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UNIVERSIDADE ROVUMA

FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS, MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA


LICENCIATURA EM ENSINO DE QUÍMICA
DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL

Ligações químicas: geometria espacial, hibridação e


forças intermoleculares

 Alexido Alexandre Mussa


 Gertrudes Ercília Muacuveia

Nampula
2021
Estrutura

1. Introdução
2. Geometria molecular
3. Hibridização
4. Forças intermoleculares
6. Exercícios de consolidação
7. Referências bibliográficas
1. Introdução
3
O presente trabalho visa abordar aspectos pertinentes à ligações
químicas, concretamente, sobre a geometria espacial, forças
intermoleculares tal como a hibridação. Nos seguintes aspectos:
 Geometria espacial: modelo de repulsão dos pares eletrônicos da
camada de valência (VSEPR), regras para determinar a
geometria de moléculas e iões, modelos de geometria molecular.
 Hibridação: características do processo de hibridização e tipos
de hibridação.
 Forças intermoleculares: tipos de forças intermoleculares,
pontes de hidrogênio, forças intermoleculares e temperaturas de
fusão e ebulição.
2. Geometria molecular
4
A geometria molecular é o estudo de como os átomos estão
distribuídos espacialmente em uma molécula.
A geometria molecular é um dos fatores mais importantes
para a determinação das propriedades da substância, tais
como: polaridade, pontos de fusão e ebulição, solubilidade,
dureza, entre outras.
A disposição das ligações pode ser explicada por vários
modelos teóricos contraditórios entre si, sendo a de mais fácil
compreensão a teoria da repulsão dos pares eletrônicos da
camada de valência(VSEPR).

(Wikipédia)
2. Geometria molecular
5

Modelo de repulsão dos pares eletrônicos da camada


de valência (VSEPR)
A teoria ou método de VSEPR foi formulado em 1957
pelo cientista Ron Gillespie, com o intuito de ser
utilizada como uma ferramenta na predição da geometria
das moléculas, ou seja, a forma como a molécula está
disposta no espaço. (SANTOS, Info Escola, 2021)
2. Geometria molecular
6

Segundo o modelo RPECV:


 Todos os pares de electrões da camada de valência

ocupam espaço e se repelem;


 Ligações duplas repelem mais do que ligações

simples;
 Ligações triplas repelem mais do que ligações duplas;
 Uma nuvem eletrônica pode ser representada por uma
ligação simples, dupla, tripla ou mesmo por um par de
electrões que não estão a fazer ligação química.
(Responde Aí, 2021)
2. Geometria molecular
7

Possibilidades de correspondência de uma nuvem eletrônica

(Usberco & Edgard, 2002)


2. Geometria molecular
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Regras para determinar a geometria de moléculas e iões
 Fazer a estrutura de Lewis;
 Determinar o NCT (Número de Coordenação Total);
 Verificar o número de PL (Pares Ligantes) e o número de
PNL (Pares Não Ligantes);
 Repulsão de pares eletrônicos:
PNL–PNL > PNL–PL > PL–PL
 Repulsão quanto aos ângulos:90°>120°>180°;
 Inicialmente considerar somente as repulsões a 90°;
 Optar pela geometria onde a repulsão entre os pares
eletrônicos seja a menor possível.
(Scribd, 2013)
2. Geometria molecular
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Exemplo: H2O
Número de Coordenação Total (NCT) = número de Pares
Ligantes (PL) + número de Pares Não Ligantes (PNL) ao
redor do átomo central

NCT = PL + PNL
NCT = 2 + 2 = 4
 

• Os PNL são mais volumosos que os PL


• Somente e- das ligações σ são contados como PL
(Scribd, 2013)
2. Geometria molecular
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Modelos de geometria molecular
As principais classificações são: linear, angular, trigonal
plana, piramidal e tetraédrica; podendo existir outras
como: gangorra, bipirâmide de base triangular, geometria
forma de T.

1. Geometria molecular linear


Quando o átomo central não possui par de elétrons
emparelhados disponível. O ângulo encontrado entre os
átomos, nessa geometria, é de aproximadamente 180o.

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
11

1.Geometria molecular linear (cont.)

Exemplo: geometria de CS2

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
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2. Geometria molecular angular


Quando o átomo central possui par de electrões
emparelhados disponível. Moléculas com geometria
angular que possuem apenas um par de electrões não
ligantes no átomo central apresentam um ângulo entre os
átomos de 120o. Já as aquelas que possuem duas nuvens
apresentam um ângulo de 109o 28'.

Exemplo: A geometria de SO2

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
13

2. Geometria molecular angular (cont.)

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
14

3. Geometria molecular trigonal plana / triangular


Quando o átomo central não possui par de electrões
emparelhados disponível. O ângulo encontrado entre os
átomos, nessa geometria, é de aproximadamente 120o.
É um tipo de geometria molecular em que os átomos da
molécula ocupam os polos de um triângulo regular, esta
ocorre em moléculas tetratômicas, ou seja, que possuem
quatro átomos em sua constituição, porém o átomo
central dessa molécula não pode apresentar um par de
electrões da camada de valência não ligantes.
(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)
2. Geometria molecular
15

3. Geometria molecular triangular (cont.)


Exemplo: A geometria de BF3

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
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4. Geometria molecular piramidal / pirâmide trigonal


Quando o átomo central possui par de elétrons
emparelhados disponível.
É um tipo de geometria molecular em que os átomos da
molécula ocupam os polos de uma pirâmide regular, e
ocorre em moléculas tetratômicas, sendo que o seu átomo
central apresenta um par de electrões da camada de
valência não ligantes. O ângulo encontrado entre os
átomos dessa geometria é de cerca de 109o28'.

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
17

4. Geometria molecular piramidal (cont.)


Exemplo: A geometria de NH3

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
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5. Geometria molecular tetraédrica


Quando o átomo central não possui par de elétrons
emparelhados disponível.
É um tipo de geometria molecular em que os átomos da
molécula ocupam os polos de um tetraedro regular.
Essa geometria está presente em grupos iônicos
pentatômicos. O ângulo encontrado entre os átomos dessa
geometria é de aproximadamente 109o28'.

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
19
5. Geometria molecular tetraédrica (cont.)
Exemplo: A geometria de CH4

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
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6. Geometria molecular Octaédrica
Essa geometria aparece em moléculas ou grupos iônicos
heptatômicos, ou seja, que possuem sete átomos em sua
constituição. O ângulo encontrado entre os átomos, nessa
geometria, é de aproximadamente 90o. Exemplo: SF6

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


2. Geometria molecular
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7. Geometria molecular Bipiramidal trigonal
Essa geometria aparece em moléculas ou grupos iônicos
hexatatômicos, o ângulo encontrado entre os átomos, nessa
geometria, varia de 90º a 120o. Exemplo: PCl5

(FOGAÇA, Manual da Química, 2021)


3. Hibridização / Hibridação
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A hibridização, ou hibridação, é a teoria que explica a


mistura de orbitais atómicos (OAs) com energias
semelhantes, dando origem a novos OAs com energia e
valor intermediário com relação aos valores dos orbitais
atômicos originais.

Características do processo de hibridização


 Ocorre entre orbitais não equivalentes. Os orbitais que
não são puros, sua forma será geralmente diferente das
formas puras;

(DIAS, Manual da Química, 2021)


3. Hibridização / Hibridação
23

Características do processo de hibridização (cont.)


 O número de orbitais híbridos que se forma é igual ao
número de orbitais atômicos que participa do processo
de hibridização;
 O processo de hibridização necessita de energia
inicial; no entanto, na formação de ligações químicas,
a liberação de energia é superior à absorção de
energia;
 As ligações covalentes formam-se através da
sobreposição espacial (coalescência) de orbitais
híbridos, ou entre orbitais híbridos e orbitais puros
(DIAS, Manual da Química, 2021)
3. Hibridização / Hibridação
24

Geralmente o fenômeno da hibridização ocorre na


seguinte sequência:
 O átomo recebe energia do meio externo;
 Os electrões dos orbitais mais externos absorvem
essa energia;
 Automaticamente, esses electrões são excitados;
 A tendência é que um electrão saia de um orbital
completo e ocupe um orbital vazio;
 Por fim, os orbitais incompletos unem-se.
(DIAS, Manual da Química, 2021)
3. Hibridização / Hibridação
25

Tipos de hibridização / hibridação


Para o carbono existem três tipos de hibridização, que
são: sp3, sp2 e sp.

1. Hibridização do tipo sp3

Ocorre em qualquer molécula na qual o carbono efectua


quatro ligações sigma e é resultado da “mistura” de
orbitais atômicos puros.

(FOGAÇA, Brasil Escola, 2021)


3. Hibridização / Hibridação
26

Tipos de hibridização / hibridação (cont.)


1. Hibridização do tipo sp3

(FOGAÇA, Brasil Escola, 2021)


3. Hibridização / Hibridação
27

Tipos de hibridização / hibridação (cont.)


2. Hibridização do tipo sp2
A hibridização do carbono do tipo sp2 ocorre quando ele
apresenta uma ligação dupla e duas ligações simples ou
uma ligação pi (π) e três ligações sigma (σ). Na
realidade, a hibridização sp2 é ocasionada entre os
átomos que estabelecem a ligação dupla.

(FOGAÇA, Brasil Escola, 2021)


3. Hibridização / Hibridação
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Tipos de hibridização / hibridação (cont.)


2. Hibridização do tipo sp2

(FOGAÇA, Brasil Escola, 2021)


3. Hibridização / Hibridação
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Tipos de hibridização / hibridação (cont.)


3. Hibridização do tipo sp
A hibridização do carbono do tipo sp acontece
somente quando ele realiza duas ligações pi (π) e duas
ligações sigma (σ). Há nesse caso, duas possibilidades:
o carbono pode fazer duas ligações duplas ou uma
ligação simples e uma tripla.

(FOGAÇA, Brasil Escola, 2021)


3. Hibridização / Hibridação
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Tipos de hibridização / hibridação (cont.)


3. Hibridização do tipo sp

(FOGAÇA, Brasil Escola, 2021)


4. Forças intermoleculares
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As forças intermoleculares e os estados físicos


As interações de moléculas decorrem da existência de
forças denominadas intermoleculares; tais interações
estão relacionadas com as mudanças de estado físico
da matéria, conforme ilustrado o esquema abaixo:

(Usberco & Edgard, 2002)


4. Forças intermoleculares
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As forças intermoleculares são as formas como as


moléculas dos compostos formadas por ligações
covalentes interagem entre si. E são genericamente
denominadas por forças de Van der Waals em
homenagem ao físico holandês Johannes Van der Waals
que, em 1873, propôs a existência dessas forças. As
atrações existem tanto em substâncias formadas por
moléculas polares como por moléculas apolares, mas
nessas últimas a explicação foi dada por Fritz London
apenas em 1930.
(Usberco & Edgard, 2002)
5. Forças intermoleculares
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Tipos de forças intermoleculares
1. Forças dipolo induzido-dipolo induzido (força de
dispersão de London): essas forças ocorrem em todos os
tipos de moléculas, mas são as únicas que acontecem entre as
moléculas apolares.

Quando essas moléculas estão no


estado sólido ou líquido, devido à
proximidade existente entre elas,
ocorre uma deformação momentânea
das nuvens eletrônicas, originando
pólos (positivo e negativo).
Ex: H2, O2, F2, Cl2, CO2, CH4, C2H6

(Usberco & Edgard, 2002)


5. Forças intermoleculares
34
Tipos de forças intermoleculares
2. Forças dipolo permanente-dipolo permanente ou
dipolo-dipolo: esse tipo de força intermolecular é
característica de moléculas polares, e cujas suas interações são
mais acentuadas no estado sólido.

Alguns exemplos de substâncias


polares em que suas moléculas
interagem por dipolo-dipolo:
HCl, HBr, H2S, CO, HCCl3, SO2

(Usberco & Edgard, 2002)


5. Forças intermoleculares
35
Tipos de forças intermoleculares
3. Forças de pontes de hidrogênio
A ponte de hidrogênio, por ser muito mais intensa, é um
exemplo extremo da interação dipolo-dipolo e ocorre
mais comumente em moléculas que apresentam átomos
de hidrogênio ligados a átomos de flúor, oxigênio e
nitrogênio, os quais são altamente eletronegativos e, que,
por isso, originam dipolos muito acentuados.

(Usberco & Edgard, 2002)


5. Forças intermoleculares
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Tipos de forças intermoleculares
3. Forças de pontes de hidrogênio (cont.)
Exemplo: As pontes de hidrogênio existentes entre as
moléculas de H2O

(Usberco & Edgard, 2002)


5. Forças intermoleculares
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Forças intermoleculares e temperaturas de fusão e
ebulição
Para comparar as temperaturas de ebulição de diferentes
substâncias, devemos considerar dois factores principais
nomeadamente:
 Em moléculas com tamanhos aproximadamente iguais:
quanto maior a intensidade de interação, maior a sua TE.

 Em moléculas com mesmo tipo de interação: quanto maior


o tamanho da molécula, maior a sua TE.
(Usberco & Edgard, 2002)
6. Exercícios de consolidação
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Questões

1. Determine o tipo de hibridização do átomo central (sublinhado) e a respectiva


geometria molecular de cada uma das seguintes moléculas abaixo:

a) PCl5 b) SF6

2. Indique a força intermolecular predominante (dipolo-dipolo, ligação de H, dispersão de


London) em cada um dos seguintes compostos:

a) C2H2 b) HF c) Br2 d) CO2 e) CH4 f) HO-OH g) CCl4 h) N2

3. Qual o tipo de ligação intermolecular existente no acetileno?

4. Qual é a geometria das seguintes moléculas ou iões? Identifique apenas o tipo de


hibridização do átomo central (sublinhado) da molécula da alínea b).
a) SO3 b) BeF2
6. Exercícios de consolidação
39
Respostas
1. a) PCl5 - A hibridização é do tipo sp3d, e a sua geometria é
bipirâmide trigonal.
b) SF6 - A hibridização é do tipo sp3d2, e a sua geometria é
bipirâmide quadrangular.
2. a) C2H2  dispersão de London
b) HF  ligação de Hidrogénio
c) Br2  dispersão de London
d) CO2  dipolo-dipolo
e) CH4  dispersão de London
f) HO-OH  ligação de hidrogênio
g) CCl4  dispersão de London
h) N  dispersão de London
6. Exercícios de consolidação
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Respostas
3. O acetileno nada mais é que o etino, e o tipo de ligação
intermolecular deste é a força de dispersão de London (dipolo
induzido-dipolo induzido).

4. a) SO3  geometria trigonal plana.


b) BeF2  a geometria é do tipo linear e a hibridização é do
tipo sp.
7. Referências bibliográficas
41
1. SALVADOR, Edgard; USBERCO, João. Química volume único. 5ª edição reformulada. São
Paulo. Editora: Ebe Christina Spadaccini. 2002. Pp112-122.
2. CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth. Química. 11ª edição. São Paulo. Editora Verônica de
Abreu Amaral. 2013. Pp414-467
3. FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Hibridização do tipo sp. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/hibridizacao-tipo-sp.htm. Acesso em 29 de outubro de 2021.
4. FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Geometria molecular. Manual da Química. Disponível em:
https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/geometria-molecular.htm. Acesso em 29 de
outubro de 2021.
5. DIAS, Diogo Lopes. Hibridização. Manual da Química. Disponível em:
https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/hibridizacao.htm. Acesso em: 29 de outubro de
2021
6. Wikipédia. Geometria molecular. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria_molecular. Acesso em: 28 de outubro de 2021
7. SANTOS, Luiz. Teoria VSEPR. Info Escola. Disponível em:
https://www.infoescola.com/quimica/teoria-vsepr/. Acesso em: 27 de outubro de 2021
8. Responde aí. Modelo VSEPR/RPECV. Disponível em:
https://www.respondeai.com.br/conteudo/quimica/ligacoes-quimicas/modelo-vsepr-rpecv/1240.
Acesso em: 28 de outubro de 2021
.

Obrigado pela atenção!

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