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Em People, States and Fear (1983) Barry Buzan desmembra a segurança em 5
grandes setores. Quais são eles? (17 linhas)
Os Estados tiveram uma mudança extremamente importante, como a ideia de que
segurança não é apenas dos Estados, mas sim da coletividade humana, ou seja, traz uma
nova abordagem de que ela não pode ser confinada ao foco do uso da força nas Relações
Internacionais, deve-se compreender segurança de forma mais abrangente. Existe cinco
grande setores que influenciam nessa abordagem sendo o primeiro militar, cuja
preocupação sobre ofensiva armada, as capacidades de defesa e as percepções do Estado
sobre suas intenções que versa sobre a defesa estatal propriamente dita. O segundo setor é
política, cuja é a área que tem realmente uma preocupação com o foco na estabilidade
organizacional dos Estados, nos sistemas de governo, nas ideologias que dão legitimidade.
O terceiro é econômico, esse é o terceiro grande setor que é a questão sobre o acesso a
recursos e finanças de mercado necessários para manter níveis satisfatórios de bem estar
ao poder. O quarto é o elemento de cunho societário, cujo é centrado justamente na
sustentabilidade, na evolução de padrões tradicionais de língua cultural, identidade
nacional/religiosa. Já o quinto é o elemento ambiental, cujo tem preocupações com a
manutenção da biosfera planetária, o apoio ao sistema social que depende de todas as
vidas humanas. Porém o setor militar continua preponderante na ideia de Segurança
Internacional, mas os outros elementos também devem ser levados em consideração.
2- Explique como as guerras mudaram a sua característica ao longo do tempo.
Trate a pergunta focando na descrição das três filosofias que buscam explicar os
conflitos. (19 linhas)
A guerra é um causador de sofrimento humano, visto que pessoas morrem sejam de forma
direta ou de forma indireta, mas também por outro lado a guerra é conhecida por ser um
catalisador, um movimento desencadeador de inovações tecnológicas. Existem três
filosofias que buscam responder o que é a guerra, cujo são as vertentes política,
escatológica e cataclísmica. A principal vertente é a política, Clausewitz é o proponente
dessa vertente. E no livro dele da guerra é que se encontra explicado essa famosa máxima:
“A guerra é a continuação da política por outros meios”, ou seja ele definiu que a guerra era
um ato de violência com a intenção de compilar os seus oponentes a fazer a sua vontade. A
guerra para ele vai ser tida como algo racional, ou seja, essa vertente vai dizer que faz-se o
uso da força militar para travar guerras com cálculo racional pela autoridade política para se
atingir algum objetivo específico. A filosofia Escatológica, é a ideia de que a história
culminará em uma grande guerra, seja divina, natural ou humana. Existe duas variantes
dessa filosofia, podendo ser messiânica (missão de impor uma pá justa ao mundo
eliminando a guerra da história futura) ou a global (escatologia cristã e comunista). A
filosofia Cataclísmica é uma catástrofe que se abate sobre uma porção ou raça humana
inteira, pra essa vertente a guerra é um flagelo de Deus ou um produto do Sistema
anárquico, tendo as variantes que são etnocêntrica (versa que a guerra é algo que nos abate
especificamente uma guerra em que os outros nos ameaçam) e a global (é uma guerra
como algo cataclísmico, cujo afeta a humanidade como um todo).
3- Como a escola feminista da Segurança Internacional trouxe um novo olhar sobre
as questões de gênero? Faça uma análise ilustrando com exemplos. (31 linhas)
O campo das Relações Internacionais é marcado por exclusões principalmente de gênero.
Em conflitos internacionais como guerras, as mulheres tiveram historicamente um papel
secundário. Isso acontece porque em grande medida guerra sempre foi coisa de “homem”,
visto que era feita por ele, travada, planejada, entre outros. Os papéis secundários que as
mulheres exerciam era como cozinheiras, enfermeiras, ajudavam também na preparação de
tendas. Um estudo da Secretaria Geral da ONU mostrou que muitas vezes as mulheres eram
submetidas a torturas sexuais, prostituição forçada, escravidão sexual, multilação genital,
tráfico, entre outros. Dificilmente tinham mulheres agindo no campo de batalha, mas ainda
sim existia uma minoria que participava como por exemplo, os exército de Daomé, cujo
tinha uma divisão que era inteiramente composta por mulheres que inclusive ajudaram seu
rei a fugir segurando a invasão dos povos africanos. Atualmente se tem uma mudança na
participação das mulheres na forças armadas, até mesmo porque muitas delas procuraram
incluir políticas de igualdade de gênero, por exemplo, no Brasil foi um decreto de Dilma, cujo
determinava que as forças armadas deveriam ter um contingente feminino e trabalhar para
integração das mulheres. No panorama internacional teve a resolução 1325 do Conselho de
Segurança da ONU, cujo título era mulheres, paz e segurança, o qual buscou incorporar uma
quantidade maior de mulheres em operação de paz, defesa na igualdade de gênero. Existem
três grandes Macroposições de Feministas que são as Feministas liberais, as quais falam
sobre igualdade, focam nas representações das mulheres na esfera pública, pois dizem que
elas estão sub representadas, em menor posição de liderança e ocupando poucos cargos.
As Feministas Radicais focam a sua argumentativa e militância na noção de diferença.
Destacam também que os homens são mais agressivos, têm menos capacidade de
demonstrar emoções e são mais competitivos. Muitas usaram até argumentos biológico
como os homens sendo mais propensos à guerra. A terceira vertente seria as Feministas
Pós-moderna, as quais trabalham na desconstrução do discurso sobre verdades universais,
que vê como natural certos entendimentos e relações, como por exemplo que as mulheres
não seriam boas para exatas, elas defendem que lugar de mulher é onde ela quiser
(independente se for em casa, trabalho, ciência, construção, entre outros). O que também as
feministas criticam é sobre os impactos dos conflitos armados, as análises neutras de
gênero que criticam é porque a condução do conflito entre Estados e grupo armados muitas
vezes é dado sem o foco na população.
4 - Descreva o que é securitização. Aborde o modelo de securitização, o ator
securitizante e os objetos de referência. (29 linhas)
Securitização é um tipo de vertente análitica, que versa sobre a tomada de medidas
excepcionais para a relação de um determinado problema ou se ele não é um problema mas
será convertido para se tornar um, ou seja, é a tomada de medidas extremas para um
determinado tipo de ação. O modelo de securitização, ocorre quando você tem um tema que
não é politizado, ou seja, o Estado não colabora com a questão que também não faz parte
do debate público. Quando essa questão se torna politizada, ela é discutida de acordo com
os padrões do sistema político vigente tendo acesso dentro da arena de debates. Existem
cinco categorias gerais de segurança que são militar, ambiental, societária, econômica e
política. Então cada uma dessas categorias tem dinâmicas determinadas pelos atores
securitizantes, o que pode ser chamado de objeto de referência. Via de regra são líderes
políticos que fazem isso, ou governos, burocracias, lobistas ou grupo de pressão. A
securitização se dá pelo discurso. Os objetos de referência que podem ser alvo da
securitização é o Estado (que está ligado à segurança internacional, ou seja, a importância
da defesa do Estado), segurança nacional ou ideologia (segurança política, ou seja, a
necessidade de proteger ideologias nacionais), a economia nacional ou segurança
econômica (é ressaltada quando se tem uma imigração em massa) e Identidades coletivas
(já entra no campo da segurança societária, preservando a identidade cultural daquele
território), também pode acontecer sobre a defesa do meio ambiente (cujo versa sobre a
segurança ambiental). A securitização ocorre quando um problema é tratado como uma
questão de segurança passando a ser tratado como assunto de segurança e aí que ocorre a
securitização. Em sociedades não democrática há um abuso dos sistemas de securitização
para se consolidar no poder. O ator securizante (líderes políticos) associa essa questão
politizada a uma ameaça existencial, então relacionando a um determinado tipo de objeto,
ou seja, aquilo que precisa ser discutido e trabalhado. Pode-se identificar que o ato de
securitização está completo, quando ele consiste na demanda tanto discursiva (ato da fala)
e não discursivas (implementações de determinadas políticas, como o emprego das forças
armadas). A securitização injeta uma urgência em assuntos que leva a mobilização de
recursos e apoio político buscando prover benefícios tangíveis, como a gestão mais
eficiente de assuntos complexos.