experimentais de síntese da água

Massa em gramas Massa em gramas Massa em gramas de Massa em gramas de Massa em gramas de
Experimentos
de O2(g) de H2(g) H2O(l) O2(g) que não reagiu H2(g) que não reagiu
A 0,32 0,02 0,18 0,16 —
B 0,32 0,04 0,36 — —
C 0,32 0,06 0,36 ­—­ 0,02
D 85,0 15,0 95,6 ­— 4,4

• É possível constatar que existe uma proporção em massa entre ­reagentes efetivamente consumidos e
produtos em relação ao hidrogênio.

O2(g) + 2 H2(g) 2 H2O(l)


Experimento A 0,16 g 0,02 g 0,18 g
Experimentos B e C 0,32 g 0,04 g 0,36 g
Experimento D 85,0 g 10,6 g 95,6 g

• A proporção é 8 : 1 : 9, ou seja, 8 partes­ em massa­ de gás oxigênio reagem com uma parte em massa de
gás hidrogênio ­formando 9 partes em massa de água.

anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
A contribuição de Dalton
• A combinação entre elementos químicos pode levar à formação de diferentes compostos.
• A diferença entre compostos formados pelos mesmos elementos químicos se deve às diferentes proporções
entre esses elementos químicos.
• A combinação entre elementos químicos em um composto se dá sempre por números inteiros.
• Essas conclusões constituem a lei das proporções múltiplas ou lei de Dalton.
• Exemplo: reações de carbono com oxigênio.

2 C(s) + O2(g) 2 CO(g) C(s) + O2(g) CO2(g)

C C O

O O
C C O C O O O C O

Carbono Gás oxigênio Gás monóxido de carbono Carbono


C Gás oxigênio Gás dióxido de carbono
2 mol 1 mol 2 mol 1 mol 1 mol 1 mol
24,0 g 32,0 g 56,0 g 12,0 g 32,0 g 44,0 g

Ilustrações: adilson secco


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anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
Fórmulas químicas e o balanceamento de equações
• As reações químicas são representadas por equações que indicam, por meio de fórmulas, quais são os participantes
da reação e a proporção em quantidade de matéria (mol) entre cada um deles.
• Toda fórmula química é a representação dos átomos ou íons e suas proporções em determinada substância.
• Exemplo: fórmula molecular da glicose – C6H12O6
• Os elementos químicos presentes na molécula dessa substância são: 6 átomos de carbono, 12 átomos de
hidrogênio e 6 átomos de oxigênio.
• O índice representa a proporção entre os átomos que compõem as moléculas dessa substância.
• A fórmula CH2O, por exemplo, é ­chamada fórmula empírica ou fórmula mínima porque apresenta apenas a
proporção dos átomos (1 : 2 : 1), utilizando os menores números inteiros possíveis.
• A fórmula mínima CH2O pode representar várias substâncias diferentes, como o ácido acético (C2H4O2), o ácido
lático (C3H6O3), a glicose (C6H12O6) e outras substâncias que respeitem a proporção de átomos indicada.

anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
Coeficientes estequiométricos e balanceamento
• Quando se pretende mostrar a proporção em quantidade de matéria, em mol, entre as diversas espécies em uma
equação química, esse valor é indicado antes da sua fórmula e é denominado coeficiente estequiométrico.
• Exemplo: combustão do metano.
Coeficiente estequiométrico Coeficiente estequiométrico
1 mol de CH4 1 mol de CO2

CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(g)


Coeficiente estequiométrico Coeficiente estequiométrico
2 mol de O2 2 mol de H2O

• O valor do coeficiente estequiométrico pode ser alterado desde que todos os outros da equação também sejam
alterados pelo mesmo fator, para que a proporção entre os reagentes e os produtos permaneça constante. Esse
procedimento é denominado balanceamento.
• Exemplo: síntese da glicose – CO2(g) + H2O(g) C6H12O6(aq) + O2(g)
• 1º passo: igualar o número de átomos que estão presentes em apenas um composto em cada lado da equação.
6 CO2(g) + H2O(g) C6H12O6(aq) + O2(g)
• 2º passo: igualar o número de átomos de hidrogênio.
6 CO2(g) + 6 H2O(g) C6H12O6(aq) + O2(g)
• 3º passo: igualar o número de átomos de oxigênio.
6 CO2(g) + 6 H2O(g) C6H12O6(aq) + 6 O2(g)

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anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
Estequiometria
Prevendo a massa dos produtos de reação
• De acordo com a lei de Proust, todas as reações químicas ocorrem segundo proporções definidas de massas
de reagentes e produtos.
• Portanto, pode­‑se aplicar um cálculo proporcional para determinar a massa da substância que se espera produzir
a partir de determinada massa de reagente.
• Exemplo: produção de ferro metálico a partir de 1 tonelada de minério de ferro.

2 Fe2O3(s) + 6 C(s) + 3 O2(g) 4 Fe(l) + 6 CO2(g)


319,2 g 223,2 g
1t x

x = 0,70 t de Fe

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anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
Rendimento de uma reação química
• Devido à presença de impurezas nos reagentes ou mesmo pela eficiência de processos industriais, o rendimento
das reações químicas são inferiores a 100%.
• Exemplo: produção de ferro metálico a partir de 1 tonelada de minério de ferro.
• A quantidade de óxido de ferro presente no minério de ferro é inferior a uma tonelada, devido às impurezas
• Supondo que a porcentagem de impurezas no minério extraído de determinada jazida seja de 10%, o
rendimento da reação será de 90%.
• Quantidade teórica (rendimento teórico):

1 t de Fe2O3 0,70 t de Fe
1 t de minério
(100%) (100%)

• Quantidade real obtida (rendimento real):

90% de 1 t = 0,9 t de Fe2O3 90% de 0,70 t = 0,63 t de Fe


1 t de minério + +
10% de 1 t = 0,1 t de impurezas 10% de 0,70 t = 0,07 t de impurezas

12

anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos
Reagente limitante e reagente em excesso
• O reagente limitante determina a quantidade máxima de produto que pode ser formado.
• Exemplo: produção de ferro metálico a partir de 1 tonelada de minério de ferro.
• Quantidade de carvão (C) e de oxigênio (O2) necessários para a reação de 1 t de óxido de ferro(III):

2 Fe2O3 6C 2 Fe2O3 3 O2
319,2 g 72 g 319,2 g 96 g
1t z 1t a
z = 0,23 t a = 0,30 t

• Como a reação tem um rendimento de 90%, ou seja, apenas 90% do minério se converte em ferro metálico:

2 Fe2O3(s) + 6 C(s) + 3 O2(g) 4 Fe(l) + 6 CO2(g)


Rendimento de 100% 1t 0,23 t 0,30 t 0,70 t 0,83 t
Rendimento de 90% 0,9 t 0,21 t 0,27 t 0,63 t 0,74 t

Reagentes em excesso: C (0,02 t) e O2 (0,03 t)

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anotações em aula
Reações químicas: aspectos quantitativos

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