Conferencia Terrorismo

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“NOVOS AMEAÇAS”: TERRORISMOS
1. INTRODUÇÃO
TERRORISMO
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 O conceito de segurança evoluiu de uma abordagem tradicional, estritamente
relacionado a guerra e a paz entre países, onde diversos fatores se somam
aos componentes tradicionais.
 A ampliação do conceito de segurança pode ser constatada pela diversidade

de “novas ameaças” que passam a preocupar os agentes de defesa e
segurança dos estados.
 Temas como crime transnacional, terrorismo e crime organizado não

constituem novidade.
 O problema é que, em um contexto marcado pelo processo de globalização,
algumas “ameaças” tidas como localizadas, passam a ter carater global,
transpondo fronteiras facilmente e, misturado se as ameaças tradicionais,
tornando o ambiente social mais vulnerável.
 A simbiose entre ameaças clássicas e “novas” tem contribuído para tornar

mais complexa e indefinida a conjuntura nacional e internacional, gerando
perceções de medo e insegurança na população.
 Dentre as chamadas “novas ameaças”, destacaremos o terrorismo.
 Assim como outras chamadas “nova ameaças”, terrorismo não é um
fenómeno atual. A história da humanidade registra inúmeros casos de prática
do terror.
 Trata-se de um fenómeno político, de longa data, cuja finalidade é aniquilar

ou atemorizar rivais mediante o uso de violência, terror e morte de pessoas
inocentes.
 Pode se descrever terrorismo como sendo uma ação violenta que procura,
mediante a espetaculosidade do ato, provocar na população uma reação
psicológica de medo, um pavor incontrolável, tendo por objetivo diminuir a
coragem do inimigo, enfraquecendo, assim, a sua capacidade de resistência
(Sant Pierre,2005). www.themegallery.com
 Os atentados da Al-Qaeda, em 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos
da América (EUA), acompanhado em tempo real por pessoas em todo o
Planeta deu relevância ao tema.
 A utilização de recursos tecnológicos e de armas de grande poder destrutivo,

somado ao perfil suicida de alguns terroristas, geraram uma crónica
sensação de insegurança e uma perceção compartilhada de que,
independentemente de seu potencial militar, os Estados se tornaram
vulneráveis a toda sorte de ataques.
 O carater transnacional das redes terroristas e a alta letalidade dos ataques

contribuem para potencializar esse cenário.
ARQUEOLOGIA DO TERRORISMO
 Segundo Álisson Raposo (RAPOSO, 2005), o primeiro grupo terrorista que
se tem registro data do ano seis da era cristã. Era formado pelos radicais
judeus Sicarii que se opunham a ocupação da palestina pelo Imperio
Romano.
 Cerca de 500 anos antes dos Sicarii “inaugurarem” suas práticas terroristas,
Sun Tzu (em “A Arte da guerra”) já apontava a essência do terrorismo: “Mate
um; amedronte dez mil”.
 As vítimas buscadas pelo terrorismo são aquelas que se sentem indefesas

ante a vontade do terrorista.
 O fundamento do terror, portanto, não é morte ou aniquilamento, mas a
sensação de vulnerabilidade, impotência e desamparo ante o atentado
(SANT-PIERRE, 2005).
 Tendemos a relacionar a prática do terrorismo a grupos menos poderosos

como parte de uma “guerra assimétrica”.
 Nesse caso, o terrorismo seria uma espécie de “armas daqueles que não
tem voz”. Deve-se, destacar, entretanto, que o próprio termo “terrorismo”
surgiu como ato de Estado, mais precisamente entre os anos de 1793-1794,
no período da revolução Francesa conhecido como “Reino do Terror”,
quando, sentenciadas por período da Robespierre, cerca de 17 mil pessoas
foram guilhotinadas (RAPOSO, 2005). www.themegallery.com
 Interessante observar que nesse período o emprego do terrorismo de Estado
não era exclusividade da França.
Na primeira gravura, observa-se a
Execução de Luís XVI Tiradentes Esquartejado ação da guilhotina sobre a cabeça de
(Autor desconhecido) Pedro Américo (1843-1905) Luís XVI (em 1793), que é exibida ao
1793 1792 povo, como se costumava fazer com
todos os executados.
Na segunda gravura, vê-se o corpo do

herói brasileiro Tiradentes totalmente
esquartejado (apenas um ano antes,
em 1792).
O que há de comum entre esses dois

fatos além do período? O uso das
técnicas terroristas pelos Estados.
 No seculo XX, com o aperfeiçoamento das armas de fogo e explosivos, as
ações terroristas passam a ter maior potencial destrutivo.
 Em 1920 um grupo de ativistas anarquistas norte-americano, inaugurou uma

nova modalidade de “arma terrorista”; o uso de carros-bomba.
 Momentos que sucedem á explosão do primeiro carro bomba da história.

Nos anos de Guerras Fria, a União Soviética (URSS) tornou-se a principal
provedora de organizações extremistas, como: as Brigadas Vermelhas, na
Itália; a Fação do Exercito Vermelho, na Alemanha; a Frente de Libertação
de Moçambique; o Movimento da Esquerda Revolucionaria, no Chile; e o
Congresso Nacional Africano, na Africa do Sul (RAPOSO, 2005).
 Nas décadas de 1960 e 1970, o terrorismo contemporâneo – nacionalista, de
extrema-esquerda, de Estado e de extrema-direita – teve seu maior
desenvolvimento.
 Na passagem dos anos de 1980 para os de 1990, duas novas modalidades

surgiram: o terrorismo “domestico”, tipicamente norte-americano, e o
terrorismo internacional, dos grupos fundamentalistas islâmicos.
 Este tem como objetivo lutar contra a expansão e a imposição dos valores –
morais, sociais, económicos e culturais – do mundo ocidental (RAPOSO,
2005).
 O inicio do século XXI foi marcado por dois grandes atentados terrorista – o
ataque as torres gémeas do World Trade Center, em Nova York (2001) e a
explosão de trens em Madri, em 2003.
 Só então, a opinião pública internacional despertou para o fato de que o

terrorismo tornara-se uma ameaça real para todos (RAPOSO, 2005).
O QUE LEVA UM GRUPO A SE TORNAR TERRORISTA?
 O terrorismo tem sempre um fim político: fazer o “inimigo”, por pavor, agir
conforme o desejo dos terroristas. Mas o que difere o simples medo do
terror? Essa pergunta não é facilmente respondida.
 Tendo como propósito destruir a moral de suas vítimas, a violência do
terrorismo se realiza no âmbito psicológica do terror, isto é, um pavor
incontrolável.
 Esta característica subjetiva constitui um dos problemas centrais na hora de

defini-lo.
 O medo é um fenómeno subjetivo e não há como determinar objetivamente

um limite único a partir do qual o medo deixa lugar ao terror. Esse limite
dependera sempre de fatores pessoais, funcionais, históricos e culturais
(SAINT-PIERRE, 2005).
 O fato é que o terrorismo tem sido “praticado” por diferentes atores, desde
governos tirando até grupos políticos subversivos. Independentemente dos
objetivos políticos, uma coisa e certa: o grande combustível do terrorismo e o
ódio entre os povos.
 A assimetria social entre povo, por exemplo, tem sido explorado por grupos
extremistas para, por meio de um processo de demonização do chamado
“Imperialismo Ocidental”, potencializar o ódio que alguns povos tem pelos
EUA.
 Por outro lado há movimentos mediáticos em alguns países do Ocidente que

buscam aproximar o conceito de terrorismo a ideia de mundo islâmico.
 O cartum abaixo consegue de maneira bem-humorada retratar um fato em
que o ódio entre povos é alimentando. O cartum faz referência ao episódio
em que um pastor norte-americano queima o Alcorão, livro sagrado Islâmico,
e, em represália, um grupo de afegãos enfurecidos atacam representação da
ONU naquele país.
TERRORISMO: DIFICULDADE DE SE CONCEITUAR
 Não há uma definição de terrorismo que seja aceita por toda a comunidade
internacional. Há diversas acepções, que variam conforme o propósito das
ações e o entendimento sobre o tema.
 Em comum, esses conceitos apresentam o uso da violência com motivação

politica que os difere das ações unicamente criminosas, geralmente
motivadas por lucro (RAPOSO, 2005).
 Frequentemente, a expressão “terrorismo” é utilizada para definir qualquer

tipo de ação violenta, de caráter físico ou psicológico e de natureza “radical”,
“fanática” ou “extrema”.
 Verifica-se, no cotidiano, que rotular um ato ou pessoa como terrorista
depende, também, de quem sofre ou pratica a ação.
 Na realidade, não se define terrorismo pelas características do agressor

(sejam elas étnicas, sociais ou ideológicas), mas antes pela natureza dos
métodos empregados.
 O difícil não é caracterizar o ato terrorista, mas definir que organizações

podem ser definidas como tais.
 A ONU tentou em 2000, negociar uma Convenção Global sobre Terrorismo

Internacional. De forma genérica, o Art.2º do projeto da referida Convenção
procurou estabelecer a ocorrência de terrorismo: www.themegallery.com
 ‘‘Quando o propósito da conduta, por sua natureza ou contexto, é intimidar
uma população, ou obrigar um governo ou organização internacional a que
faça ou se abstenha de fazer qualquer ato. Toda pessoa nessas
circunstâncias comete um delito sob o alcance da referida convenção, se
essa pessoa, por qualquer meio, ilícita e intencionalmente, produz:
a. A morte ou lesões corporais graves a uma pessoa ou;
b. Danos graves a propriedade pública ou privada, incluindo um lugar de uso

público, uma instalação pública, ou de governo, uma rede de transporte
público, uma instalação de infraestrutura, ou ao meio ambiente ou;
c. “Danos aos bens, aos locais, as instalações ou as redes mencionadas no
parágrafo 1;
d. Desse artigo, quando resultarem ou possam resultar em perdas económicas

relevantes.”
 Entretanto não se conseguiu estabelecer um critério único para todos os

países. Tendo em vista que uma determinada definição de terrorismo
adotada pode servir a interesses políticos, algumas vezes, desfavoráveis a
outros Estados, o estabelecimento de um consenso acerca do tema fica
prejudicado.
CARACTERÍSTICAS DO TERRORISMO
 O terrorismo corresponde a negação mais violenta da moral e do Direito.
a. Natureza indiscriminada: todos, em potencial, podem ser alvos ou inimigos

da ‘causa’, independentemente de seu papel na sociedade. Aliás, quando
mais inocentes pareceram as vitimas, melhor servem como alvos (sensação
de insegurança).
b. Imprevisibilidade e arbitrariedade: De uma forma geral, não é possível

saber onde e quando ocorrera um atentado (sensação continua de
vulnerabilidade).
c. Gravidade ou espetacularidade: é a crueldade com que os atentados são
perpetrados que despertam terror no inconsciente coletivo.
d. Carater Amoral e de Anomia: tendência ao desprezo e indiferença pelos

valores marais vigentes. (VERGUEIRO, 2006, 16-19)
AGENTES POTENCIAS DO TERRORISMO
 Se pensarmos em potenciais grupos
Grupos terroristas, dos grupos
Subversivos tende a vir a
Organizações
nossaAspetos
mente: as organizações criminosas e os guerrilheiros.
Guerrilheiros criminosas
Motivação Política ou ideológica Económica/Politica
 Enquanto os grupos guerrilheiros buscam apoio e a adesão popular a sua
“bandeira”, as organizaçõesHierarquicamente
criminosas visam, basicamente,Difusa
benefícios
Estrutura de Comando
centralizada
económicos e obtenção de lucro.
Uso de bandeiras, hinos
Identificação Descaracterizados
etc.
 Alguns aspetos que diferenciam os grupos aqui considerados:
Catato com a Busca conquistar mentes Controle popular por
população local e corações meio de coação
TIPOLOGIA DO TERRORISMOS
 A definição de uma tipologia para os movimentos terroristas não parece ser
tarefa simples. Vergueiro (2006, p.20),
 Com base na literatura sobre o tema, é estabelecido uma proposta de

tipologia, dividindo os potências agentes do terror em seis grandes grupos,
passiveis, de inúmeras subdivisões. São eles:
1. Revolucionário (ou secular): Movimentos que recorrem a violência

terrorista com o objetivo de destruir ou transformar por completo um sistema
político existente, bem como de tomar o poder por intermédio de uma
revolução. O móvel predominante nestes casos tende a ser o elemento
ideológico. Podem ser subdivididos em: www.themegallery.com
a. ANARQUISTAS: destina-se a eliminação total do Estado, visto como
corrupto, inadequado e opressivo. Ex: Brigadas Vermelhas Italianas.
b. IGUALITÁRIOS: almejam impor um novo sistema, baseados na igualdade

distributiva, a partir de uma transformação radical das estruturas sociais. Ex.
Sendero Luminoso (Peru).Videos\Terroristas de Sendero Luminoso cuentan
armas de ultima generacion.mp4
c. PLURALISTAS: visam derrubar regimes de cunho ditatorial ou colonial, para

com isto instituir um sistema de valores que preze os direitos e liberdades
políticas. Ex: Unita (Angola).
2. Subrevolucionário: utiliza a violência organizada como forma de expressar
suas opiniões, e não para causar uma revolução, derrubar governos ou
provocar transformação de ordem social vigente. Ex: organizações de
extrema-direita ou xenófobas. Podem ser subdivididos em:
a. Reformista: pleiteiam maiores benefícios políticos, sociais ou económicos.

Ex: Zapatista Mexicano.
b. Preservacionista: luta para manter o status quo vigente. Ex Afrikaner (Africa

do sul).
3. Repressivo: uso sistemático de atos de violência terrorista para dominar ou
restringir certos grupos sociais. Terrorismo de Estado (método operacional
básico de regimes totalitários).
4. Separatista: busca renunciar a comunidade política na qual estão

fortemente inseridos, com o intuito de estabelecer ou restituir uma
comunidade. Ex: IRA (Irlanda do Norte), ETA (Espanha, França).
5. Narco-Criminal: simbiose entre grupos guerrilheiros e grupos criminosos.

Ex: FARC (Colômbia) e Talibã (Afeganistão).Videos\O TALIBÃ - Entenda
esse terrível grupo terrorista..mp4
6. Tradicionalista-Religioso: procuram substituir o sistema político vigente,
mas os valores articulados são, primordialmente, de natureza sagrada. Ex:
Aum Shinrikyo (verdade Suprema, grupo radical japonês). (VERGUEIRO,
2006, P.29).
A PERIGOSA SIMBIOSE
 Apesar dos diferentes propósitos, os grupos acima citados podem estar se
aproximando.
 Após o 11 de Setembro, diversos dispositivos legais bloquearam bens e

dinheiro de patrocinadores e organizações terroristas.
 Assim, estas recorreram às atividades criminosas, o que resultou em

alianças entre movimentos guerrilheiros (agentes potenciais do terrorismo) e
crime organizado.
 Esses acordos levaram ao intercâmbio de know-how específico, como:
lavagem de dinheiro, produção de explosivos e contrabando. Hoje, esses
grupos possuem características de ambos (RAPOSO,2005).
 Há indícios de que, na Colômbia, as Fuerzas Armadas Revolucionarias de

Colômbia (Farc), envolvidas em ações terroristas, sobretudo sequestros e
atentados a bomba, estariam comprometidas com o narcotráfico.
“No dia 21 de Abril de 2001, em operação do

Exercito Colombiano contra as Farc, foi preso, após
confronto armado, Luiz Fernando da Costa, vulgo
´´Fernandinho Beira-Mar``, o maior narcotraficante
brasileiro. Na ocasião, ´´Beira-Mar``, responsável
pela distribuição de 70% da cocaína vendida no
brasil, trocava 3,5 milhões de cartuchos e 3.000 fuzis
AK-47 Kalashnikov, oriundos do Paraguai, por
cocaína.” www.themegallery.com
ESTRATÉGIAS DO TERRORISMO
 No interessante artigo “The Strategies of Terrorism” (KYDD; WALTER, 2006),
Andrew Kydd e Barbara Walter descreverem as cinco estratégias usadas
pelos terroristas, considerando os dois alvos de persuasão:
 O governo inimigo e a população. Em relação ao governo inimigo são

utilizadas as seguintes estratégias:
1. Desgaste: persuasão pela qual os terroristas procuram apresentar-se fortes

o suficiente para impor custos consideráveis ao inimigo caso ele não resolva
mudar de rumo.
2. Intimidação; tentativa de convencer a população de que o governo é fraco
demais para detê-los.
3. Provocação: tentativa de induzir o inimigo a responder ao terrorismo com

violência indiscriminada, contrariando a vontade popular, que passa a apoiar
os terroristas.
4. Spoiling (denegrindo imagens para sabotar a paz): Tentativas de passar ao

inimigo a ideia de que grupos moderados não são confiáveis, minando,
assim, as tentativas de chegar a um acordo de paz.
5. Outbidding: tentativas de convencer o público de que os terroristas têm mais
determinação para lutar contra o inimigo que os grupos rivais, e, portanto,
são dignos de apoio. Os autores citam a competição entre o Hamas e o
Fatah na Palestina como um caso clássico.
 Para os autores, entender essas cinco diferentes estratégias é crucial não só

para compreender o terrorismo, mas também para a formulação de política
anti terror eficaz.
COMBATE AO TERRORISMO
 O combate ao terrorismo envolve, além de uma política externa articulada,
trabalho investigativo, medidas financeiras para interromper o financiamento
aos terroristas e, algumas vezes, o uso de força armadas.
 Nessas actividades, a integração e a coordenação entre agências envolvidas

são fundamentais.
 No plano interno, o combate ao terrorismo possui duas grandes vertentes: o

antiterrorismo (medidas defensivas – redução das vulnerabilidades) e o
contra terrorismo (medidas ofensivas, tendo como alvo os diversos grupos
identificados, a fim de prevenir, dissuadir, ou retaliar seus actos).
 Kofi Annan, ex-secretário-geral das Nações Unidas, propôs uma estratégia
global de combate, a qual chama de “cinco D”, a saber:
1. Desencorajar os grupos descontentes a adoptarem o terrorismo como

táctica;
2. Denegar aos terroristas os meios que necessitam para perpetrar atentados;
3. Dissuadir os Estados de apoiarem os grupos terroristas;
4. Desenvolver a capacidade dos Estados no domínio da prevenção do
terrorismo;
5. Defender os direitos humanos e o primado do Direito.
 O fato é que o combate ao “terrorismo”, pelas características acima
exploradas não é uma tarefa simples.
 Nesse sentido, parece lícito propor que mais importante que as medidas
coercitivas são as medidas preventivas. Ou como sugere Hector Saint-Pierre:
(…) as superpotências devem evitar ações que aumentem o sentimento de

injustiça no mundo e que fomentam o ódio dos povos, pois é este o combustível
principal do terrorismo. O terrorismo deve ser combatido preventivamente,
resolvendo os conflitos no seu nascedouro, evitando o ódio e difundindo uma
cultura de paz, pois uma vez desatado o terror, sua erradicação é muito difícil,
quando, não impossível (SAINT PIERRE, 2005).

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“NOVOS AMEAÇAS”: TERRORISMOS

 A ampliação do conceito de segurança pode ser constatada pela diversidade

 Temas como crime transnacional, terrorismo e crime organizado não

 A simbiose entre ameaças clássicas e “novas” tem contribuído para tornar

 Dentre as chamadas “novas ameaças”, destacaremos o terrorismo.

 Trata-se de um fenómeno político, de longa data, cuja finalidade é aniquilar

 A utilização de recursos tecnológicos e de armas de grande poder destrutivo,

 O carater transnacional das redes terroristas e a alta letalidade dos ataques

 As vítimas buscadas pelo terrorismo são aquelas que se sentem indefesas

 Tendemos a relacionar a prática do terrorismo a grupos menos poderosos

Na segunda gravura, vê-se o corpo do

O que há de comum entre esses dois

 Em 1920 um grupo de ativistas anarquistas norte-americano, inaugurou uma

 Momentos que sucedem á explosão do primeiro carro bomba da história.

 Na passagem dos anos de 1980 para os de 1990, duas novas modalidades

 Só então, a opinião pública internacional despertou para o fato de que o

 Esta característica subjetiva constitui um dos problemas centrais na hora de

 O medo é um fenómeno subjetivo e não há como determinar objetivamente

 Por outro lado há movimentos mediáticos em alguns países do Ocidente que

 Em comum, esses conceitos apresentam o uso da violência com motivação

 Frequentemente, a expressão “terrorismo” é utilizada para definir qualquer

 Na realidade, não se define terrorismo pelas características do agressor

 O difícil não é caracterizar o ato terrorista, mas definir que organizações

 A ONU tentou em 2000, negociar uma Convenção Global sobre Terrorismo

a. A morte ou lesões corporais graves a uma pessoa ou;

b. Danos graves a propriedade pública ou privada, incluindo um lugar de uso

d. Desse artigo, quando resultarem ou possam resultar em perdas económicas

 Entretanto não se conseguiu estabelecer um critério único para todos os

a. Natureza indiscriminada: todos, em potencial, podem ser alvos ou inimigos

b. Imprevisibilidade e arbitrariedade: De uma forma geral, não é possível

d. Carater Amoral e de Anomia: tendência ao desprezo e indiferença pelos

 Com base na literatura sobre o tema, é estabelecido uma proposta de

1. Revolucionário (ou secular): Movimentos que recorrem a violência

b. IGUALITÁRIOS: almejam impor um novo sistema, baseados na igualdade

c. PLURALISTAS: visam derrubar regimes de cunho ditatorial ou colonial, para

a. Reformista: pleiteiam maiores benefícios políticos, sociais ou económicos.

b. Preservacionista: luta para manter o status quo vigente. Ex Afrikaner (Africa

4. Separatista: busca renunciar a comunidade política na qual estão

5. Narco-Criminal: simbiose entre grupos guerrilheiros e grupos criminosos.

 Após o 11 de Setembro, diversos dispositivos legais bloquearam bens e

 Assim, estas recorreram às atividades criminosas, o que resultou em

 Há indícios de que, na Colômbia, as Fuerzas Armadas Revolucionarias de

“No dia 21 de Abril de 2001, em operação do

 O governo inimigo e a população. Em relação ao governo inimigo são

1. Desgaste: persuasão pela qual os terroristas procuram apresentar-se fortes

3. Provocação: tentativa de induzir o inimigo a responder ao terrorismo com

4. Spoiling (denegrindo imagens para sabotar a paz): Tentativas de passar ao

 Para os autores, entender essas cinco diferentes estratégias é crucial não só

 Nessas actividades, a integração e a coordenação entre agências envolvidas

 No plano interno, o combate ao terrorismo possui duas grandes vertentes: o

1. Desencorajar os grupos descontentes a adoptarem o terrorismo como

(…) as superpotências devem evitar ações que aumentem o sentimento de

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