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Os Donos do Poder – Raymundo Faoro

 Análise da formação e do desenvolvimento das estruturas de poder no Brasil.


 Tese: poder no brasil sempre se concentrou nas mãos da elite oligárquica, que o
usava para benefício próprio – acentuando desigualdades.
 Patrimonialismo tem origem colonial e tem influência até os dias de hoje.
 Estado regido em nome próprio, não socialmente.
 Influência Weberiana: patrimonialismo é um tipo específico de dominação
(interioriza o dever da obediência).

1. Patronato
- Sistema de relações sociais baseado na subordinação e na dependência. Por
exemplo, a relação entre os proprietários de terra e os trabalhadores – que eram
dominados.
- Reflexão do patrimonialismo: trabalhadores vistos como propriedade. Funcionários
eram uma “extensão” da Casa Grande.
- Consequência da história portuguesa: sistema de colonização adotado (com base
no monopólio comercial e na exploração de recursos) estabelece desigualdades
desde o princípio. O poder era centralizado – moldando aspectos econômicos,
políticos, sociais e mentais.

2. Política Brasileira
- Pré-Independência: oposição metrópole x colônia.
- Pós-Independência: oposição Estado x nação.
- “O poder não é uma função pública, mas sim objeto de apropriação privada”

3. Patrimonialismo
- Herança portuguesa: poder limitado a um pequeno grupo (dificultando o
surgimento de um capitalismo competitivo e industrial).
- Poder econômico não explica a estrutura de poder estamental no Brasil. Fomos
moldados com características distintas de outros países capitalistas.
- Elite brasileiro usa o capitalismo para o acúmulo de dinheiro e de poder. Não
houve uma distribuição equitativo dos benefícios do capitalismo, mas uma
concentração nas mãos de poucos.
- “Sociedade súdita”: facilita exploração, dominação e manipulação.
- Patrimonialismo pessoal se converte num patrimonialismo estatal. Uma única
camada social rege e governa em nome próprio. É algo intrinsicamente
personalista, no qual o mercantilismo atua como técnica de operação.
- O controle patrimonialista do Estado tem um caráter centralizador, que administra
a favor da camada político-social que o compõe.
- Isso tudo é possível devido à ausência de uma política estatal burocrática, estável
à administração.

4. Capítulo XV - Mudança e Revolução


- Surgiram tensões entre agentes do Café com Leite, permitindo que a oposição
(estados que não faziam parte da manutenção de poder da República) se
organizassem.
- Para o autor, visando uma transformação dessa ordem social, era necessário
libertar o homem do interior do coronelismo, os Estados das oligarquias e organizar
um novo sistema anti tradicional.
- Salvacionismo: política dirigida por Hermes da Fonseca, que retirou determinados
governadores do poder e instituiu novos (nomeados por ele próprio). Uma tentativa
de combate à corrupção das instituições republicanas.
- O povo oscila entre o parasitismo, passeatas sem participação política e oscilação
do poder. Não se preocupam com quem tá no poder.

5. Capítulo Final - A viagem redonda: do patrimonialismo ao estamento


- Autoridade patrimonialista é legitimada por preceitos da tradição e do costume, nos
quais as características do poder estão centradas no indivíduo (não no coletivo).
- Patriarcalismo também é herança portuguesa. Senhores de terra tem poderes
quase absolutos.
- Burocracia moderna: segue padrões de racionalidade e legalidade.
- Burocracia brasileira: padrão tradicionalista, no qual a dominação política e social
é estruturada em classes.

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