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Empreendedorismo

Origem

Desde a época primitiva, se considerar a evolução humana, pode - se dizer que o homem
primitivo já tinha atitudes empreendedoras à medida que precisava, para sobreviver, inovar na
construção de diversas ferramentas para agilizar a caça de animais.

Segundo Dolabela (2008), o empreendedorismo não é um tema novo ou modismo: existe desde
a primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as relações do homem com os
outros e com a natureza.

Período inicial do empreendedorismo


Conforme SEBRAE (2007), um exemplo inicial da primeira definição de empreender
como intermediário é a de Marco Polo que tentou estabelecer rotas comerciais para o
Extremo Oriente.
Como intermediário Marco Polo assumia o papel de empreendedor, pois assinava um contrato
como uma pessoa de recursos, onde o capitalista investia e corria riscos pacificamente enquanto
o mesmo corria os demais riscos, como físicos e emocionais.

Idade Média
“Na Idade Média, o termo empreendedor foi usado para descrever tanto um participante
quanto um administrador de grandes projetos de produção”. (SEBRAE, 2007, p. 6).
Nesta época os empreendedores não corriam riscos, pois trabalhavam com recursos
geralmente fornecidos pelo governo. Como exemplo de empreendedores da Idade
Média tem os clérigos, que eram encarregados de obras arquitetônicas.

Século XVI
No século XVI os europeus desbravaram o mundo, época esta que ficou conhecida
como o período das grandes navegações. Holandeses, ingleses, portugueses e
espanhóis são os grandes representantes desse movimento, expandindo suas missões
empreendedoras as demais continentes do mundo.

A inteligência e a eficácia do trabalho humano cresceram de tal forma que surgiu o


mercantilismo, para dar vazão ao acúmulo da produção de mercadorias e alimentos,
sendo o mesmo a semente de tudo que conhece – se hoje em termos de
empreendedorismo.

Século XVII
No século XVII o empreendedor era aquele que firmava um acordo contratual com o
governo para fornecer serviços ou produtos estipulados, sendo qualquer lucro ou
prejuízo assumido pelo empreendedor.
Foi neste século que Richard Cantillon desenvolveu uma das primeiras teorias do
empreendedor, sendo considerado por alguns o criador do termo. De acordo com
SEBRAE (2007), ele viu o empreendedor como alguém que corria riscos, observando
que os comerciantes, fazendeiros, artesãos e outros proprietários individuais compram a
um preço certo e vendem a um preço incerto, portanto operam com risco.

Século XVIII
O empreendedor foi finalmente diferenciado do fornecedor de capital, que é o investidor de
risco da atualidade, sendo a principal causa para esta diferenciação a industrialização.

Séculos XIX e XX
No final do século XIX e início do século XX não se distinguia o empreendedor do gerente. Os
empreendedores eram aqueles que organizavam, planejavam, dirigiam e controlavam.

De acordo com Dornelas (2008), os empreendedores foram frequentemente


confundidos como gerentes ou administradores, sendo analisados meramente de um
ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam os
empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização,
porém muitas vezes a serviço do sistema capitalista.
Já na metade do século XX estabeleceu-se a noção do empreendedor como inovador, ou seja,
aquele indivíduo que além da capacidade de criar e de conceitualizar, tem também a capacidade
de inovar em produtos e serviços buscando a satisfação dos clientes de forma criativa e
satisfatória.

Conceitos

Actualmente o mundo dos negócios está cada vez mais competitivo e sofre mudanças
constantemente. Para enfrentar estas mudanças e manter-se competitivo no mercado as
empresas utilizam-se cada vez mais do empreendedorismo como estratégia de negócios que visa
a exploração de oportunidades e a satisfação das necessidades dos clientes de uma forma
criativa e inovadora, assumindo riscos de forma calculada, ou seja, ter coragem para enfrentar
desafios e escolher novos caminhos de forma consciente.

Para Leite (2000), empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e organizações


trabalhando juntas para implementar uma idéia por meio da aplicação da criatividade,
capacidade de transformar e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco.

A palavra empreendedor é derivada da palavra francesa entrepeneur, que foi usada pela
primeira vez em 1725 pelo economista irlandês Richard Cantillon para designar o indivíduo que
assumia riscos.

De acordo com Hitt; Ireland; Hoskisson (2008), a essência do empreendedorismo é


identificar e explorar as oportunidades empreendedoras – ou seja, oportunidades que os
outros não veem ou das quais não reconhecem o potencial comercial. Como um
processo, o empreendedorismo resulta na destruição criativa de produtos existentes
(bens e serviços) ou dos métodos para produzi – los e os substitui por novos produtos e
métodos de produção.
Pode-se dizer que o empreendedorismo está ligado a satisfação das necessidades com a
disposição para enfrentar crises, explorando oportunidades e curiosidades com inovação e
criatividade.

“O termo empreendedorismo aponta para a execução de planos ou impulsos para a


realização de um negócio ou para a introdução de uma
inovação de gestão numa organização já estruturada”. (CAMARGO; FARAH, 2010,
p.22).
De acordo com Dornelas (2008), o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e
processos que, em conjunto, levam à transformação de idéias em oportunidades.
Conforme SEBRAE (2007), no empreendedorismo a possibilidade de realização pessoal é grande,
é possível unir prazer e trabalho, sendo esta a principal diferenciação do mesmo, pois ele
promove nas pessoas a vontade de criar algo novo, diferente do que os outros já fizeram, ou
seja, o empreendedorismo consiste essencialmente em fazer as coisas que geralmente não são
feitas quando se relaciona a negócios.

Características dos empreendedores

O empreendedorismo está cada vez mais se tornando essencial nas atitudes diárias
dentro de uma empresa. Em um período em que a duração dos empregos formais está
menor e, os mais diversos setores industriais
comerciais são caracterizados por expressiva volatilidade, o empreendedorismo ao ser
aplicado diariamente, passa a ser um importante diferencial para fortalecer a capacidade
de superar desafios.
Para Leite (2002), ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para
conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em uma
oportunidade de negócio, motivação para pensar conceitualmente e a capacidade para ver,
perceber a mudança como uma oportunidade.

Algumas características são decisivas para identificar um indivíduo empreendedor.


De acordo com SEBRAE (2007), observando o modo como agem, as características dos
empreendedores são as seguintes:
a) Iniciativa: agir espontaneamente antes de ser forçado pelas circunstâncias;
b) Busca de oportunidades: reconhecer e saber aproveitar oportunidades novas e pouco
comuns, precisa estar atento e capaz de perceber, no momento certo, as oportunidades
de negócio que o mercado oferece;
c) Persistência: não desistir diante das dificuldades encontradas, nunca deixar de ter
esperança e lutar para ver seus projetos realizados;
d) Busca de informação: valorizar a informação e buscá-la pessoalmente para elaborar
um plano ou tomar decisões, buscar conhecimentos em livros, cursos ou até mesmo
com pessoas que tenham experiência no setor;
e) Preocupação com a alta qualidade do trabalho: interesse em manter um alto nível de
qualidade nos produtos ou serviços prestados;
f) Eficiência: preocupação em reduzir o custo, os recursos necessários e o tempo para
realizar as tarefas;
g) Autoconfiança: Acreditar na própria habilidade e capacidade;
h) Persuasão: habilidade de convencimento diante dos demais;
i) Uso de estratégias de influência: tendência a pensar e definir formas para influenciar
os demais.,

j) Reconhecimento das próprias limitações: admitir suas limitações aprendendo com os


próprios erros.,

k) Comprometimento com os contratos de trabalho: comprometimento pessoal para


cumprir contratos firmados;
l) Assertividade: apresentar os problemas aos outros de forma direta e tomar decisões
fortes no papel de oposição;
m) Monitoramento: acompanhamento do trabalho dos outros para assegurar que o
trabalho satisfaz as expectativas relativas a procedimento, planejamento e qualidade;
n) Perícia: experiência ou capacitação prévia em áreas relacionadas ao próprio negócio,
pois quanto mais dominar o ramo em que atua, maiores serão as chances de êxito;
o) Planejamento Sistemático: uso de análise lógica para desenvolver planos específicos
para a tomada de decisões;
p) Resolução de problemas: habilidade para mudar de estratégia quando se torna
necessário identificar novas soluções para os problemas.
De acordo com Drucker (1986) o empreendedor é uma pessoa capaz de demonstrar um
comportamento inovador, criando uma satisfação para seu cliente. É considerada uma
pessoa que identifica as oportunidades de negócios, nichos de mercados, estabelece
metas, corre riscos calculados, busca novas informações, realiza um planejamento e
monitoramento sistemático, é persistente, comprometido, persuasivo, exige qualidade,
possui independência e autoconfiança.
O empreendedor deve ser capaz de tomar decisões corretas no momento exato, estar
bem informado, analisar friamente a situação e avaliar as alternativas para poder
escolher a solução mais adequada. Precisa ter iniciativa de agir objetivamente e
confiança em si mesmo.
De acordo com Maximiano (2006), o empreendedor, em essência, é a pessoa que tem a
capacidade de idealizar e realizar coisas novas. Pense em qualquer pessoa
empreendedora que conheça e você identificará nela a capacidade de imaginar e fazer
as coisas acontecerem. Outras pessoas, ao contrário, podem ser apenas criativas ou
apenas implementadoras, sem a habilidade de combinar esses dois traços básicos de
comportamento.
Além de ser líder, incentivando as pessoas a alcançarem as metas definidas, precisa
definir e produzir condições de relacionamento equilibradas entre a equipe de trabalho.
È necessário que tenha talento e um certo inconformismo diante das atividades
rotineiras para transformar simples ideias em negócios efectivos.

Sete perfis de empreendedores

Os sete perfis apresentados abaixo decifram a natureza básica de muitos negócios, bem
como as probabilidades de sucesso e as probabilidades de fracasso de uma empresa.
De acordo com Tranjan (2010) são os seguintes:
a) O guerreiro: este tipo de empreendedor é muito apreciado pela sociedade, conhecido
como “pau pra toda obra”. Muito combativo, o guerreiro se arma para competir e marcar
seu território. Não se importa em passar por cima de valores e princípios para atingir
seus objetivos, pois para ele o ambiente de trabalho não é lugar para filosofias e
fantasias, para ele negócio é negócio. O tio de empresa que ele constitui geralmente
possui conflitos e crises diários e relacionamentos evasivos.
b) O jogador: para este empreendedor competir não é tudo, o importante é vencer, pois
não suporta perder. O jogador cobiça os melhores profissionais dos concorrentes e tenta
atraí-los e se puder compra também a empresa rival.

c) O curioso: diferentemente dos dois perfis anteriormente citados, ele não vê o mercado
como um lugar ameaçador, mas sim como uma área a ser desbravada, porque sabe
que ali mora a oportunidade e seu papel, como empreendedor, é localizá-la.
d) O perito: reconhece possuir competências úteis para o mercado à medida que
estudou, pesquisou e preparou-se. Considera o mercado como um lugar que abriga
necessidades e seu papel está em fazer a conexão entre elas e as suas próprias
competências e é por isso que valoriza tanto o aprendizado e o conhecimento no
ambiente de trabalho.

e) O artista: para ele o mercado é uma tela em branco, tudo está para ser feito, sendo o
trabalho uma forma de expressar a arte e, portanto, uma forma também de auto-
expressão. Na sua concepção o cliente e alguém que precisa ser encantado todos os
dias, onde o mercado funciona como uma fonte de inspiração para o mesmo utilizar a
imaginação e assim visualizar as oportunidades.
f) O solidário: para este tipo de empreendedor o mercado é o local ideal para prestar
ajuda e serviços de solidariedade. Procura ganhar dinheiro enquanto faz o bem,
colocando a ética e a integridade acima de tudo, reconhecendo a importância do lucro,
mas não se esquecendo dos valores. Forma uma equipe comprometida com valores
essenciais do trabalho e da vida e tem uma relação de transparência e fidelidade com
os clientes, fornecedores e investidores.
g) O cultivador: ele compreende que faz parte de uma ob Ra maior e acredita que só
está no mundo para fazer alguma diferença, sendo sua motivação primeiro plantar para
depois colher. Para o cultivador, empreendimentos, negócios e trabalho foram feitos
para unir os seres humanos em prol de um mundo melhor. Jamais coloca o lucro antes
das questões humanitárias, possuindo ampla consciência do que seja um negócio e da
importância desse negócio diante dos interesses colectivos.

Os empreendedores curiosos, peritos e artistas valorizam a curiosidade, a criatividade e


o conhecimento, disseminando nas empresas comprometimento com os propósitos e
confiança nas relações.
Os empreendedores que apresentam o perfil solidário e o perfil cultivador são
empreendedores especiais que entendem que a função de empreender está ligada
diretamente à função de somar coisas novas à humanidade.

Proprietários empreendedores de pequenas empresas

A presença do empreendedor torna-se cada vez mais fundamental para as


organizações, quando as mesmas avaliam a necessidade cotidiana de criatividade, do
trabalho eficiente, da inserção de novas possibilidades,da criação de uma nova postura
de trabalho, fazendo com que a empresa tenha um centro espontaneamente criativo,
gerando soluções rápidas, constantes e funcionais a estas organizações.
O empreendedorismo influencia positivamente o desenvolvimento econômico do país e
atualmente deve estar presente nas pequenas empresas, através de empreendedores
criativos e capazes de gerar soluções rápidas.
Segundo Longenecker; Moore; Petty (2004), em uma empresa pequena, o
empreendedor tipicamente não dispõe de staff especializado adequado. Os gerentes
são, em sua maioria, generalistas, e não dispõem de suporte de staff experiente em
pesquisa de mercado, análise financeira, propaganda, gerenciamento de recursos
humanos e outras áreas.
O principal requisito para o sucesso dessas empresas é a presença de uma conduta
empreendedora, o empresário tem que ter a capacidade de identificar as oportunidades
e transformá-las em produtos e serviços inovadores.
Uma das características mais identificadas para o empreendedor está atrelada ao
indivíduo que decide montar o seu próprio negócio ou ao líder visionário que fornece as
diretrizes para a consecução das tarefas da empresa e leva a organização a um nicho
de mercado que traga vantagem competitiva (MINTZBERG, QUINN, 2001; GADEA,
2005).
De acordo com SEBRAE (2007), os proprietários de pequenas empresas precisam ser
versáteis, pois precisam dominar os elementos básicos de gerenciamento, além de ser
capazes de resolver problemas e tomar decisões rapidamente.

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