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Petição Inicial - Passagens Aéreas
Petição Inicial - Passagens Aéreas
I – DOS FATOS
Veja-se que nos trechos alhures a empresa reclamada aduziu que não
seria possível o reembolso dos valores em real, entretanto, conforme asseverado nas
trocas de mensagens abaixo destacadas, a compra das passagens foi cancelada e
reembolsada pela requerida, porém, o reembolso é em forma de crédito na MaxMilhas.
A propósito, o autor só recebeu o reembolso da volta tendo em vista
que, não foi efetuado o reembolso em crédito da ida. O requerente terá que remarcar,
todavia, como é para outro destino ele deverá pagar outras taxas.
Deste modo, o autor comprou as passagens com destino ao Rio de
Janeiro pela MaxMilhas e foi surpreendido pela informação de que seu voo havia sido
CANCELADO e talvez fosse possível remarcar para uma outra data. Ocorre, que não
era do interesse do autor esse novo voo, tendo em vista que pretendiam comemorar 5
anos de namoro, sendo uma oportunidade substancial, desse modo, aproveitaria para
reencontrar velhos amigos, ter um momento de lazer com sua amada, pois, pelo fato de
ser bancário sempre teve o tempo muito corrido, então, essa era uma viagem MUITO
IMPORTANTE.
II – DO DIREITO
II.1 – ATO JURÍDICO PERFEITO REALIZADO ANTES DA PROMULGAÇÃO
DA MP 925/2020 – PRECEDENTE DO STJ – RESP 1.498.484
1
https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/823511400/a-medida-provisoria-925-2020-aplicabilidade-
apenas-para-contratos-anteriores-e-sua-possivel-inconstitucionalidade
Isso porque não se pode cogitar da aplicação simples e direta da nova
Lei para solução de casos anteriores ao advento do mencionado diploma legal. Continua
o supracitado civilista, aduzindo, portanto, que:
Além do mais, a MP, apesar da sua elevada preocupação social por conta da
pandemia do coronavírus, titubeia diante do princípio constitucional da
isonomia e da razoabilidade. Basta uma pergunta retórica para identificar
essa possível inconstitucionalidade: por que a MP não previu esse
diferimento em 12 meses para outras várias dívidas existentes no Brasil,
inclusive para dívidas que consumidores têm perante instituições financeiras
ou até perante companhias aéreas? De fato, há consumidores que
parcelaram a compra da passagem aérea e que paradoxalmente terão de
continuar pagando as parcelas sem qualquer direito de prorrogar em 12
meses as parcelas. Ora, não só as companhias aéreas mas também inúmeros
consumidores estão sem recursos para honrar seus compromissos
financeiros em razão da brutal crise financeira causada pela pandemia. Por
que só as companhias aéreas terão o privilégio legal de diferir suas
obrigações em 12 meses?”2
2
Ibidem.
reacomodação e opção de "reembolso integral", cuja escolha deve ser do passageiro,
independentemente das regras do serviço contratado.
Dessa forma, vez que a ofensa foi causada pelas rés, requer que ambas
sejam condenadas aos pedidos que serão realizados de forma SOLIDÁRIA.
Omissis.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Segundo Yussef Said Cahali, dano moral é “tudo aquilo que molesta
gravemente a alma humana, ferindo-lhe gravemente os valores fundamentais inerentes
à sua personalidade ou reconhecidos pela sociedade em que está integrado” (“Dano
Moral”, 2ª ed., Revista dos Tribunais, 1998, p. 20).
Destarte, nota-se que a conduta das Rés fora de total descaso com a
situação amargurada pelos Autores, agindo com total negligência e má-fé, acarretando
danos de ordem psicológica a estes, que ficaram em completa incerteza sobre o
cancelamento do seu voo, visto que não conseguiam entrar em contato de forma
satisfatória com as requeridas.
Não sendo só, além de não dar o amparo devido, as requeridas
realizaram a alteração da restituição dos valores pagos, dos autores de forma unilateral,
sem qualquer comunicação prévia.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Nesses termos,
Pede Deferimento.