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Estudo de caso
Com base nessa situação, quais são as evidências científicas na indicação da vacina contra a
dengue? Como o médico pode afirmar que a vacina da dengue disponível não é indicada às
pessoas que nunca foram infectadas?
Resposta: Baseado nas evidências (segurança, efetividade, eficiência e eficácia) o médico
informou que a vacina não é apropriada para quem não teve contato com um dos 4 sorotipos
do DENV.
A vacina da dengue, que possui os quatro sorotipos na sua forma atenuada, sendo utilizada em
pessoas que já entraram em contato com o vírus.
Pesquisadores relatam casos de dengue desde o início do século 20. O vírus possui quatro
sorotipos, DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, com um período de incubação de quatro
a 10 dias. Uma pessoa pode entrar em contato com os quatro sorotipos. Quando ocorre a
infecção por um subtipo, o organismo desenvolve imunidade. Os pesquisadores alertam que a
segunda infecção por outro sorotipo da dengue costuma ser mais grave; logo, há um
significativo engajamento, principalmente dos órgãos públicos de saúde, em campanhas e
visitas por agentes de saúde, para evitar a proliferação de mosquitos, vetores do vírus. Agora,
reflita: qual é a importância de ter o maior número de informações a respeito da ação de um
micro-organismo?
Em comunicado de 29 de novembro de 2017, a Anvisa relatou que a vacina não deve ser
aplicada em indivíduos soronegativos e registrou as modificações pertinentes em sua bula.
Estudos feitos pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, fabricante da Dengvaxia, mostraram
que a vacina causou aumento do risco de dengue severa e de hospitalização em quem nunca
teve a doença.
Dessa forma, a imunização torna-se uma aliada a mais na profilaxia, estando indicada
atualmente para indivíduos sabidamente já expostos e que vivem em áreas endêmicas, não
sendo recomendada para os não expostos. Os que iniciaram e não completaram o esquema
devem ser analisados individualmente. Programas públicos de vacinação devem avaliar risco-
benefício, de acordo com a endemicidade.
A utilização de um tratamento que apresenta evidências científicas para uso está direcionada,
especificamente, a: segurança, efetividade, eficiência e eficácia. Veja os detalhes de cada um
desses aspectos a seguir.
De acordo com esses aspectos, para uma eficiente utilização dos conceitos da MBE, é
necessário realizar a comparação de uma determinada intervenção com um grupo-controle.
Assim, é possível comprovar a eficácia do tratamento para uma doença ou, ainda, corroborar
o desenvolvimento de estudos mais aprofundados por parte da comunidade científica. O
grupo-controle não receberá a intervenção que será utilizada para teste, dessa forma, ele
poderá receber um tratamento convencional, um placebo ou, até mesmo, nenhuma
intervenção. O grupo-controle será constituído por um conjunto de pessoas que são utilizadas
como parâmetros para comparação do grupo de interesse. Caso seja possível verificar
diferenças entre os resultados, há fortes indícios de que o tratamento de interesse foi efetivo,
considerando que as demais variáveis entre os grupos foram idênticas.
Conforme o delineamento dos diferentes estudos, surgem diferentes níveis de evidências, que
são hierarquizados em ordem de importância e de qualidade.
1. Revisões sistemáticas.
2. Ensaios clínicos randomizados.
3. Estudos de coorte.
4. Estudos de caso-controle.
5. Série de casos, relato de caso e opinião de especialistas a partir de pesquisas in vitro e
pesquisas in vivo com a utilização de animais.
De acordo com El Dib (2014), a partir do sistema grade, a qualidade da evidência pode ser
classificada em quatro níveis:
A. alta;
B. moderada;
C. baixa;
D. muito baixa.
Você já deve ter percebido que uma nova prática na área da saúde tem se desenvolvido, de
maneira significativa, e recebido um grande destaque. Trata-se da medicina de precisão, que
busca promover um tratamento individualizado para o paciente, de acordo com as
características biológicas deste. A medicina personalizada oferece ao paciente um
medicamento preciso, com dose exata, atuando no momento certo, como prática mais
eficiente e auxiliando na redução dos custos da atenção médica. Essa prática é polêmica e
ainda se encontra em estágios iniciais, mas há grandes expectativas em torno do potencial de
novas tecnologias genômicas na promoção de tratamentos e, até mesmo, de prevenção de
doenças mais complexas (IRIART, 2019).
Para o desenvolvimento das pesquisas na área da saúde, é fundamental que sejam realizadas
pesquisas que comprovem a indicação de um tratamento, um diagnóstico ou o
desenvolvimento de uma vacina. Vale afirmar que a vacina passa pela realização de ensaios
clínicos para a verificação da sua eficácia, podendo levar anos para que possa ser
disponibilizada à população. A partir das evidências encontradas, é necessário realizar uma
análise crítica dos resultados, pautando-se sempre em análises estatísticas para auxiliar na
tomada de decisão. Assim, caso possa ser verificado o risco da administração do tratamento
em determinado parâmetro, será possível suspender o uso ou realizar experimentos utilizando
diferentes variáveis.
Referências Bibliográficas
Silva Jr., Jarbas Barbosa daTuberculose: Guia de Vigilância Epidemiológica. Jornal Brasileiro
de Pneumologia [online]. 2004, v. 30, suppl 1 [Acessado 11 Abril 2022], pp. S57-S86.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1806-37132004000700003>. Epub 04 Out 2004.
ISSN 1806-3756. https://doi.org/10.1590/S1806-37132004000700003.