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Os Estados tiveram uma mudança muito importante, um livro que vai revolucionar o

estudo de segurança vai ser o livro do Barry Buzan, ele coloca que segurança não é
apenas dos Estados, mas da coletividade humana. Então o autor vai trazer uma nova
abordagem, falando que a Segurança não pode ser confinada ao foco do uso da força
das RIs, temos que entender a Segurança de uma forma bem mais abrangente, e que
vários setores podem influenciar e impactar na segurança dessas coletividades. O
autor elenca, então, 5 grandes setores: o 1º deles é o Militar, a preocupação sobre a
ofensiva armada, as capacidades de defesa do Estado e as percepções dele sobre as
suas intenções. Esse é o grande setor que ainda trabalha sobre a defesa Estatal
propriamente dita. O 2º é o Político, que tem uma preocupação com a estabilidade
organizacional dos Estados, sistemas de governo, ideologias que dão legitimidade.
Quando se busca securitizar algo, usamos a ameaça que agentes internos ou externos
podem fazer ao sistema político, onde podemos tirar como exemplo a caça aos
comunistas. Também a ideia da proteção de ideias que dão legitimidade ao sistema,
tudo isso está relacionado e não podemos deixar de considerar como elemento político
que isso se torna extremamente importante. O 3º é o Econômico, que fala de questões
de recursos, finanças, mercado necessário para mantes níveis de bem estar de poder,
que também visa a securitização, como a entrada de estrangeiros que podem ameaçar
a vaga de empregos nacionais, e é preciso preservá-los e necessita criar mecanismos
para justamente evitar qualquer tipo de problema extraordinário. A proteção da
economia é um aspecto de grande importância. O próximo setor é de cunho Social,
onde é centrado justamente na sustentabilidade, evolução de padrões tradicionais de
língua, cultura, identidade nacional e religiosa. Temos vários fatores que estão aí
nesses aspectos. Quando buscamos securitizar um aspecto da sociedade, é
basicamente a ideia de preservar a identidade nacional, que foi exatamente isso que o
Governo de Viktor Orbán, que converteu numa Hungria liberal, onde alguns falam que
está se tornando ate não-democrático, quando a Hungria se recusou a receber
refugiados sírios, e uma das preocupações que o governo teve e buscou transferir pra
sociedade é que o recebimento em massa de imigrantes poderia prejudicar bastante a
identidade nacional húngara, onde a maioria é cristã ortodoxa, e esse grande
contingente populacional poderia se converter ao islamismo, tornando isso uma grande
ameaça às questões nacionais. Por fim, o Ambiental, a preocupação com a
manutenção da biosfera planetária, o apoio ao sistema que depende de todas as vidas
humanas. É um tópico que é de grande importância ser abordado, de fundamental
importância para todos nós. Esses setores, esse desmembramento, é de grande
importância para que possamos melhor entender e também como vai contribuir a
construção da ideia de segurança.
Sabemos que essa é uma questão que termina gerando muito debate, principalmente o
que seriam essas variações do conflito, como é que seria dado, quais seriam os
aspectos característicos etc. Temos, então, 3 grandes filosofias sobre guerra, que são
a POLÍTICA, ESCATOLÓGICA E CATACLÍSMICA. Todas elas têm suas características
próprias, cada uma tem uma vertente que visa explicar por que exatamente os conflitos
eclodem e outros pontos. A principal vertente que existe até hoje e diversos estudiosos
analisam isso é a POLÍTICA, que foi inaugurada por Carl von Clausewitz, no livro Da
Guerra. Este é um aspecto de grande importância, ele é o criador desta vertente
política, no cap. 1 do seu livro, ele explica essa máxima que ele já havia dito que guerra
era a continuação da política por outros meios. Essa ideia dele vai ter um grande
impacto na literatura ocidental e como os Estados trabalharão sobre isso. Ele também
define que a guerra é “um ato de violência com a intenção de compelir o seu oponente
a fazer a sua vontade”. Portanto, com base nisso temos elementos extremamente
importantes que vão dar esse tipo de dinâmica, então a guerra vai ser algo de grande
relevância, lembrando que guerra para o autor é algo racional. Esta vertente afirma que
se é feito o uso do instrumento militar para travar guerras com cálculo racional pela
autoridade política para atingir algum objetivo específico, algum fim, principalmente
político, pois o Estado teria a capacidade de mobilizar os recursos para mover a guerra.
Caso o objetivo seja difuso, haverá problemas, como o que ocorreu na guerra do
Vietnam pra os EUA. Era muito complicado definir quais eram os seus objetivos. Para
ele, a guerra só faz sentido se você atingir um patamar superior ao que você estaria
antes da guerra. A próxima filosofia é a ESCATOLÓGICA, que se refere â ideia de que
a história culminará numa grande guerra divina, natural ou humana. Temos também, de
acordo com Rapoport, duas variantes dessa filosofia: a messiânica, que trata de uma
“missão” de colocar uma pá justa na historia, para acabar com qualquer guerra futura
(Como exemplo, teríamos as Cruzadas, que tinha meio que o objetivo de fazer uma “fé
única”, a conquista de Jerusalém ou como a Escatologia Comunista que juntaria numa
guerra mundial dos proletários que acabaria com a burguesia, estabelecendo uma
ordem mundial), ou a global. Vamos para a ultima que é a CATACLÍSMICA, que se
refere à uma catástrofe que abateria sobre uma raça determinada, para ela, a guerra é
um flagelo de Deus ou um produto do sistema anárquico internacional, tendo duas
variantes: a etnocêntrica (guerra é algo que os “outros” ameaçam a “nós”) e a global
(guerra como algo cataclísmico, que afeta a humanidade como um todo, onde ninguém
é responsável ou se beneficia). O foco dessa filosofia é na prevenção e inventar
instituições para resolver conflitos e evitar futuras piores ocasiões
Feminismo e Segurança Internacional

É abordado o papel das mulheres nas guerras e conflitos entre outros aspectos. O
campo das relações internacionais é formado por exclusões principalmente de gênero,
além das abordagens que eram feitas no papel das mulheres não era muito adequado.
Em conflitos internacionais, as mulheres desempenharam um papel um tanto que
secundário, até a participação maior nas guerras sempre foi com a maioria
esmagadora por homens, onde as mulheres trabalhavam como cozinheiras, ajudavam
na preparação de tendas, eram enfermeiras que era muito recorrente, como podemos
ver na Segunda Guerra Mundial. Dificilmente tínhamos mulheres agindo no campo de
batalha, como vemos no exército da Ume. Hoje vemos uma diferença quanto à isso,
até porque muitas delas tentaram incluir politicas de igualdade de gênero, onde no
Brasil tivemos um decreto da Dilma Rousseff que dizia que as forcas armadas deveria
ter o seu contingente feminino. Vimos também isso acontecer nos EUA, onde teve
bastante repercussão contra isso, onde era usado argumentos biologizantes, afirmando
que a mulher não era tão agressiva e não tinha força física como o homem por n
produzirem muita testosterona. O que vai mudar isso vai ser a resolução 1325 do
conselho de segurança da ONU: Mulheres, Paz e Segurança. Isso buscou incorporar
uma quantidade maior de mulheres em operações de paz, defesa da igualdade de
gênero etc, foi algo de grande importância para que pudesse se tornar uma força
visando trazer uma maior participação das mulheres. As feministas também criticam os
impactos do conflito armado tanto no gênero quanto também nas mulheres em si, as
analises neutras de gêneros que elas criticam é que a condução do conflito de estados
e grupos armados muitas vezes é dado sem o foco na população, o que acontece
recorrentemente, o que precisa ser discutido, além de que as experiência das mulheres
não são levadas em consideração para se entender processos de segurança e de
insegurança. Tomemos como exemplo a 2 guerra com o Nazismo para as mulheres é
bem próximo do que Atwood diz, era acreditado que as mulheres deveriam ficar em
casa, serem defendidas por serem frágeis, que a guerra não seria lugar para ela. Outro
ponto importante foi o estudo da Secretaria Geral das Nações Unidas afirma que as
mulheres muitas vezes são submetidas a tortura sexual, prostituição forcada,
escravidão sexual, mutilação genial entre outros problemas, que foi o que ocorreu na 2
Guerra Mundial, o Estupro de Nanquim, quando o Japão invadiu a China em Nanquim,
quando mais de 300 mil não-combatentes foram mortos pelos japoneses, onde foi
muito retratado a imagem da “mulher conforto”, onde eram escravizadas sexualmente
como forma de aliviar o estresse desses soldados japoneses. Têm sido criadas
medidas de proteção e também tentar punir crimes como esse, a Corte Penal
Internacional foi criada para punir crimes como esse, como o que ocorreu com a
Iugoslávia e seus campos de estupro além de genocídio etc.
Securitização

É um tipo de vertente analítica de grande importância para as Ris, que fala sobre as
tomadas de medidas excepcionais para resolver determinado problema, ou algo que,
futuramente, pode vir a se tornar um problema. A escola de Copenhagen que deu início
a estes estudos, que desenvolveu as noções de securitização e dessecuritização, que
tinha como objetivo inicial repensar os estudos de segurança na época do fim da
Guerra Fria. O livro mais notável foi Security Analysis de Graham, era bem tradicional,
sobre sobrevivência. Securitização seria para definir exatamente de que maneira
reagiríamos a determinado problema em pauta, como a causa de migração em massa,
de refugiados como tratamos na questão que falamos dos setores de Buzan. A
dinâmica de cada categoria que tratamos na questão é determinada para atores
secutiritizantes, e também de objetos de referência, há grande relevância dos atores
que buscam securitizar uma questão a definindo como uma ameaça existencial. Esses
atores que buscam securitizar podem ser vários, são líderes políticos, em via de regra.
Esses atos são sempre passados por discursos, speech acts. Por fim, os objetos de
referencia podem ser, como de praxe, o Estado, Governo e território, que está
diretamente ligado à segurança militar; Segurança Nacional ou Ideologia, como a
segurança política, de proteger ideologias nacionais, economia nacional também, como
vimos nos setores de Buzán e vimos o governo de Orbán na Hungria, tudo aquilo de
evitar a vinda de refugiados para que não tomem os empregos nacionais e resultar que
o sistema não comporte; Identidades Coletivas, que já vai pro campo da Segurança
Societária; ou como a defesa do meio ambiente, que fica no cenário do setor Ambiental
que Buzán também retratou.

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