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A POLITÉCNICA
GUIA DE ESTUDO
EMPREENDEDORISMO E CRIATIVIDADE
Curso de Gestão de Empresas
UNIDADES TEMÁ TICAS
O Comportamento do Empreendedor..........................................................1
1. O COMPORTAMENTO DO EMPREENDEDOR
Adaptado de Silvia Denise dos Santos Bizinoto
Mas, o que é empreendedor? Embora não seja fácil dizer de onde veio o termo
´empreendedor`, acredita-se que tenha surgido na França por volta dos séculos
XVII e XVIII. Mais especificamente, é usado para identificar indivíduos
ousados que estimulam o progresso económico procurando novas e melhores
formas de fazer as coisas. Sob este aspecto, podemos dizer que Cristóvão
Colombo foi um grande empreendedor quando realizou sua jornada que culminou
com o descobrimento da América. Este exemplo é apenas para demonstrar que
sempre existiram empreendedores, ou seja, pessoas com uma visão que a fizeram
acontecer. Assim como sempre existiram executivos e também os génios criativos.
Mais à frente retomaremos o caso de Cristóvão Colombo.
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Antes de buscar as respostas, convido-o a fazer uma pequena viagem através da
biografia de Cristóvão Colombo, olhando-a como a experiência de um grande
empreendedor. O texto que vai ler foi inspirado no documentário apresentado no
canal The History Chanel, da Discovery Chanel, no dia 17 de setembro de 2005.
Cristóvão Colombo nasceu em Itália, no ano 1451. Marinheiro desde sua infância
ele transformou-se num cartógrafo brilhante. Na época em que os portugueses
buscavam encontrar, através das grandes navegações, a rota para as Índias,
seguindo pelo extremo-sul de África, Colombo tinha a certeza de que existia um
percurso mais curto em direção ao Ocidente; contudo, precisaria de apoio para
provar a sua teoria.
Após seis anos em busca de apoio, ele finalmente encontrou-o no Rei Ferdinando e
na Rainha Isabel, da Espanha. Partiu para o mar, em 1492, numa singela
embarcação de 100 toneladas, com 52 homens. A Santa Maria era seguida por duas
outras embarcações ainda menores do que ela: uma, de 50 toneladas, e outra, de 40
toneladas.
Escolheu e reuniu pessoalmente as pessoas que seguiriam com ele, rometeu gordas
recompensas, as quais ele mesmo exigiu do rei da Espanha.
Ao final, Colombo não encontrou um novo caminho para as Índias, mas, encontrou
um continente, o que não era pouco para a época ou para qualquer tempo.
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Quando está a planear, o seu comportamento é de quem:
busca informações;
estabelece metas;
planeja e monitora sistematicamente suas ações.
E você, tem um plano de vida? Quando esta pergunta é feita num local
com muitas pessoas, em geral, a resposta da maioria é “não”, embora
muitas dessas pessoas possuam uma visão sobre seu futuro, mas não a
registam e, se não está documentado não é um instrumento de conquista
do sucesso pessoal. Poucas são as pessoas que param para reflectir
sobre o assunto, pois traçar metas de vida significa assumir compromisso
consigo mesmo. Dificilmente alguém conceberia a ideia de uma empresa
funcionar sem planeamento formal, documentado, que a leve ao seu
desenvolvimento. Assim como as empresas, qualquer pessoa, para
alcançar o sucesso, a realização pessoal e profissional, precisa ter um
planeamento de metas, registado de forma clara, com datas, prazos, ações
e especificações detalhadas para tudo o que se deseja alcançar. A partir
de agora você assume o “leme” de sua vida.
Esse plano de vida é entendido como peça chave para a busca do
sucesso, de PEP – Plano Estratégico Pessoal. O PEP é um método de
organização que engloba técnicas de mudanças interiores, posturas e
hábitos relacionados à gestão de vida. A aplicação desta ferramenta
possibilita uma maior organização pessoal, potencialização da utilização
do tempo e dos recursos pessoais, assim como o desenvolvimento de
habilidades pessoais e redução de hábitos negativos.
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o processo que resulta num produto novo, que é aceite como útil, e/ou
satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no
tempo”. (ALENCAR, 2003, p. 58)
Ao longo dessa fala inicial, você deve ter percebido que o empreendedor possui
características peculiares, dentre as quais podemos destacar:
não fica à espera que outras pessoas façam por ele, tem iniciativa;
acredita no seu potencial, possui auto-confiança;
aceita o risco como parte de qualquer negócio;
toma decisões e assume as consequências;
acredita na força do trabalho em equipa;
é optimista e persistente, não desiste facilmente de procurar as suas
realizações.
Assim como as empresas, uma pessoa deve planear sua carreira, valendo-
se de técnicas apropriadas para isso. O plano estratégico pessoal permite
que o planeador conheça, entre outras coisas, os seus pontos positivos e
oportunidades que devem ser expostos e divulgados, além de identificar as
fragilidades, pontos que precisam ser melhorados e/ou eliminados para o
melhor desempenho pessoal e profissional.
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dispensado ao planeamento seja o mesmo que seria dado a uma
organização, porém, poderá escolher outro nome para o seu negócio.
Etapa 03 - Missão
Uma maneira que pode ser usada como complemento para encontrar a
sua missão é responder à pergunta: por que simplesmente não paro de
estudar, vendo os livros e fico com o dinheiro? Será que é isso mesmo que
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quer? Será uma pessoa realizada agindo dessa maneira? A maior parte
das pessoas é motivada a aprender e a participar das coisas que estão à
sua volta por estar comprometida com a missão, que não pode ser,
somente, ganhar dinheiro. Se a pessoa acredita que o seu único objectivo
é ganhar dinheiro, deixará de assumir compromissos pautados na ética e
na construção de uma sociedade melhor. As pessoas existem por razões
mais fundamentais.
Exemplo de missão:
“A minha missão é viver em paz e gerar prosperidade espiritual
e material para mim, a minha família e as pessoas ao meu redor,
com exemplos, comportamento amoroso e centrado na busca da
excelência pessoal e profissional”.
Você deve citar aqui quais valores que são importantes para a sua vida.
Exemplos de Princípios:
• Trabalho pautado na ética;
• Amizade;
• Respeito às limitações do próximo.
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obrigatoriamente você deve procurar estratégias para melhorá-los,
tornando-se, assim, uma pessoa mais competitiva e preparada para o
mercado de trabalho e para a vida. Já os pontos positivos indicam as
oportunidades que não podem ser dispensadas, caso sejam identificadas.
Use o quadro, a seguir, para registar os pontos positivos e os pontos a ser
melhorados. Registe, pelo menos, quatro pontos de cada item.
Etapa 06 - Visão
Exemplos de Visão:
• Da empresa XYZ,Lda: “Ser percebida como a marca mais saborosa deste
e do próximo milénio”.
• De um aluno do curso presencial de Gestão: “Ser conhecido como um
gestor capaz de resolver os problemas organizacionais, aos quais se
propõe”.
• De um canal televisivo: “Contagiar com entusiasmo e bom humor
audiências de todo o país”.
Etapa 07 - Objectivos
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Cada objectivo proposto precisa ser SMART.
Ideia x Oportunidade
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Vamos retornar à nossa conversa sobre empreendedorismo? Esta nova
etapa é um pouco mais prática do que a anterior e vai exigir que
desenvolva actividades que, de certa forma, são características de uma
pessoa já actuante no mercado. Mas, com persistência e autoconfiança
acreditamos que vencerá mais este valioso desafio.
Uma ideia espectacular por si só pode não ter utilidade alguma. Uma ideia
completamente nova só é nova até chegar ao mercado, logo passa a ser conhecida
por todos e passível de cópias. Como esclarece Dornelas (2005, p. 54.) “ideias
revolucionárias são raras, produtos únicos não existem e concorrentes com certeza
existirão”.
De onde surgem as ideias? As ideias podem originar de duas fontes primárias. Elas
podem surgir de sonhos ou de oportunidades. Muitos empreendedores sonham com
um novo negócio, sonham em mudar de vida, abrir uma empresa, realizar algo
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diferente, vivenciar aquilo que foi visualizado, que foi sonhado. É o desejo de fazer
o diferente, “realizar o sonho”, que às vezes, está em nosso íntimo, vem da
infância, e fica “borbulhando” no nosso inconsciente aguardando o momento certo
de vir à tona e tornar-se realidade.
O sonho pode ser definido como sendo uma construção mental daquilo que se quer
ou daquilo que se pretende alcançar. Certa vez, um pensador disse que “o sonho é a
esperança do homem acordado”.
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Observe o seguinte caso:
Ernesto Igel foi um brasileiro que entrou no mundo dos negócios depois de um
incidente. O dirigível Zeppelin, que tinha os seus vôos programados para o Brasil,
explodiu. Com ele, sobraram alguns campos de aterragem e depósitos de gás que
abasteciam o dirigível. inguém sabia o que fazer com todo aquele combustível.
Igel percebeu a oportunidade por trás do problema. Pensou em engarrafar o gás
em cilindros de metal para abastecer fogões domésticos. Era uma alternativa
higiénica para os tradicionais fogões a lenha ou a carvão. Barreiras não faltaram:
não havia fogões adequados no mercado para o uso do combustível e as pessoas
imaginavam que a botija de gás era uma bomba dentro de casa. Para contornar
essas barreiras, Igel não somente engarrafou o gás – pela Ultragaz – como
também produziu os fogões, vendendo-os numa cadeia de lojas, criando, assim, a
Ultralar. Foi por meio dessas iniciativas que surgiu o Grupo Ultra, cuja estratégia
global mudou completamente a figura do grupo empresarial, um dos maiores do
país (Chiavenato, 2004, p.51).
Você deve ter percebido no caso relatado que, enquanto todas as pessoas da época
viam somente um grande problema, o Sr. Ernesto Igel identificou uma
oportunidade, trabalhou a percepção dos futuros consumidores, anulando a visão
pejorativa que existia em relação à botija de gás.
Já vimos como surgem as ideias. Entretanto, devemos trabalhar essa ideia fazendo
com que esta se torne um conceito, que posteriormente dará origem a um produto.
Para que uma ideia se torne conceito, há necessidade de definir de forma clara e
objectiva como será o produto que iremos criar, qual será sua função, qual será seu
propósito e quais serão seus benefícios. Conforme pode ser observado na figura 1.
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Vamos imaginar uma empresa que proporciona férias com aventura aos
seus clientes. Essa empresa, visando expandir a sua clientela, pretende
atender um grupo mais jovem do que atende actualmente. A ideia,
portanto, é proporcionar férias de aventura para crianças de 10 a 12 anos.
Para colocar essa idéia em prática, transformá-la em produto, há
necessidade de elaborar uma declaração de conceitos, especificando o
propósito, a forma, a função, o objectivo e os benefícios que esse novo
produto irá proporcionar ao mercado (Slack, 1999, p.122.). Observe a
figura 2.
Caso o conceito do produto não passe pelo teste da utilidade e/ou pelo
teste de mercado, o empreendedor deverá repensar seus conceitos, para
poder modelar um novo produto.
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Figura 2 – Transformando idéia em conceito – férias de aventura
Fonte: Slack, 1999, p. 123.
Para muitos, o principal negócio de uma empresa é gerar lucro para o seu
proprietário ou para os seus acionistas. Porém, o principal negócio de uma
empresa é gerar produtos para satisfazer as necessidades dos seus
clientes.
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financeira. (Chiavenato, 2004, p.22) Entretanto, a palavra ‘negócio’, possui
um sentido mais amplo, uma vez que o produto produzido envolve factores
tangíveis e intangíveis, valores, status, e demais conceitos intrínsecos ao
produto.
Exemplo:
• A empresa Xerox tem como principal produto as suas máquinas
fotocopiadoras. O seu negócio é “ajudar a promover a produtividade nos
escritórios”.
• A UNIMED vende planos de saúde. O seu negócio é “garantir a sua
saúde”.
• A Avon fabrica cosméticos. O seu negócio é “vender beleza”.
Planeamento de um negócio
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Acredita-se que a ausência de planeamento seja um dos factores
responsáveis pelo não sucesso de novos empreendimentos. Dessa forma,
o empreendedor deve utilizar técnicas administrativas para elaboração de
um Plano de Negócio detalhado, pensando, de facto, sobre seu negócio,
verificando a viabilidade de sua realização.
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Vamos, agora, preparar-nos para a apresentação do plano de negócios. A
partir do plano de negócios é possível desenvolver uma apresentação da
ideia de negócio, descrever as oportunidades percebidas, identificar as
ameaças existentes e como enfrentá-las e ainda preparar uma exposição
oral e escrita aos parceiros em potencial.
Passo 1
Descrever e apresentar a oportunidade que deseja perseguir ou o problema a
ser resolvido; quais os motivos que levaram o expositor a iniciar o negócio; e
quanto tempo é necessário para colocar o negócio em prática.
Passo 2
Demonstrar quais os principais resultados que serão obtidos a partir do
negócio.
Passo 3
Apresentar quais são os principais benefícios e os principais beneficiados.
Alguns exemplos de benefícios: aumento dos lucros; corte nos custos;
melhoria do ambiente de trabalho; dinamização dos processos
organizacionais; entre outros. Alguns exemplos de beneficiados: o cliente;
os colaboradores da organização; a comunidade local; etc.
Passo 4
Definir e esclarecer os recursos necessários para implementação do projecto.
Custos envolvidos e fonte de recursos; recursos humanos e habilidades
necessárias; recursos tecnológicos e como serão encontrados;
e outros específicos de cada negócio.
Passo 5
Se o negócio já possui alguns sponsors (defensores / apoiadores /
conselheiros) real ou em potencial, apresentar e esclarecer o tipo de
apoio esperado deles.
Passo 6
Identificar os riscos envolvidos na implantação do negócio e o
meio com que serão administrados.
Uma boa apresentação deve ser breve, clara, convincente e focada nos objectivos.
A preparação adequada de uma apresentação oral é essencial para que o
empreendedor consiga o apoio necessário à implementação dos projectos (planos
de negócios).
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Uma boa comunicação, além de todas as habilidades requeridas dos
empreendedores, constitui apenas uma parte das exigências que o mercado de
trabalho e de negócios tem exigido de profissionais e empresas. Uma postura
socialmente correta pode ser considerada como um divisor de águas entre as
empresas que terão e as que não terão chances de sucesso no futuro. Para melhor
elucidação desse assunto, prossiga com a leitura e ao final desenvolva as
actividades propostas.
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até 1995 movimentava cerca de 1,08 trilhão de US$, sem contar as
instituições filantrópicas religiosas;
no Brasil, este sector movimenta cerca de R$ 10,9 bilhões,
correspondente a 1,5% do PIB nacional (1999);
entre 1991-1995, houve um crescimento de 44,38%, maior do que
o crescimento da economia brasileira que, neste mesmo período,
foi de 19,86%;
em todo o mundo, são, aproximadamente, 30 milhões de pessoas
trabalhando no Terceiro Sector, tanto remuneradas como
voluntárias: no Brasil, 1,45 milhão atuam no sector, 23% como
voluntários;
Toda a empresa que cumpre um papel social sabe que isso não traz
retorno financeiro imediato. Porém, melhora o conceito da empresa junto
ao mercado, faz com que seja lembrada e incentiva as pessoas a
consumirem seus produtos ou serviços.
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