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12/06/2023

MÓDULO 3
PERCEPÇÕES SOBRE OS ADOÇANTES

Aula 11
As novas recomendações da OMS
sobre adoçantes

Dra. Leila Hashimoto

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AGENDA

• Novo posicionamento da OMS sobre adoçante para perda de peso (2023)

• Revisão sistemática publicada em 2022

• Análise crítica e detalhada sobre os dados disponíveis

• Mensagens chaves

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• Publicada em 15 de maio de 2023

• Diretriz sobre o uso de adoçantes não calóricos para reduzir o ganho


de peso não saudável e doenças crônicas não transmissíveis
relacionadas à dieta em adultos e crianças.

• “A orientação nesta diretriz não se baseia em avaliações toxicológicas


da segurança de adoçantes sem açúcar e, portanto, não se destina a
atualizar ou substituir a orientação sobre níveis seguros ou máximos de
ingestão estabelecidos”

Disponível em: www.who.int/publications/i/item/9789240073616


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O que diz o novo


posicionamento da OMS?
Todos os edulcorantes são seguros e esse documento não se
destina a questionar a segurança e os níveis máximos ingestão
estabelecidos pelo JECFA/FAO/OMS anteriormente

OMS não recomenda o uso de adoçantes para perda de peso e


doenças crônicas não transmissíveis a LONGO PRAZO

Aborda que o uso de adoçante não é uma estratégia única e


obrigatória para redução do peso corporal

Reforça que os hábitos alimentares e de estilo de vida saudáveis


devem ser integrados para atingir o objetivo de perda de peso e
redução do risco de doenças crônicas

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Contexto
• NUGAG foi criado em 2010

• Objetivo: Desenvolver e implementar ações políticas eficazes


para promover dietas saudáveis, a fim de melhorar a nutrição e
atingir as metas de saúde pública.

• Pauta Edulcorantes: desde 2018 Nutrition Guidance Expert


Advisory Group (NUGAG) -
• Acompanhamento dos estudos científicos sobre o tema ao Grupo Consultivo de
Especialistas em
longo do tempo.
Orientação Nutricional

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• Primeira revisão sistemática e metanálise encomendada pela


OMS sobre o uso de edulcorantes na saúde

• Esse estudo forneceu informações sobre edulcorantes para


futuras ações de especialistas em saúde.

• Coletadas recomendações relevantes para melhor interpretação


dos estudos: tipo de estudo, duração adequada do estudo, tipo
de população avaliada, variáveis de confusão, etc

External use permitted BMJ. 2019 Jan 15;364:l156. doi: 10.1136/bmj.l156. Erratum for: BMJ. 2019 Jan 2;364:k4718.

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Revisão sistemática e metanálise sobre


o uso de adoçantes na saúde (2022)

• Publicação encomendada pela OMS sobre o tema e atualização dos


resultados observados no estudo de Towels et al. (2019).

• Incluídos 283 estudos publicados até julho de 2021

• Tipos de estudos incluídos: ensaios clínicos randomizados, estudos de


coorte prospectivos e estudos de caso-controle

• Avaliação dos efeitos quanto a: adiposidade, risco de doenças (diabetes


tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer, doença renal crônica),
mortalidade por todas as causas, comportamento alimentar, cáries
dentárias, entre outros.

210 páginas
Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240046429
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O tipo de estudo determina as


conclusões possíveis no estudo

OBSERVACIONAIS INTERVENCIONAIS

Estudo de caso Transversal Longitudinais Coorte Ensaios clínicos


randomizados

Conclusões Associações entre as variáveis de estudo. Geram respostas diretas


possíveis Não é capaz de esclarecer CAUSA e EFEITO à pergunta do estudo

ESTUDO DESCRITIVO ESTUDO ANALÍTICO


Geram hipóteses Comprovam hipóteses

External use permitted Kendall, JM. Emerg Med J 2003; 20:164-8.

Limitações dos tipos de estudos

OBSERVACIONAIS INTERVENCIONAIS

• Não testam causa e efeito • Maior custo


• Associações identificadas podem ser difíceis • Dificuldade na coleta de dados
de interpretar • Conclusões dependentes do tempo
• Sujeito a influência de fatores e do ambiente de avaliação (em geral, são de curto
onde o indivíduo vive no momento da prazo)
pesquisa (ex: uso de adoçantes, nível de • Poucos indivíduos
atividade física, uso de medicamentos, etc)

External use permitted Kendall, JM. Emerg Med J 2003; 20:164-8.

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Revisão sistemática e metanálise sobre


o uso de adoçantes na saúde (2022)

Em estudos randomizados
e controlados de curto
prazo, o uso de adoçante
não calórico REDUZIU o
peso corporal e IMC
quando utilizado em
substituição do açúcar

Redução da ingestão
calórica

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Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240046429

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Revisão sistemática e metanálise sobre


o uso de adoçantes na saúde (2022)
Índice de Massa Corpórea

Maior ingestão de adoçantes não


calóricos foi associada a um
aumento de 0,14 kg/m2 no IMC e
a um aumento de 76% no risco de
incidência de obesidade, de
acordo com estudos de coorte

Pontos de atenção:
• O estudo já incluía pessoas com excesso de peso, que poderiam ter escolhido usar
adoçantes para redução da ingestão calórica e consequentemente de peso
(CAUSALIDADE REVERSA)
• Baixo nível de certeza (“very low” e “low”) não devem ser utilizados para estabelecer uma
conclusão definitiva sobre o tema
• Não foram levados em consideração outros fatores que afetam o peso: consumo calórico
total, consumo de gorduras saturadas, inatividade física, etc.

External use permitted Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240046429

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Revisão sistemática e metanálise sobre


o uso de adoçantes na saúde (2022)
Risco de doenças cardiovasculares
Esse resultado pode ser
explicado novamente pela
causalidade REVERSA:

Pessoas que já tem risco


cardiovascular e de diabetes
tipo 2 começaram a
substituir açúcar por
adoçante para melhora
Risco de diabetes tipo 2 metabólica e isso deu uma
ASSOCIAÇÃO significativa.

NÃO indica causa e efeito

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Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240046429

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Conclusões da metanálise
• “Os resultados desta revisão sugerem que, em ensaios clínicos randomizados
de curto prazo, aqueles que consumiram edulcorantes tiveram menor peso
corporal e IMC do que aqueles que não consumiram NSS, particularmente
quando em comparação com açúcares”. Portanto, os edulcorantes podem
ser eficazes em auxiliar na perda de peso a curto prazo quando seu uso leva a
uma redução na ingestão total de energia.

• Os estudos de coorte prospectivos sugerem a possibilidade de efeitos


negativos no aumento do risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças
cardiovasculares. PORÉM, é “necessário para determinar se as associações
observadas são genuínas ou resultado de causalidade e/ou confusão
residual”

ISBN: 978-92-4-004642-9

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Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240046429

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O que dizem outras entidades?

“Adoçantes continuam a ser opções seguras e


Salienta que os resultados a partir dessa eficazes para o gerenciamento de doenças não
revisão sistemática só poderiam sugerir uma transmissíveis, como diabetes, doenças cardíacas e
recomendação condicional quanto ao uso obesidade. Os edulcorantes fornecem uma maneira
de edulcorantes na perda de peso e das pessoas desfrutarem de alimentos e bebidas
redução do risco de DCNT, que não é adoçados com menos açúcar e menos calorias. A
cientificamente rigorosa e se baseia em obesidade e outras doenças não transmissíveis são
evidências com baixo nível de certeza. condições multifatoriais, com várias abordagens e
ferramentas disponíveis para abordá-las”

https://www.sweeteners.org/isa-response-to-who- https://caloriecontrol.org/low-and-no-calorie-sweeteners-continue-to-be-safe-and-
guideline-on-low-no-calorie-sweeteners/ effective-options-for-managing-non-communicable-diseases-like-diabetes-heart-
disease-and-obesity/
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A diretriz da OMS é alinhada com uma


agenda maior de ações de promoção à
saúde pública

Tem como objetivo incentivar a alimentação mais


saudável e natural possível

Incentivo para aumento da ingestão de água, e não


substituição de água por bebidas adoçadas com
edulcorantes

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Mensagens chaves
• A recomendação da OMS sobre adoçantes para perda de peso é condicional, ou seja, o nível de
evidência é baixo ou muito baixo e não pode indicar com certeza de que é a melhor
recomendação. Requere discussão futura com novos dados de melhor evidência.

• Com base em estudos randomizados controlados, os edulcorantes se mostraram eficazes em reduzir


o peso corporal e IMC, assim como controle de glicemia e de insulina, prevenção de cáries dentárias
e outros benefícios metabólicos à curto prazo.

• Os efeitos dos edulcorantes à longo prazo ainda são controversos e necessitam ser melhor explorados
em estudos bem delineados, controlados e randomizados. Estudos observacionais não são capazes
de esclarecer relações de causa e efeito e devem ser cuidadosamente avaliados.

• A redução de peso e do risco de doenças metabólicas deve integrar hábitos alimentares saudáveis,
redução da ingestão de açúcares, prática regular de atividade física, controle do sono e do estresse.

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@draleilahashimoto.nutri

OBRIGADA! contato@leilahashimoto.com

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ORGANIZAÇÃO

PATROCÍNIO

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