Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO E PROBLEMÁTICA
O conhecido termo ‘’terrorista’’, apesar de consistir em inúmeras definições acerca de
seu conceito, de acordo com Reginaldo Nasser, é o seguinte:
PERGUNTA DE PESQUISA
A problemática a ser discutida é: O que configura um crime tradicional como o ataque
de Columbine para um ataque terrorista? As motivações para classificação é de qual
determinado aspecto político e religioso?
Para delimitar esta pesquisa, algumas questões que irão nortear e delimitar o escopo:
Quais são as características que define essa nova ameaça chamada de terrorismo
contenporâneo? As ações partindo de Estados podem ser consideradas como ameaças
terroristas?
HIPÓTESES
Para delimitar a pesquisa, parte-se das seguintes hipóteses:
Hipótese 1: Ainda existe uma lógica de que o ato terrorista predispõe de uma característica
limitada pela região do Oriente Médio e determinadas características são de um ponto de
vista ocidenta que considera o Oriente como “bárbaro e exótico”, de acordo com Said.
Hipótese 2: A hipótese de que a agenda de segurança internacional sofreu alterações após os
atentados de 2001 nos EUA, pois a questão tornou-se um problema político e militar,
alterando a ordem mundial vigente.
Hipótese 3: Atos classificados como terrorismo não podem ser aplicados a atores Estatais.
1
No original: The events of 9/11 and the GWoT impacted on traditionalist ISS in several respects. The
prominence of globally networked non-state actors raised questions about both state-centrism and the
rationality assumptions that underpinned traditionalist thought. The declaration of ‘war’ on terrorism
rekindled interest in the use of force generally, and the whole topic of war in particular. And since both
9/11 and the GWoT had strong links to the Middle East, the security literature on that region was in
part concerned with those issues.
Atrelado a autores fortemente influenciados pela tradição construtivista, Barry Buzan,
Ole Waever e Jaap de Wilde, autores da Escola de Copenhague, consideram que o processo
de securitização se dá por meio de um ato de fala e que as ameaças à segurança são
socialmente construídas (BUZAN; WAEVER; WILDE, 1998).
Com o intuito aprofundar e trazer uma perspectiva diferente para o campo de estudos,
contaremos também com a visão Pós-estruturalista, que se abarca para além das abordagens
tradicionais, trazem preocupações como a paz. Dentro do Pós-estruturalismo estão novas
preocupações e epistemologias que visam agregar de forma crítica a construção do presente
pré-projeto, trazendo em seu método a importância da linguagem, desconstrução de discursos
e crítica às narrativas dominantes, à exemplo de autor está Wendt (1999), que apresenta uma
análise crítica aos termos e axiomas presentes no realismo tradicional - e teoriza a ruptura de
ideias tradicionais, como por exemplo, o Estado enquanto ator unitário -, determinada a
análise e corrobora com a segmentação crítica acerca da terminologia empregada ao termo
terrorismo.
Também, para corroborar através de uma visão crítica a obra de Immanuel
Wallerstein, que se aprofunda na formação do sistema mundo e explora seus níveis
hierárquicos - sendo eles, centro, periferia e semi-periferia -, que elucida através de sua
famosa Teoria do Sistema Mundo, a compreensão analítica da sociedade moderna e explica,
como forma de enriquecer o presente pré-projeto, como constituem-se as relações
assimétricas do mundo globalizado. Complementando assim, a análise da estrutura mundial e
como ocorre tal reprodução através de instituições como FMI, Banco Mundial e
especialmente para o caso analisado, o órgão das Nações Unidas. Nesse tópico cabe
compreender o modelo de atuação da ONU frente às subsequentes ações tomadas pelos EUA
pós 11 de Setembro.
Alguns autores Pós-estruturalistas de RI, estão: NEUMANN; WÆVER, 1997, entre
outros.
JUSTIFICATIVA
O presente tema proposto justifica-se dentro do campo de estudos de segurança por
trazer a questão acerca da doutrina e hegemonia estadunidense, atrelar para a análise o
conceito de atores não estatais. Além de aprofundar de forma crítica o termo terrorismo pós
Guerra ao Terror, compreender os aspectos muitas vezes chamados de ‘’ajuda humanitária’’
ou determinar falta de direitos humanos em países Orientais - cuja justificativa, não passa de
uma ação intervencionista. A partir disso, busca-se compreender como as dinâmicas de poder
dos EUA se insere no jogo político - bem quais suas consequências para o Oriente Médio
contemporâneo.
Além disso, existe uma proporcionalidade justificável frente às ações preventivas
consideradas como defesa preventiva de grandes potências do centro, contra países
periféricos. Como aponta o autor Immanuel Wallerstein “O moderno sistema mundial é
constituído, portanto, por uma economia-mundo2 em incessante expansão, cuja divisão de
trabalho exibe uma tensão centro e periferia baseada na troca desigual; e por uma
superestrutura política constituída por Estados nacionais formalmente soberanos,
reconhecidos e constrangidos por um sistema interestatal’’ (Wallerstein 2000d: 254).
Para corroborar com a compreensão da legitimidade atribuída aos EUA em suas ações
contra povos do Oriente, cabe citar o diálogo entre Wallerstein e Braudel acerca da
centralidade do Estado no mundo capitalista, que reforça como suas ações estão respaldadas
pelo modelo e como o SI entende os países do centro econômico mundial:
2
De acordo com Wallerstein, por volta de meados do século XVII as três posições estruturais (centro,
periferia e semiperiferia) da economia-mundo já teriam se estabilizado, com poucas alterações desde
então (Wallerstein, 2000e; 1984: 86).
METODOLOGIA
O presente projeto parte de uma abordagem qualitativa que percebe - dentre outros
fatores, capturar e desvendar a pergunta e assim buscar por respondê-la (NEUMAN, 2014).
Analisando assim se foi possível constatar como configura-se atualmente o termo atualmente
e quais são as motivações para tal terminologia e qual construção ideológica permeia
determinada predisposição.
Compreendendo o problema de pesquisa e as hipóteses apresentadas, busca-se,
através do método hipotético-dedutivo, verificar se tais hipóteses são refutáveis ou não. Para
tal, busca-se uma forma de interpretar tais fenômenos sociais, a partir da observação de
mudanças, e até mesmo, notar suas fragilidades, com o intuito de avaliar a teoria
preconcebida (RAGIN, 2014).
Através da por compreender como se estabelece o termo terrorismo no âmbito de
segurança internacional, evisitando, através de um escopo bibliográfico, pesquisas,
documentos oficiais, dados exploratórios que se encontram disponíveis em revistas
acadêmicas, periódicos e livros, assim como pesquisas importantes para a área de estudos de
Segurança Internacional. Para tal, a pesquisa será baseada em diversos estudos e autores,
desde os clássicos como Barry Buzan, Ole Waever, Jaap de Wilde, Edward Said, Immanuel
Wallerstein, Lene Hansen, por exemplo, dentre outros autores que corroboram para sustentar
o presente trabalho. Cabe ressaltar, que iremos explorar outros autores conforme o trabalho
desenvolve-se.
Como forma de ancorar teoricamente e sustentar as hipóteses apresentadas, bem como
responder a pergunta de pesquisa, de maneira a traçar variáveis através do problema
elencado. Através da problematização, pretende-se construir a pesquisa através de correntes
teóricas, construindo uma formulação para verificar o problema proposto.