Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
outros atores, algumas partes são reproduções diretas, não fiz a citação de todas
pois iria tomar muito tempo. Por isso tomem cuidado, é apenas uma reprodução com
fins de estudo pessoal e revisão. Se forem utilizar em trabalhos acadêmicos escritos
não esqueçam de procurar as referências.
No estudo contemporâneo das RI, o Realismo Político surgiu como uma vertente
crítica ao pensamento liberal do entreguerras.
- Firmou-se desde então como a visão de mundo dominante entre acadêmicos e
tomadores de decisão
#Precursores:
*Não entraremos tanto nos detalhes/contexto da obra, o objetivo aqui é mostrar
quais conceitos os realistas tentam recuperar nestes autores.
Voltando:
@ Edward Hallett Carr, "Vinte anos de Crise (1919-1939)"
A crítica realista.
O autor alega e critica o "quase total esquecimento do fator poder" entre os
pensadores do idealismo liberal¹. E, considera que houve um fracasso das propostas
do idealismo liberal.
¹Vertente de pensamento que era dominante nas relações internacionais depois da
primeira guerra mundial.
II) A teoria não cria a prática, mas sim a prática é quem cria a teoria
Uma crítica aos idealistas que ao ignorar certas tendências dos Estados criou uma
teoria idealista de cooperação e paz que se fundava em concepções que não
encontravam substância na realidade. => 2ª GM foi a prova disso!?
III) A política não é uma função da ética, mas sim a ética o é da política.
“Maquiavel reivindica a irredutibilidade e a autonomia da política, a política como um
campo específico do saber, a exigir um enfoque também específico, distinto da
moral, da ética e da religião”
"a política é portadora de sua própria moralidade que pode não coincidir com os
valores da tradição"
“Princípios morais universais e avaliações éticas a priori não podem determinar o
agir político” (GUIMARÃES, 2013, p. 150).
Aqui, é um pouco daquilo que eu citei anteriormente: a separação entre análise
normativa e análise positiva. Ética é o dever fazer (normativa), política seria o que
fazer diante de determinado cenário para atingir um determinado fim (segurança,
poder, etc).
Analisar "o mundo como ele é" (análise positiva), não como "deveria ser" (análise
normativa).
@ Hans Morgenthau, A política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz (1948)
=> Foi a referência da teoria realista elaborada no pós-guerra e que exerceu um
papel conformador no campo realista dos EUA durante mais ou menos três decadas.
=> Obra cujo objetivo era formular "uma teoria realista da política internacional".
=> apresenta conceitos e argumentos realistas dentro de uma abordagem inspirada
por uma visão de teoria como um sistema de hipóteses gerais e passíveis de
verificação empírica.
=> Para ele, existem "leis objetivas da política", o que torna possível o
desenvolvimento de uma teoria racional capaz de refletir as leis gerais da política
entre as nações. Isto é...
Os seis princípios do realismo político (Morgenthau)
I) "A política, tal como a sociedade em geral, é governada por leis objetivas
que têm suas raízes na natureza humana"; (teoria)
II) "Principal marco indicador: conceito de interesse definido em termos de
poder";
Ou seja, o interesse dos Estados é adquirir poder, demonstrar poder, subtrair
poder do outro, etc. Seja lá o que for poder em um determinado momento histórico.
III) Esse conceito (de interesse definido em termos de poder) não tem
conteúdo fixo, mas conteúdo variável ao longo da história; (?)
IV) "O realismo político está consciente do alcance moral da ação";
Ou seja, os realistas políticos tem em conta a moral das ações, mas não
guiam as ações pela moral.
V) "O realismo político recusa-se a identificar as leis morais de uma dada
nação com as leis morais que regem o universo";
Isto é, o que é moral em um país não necessariamente é moral
universalmente.
@ John Herz
- Dilema de Segurança: ocorre quando um Estado X começa a se armar tendo em
vista sua própria proteção e, conseqüentemente, sua auto-preservação. A lógica por
detrás é que somente um Estado poderoso militarmente poderá sobreviver no
sistema internacional anárquico. Este armamento, ainda que para fins defensivos¹,
poderá fazer com que os demais Estados no sistema internacional adotem uma
postura agressiva em relação ao primeiro e também comecem a adquirir armas. Esta
reação por parte dos demais Estados gerará insegurança no primeiro que reiniciará
o processo.
- Estão percebendo como isso se afasta de um idealismo teórico? Eles estão
dizendo que mesmo que um país se arme apenas para se defender isso pode gerar
uma espiral de armamentismo internacional. Mas ao mesmo tempo, eles estão
afirmando que se um Estado não se armar tendo em vista sua proteção ele
provavelmente poderá ser atacado por outro país que tiver interesses
expansionistas. Que foi justamente o que aconteceu na 2ª GM, quando Alemanha,
Itália e Japão começaram a implementar a sua investida expansionista.
Vamos fazer uma aplicação bem didática e carente de rigor aqui dessa teoria do
Herz?
1. A Ucrânia entra na OTAN para se sentir mais segura, a Rússia ataca a Ucrânia
(supostamente) por receio de ser atacada futuramente.
2. A Ucrânia não entra pra OTAN e espera pra ver se o Putin (que é um reacionário
autocrata) muda depois da segunda chance dada à ele, mesmo depois de já ter
anexado a Criméia (2014). A 2ª GM já nos ensinou um pouco sobre o que acontece
quando um país localizado perto de potências expansionistas não se arma e não faz
alianças.
Enfim, 1 ou 2? Isto é um dilema de segurança.
@Reinhold Niebuhr
- Cristão => teve um apelo muito forte especialmente para as elites cristãs no
período da Guerra Fria
- buscava conciliação e teve até uma certa visão teológica do poder norte-americano
durante a Guerra Fria
@Thomas Schelling
- Trabalhou o modelo realista baseado na análise de cenários estratégicos, i.e.,
olhando os Estados não simplesmente como autores que buscam Poder, mas atores
que estão fazendo leituras do cenário estratégico pra buscar racionalmente melhor
se colocar em termos de poder, mas também considerando o comportamento dos
demais Estados que fazem parte de um determinado cenário.
- Então, muito ligado ao modelo do ator racional; da discussão sobre racionalidade e
a discussão sobre estratégia e cenários estratégicos
@Henry Kissinger
- Secretário de Estados dos EUA em dois momentos importantes (Guerra do Vietã,
etc)
Rodrigo
Ações que não são típicas de grandes potências (em outras palavras, ações
que grandes potências tipicamente NÃO fazem)
a) Apaziguamento
b) Seguimento do mais forte (grande potência segue o seu próprio caminho,
não segue o mais forte)