Gestão da Qualidade de Software

GESTÃO DA QUALIDADE DE
SOFTWARE: HISTÓRICO E
CONCEITO DE QUALIDADE
DE SOFTWARE

• Conceito de Qualidade
e sua História
• Qualidade de Produto
GESTÃO DA QUALIDADE DE SOFTWARE:
HISTÓRICO E CONCEITO DE QUALIDADE
DE SOFTWARE

INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar por que prefere determinado produto ou serviço? Ou por que
certos produtos vendem mais que outros? Ou ainda qual o motivo de algum serviço
atrair um público maior? A resposta a estas perguntas está diretamente relacionada ao
conceito de qualidade.

Quando um produto ou serviço atende às necessidades de seus usuários (clientes ou

consumidores) de forma adequada, isso é um indício de qualidade. Neste material, você
será apresentado ao conceito de qualidade e conhecerá um pouco da sua história.

Você também terá uma visão sobre qualidade de produto, além dos critérios objetivos e
subjetivos considerados nesse tipo de avaliação. Então, vamos lá?

OBJETIVOS
• Conhecer e recordar o termo qualidade e sua história.

• Identificar o conceito de qualidade de produto.

• Discutir o conceito de critérios objetivos e subjetivos para avaliação de qualidade de

produto.

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1.1 CONCEITO DE QUALIDADE E SUA HISTÓRIA
Segundo a norma ISO 9000:2000, atualmente qualidade é “[...] o grau no qual um conjunto
de características inerentes a um produto, processo ou sistema, satisfaz a requisitos de
seus clientes, visando sua satisfação. A satisfação do cliente então é a percepção do grau
no qual os seus requisitos foram atendidos”.

Mas nem sempre a qualidade foi entendida dessa forma. Kosciansk (2007) e Algarte
(2000) relatam que, há mais de 4.000 anos, os egípcios usavam um padrão de qualidade
nas suas construções, conhecido como Cúbito. Essa medida representava a medida do
braço do faraó reinante. Já nos séculos XVIII e XIX, o conceito de qualidade na Europa
estava relacionado à primeira etapa da Revolução Industrial, quando ocorreram várias
mudanças, e o trabalho manual foi substituído pelo uso de máquinas.

Figura 1 – Na Revolução Industrial, o conceito de qualidade teve

relação com as mudanças no trabalho das fábricas.
Fonte: Fonte: Shutterstock (2015).

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Apesar deste histórico, a ideia da qualidade como conhecemos hoje está associada à
Segunda Guerra Mundial. Na época já existia uma preocupação com a qualidade dos
produtos; ou seja, tudo o que fosse fabricado deveria ter as mesmas características e não
poderia apresentar defeitos. Os responsáveis por esse controle eram os inspetores de
qualidade, que avaliavam todos os produtos. Em seguida, esse método foi substituído
por técnicas estatísticas de controle que qualidade, criadas por Walter Andrew Shewhart
por volta de 1920.

Após a derrota na Segunda Guerra, os japoneses, que estavam endividados e precisavam

pagar suas dívidas, começam a investir em suas indústrias, já que precisavam exportar
produtos. Nesse momento, o desafio era vender os produtos japoneses com qualidade
igual ou superior e preços menores.

No início, os japoneses constataram que se tornava mais caro e não era suficiente apenas
verificar a qualidade do produto final. Isso ocorria porque a lógica japonesa para definir
preços era diferente da lógica americana. Confira as diferenças do cálculo dos preços dos
produtos para os americanos e japoneses no quadro a seguir.

Americanos Japoneses
Preço = Custo + Margem de Lucro Custo = Preço – Margem de Lucro
Preço definido após produção Preço definido antes da produção
Não havia limite para o preço do produto O preço do produto estava limitado ao custo
predefinido
Figura 2 – Diferenças no cálculo dos preços americanos e japoneses.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

A principal vantagem do método japonês era a necessidade de as indústrias enxugarem os

custos durante o processo de fabricação dos produtos, visando especialmente a prevenção
de defeitos. Na época, esse método passou a ser considerado sinônimo de qualidade.

Os avanços seguintes nessa área foram o surgimento do conceito de Gestão da Qualidade

Total, proposto por Armand Vallin Feigenbaun no livro “Total Quality Control: engineering
and management”, e a criação do conceito de “defeito-zero”, proposto por Philip Bayard

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Crosby, que caracteriza a ausência de falhas, omissões, vícios ou defeitos na geração de
produtos pelas empresas.

Finalmente, em 1987, foi criada a ISO 9000, uma família de normas criada pela International
Organization for Standardization (ISO, em tradução literal, Organização Internacional
para Padronização).

Figura 3 – Símbolo das empresas certificadas pela norma ISO 9001.

Fonte: Fonte: Shutterstock (2015).

As versões originais de todas as normas ISO foram publicadas na língua inglesa. A

tradução para a Língua Portuguesa brasileira foi feita pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). Por isso, as normas ISO passaram a receber o prefixo NBR em
sua nomenclatura.

A NBR ISO 9000 define os fundamentos e o vocabulário de Sistema de Gestão da Qualidade,

tratando também de seus conceitos e princípios. A norma ainda define os requisitos
para um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), descrevendo o que deve ser feito pelas
organizações para sua implantação. Esta é a única norma que certifica na série 9000.

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 GLOSSÁRIO:

Certificação: é o processo de atestar a conformidade de um produto, processo ou

sistema em relação a requisitos normativos.

SAIBA MAIS:

Além da ISO, o principal órgão de certificação do Brasil é o Inmetro (www.inmetro.

gov.br/). Ao acessar o link <www.inmetro.gov.br/qualidade/certificacao.asp>, você
pode obter mais informações sobre o funcionamento dos sistemas de certificação.

As normas da família ISO são utilizadas para certificar os processos das organizações,
uma vez que a melhoria dos processos é o fator-chave para determinar a qualidade dos
produtos ou serviços prestados. Logo, antes de entender como funciona a certificação
de processos é importante saber o que é qualidade de produto.

1.2 QUALIDADE DE PRODUTO

O site do Inmetro (2015) especifica que “[...] o Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia – Inmetro – é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva
do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro),
colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro)”. Ou seja, o Inmetro atesta a qualidade
dos produtos.

Para fazer a análise, o Inmetro descreve na seção Programa de Análise de Produtos que
usa um processo baseado no Guia ISO 46-1985 – Teste Comparativos de Produtos e
Serviços – Princípios Gerais, uma recomendação internacional para a realização deste
tipo de avaliação (INMETRO, 2015).

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Quando o produto ou o serviço é escolhido, é realizada uma pesquisa para verificar
quais normas e regulamentos devem ser atendidos, além de quais laboratórios estão
capacitados a realizar os ensaios previstos na regulamentação.

Mas quais são os critérios de qualidade avaliados em um produto? A resposta não é

única, pois diferentes critérios de qualidade devem ser considerados na avaliação.

1.2.1 Critérios para avaliação de qualidade de produto

Vários critérios devem ser considerados quando avaliamos a qualidade de um produto
ou serviço. Geralmente, a maioria dos produtos é avaliada segundo questões como
desempenho, características acessórias ou adicionais, confiabilidade, conformidade,
durabilidade e aparência. Já os serviços são analisados principalmente quanto à forma
de atendimento.

Porém, há critérios objetivos e subjetivos na avaliação de qualidade. Numa comparação

de desempenho entre dois veículos, por exemplo, tem melhor resultado aquele que
percorre a mesma distância que o outro em menos tempo. Nesse caso, temos um
exemplo de critério objetivo. Já discutir qual dos veículos tem melhor aparência é um
claro exemplo de avaliação subjetiva, pois julgar aparência depende principalmente da
experiência de quem avalia.

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CONCLUSÃO

Neste material, você estudou o conceito de qualidade e uma parte de sua história.
Também aprendeu sobre o conceito de qualidade de produto e sobre como definir os
critérios objetivos e subjetivos de avaliação da qualidade.

Você aprendeu ainda que o processo de avaliação de qualidade de um produto envolve

a verificação de suas características (critérios) em relação a uma norma ou padrão. Na
área de produtos de software, a norma NBR ISO 25030:2008 é quem define os critérios
objetivos e subjetivos de avaliação de qualidade.

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REFERÊNCIAS

ALGARTE, W. A história da qualidade e o programa brasileiro da qualidade e

produtividade. Rio de Janeiro. INMETRO/SENAI, 2000.

BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR ISO 25030, Engenharia
de software  – Requisitos e Avaliação da Qualidade de Produto de Software (SQuaRE)
- Requisitos de qualidade. Comitê ABNT/CB-021 Computadores e Processamento de
Dados. Rio de Janeiro, 22 set. 2008. 29p.

______. ______. NBR ISO 9000. Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e

vocabulário. Projeto NBR ISO 9000:2000.Comitê ABNT/CB-25 Brasileiro da Qualidade.
CE-25:001.01 – Comissão de Estudo Fundamentos e Vocabulário. Rio de Janeiro, 30 dez.
2005. 35p.

INMETRO. O que é o Inmetro. Disponível em: <www.inmetro.gov.br/inmetro/oque.

asp>. Acesso em: 13 abr. 2015.

______. Programa de Análise de Produtos. Disponível em: <www.inmetro.gov.br/

qualidade/progAnaliseProd.asp>. Acesso em: 13 abr. 2015.

KOSCIANSK, A.; SOARES, M. Qualidade de Software: aprenda as metodologias e técnicas

mais modernas para o desenvolvimento de software. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2007.

MORAIS, E. Qualidade de Software. Disponível em: <http://www.edison.eti.br/qs_senai.

html>. Acesso em: 16 abr. 2015.

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CRÉDITOS
IEL – INSTITUTO EUVALDO LODI DO PARANÁ
José Antônio Fares
Superintendente

FACULDADE DA INDÚSTRIA
Eduardo Vaz da Costa Junior
Diretor Geral

NEAD – NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Raphael Hardy Fioravanti
Coordenador do NEaD FIEP

Paulo Henrique Cayres

Coordenador do NEaD da Faculdade da Indústria

EQUIPE DE ELABORAÇÃO TÉCNICA
Paulo Henrique Cayres
Gestor do Projeto

Hilde Silvana Pontes

Acompanhamento Pedagógico

Alcione Mazur
Acompanhamento Pedagógico

Ricardo Luiz Freire de Menezes Junior

Projeto de Design Gráfico

FabriCO
Produção Midiática

Edison Andrade Martins Morais

Conteúdo

Cassiana Fagundes Silva

Revisão Técnica

Christina Paula de Camargo Curcio

Revisão de Conteúdo

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