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CURSO EM ANÁLISE ESTRUTURAL

ESTABILIDADE DE ESTRUTURAS AERONÁUTICAS

MAIO 2007
CAPÍTULO 1
COMPORTAMENTO MECÂNICO DE MATERIAIS
(REVISÃO PARCIAL)
ÍNDICE DE SEÇÕES

1.1 INTRODUÇÃO 1.3


1.2 O ENSAIO DE TRAÇÃO 1.3
1.3 OS ENSAIOS DE COMPRESSÃO E CISALHAMENTO 1.7
1.4 IDEALIZAÇÕES DA CURVA TENSÃO–DEFORMAÇÃO 1.10
1.5 REPRESENTAÇÕES DA CURVA TENSÃO-DEFORMAÇÃO POR FUNÇÕES DE TRÊS
PARÂMETROS 1.11
REPRESENTAÇÃO DE RAMBERG E OSGOOD 1.12
REPRESENTAÇÃO DE HILL 1.13
EQUAÇÃO GENERALIZADA DE BARRETT E MICHAEL 1.14
1.6 EXEMPLOS 1.20
1.7 EXERCÍCIOS 1.22
1.8 REFERÊNCIAS 1.24

ÍNDICE DE FIGURAS

1-1 CORPO DE PROVA PARA ENSAIO EM TRAÇÃO 1.3


1-2 CURVA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE MATERIAL COM PONTO DE ESCOAMENTO DEFINIDO 1.24
1-3 CURVA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE MATERIAL SEM PONTO DE ESCOAMENTO DEFINIDO 1.4
1-4 CURVA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE MATERIAL CLAD 1.5
1-5 CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE MATERIAIS AERONÁUTICOS 1.7
1-6 CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE LIGAS DE ALUMÍNIO EM TRAÇÃO E COMPRESSÃO 1.8
1-7 CORPO DE PROVA PARA ENSAIO EM TORÇÃO 1.9
1-8 CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO IDEALIZADAS 1.10
1-9 CURVA TENSÃO-DEFORMAÇÃO IDEALIZADA: ELÁSTICO LINEAR-PLÁSTICO COM ENCRUAMENTO 1.11
1-10 IDEALIZAÇÃO DE RAMBERG & OSGOOD 1.13
1-11 PARÂMETRO DE FORMA n COMO FUNÇÃO DE F0.7 / F0.85 1.13
1-12 CURVAS ADIMENSIONALIZADAS DE RAMBERG-OSGOOD 1.14
1-13 IDEALIZAÇÃO DE HILL 1.14
1-14 CURVAS ADMINENSIONALIZADAS DE BARRETT-MICHAEL 1.16
1-15 CURVAS ADIMENSIONALIZADAS DE BARRETT-MICHAEL – ET / E 1.17
1-16 CURVAS ADIMENSIONALIZADAS DE BARRETT-MICHAEL – (F / FN)(E / ET) 1.17
1-17 CURVAS ADIMENSIONALIZADAS DE BARRETT-MICHAEL – 1.18
1-18 ÁBACOS PARA A DETERMINAÇÃO DE m E FN 1.19

1.2
1
COMPORTAMENTO MECÂNICO DE MATERIAIS
(REVISÃO PARCIAL)

1.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo será feita uma revisão das propriedades mecânicas de materiais que são de
interesse no estudo da estabilidade de estruturas aeronáuticas. Uma vez que estruturas aeronáuticas
têm de ser analisadas nas condições limite (em condições normais de operação da aeronave, a
estrutura não deve apresentar deformações permanentes) e última (em condições de sobrecarga, a
estrutura não deve falhar catastroficamente), condições estas normatizadas, é necessário conhecer-se a
relação entre tensões e deformações em todo domínio, desde pequenas deformações até a ruptura. É
de particular interesse, nos casos em que for viável, representar a relação entre tensões e deformações
através de um modelo analítico. A relação tensão-deformação poderia assim ser incorporada na análise
e o engenheiro projetista ganharia um tempo considerável por não ter que alimentar a análise com os
valores obtidos das curvas efetivas de tensão-deformação dos materiais que esteja empregando.

1.2 O ENSAIO DE TRAÇÃO

Considere o comportamento de um membro reto e longo, com uma seção uniforme em sua parte
central, quando submetido a uma carga axial, como mostrado na Fig. 1-1.

Fig. 1-1 Corpo de Prova para Ensaio de Tração

No centro, excetuando aquelas normais na direção axial, todas as tensões são zero. A tensão
normal é constante através da seção e é dada por n = P / A, onde A é a área original da seção
transversal antes da aplicação da carga. Se L é a mudança de comprimento entre dois pontos,
originalmente distantes, um do outro, de um comprimento L, a deformação longitudinal, que é constante
ao longo da seção reduzida, pode ser obtida da expressão long = L / L . A relação tensão-deformação

1.3
do material pode então ser obtida graficando, para cargas crescentes, as tensões em função das
deformações medidas.

Para alguns materiais, como o aço doce, a curva resultante tem a forma mostrada na Fig. 1-2.

Fig. 1-2 Curva Tensão-Deformação de Material com


Ponto de Escoamento Definido

Para pequenas deformações, a relação entre a tensão e a deformação é linear (ou praticamente
linear). Esta proporcionalidade eventualmente deixa de ocorrer numa tensão referida como limite de
proporcionalidade. Após ser atingido o limite de proporcionalidade, a inclinação da curva decresce até
um ponto para o qual um pequeno incremento de deformação não resulta num aumento de tensão. A
tensão neste ponto é denominada tensão de escoamento. Um aumento de deformação volta a
ocasionar, eventualmente, um aumento de tensão. Este fenômeno é denominado de encruamento. Ã
medida que a tensão aumenta, um segundo ponto de derivada nula é atingido, correspondendo à tensão
última. Daí em diante, a tensão decresce com o aumento da deformação, até a ruptura. A deformação na
ruptura multiplicada por 100 é denominada de alongamento percentual. Deve ser notado que as tensões
são baseadas na área da seção transversal original do corpo de prova, sem levar em consideração a
contração lateral. As tensões reais são em conseqüência maiores do que aquelas plotadas numa curva
tensão-deformação convencional (tensões aparentes). A diferença não é apreciável até que as regiões
mais altas do regime plástico são atingidas.

Fig. 1-3 Curva Tensão-Deformação de Material sem


Ponto de Escoamento Definido

1.4
A Fig. 1-3 mostra a curva tensão-deformação típica da maioria dos materiais aeronáuticos. Até ser
atingida uma determinada tensão, a relação tensão-deformação é linear. Deve ser notado que não há
um ponto de escoamento, pois a tangente não assume uma posição horizontal até ser atingida a tensão
última. Alumínio puro é mais resistente à corrosão do que alumínio em liga; por esta razão
freqüentemente chapas de liga de alumínio são protegidas por finas camadas externas de alumínio puro.
É o processo de cladding. Em materiais clad ocorrem duas regiões lineares na curva tensão-deformação.
Uma ocorre abaixo do limite de proporcionalidade do material das camadas da superfície, que são
menos resistentes do que o miolo, e a outra se estende deste até o limite de proporcionalidade do
material do miolo, como mostrado na Fig. 1-4.

Fig. 1-4 Curva Tensão-Deformação de Material Clad

A propriedade mecânica que define a resistência de um material no regime elástico é a rigidez e


para materiais dúteis é medida pela quantidade denominada de Módulo de Elasticidade ou Módulo de
Young ( E ). A parte linear dos diagramas mostrados nas Figs. 1-2, 1-3 e 1-4 implica numa razão
constante entre a tensão e deformação. E é o valor numérico desta razão:

fn
E (1.1)
long

Como indicado na Fig. 1-4, as ligas clad de alumínio têm dois módulos de elasticidade. O módulo
inicial é o mesmo das outras ligas de alumínio, mas só vale até que o limite de proporcionalidade do
material das faces é atingido (módulo primário). Imediatamente acima deste ponto há um breve estágio
de transição e o material exibe então um módulo secundário até que seja atingido o limite de
proporcionalidade do material do miolo. Ambos os módulos são baseados numa tensão referida à área
total da seção transversal.

Qualquer que seja o caso (Figs. 1-2, 1-3 ou 1-4), é difícil determinar o limite de proporcionalidade, a
partir dos dados experimentais, com precisão. Por isto convencionou-se definir o limite de
proporcionalidade como sendo o ponto de interseção da curva e da reta paralela à porção linear da
curva, mas deslocada da origem por uma deformação de 0.0001.

1.5
Se a carga é removida em baixos níveis de tensão, o material retornará à condição de tensão zero,
percorrendo a mesma curva que seguiu durante o ciclo de carregamento e não ocorrerão deformações
permanentes. Neste intervalo, o material é dito ser elástico e a tensão que define o limite superior é
referida como o limite elástico. Abaixo do limite elástico, a deformação é função unívoca da tensão. Para
a maioria dos materiais estruturais, o limite elástico praticamente coincide com o limite de
proporcionalidade, embora ambos sejam definidos a partir de considerações físicas completamente
distintas. É possível, por exemplo, existir um material (como a borracha) no qual as deformações não
são diretamente proporcionais às tensões em qualquer nível de tensão, mas o material pode assim
mesmo comportar-se de maneira elástica. Um material que exiba ambos pontos, o limite proporcional e o
limite elástico, é dito ser linearmente elástico se a tensão não ultrapassar o menor destes dois limites.

Acima do limite elástico, o material não mais descarrega ao longo da curva tensão-deformação que
seguiu no ciclo de carregamento. O descarregamento se dará ao longo de uma reta paralela à parte
linear da curva, como mostrado nas Figs. 1-3 e 1-4. Neste caso, a deformação não é função unívoca da
tensão, pois para uma dada tensão corresponde uma deformação no carregamento e outra no
descarregamento. Além disto, a deformação no descarregamento depende da maior tensão alcançada
no ciclo de carregamento.

Materiais que se comportam de acordo com as curvas das Fig. 1-3 ou 1-4, ao contrário daqueles
representados pela Fig. 1-2, não mostram um ponto de tangente horizontal um pouco acima da região
linear. Estes materiais escoam gradualmente. Em conseqüência, não possuem uma tensão ou ponto de
escoamento bem caracterizados. Uma vez que deformações permanentes são indesejáveis na maioria
das estruturas e máquinas, é prática comum se adotar um valor arbitrário de deformação permanente
que é considerável admissível para fins de projeto. O valor desta deformação permanente admissível foi
fixado pelas autoridades em 0.002 e a tensão (atingida no carregamento) que causa esta deformação
permanente no descarregamento é denominada de tensão de escoamento (na língua Inglesa, é
denominada também de offset yield stress). Esta tensão está no ponto de interseção da curva e a linha
paralela à parte linear da curva mas deslocada da origem por uma deformação de 0.002. Como
mencionado na seção 1.1, um dos critérios de projeto é freqüentemente o requisito de que as cargas
limites não devam produzir tensões que ultrapassem este valor.

São de utilidade, além do módulo de elasticidade, dois outros módulos. O módulo de elasticidade foi
definido como a inclinação da curva abaixo do limite de proporcionalidade. Acima deste limite, a
inclinação da curva, que não mais é constante, é definida como Módulo Tangente ( Et ):

df
Et (1.2)
d

Como mostrado na Eq. (1.1), o módulo de elasticidade também pode ser definido como a tensão
dividida pela deformação. Acima do limite de proporcionalidade, esta razão, também não mais constante,
é definita como Módulo Secante ( Es ):

f
Es (1.3)

1.6
Os módulos tangente e secante são funções do nível de tensão, e abaixo do limite de
proporcionalidade ambos são iguais ao módulo de elasticidade.

Se, durante um ensaio de tração, forem medidas as dimensões da seção transversal do corpo de
prova, percebe-se que o alongamento longitudinal é acompanhado de uma contração transversal. As
deformações nas duas direções são relacionadas pela equação:

trans long (1.4)

onde é denominado Razão de Poisson. Esta razão é constante abaixo do limite de proporcionalidade
e, para a maioria dos materiais estruturais, está na faixa de 0.25 a 0.33. A menos que seja conhecido
com mais precisão, o valor normalmente considerado para materiais estruturais é 0.3. aumenta
gradualmente acima do limite de proporcionalidade, e aproxima-se de 0.5 (em processos
isovolumétricos) para grandes deformações plásticas:

Es
p p e (1.5)
E

onde e é o valor na região elástica e p o valor na região plástica (normalmente fixado igual a 0.5).

A Fig. 1-5 mostra as curvas tensão-deformação dos materiais aeronáuticos mais comuns. A figura
da esquerda permite a comparação relativa das tensões últimas e de ruptura, bem como das dutilidades
(capacidade do material para deformação inelástica em tração e cisalhamento sem sofrer ruptura, e
habilidade do material em ser manipulado em processos de fabricação). A figura da direita permite a
comparação relativa dos módulos de elasticidade, bem como das tensões de escoamento.

(a) Domínio Completo (b) Porções Iniciais

Fig. 1-5 Curvas Tensão-Deformação de Materiais Aeronáuticos

1.3 OS ENSAIOS DE COMPRESSÃO E CISALHAMENTO

Considerando as importâncias da segurança e baixo peso da estrutura no projeto estrutural de


veículos aeroespaciais, o engenheiro deve considerar o quadro completo da tensão vs a deformação,
através das gamas de tração e compressão. Isto é principalmente devido ao fato de que a flambagem,

1.7
tanto primária como local, é um tipo comum de falha em estruturas aeroespaciais, e pode ocorrer tanto
no regime elástico quanto na região plástica. Em geral, a forma da curvas tensão-deformação sob
compressão e tração, fora do estágio inicial linear, são diferentes. Além disto, os vários materiais
utilizados na construção de veículos aeroespaciais têm curvas de forma bastante distinta na porção que
se sucede à região linear. Uma vez que o peso estrutural mínimo é tão importante, esforços têm sido
feitos em projeto no sentido de desenvolver altas tensões admissíveis de compressão, e estas tensões
últimas admissíveis estão na região inelástica em muitos componentes estruturais.

A Fig. 1-6 mostra uma comparação das curvas tensão-deformação em tração e compressão para

Fig. 1-6 Curvas Tensão-Deformação de Ligas de Alumínio em Tração e Compressão

1.8
quatro ligas de alumínio largamente utilizadas na indústria. Abaixo do limite de proporcionalidade, o
módulo de elasticidade é o mesmo sob tração ou compressão. A tensão de escoamento em compressão
é determinada da mesma forma como explicado para tração.

A tensão última em tração de um componente manufaturado de determinado material não é


sensivelmente dependente da forma de sua seção transversal ou de seu comprimento. Por outro lado,
entretanto, a resistência última de um componente sob tensões de compressão é amplamente
dependente da forma da seção e comprimento. Qualquer componente, quando submetido a forças
compressivas crescentes, a menos que muito curto e compacto, tende a flambar lateralmente como um
todo ou falhar localmente. Se um membro bastante curto ou com flexão lateral impedida externamente,
confeccionado de materiais como madeira, osso, pedra e alguns metais frágeis, for submetido à
compressão, a falha se dará por uma fratura bem definida. Em conseqüência, estes materiais
apresentam um valor definido para a tensão última em compressão. A maior parte dos materiais
aeronáuticos, entretanto, não apresentam fratura em compressão. Devido a sua dutilidade, o material
escoa e incha, e o crescimento da área transversal permite a absorção de cargas crescentes. É portanto
praticamente impossível selecionar um valor para a tensão última de compressão, sem estabelecer
algum tipo de critério: para materiais dúteis, a tensão última em compressão ( Fcu ) é considerada
normalmente igual à Ftu (tensão última em tração). Materiais frágeis relativamente fracos em tração
podem apresentar Fcu obtido em ensaios de laboratório, maior do que Ftu ; neste caso, o valor adotado é
aquele medido em laboratório.

Embora tenham sido adotados testes padrões para a determinação das propriedades em tração e
compressão de metais, não há um padrão estabelecido para a medida das propriedades em
cisalhamento. Um procedimento para a obtenção destes dados é testar um tubo de paredes finas em
torção, como mostrado na Fig. 1-7. Neste caso todas as tensões são nulas, excetuando a tensão
tangencial s , que age também nos planos que contém o eixo do tubo. Casos, com este, nos quais

Fig. 1-7 Corpo de Prova para Ensaio de Torção

não há outras componentes de tensão, são denominados de cisalhamento puro. A tensão é dada pela
expressão fs = Mt r / Ip , onde Mt é o torque aplicado, r é o raio medido até o ponto onde a tensão é
requerida, e Ip é o momento polar de inércia da seção do tubo. Uma vez que a espessura das paredes é
pequena, r é essencialmente constante ao longo do tubo. Em conseqüência, as tensões são

1.9
praticamente constantes. As linhas retas, originalmente geradoras da superfície cilíndrica, deformam
helicoidalmente sob a ação do torque, de maneira que o ângulo AOB mostrado na figura distorce para
A’O’B’. A mudança deste ângulo é, então, a deformação de cisalhamento s , que para pequenas
deformações é dado por s = L / L . Se este ângulo é determinado como função da tensão de
cisalhamento, obtém-se a curva tensão-deformação em cisalhamento. A forma desta curva é parecida
com aquela de tração para o mesmo material, e para a maior parte dos materiais aeronáuticos é
semelhante ao esboço da Fig. 1-3. Como no ensaio em tração, na parte inicial da curva, existe uma
relação linear entre tensões e deformações. Esta relação pode ser expressa como

fs
s (1.6)
G

onde G é a módulo de cisalhamento. O módulo de cisalhamento pode ser escrito em termos do módulo
de elasticidade através da relação:

E
G (1.7)
21

1.4 IDEALIZAÇÕES DA CURVA TENSÃO - DEFORMAÇÃO.

Como visto nas duas seções precedentes, a curva tensão-deformação experimental de materiais
aeronáuticos, tanto para tração uniaxial, quanto para compressão e cisalhamento puro, tem a forma
característica mostrada na Fig. 1-3. Esta curva não está, evidentemente, numa forma adequada para
desenvolvimentos analíticos. Seria desejável poder expressar a relação matematicamente. Ã medida que
cresce a precisão com a qual se aproxima matematicamente a curva, também cresce a complexidade do
modelo matemático. É portanto desejável utilizar um modelo que represente bem o comportamento do
material para a análise em questão e que seja o mais simples possível.

Muitas idealizações têm sido sugeridas na literatura, e a escolha depende do material, da tensão e
do nível de temperatura requeridos para a análise. Alguns destes modelos idealizados são mostrados na
Fig. 1-8. Na Fig 1-8a é mostrado o comportamento de um corpo rígido, no qual o carregamento não
produz deformações. É evidente que não existe material de tal tipo, mas em muitos casos as
deformações do corpo têm um efeito desprezível na análise. Esta é a hipótese que fornece a base para a

f f f f f f

(a) (b) (c) (d) (e) (f)

Fig. 1-8 Curvas Tensão-Deformação Idealizadas


(a) Rígido; (b) Elástico Não-Linear; (c) Elástico Linear; (d) Rígido - Perfeitamente Plástico
(e) Rígido - Plástico com Encruamento; (f) Elástico Linear - Perfeitamente Plástico

1.10
Mecânica do Corpo Rígido. O comportamento de um material elástico não-linear, i.e., o material carrega
e descarrega ao longo da mesma curva, é representado na Fig. 1-8b . O comportamento do material
elástico linear é representado na Fig. 1-8c ; as Eqs. (1.1) e (1.6) descrevem este comportamento,
respectivamente, para tração e cisalhamento.

Idealizações de materiais que se comportam plasticamente são mostradas nas Figs. 1-8d e 1-8e.
Distintos dos modelos elásticos, nestes casos as deformações plásticas não são recuperáveis. Um
material rígido – perfeitamente plástico, no qual não ocorre deformação até que a tensão de escoamento
é atingida, após o que a deformação cresce sem que haja aumento da tensão, é mostrado na Fig. 1.8d.
A deformação atingida no carregamento permanece constante ao se descarregar, não havendo um
mínimo de recuperação. Um material rígido – plástico com encruamento é ilustrado na Fig. 1-8e. Mais
uma vez, tensões abaixo da tensão de escoamento não produzem deformações, mas agora um aumento
da deformação exige um aumento da tensão. Como no caso anterior, também aqui não há qualquer
recuperação de deformação no descarregamento. Os materiais mostrados nas Figs. 1-8f e 1-9 são
elasto-plasticos. Na Fig. 1-8f o material se comporta de uma maneira linear elástica até que seja atingida
a tensão de escoamento, após o que tem um comportamento plástico perfeito. Quando a carga é
aliviada, a deformação elástica é recuperada, enquanto que a deformação plástica permanece.

O comportamento do material da Fig. 1-9 é


E P elástico linear até que o limite de
proporcionalidade (suposto igual ao limite
f
elástico) é atingido. Acima desta tensão há, em
adição à deformação elástica E, uma
fpr componente de deformação plástica, com
encruamento, P. A componente de deformação
elástica é recuperada ao se remover a tensão.
Este modelo descreve o comportamento
uniaxial da maioria dos materiais estruturais
usados em construção aeronáutica e pode ser
adequadamente representado por uma função
analítica de três parâmetros, objeto de estudo
Fig. 1-9 Curva Tensão-Deformação Idealizada
da próxima seção.
Material Elástico Linear – Plástico com Encruamento

1.5 REPRESENTAÇÕES DA CURVA TENSÃO–DEFORMAÇÃO POR FUNÇÕES DE TRÊS PARÂMETROS.

Com referência à Fig. 1-9, pode-se considerar a deformação dividida em duas componentes: uma
elástica e outra plástica. Em conseqüência, pode-se escrever:

e p (1.8)

1.11
onde a componente elástica é igual a f / E . Foi verificado em laboratório que a componente plástica
pode ser considerada proporcional ao nível de tensão, elevada a uma potência que depende do
comportamento do material na região plástica. Em conseqüência, a Eq. (1.8) pode ser rescrita como
n
f f
C (1.9)
E E

Os parâmetros E, C e n são as constantes do material a serem determinadas em laboratório.


Diferenciando a Eq. (1.9) e escrevendo a expressão para df /d , tem-se:

n 1 1
df f
E 1 nC (1.10)
d E

Quando f = 0 , a Eq. (1.10) fornece d f /d = E . A inclinação da curva na origem, conseqüentemente,


é igual ao módulo de elasticidade, e está disponível para qualquer material. C e n poderiam ser
determinados a partir de procedimentos padrões de fitting, i.e., métodos que visam minimizar, em dado
domínio, os erros entre os valores fornecidos pela função e aqueles obtidos experimentalmente (e.g.,
mínimos quadrados). É entretanto usual fazer com que a curva da Eq. (1.9) coincida com a curva
experimental em dois pontos arbitrários. É de se esperar que a curva empírica seja uma boa
representação nas proximidades destes dois pontos e entre os mesmos. Quanto maior o parâmetro n ,
melhor será a representação na região linear. À medida que se afasta do ponto de tensão superior (no
sentido da tensão última) não se deve esperar resultados satisfatórios.

Pode-se adimensionalizar a Eq. (1.9) multiplicando-se ambos os lados por E / FRef , onde FRef é
uma tensão de referência. Desta forma, obtém-se:

n n 1
E f CE f f f
1 C (1.11)
FRef FRef FRef E FRef E

Como três parâmetros são suficientes para definir a função, C poderá sempre ser expresso em
termos de E , FR e n. As distintas funções empíricas disponíveis na literatura (ou a sua forma de
apresentação) dependem de FR e dos dois pontos de teste escolhidos.

REPRESENTAÇÃO DE RAMBERG E OSGOOD (REF. 1.1).

Neste método, os pontos são escolhidos de forma a que as curvas coincidam nos módulos
secantes Es = F0.7 / = 0.7 E e Es = F0.85 / = 0.85 E , como mostrado na Fig. 1-10. Para a maioria dos
materiais aeronáuticos foi observado que o ponto com módulo secante de 0.7E está próximo da tensão
de escoamento com offset igual a 0.2% . A tensão de referência é FRef = F0.7 . As equações relevantes
podem ser facilmente deduzidas em função dos parâmetros E, F0.7 e n:

1.12
F0.7
F0.85

0.85E
f

E 0.7E

Fig. 1-10 Idealização de Ramberg & Osgood

n 1
C 3 E (1.12)
7 F0.7
n 1
E f 3 f
1 (1.13)
F0.7 F0.7 7 F0.7

ln 17 7
n 1 (1.14)
ln F0.7 F0.85

E
Et n 1
(1.15)
1 3n 7 f F0.7

E
Es n 1
(1.16)
1 3 7 f F0.7

Fig. 1-11 Parâmetro de Forma n como função de F0.7 / F0.85

1.13
A Fig. 1-11 é uma representação gráfica da Eq. (1.14). As curvas da Eq. (1.13) para diversos
valores de n estão representadas na Fig. 1.12. Curvas dando a dependência destes parâmetros em
relação à temperatura para uma ampla gama de materiais podem ser encontradas na Ref. 1.2.
Tabulações destes parâmetros também são fornecidas nas Refs. 1.3 e 1.4.

Fig. 1-12 Curvas Adimensionalizadas de Ramberg-Osgood

REPRESENTAÇÃO DE HILL (REF. 1.5).

No método de Hill, os pontos nos quais as duas curvas devem coincidir são aqueles da tensões que
correspondem a offsets de 0.1% e 0.2%, respectivamente designados por F0.1 e F0.2, como mostrado na
Fig. 1.13. A tensão de referência é FRef = F0.2 . Em função dos parâmetros E, F0.2 e n’, as seguintes
equações podem ser deduzidas:

F0.2
F0.1

0.001 0.002

Fig. 1-13 Idealização de Hill

1.14
n'
C 0.002 E (1.17)
F0.2

n'
f f
0.002 (1.18)
E F0.2

0.30103
n' (1.19)
log F0.2 F0.1

E
Et n' 1
(1.20)
1 0.002n' E F0.2 f F0.2

E
Es n' 1
(1.21)
1 0.002 E F0.2 f F0.2

Os parâmetros F0.2 e n’ foram determinados em função da temperatura para diversos materiais


estruturais e são dados na Ref. 1.2.

EQUAÇÃO GENERALIZADA DE BARRETT E MICHAEL (REF. 1.6).

Enquanto Ramberg & Osgood e Hill definiram como tensão de referência a maior das tensões de
teste, respectivamente, F0.7 e F0.2 , Barrett e Michael preferiram definir a tensão de referência
independentemente das tensões de teste. Seja Fn a tensão para a qual a curva empírica [Eq. (1.9)]
fornece d f /d = Et = E / 2 . Da Eq. (1.10), tem-se:

m 1 1 m 1 m 1
E F Fn 1 Fn
E 1 mC n , ou mC 1 , donde, C
2 E E m E

Substituindo na Eq. (1.11) e simplificando, tem-se:

m
E f 1 f
(1.22)
Fn Fn m Fn

que pode também ser escrito na forma

m 1
f 1 f
1 (1.23)
E m Fn

A Eq. (1.22) está representada na Fig. 1-14 para diversos valores de m (veja Ref. 1.7).

1.15
Fig. 1-14 Curvas Adimensionalizadas de Barrett-Michael

O módulo tangente pode ser obtido da derivação e manipulação da Eq. (1.23):

1
m 1
f
Et E 1 (1.24)
Fn

e pode ser também apresentado na forma adimensional


m
Ef f f f
(1.25)
Et Fn Fn Fn Fn

As Eqs. (1.24) e (1.25) estão representadas nas Figs. 1-15 e 1-16, respectivamente (veja Ref. 1.7).

O módulo secante também pode ser obtido diretamente da Eq. (1.23):

1
m
1 f
Es E 1 (1.26)
m Fn

Das Eqs. (1.24) e (1.25) pode ser derivada uma relação simples entre Es e Et:

E 1 E
1 1 (1.27)
Es m Et

1.16
Fig. 1-15 Curvas Adimensionalizadas de Barrett-Michael – Et / E

Fig. 1-16 Curvas Adimensionalizadas de Barrett-Michael – (f / Fn)(E / Et)

1.17
O coeficiente de Poisson, cuja representação gráfica está mostrada na Fig. 1-17 (veja Ref. 1.7), pode ser
obtido substituindo a expressão de Es na Eq. (1.5):

m 1
1 f
e p
m Fn
m 1
(1.28)
1 f
1
m Fn

Fig. 1-17 Curvas Adimensionalizadas de Barrett-Michael -

1.18
O valor de m, a característica do material, pode ser encontrado por procedimentos padrões de ajuste de
curvas (e.g., mínimos quadrados), se a curva tensão-deformação inteira é conhecida. Entretanto, como
já mencionado, m normalmente é determinado obrigando-se a curva analítica a passar por dois pontos
arbitrários da curva experimental (pontos de teste), pontos estes necessariamente definidos na região
plástica. Sejam ( A, fA) e ( B, fB) estes pontos. Substituindo os valores correspondentes a cada um destes
pontos na Eq. (1.23), dividindo as duas equações entre si e rearranjando os termos, obtém-se:

fB E pB
log B log
A fA E pA
m (1.29)
f f
log B log B
fA fA

onde pB e pA são as deformações plásticas permanentes correspondentes a fB e fA, respectivamente.

Conhecido o valor m da característica do material, a tensão de referência Fn é dada por:

1 1
m 1 m 1
fA fB
Fn fA fB (1.30)
m pA E m pB E

Dois ábacos para a determinação, respectivamente, de m e Fn , pode ser encontrado na Ref. 1.7. Este
ábaco está reproduzido na Fig. 1-18 (note que na Ref. 1.7 os pontos B e A são designados,
respectivamente, pelos subscritos R e R’ e as deformações referidas são aquelas plásticas, e não totais).

Fig. 1-18 Ábacos para a determinação de m e Fn.

1.19
A precisão dos resultados obtidos das curvas generalizadas depende de quão próximas estiverem
as tensões de teste fA e fB das tensões para as quais se deseja os dados. Maior precisão é obtida
quando o valor da tensão para a qual se quer os dados está entre as duas. Isto pode ser observado
pelas simulações reportadas na Ref. 1.8, para um aço e uma liga de alumínio. Em cada simulação foram
escolhidos três conjuntos distintos de pontos de teste e as curvas resultantes são comparadas à curva
real do material num único gráfico, permitindo uma visualização da precisão.

A variação no módulo causa somente pequenas variações em Fn . Por exemplo, para m = 10 ,


variações de 20% no módulo produzem mudanças em Fn de menos de 2½ por cento.

1.6 EXEMPLOS

1. Deseja-se determinar a equação de uma Liga Clad de Alumínio cujos dados são fornecidos:
pA = 0.001 m/m; fA = 356 MN/m2 ; pB = 0.002 m/m; fB = 370 MN/m2; E = 68000 MN/m2; e = 0.33

Os pontos de teste fornecidos são identificados como aqueles utilizados no método de Hill, de
maneira que a Eq. (1.19) fornece
0.30103
n' 17.97 18
log 370 356
A equação solicitada é fornecida pela Eq. (1.18), ou seja,
18
f f
0.002
68000 370

O problema pode também ser resolvido usando a formulação de Barrett-Michael:

pB 0.002 fB 370
2; 1.039
pA 0.001 fA 356
A linha reta entre os pontos 2 e 1.039, respectivamente, nas réguas da esquerda e da direita do
primeiro ábaco da Fig. 1-18, intercepta a régua central em m = 18. Calculando, agora,
m BE 18 x 0.002 x 68000
6.62
fB 370
A reta entre os pontos 6.62 na régua esquerda e 18 na régua direita do segundo ábaco da Fig. 1-18
intercepta a régua central em Fn / fB = 0.895. Em conseqüência,
Fn 0.895 x 370 331 MN/m2
e a equação procurada é dada pela Eq. (1.23):
17
f 1 f
1
68000 18 331

1.20
2. Pede-se qual o nível de tensão f correspondente a uma deformação total = 0.010 para o
material do exemplo 1.

Dos resultados do exemplo 1, pode-se escrever:


18
f f
0.002 0.010 0
68000 370

Esta equação pode ser resolvida para f, entre outras, das seguintes formas:
Programando-se numa calculadora (cuidado ... verifique os resultados);
Traçando a curva vs f e identificando o ponto onde esta curva intercepta o valor = 0.010;
Utilizando a Fig. 1.12 adequadamente;
Por tentativa e erro, calculando a expressão para valores de f e ajustando para menos ou mais,
respectivamente, se o sinal do resultado for positivo ou negativo;
Por um método iterativo de relaxação.
Seja f(x) = 0 uma equação qualquer. É sempre possível reescrever esta equação na forma x = g(x).
Aliás, a função g(x) pode assumir várias formas alternativas. Por exemplo, no problema em questão,
poder-se-ia escrever:
1 18
f
18 0.010
f 68000
f 68000 0.010 0,002 ou f 370
370 0.002

Multiplicando ambos os lados da equação x = g(x) por (1 – ), onde 0 < é um parâmetro


definido pelo usuário, e rearranjando os termos convenientemente, obtém-se a equação de iteração:
k 1 k k
x x 1 g( x ) , onde k representa o número da iteração.
Se = 0, a convergência é rápida, mas a possibilidade de divergência no processo é alta. Por outro
lado, se é próximo de 1, a convergência poderá ser lenta lenta, mas o controle sobre a
divergência é muito maior (em alguns casos já tive que usar = 0.999 para obter convergência!)

Usando g( f ) como a primeira das alternativas dispostas acima, utilizando = 0.9 e especificando
(0) (4)
como ponto inicial f = 370, obtém-se, após 4 iterações, f = 386 (com 3 significativos corretos)
2
O valor procurado é, então, f = 386 MN/m

Resolvendo o problema usando, alternativamente, a metodologia de Barrat-Michael, tem-se


E 0.010 x 68000
2.05
Fn 331

Para este valor e interpolando para m = 18, a Fig. 1-14 fornece f / Fn = 1.17. Portanto, f = 387MN/m2

3. Pede-se qual o nível de tensão f correspondente f / Et = 0.03 , para o material do exemplo 1.

A Eq. (1.20) pode ser escrita como


n' 1
E f
1 0.002n'
f F0.2 F0.2 0.03 x 68000
f 0.03 ou f 17
Et E 68000 f
1 0.002 x 18 x
370 370

1.21
Esta equação poderia ser resolvida numa calculadora ou através do método de relaxação explicado
no exemplo 2. Aqui, entretanto, o problema será resolvido fazendo uso das curvas generalizadas.
Usando os valores calculados no exemplo 1., calcula-se:
f E 0.03 x 68000
6.16
Et Fn 331
Usando este valor e interpolando para m = 18 na Fig. 1-16, obtém-se, f / Fn = 1.09. Portanto,
f = 1.09 x 331 = 361 MN/m2

2
4. Pede-se Et e correspondentes à tensão f = 320 MN/m , para o material do exemplo 1.

As Eqs. (1.20), (1.21) e (1.5) (com p = 0.5 – suposto processo iso-volumétrico) fornecem
68000
Et 17
43570 MN/m 2
68000 320
1 0.002 x 18
370 370
68000
Es 17
65946 MN/m 2
68000 320
1 0.002
370 370
65946
0 .5 0.5 0.33 0.335
68000
Utilizando as curvas generalizadas, a solução seria:
f 320
0.967
Fn 331

f E
Usando este valor e interpolando para m = 18 na Fig. 1-16 fornece 1.51 , de modo que
Et Fn

320 x 68000
Et 43500 MN/m 2
1.51 x 331
Para f / Fn = 0.967 e e = 0.33, interpolando para m = 18 na Fig 1-17, obtém-se = 0.335

1.7 EXERCÍCIOS

1.1 Derive as equações relevantes do método de Ramberg-Osgood


n 1
E f 3 f ln 17 7 E
1 n 1 Et n 1
F0.7 F0.7 7 F0.7 ln F0.7 F0.85 1 3n 7 f F0.7

1.2 Derive as equações relevantes do método de Hill


n'
f f 0.30103 E
0.002 n' Et n' 1
E F0.2 log F0.2 F0.1 1 0.002n' E F0.2 f F0.2

1.22
1.3 Ache as equações que relacionam a tensão de referência de Barrett-Michael, Fn, com os parâmetros
de Ramberg-Osgood e Hill, ou seja, ache
a) Fn função F0.7 , E , n
b) Fn função F0.2 , E , n'

1.4
A figura mostra as curvas tensão-deformação
em compressão de uma placa de aço inox 17-7
PH.

a) Determine os parâmetros de Ramberg-


Osgood deste material a uma temperatura de
o
800 F.

b) Utilizando a representação de Ramberg-


Osgood, determine o módulo tangente deste
material a uma temperatura de 800oF e tensão
de 130ksi.

c) Compare o resultado do item b) com o


módulo tangente real do material na mesma
temperatura e tensão (construção gráfica).

2
k E t Fcr
1.5 A tensão crítica de placas é dada por Fcr 2
, onde é um fator de
12 1 e b Fcr (elástico)
2
k E t
correção de plasticidade, Fcr (elástico) é a tensão crítica elástica, k é o coeficiente de
12 1 e2 b
flambagem que depende do carregamento, condições de apoio e alongamento da placa
(comprimento/largura), t e b, respectivamente a espessura e largura da placa e e, o coeficiente de
Poisson no regime elástico. A expressão para a tensão crítica é aplicável para todos os níveis de
tensão uma vez que = 1 na região linearmente elástica.
2
k t
A expressão da carga crítica pode ser escrita na forma Fcr cr E , com cr 2
,e
12 1 e b
Fcr cr E
para materiais representados pelo modelo de Ramberg-Osgood, como .
F0.7 F0.7
Para placas longas, simplesmente apoiadas nos quatro bordos, a expressão para é dada por:
1
2 2
1 e Es 1 1 1 3E t Es
2
, onde 0.5 0.5 e .
1 E 2 2 4 4E s E
Nestas condições, ache a tensão crítica de uma placa manufaturada de liga Clad Al 2024-
T81 e carregada num ambiente de 300oF tal que crE / F0.7 = 1.
Dados para chapa Clad Al 2024-T81 a 300oF: E = 10300 ksi, n = 10, F0.7 = 51.2 ksi

1.23
1.8 REFERÊNCIAS

1.1 Ramberg, W. and Osgood, W. R.: Description of Stress-Strain Curves by Three Parameters, NACA
Tech. Note 902, July, 1943.
1.2 Rivello, R. M.: Ramberg-Osgood and Hill Parameters of Aircraft Structural Materials at Elevated
Temperatures, Univ. Maryland Dept. Aeron. Rept. 60-1, March, 1960.
1.3 Cozzone, F. P. and Melcon, M. A.: Nondimensional Buckling Curves: Their Development and
Application, J. Aeron. Sci., 13(10): 511-517, October, 1946.
1.4 Bruhn, E. F.: Analysis and Design of Flight Vehicle Structures, Tri-state Offset Co., Cincinnati, Ohio,
1965.
1.5 Hill, H. W.: Determination of Stress-Strain Relations from Offset Yield Stregth Values, Naca Tech.
Note 927, 1944.
1.6 Barrett, A. J. and Michael, M. E.: Generalised Stress-Strain Data for Aluminium Alloys and Certain
other Materials, J. Royal Aeronaut. Soc., 59(539): 152-158, February, 1955.
1.7 ESDU, Generalisation of Smooth Continuous Stress-Strain Curves for Metallic Materials, ESDU Data
Item no. 76016, August, 1976.
1.8 ESDU, Construction of Inelastic Stress-Strain Curves from Minimal Materials Data, ESDU Data Item
no. 89052, December, 1989.

1.24
CAPÍTULO 2
FLAMBAGEM DE COLUNAS
ÍNDICE DE SEÇÕES

2.1 INTRODUÇÃO 2.4


2.2 ALGUMAS EQUAÇÕES BÁSICAS 2.4
2.3 O MÉTODO DO EQUILÍBRIO NEUTRO 2.5
2.4 A CARGA CRÍTICA DA COLUNA SIMPLESMENTE APOIADA 2.6
2.5 CONDIÇÕES DE CONTORNO 2.9
A) AMBAS AS EXTREMIDADES ENGASTADAS 2.9
B) UMA EXTREMIDADE ENGASTADA, OUTRA LIVRE 2.11
C) UMA EXTREMIDADE SIMPLESMENTE APOIADA, OUTRA RESTRINGIDA ELASTICAMENTE 2.12
2.6 COMPRIMENTO EFETIVO E COEFICIENTE DE FIXAÇÃO 2.15
2.7 MÉTODOS DE ENERGIA 2.22
2.8 O MÉTODO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA 2.22
A) TRABALHO DAS FORÇAS EXTERNAS 2.22
B) ENERGIA DE DEFORMAÇÃO 2.23
C) O MÉTODO DA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA 2.25
EXEMPLO 2.25
2.9 O PRINCÍPIO DO VALOR ESTACIONÁRIO DA ENERGIA POTENCIAL TOTAL 2.26
A) TRABALHO E ENERGIA DE DEFORMAÇÃO 2.27
B) O PRINCÍPIO DO VALOR ESTACIONÁRIO DO POTENCIAL TOTAL 2.29
RESUMO – EXEMPLO 2.30
2.10 CÁLCULO DE VARIAÇÕES 2.30
EXEMPLO DE APLICAÇÃO 2.32
2.11 SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO DE 4A ORDEM 2.33
2.12 POTENCIAL DE CARGAS AXIAIS CONCENTRADAS E DISTRIBUÍDAS 2.35
2.13 O MÉTODO DE RAYLEIGH-RITZ 2.36
EXEMPLO 1 2.38
EXEMPLO 2 2.39
EXEMPLO 3 2.41
2.14 O MÉTODO DE GALERKIN 2.43
2.15 GRANDES DEFLEXÕES EM COLUNAS 2.45
2.16 COLUNAS CARREGADAS EXCENTRICAMENTE 2.48
2.17 COLUNAS COM FORMAS IMPERFEITAS 2.50
2.18 FLAMBAGEM PLÁSTICA DE COLUNAS 2.55
2.19 FÓRMULAS EMPÍRICAS PARA FLAMBAGEM DE COLUNAS 2.64
2.20 EXEMPLOS DE ANÁLISE EM FLAMBAGEM DE COLUNAS 2.65
2.21 EXERCÍCIOS 2.70
2.22 REFERÊNCIAS 2.79

2.2
ÍNDICE DE FIGURAS

2-1 ESTABILIDADE DO EQUILÍBRIO E SUPERFÍCIE DE ESTABILIDADE 2.5


2-2 COLUNA SIMPLESMENTE APOIADA 2.6
2-3 O COMPORTAMENTO DA COLUNA DE EULER 2.8
2-4 COLUNA COM EXTREMIDADES ENGASTADAS 2.9
2-5 COLUNA EQUIVALENTE DE EULER – EXTREMIDADES ENGASTADAS 2.10
2-6 COLUNA EM BALANÇO 2.11
2-7 COLUNA RESTRINGIDA ELASTICAMENTE 2.12
2-8 COLUNA RESTRINGIDA ELASTICAMENTE - PÓRTICO 2.14
2-9 COMPRIMENTO EFETIVO DE COLUNA SUBMETIDA À CARGA NA EXTREMIDADE E CARGA
DISTRIBUÍDA AO LONGO DO COMPRIMENTO 2.18
2-10 COEFIECIENTE DE FIXAÇÃO DE COLUNA COM APOIO ELÁSTICO 2.19
2-11 COEFICIENTE DE FIXAÇÃO EFETIVO PARA COLUNA COM APOIOS ELÁSTICOS DISTINTOS
EM AMBAS AS EXTREMIDADES 2.20
2-12 CARGA CRÍTICA DE COLUNAS DE SEÇÃO VARIÁVEL 2.21
2-13 TRABALHO DA CARGA AXIAL – DEFORMAÇÕES EM FLEXÃO 2.22
2-14 TRABALHO E ENERGIA DE DEFORMAÇÃO 2.27
2-15 COLUNA COM SUPORTES ELÁSTICOS 2.32
2-16 SISTEMA DE COORDENADAS PARA COLUNA EM BALANÇO 2.35
2-17 COLUNA COM FORÇAS CONCENTRADAS E DISTRIBUÍDAS 2.35
2-18 COLUNA DE SEÇÃO VARIÁVEL 2.38
2-19 GRANDES DEFLEXÕES EM UMA COLUNA 2.45
2-20 CURVA CARGA-DEFLEXÃO PARA GRANDES DEFLEXÕES 2.48
2-21 COLUNA CARREGADA EXCENTRICAMENTE 2-49
2-22 CURVA CARGA-DEFLEXÃO PARA COLUNA CARREGADA EXCENTRICAMENTE 2-49
2-23 COLUNA COM DEFLEXÃO INICIAL 2-50
2-24 COLUNA COM IMPERFEIÇÕES – RESULTADOS DA TEORIA LINEAR 2-52
2-25 COLUNA COM IMPERFEIÇÕES – RESULTADOS DA TEORIA NÃO-LINEAR 2.54
2-26 COLUNA DE SHANLEY – CURVA CARGA-DEFLEXÃO 2.57
2-27 CURVA DE COLUNA – AÇO FTU = 90 KSI 2.59
2-28 CURVA DE COLUNA – AÇO FTU = 125 KSI 2.59
2-29 CURVA DE COLUNA – AÇO FTU = 150 KSI 2.59
2-30 CURVA DE COLUNA – AÇO FTU = 180 KSI 2.59
2-31 CURVA DE COLUNA – AÇO INOX 17-7 PH (FOLHAS, TIRAS E PLACAS) 2.60
2-32 CURVA DE COLUNA - AÇO INOX 17-7 PH (BARRAS E FORJADOS) 2.60
2-33 CURVA DE COLUNA – ICONEL X 2.60
2-34 CURVA DE COLUNA – LIGA AL 7075-T6 (FOLHAS E PLACAS) 2.60
2-35 CURVA DE COLUNA – LIGA AL 7075-T6 (EXTRUSÕES) 2.61
2-36 CURVA DE COLUNA – LIGA AL 7075-T6 (FOLHA CLAD) 2.61
2-37 CURVA DE COLUNA – LIGA AL 7075-T6 (FORJADOS) 2.61
2-38 CURVA DE COLUNA – LIGA AL 7079-T6 (FORJADOS) 2.62
2-39 CURVA DE COLUNA – LIGA TITÂNIO TI-6AI-AV (BARRAS E PLACAS) 2.62
2-40 MÓDULO TANGENTE ADIMENSIONALIZADO 2.62
2-41 CURVAS DE COLUNA ADIMENSIONAIS – PARÂMETROS DE RAMBERG-OSGOOD 2.63

2.3
2
FLAMBAGEM DE COLUNAS

2.1 INTRODUÇÃO

As almas finas e os elementos longitudinais esbeltos de aeronaves estão sujeitos à falha por
flambagem em níveis de tensões relativamente baixos, freqüentemente abaixo do limite de
proporcionalidade e raramente muito acima da tensão de escoamento. Em conseqüência, o modo crítico
de falha para a maior parte da estrutura é por flambagem, em vez de ruptura por tração, e a predição das
cargas de flambagem para colunas, placas e cascas é assunto de vital preocupação para o engenheiro
aeronáutico. Neste capítulo consideraremos o mais simples destes elementos, a coluna.

Uma coluna pode flambar por instabilidade primária ou secundária. Na instabilidade primária não há
distorção da seção transversal, e o comprimento de onda da “flamba” é da ordem do comprimento da
coluna. Ela pode ocorrer por flexão lateral ou, se a seção é flexível em torção, por uma combinação de
flexão e torção. Na instabilidade secundária, ou local, há mudanças na forma da seção transversal e o
comprimento de onda da flamba é da ordem das dimensões da seção transversal. Neste capítulo será
considerada somente a instabilidade primária por flexão.

Membros submetidos à tração, bem como colunas curtas e troncudas, falham quando a tensão
atuante atinge certo limite de resistência do material. Uma vez conhecido este limite do material, é
relativamente simples determinar a capacidade de absorção de carga do membro. A flambagem,
entretanto, não ocorre quando a tensão no membro atinge uma certa resistência conhecida do material.
A tensão na qual ocorre a flambagem depende de uma série de fatores, incluindo as dimensões do
membro, a forma como este é suportado, e as propriedades do material do qual é manufaturado. A
determinação da tensão de flambagem é portanto um problema relativamente complexo.

2.2 ALGUMAS EQUAÇÕES BÁSICAS

Nesta seção serão fornecidas algumas relações básicas necessárias para o desenvolvimento da
teoria e supostas conhecidas pelo leitor.

A Teoria da Elasticidade fornece as seguintes relações não-lineares entre deformações e


deslocamentos:

2 2 2
u 1 u v w
xx (2.1)
x 2 x x x

v u u u v v w w
xy (2.2)
x y x y x y x y

2.4
As expressões para yy , zz, yz e zxy , seguem por inspeção. Nestas expressões, os termos não-

lineares estão entre colchetes e um ou mais destes termos são considerados nulos dependendo das
hipóteses consideradas na análise.

A Teoria de Vigas fornece as relações não-lineares entre o raio de curvatura e os deslocamentos

2 2
w v
1 x2 1 x2
12
, 12
(2.3)
Rz w
2 Ry v
2

1 1
x x

e a relação entre a curvatura e os momentos atuantes na seção

2 2
v w
x 2 1 M z I yy M y I yz x2 1 M y I zz M z I yz
12
, (2.4)
v
2 E I yy I zz I yz2 w
2 12
E I yy I zz I yz2
1 1
x x

onde o sinal depende da convenção adotada.

Mais uma vez, as relações acima podem ser simplificadas quando os termos entre parênteses são
pequenos em relação à unidade e se é adotado um sistema de eixos principais.

2.3 O MÉTODO DO EQUILÍBRIO NEUTRO

O Conceito de estabilidade é freqüentemente explicado considerando o equilíbrio de uma bola rígida


em várias posições, como mostrado na Fig. 2-1.

Fig. 2-1 Estabilidade do Equilíbrio e Superfície de Estabilidade

Embora a bolas esteja em equilíbrio nas três posições mostradas, um exame mais cuidadoso revela
a existência de importantes diferenças entre as três posições. Se a bola na parte (a) for deslocada
ligeiramente de sua posição original de equilíbrio, ela retornará àquela posição após a retirada da força
perturbadora. Um corpo que se comporta desta maneira é dito estar num estado de equilíbrio estável. Já
a bola em (b), ao ser deslocada ligeiramente de sua posição de repouso não retornará, mas continuará a
se mover para mais longe da posição original. O equilíbrio da bola em (b) é portanto muito precário. É

2.5
chamado de equilíbrio instável. A bola em (c), ao ser deslocada de sua posição de repouso não retorna à
posição original mas também não se move para mais longe. Este comportamento é referido como
equilíbrio neutro, ou indiferente.

A bola deslizando sobre a superfície da Fig. 2-1 está em equilíbrio em qualquer ponto ao longo da
linha ABC. No trecho entre A e B o equilíbrio é estável e no trecho entre B e C, instável. No ponto B,
transição entre os dois trechos, a bola está em estado de equilíbrio neutro.

O comportamento de uma coluna reta sujeita a uma carga central é bastante similar ao da bola. A
configuração reta da coluna é estável para cargas pequenas e instável para cargas grandes. Se for
assumido que um estado de equilíbrio neutro na coluna existe numa transição entre os estados estável e
instável, então a carga sob a qual a configuração reta da coluna passa a ser instável é a carga sob a
qual o equilíbrio neutro é possível. Esta carga é referida normalmente como a carga crítica.

Para determinar a carga crítica de uma coluna é necessário encontrar a carga sob a qual a coluna
pode estar em equilíbrio tanto reta quanto levemente fletida. A técnica que usa este critério para a
determinação de cargas críticas (há outras) é denominada de método do equilíbrio neutro.

2.4 A CARGA CRÍTICA DA COLUNA SIMPLESMENTE APOIADA

A coluna mostrada na Fig. 2-2 tem seção transversal constante e é manufaturada de material
homogêneo. Considere válidas as seguintes hipóteses:

P x

P w P

My

L
x

P z, w
P

Fig. 2-2 Coluna Simplesmente Apoiada

1. As extremidades da coluna são simplesmente apoiadas. A extremidade inferior está ligada a


uma articulação imóvel e a extremidade superior a uma articulação tal que possa girar e mover
na vertical livremente, mas não horizontalmente.

2.6
2. A coluna é perfeitamente reta e a carga é aplicada ao longo do eixo que passa pelos centróides
das seções transversais. z é eixo principal.
3. O material obedece a lei de Hooke (elástico linear)
2
4. As deformações na coluna são pequenas o suficiente para que o termo w' é desprezível

2 12
quando comparado à unidade na expressão (2.3) para a curvatura w" 1 w' , de maneira

que a curvatura possa ser aproximada por w" .


De acordo com o critério do equilíbrio neutro, a carga crítica é aquela para a qual a posição de
equilíbrio na configuração levemente fletida da Fig. 2-2 é possível. Para o sistema de eixos adotado na
Fig. 2-2 e levando em conta a hipótese 4 acima, a Eq. (2.4), fornece

My EI yy w"

Denominando o momento de inércia da seção em torno do eixo y simplesmente por I, doravante, e


fazendo o equilíbrio do corpo livre da Fig 2-2, obtém-se:

M 0 Pw M y Pw EIw" EIw" Pw 0 (2.5)

Se não houvessem sido feitas as hipóteses de comportamento elástico linear e pequenas deflexões,
o módulo de elasticidade E na Eq. (2.5) tornar-se-ia variável, e a curvatura w" seria substituída por
2 12
w" 1 w' . A equação resultante não teria coeficientes constantes e seria não linear. A sua

solução, portanto, seria difícil de obter. Por outro lado, se não houvessem sido feitas as hipóteses de
apoio simples em ambas as extremidades e cargas centrais, apareceriam termos adicionais na mão
direita da Eq. (2.5). Isto tornaria a equação não-homogênea, mas sua solução não seria difícil de ser
obtida.

Dividindo a Eq. (2.5) por EI, obtém-se

P
w" k 2 w 0 , com k 2 (2.6)
EI
cuja solução geral é dada por

w( x) A sen kx B cos kx (2.7)

Para determinar as constantes arbitrárias A e B, deve-se fazer uso das condições de contorno aplicáveis
no problema:

w 0 em x 0 e x L (2.8)

w(0) 0 B cos 0 0 B 0

de modo que

w( x) A sen kx (2.9)

2.7
A aplicação da segunda condição de contorno fornece

w( L ) 0 A sen kL 0 ou A 0 ou sen kL 0

Se A = 0, k e consequentemente P podem assumir qualquer valor. Este resultado é conhecido


como a solução trivial, porque confirma o que já é conhecido, que a coluna está em equilíbrio sob
qualquer carga axial desde que permaneça perfeitamente reta. Por outro lado,

sen kL 0 kL n , onde n 1, 2, 3...... (2.10)

A solução então pode ser escrita

n x
w( x) A sen (2.11)
L

n2 2
EI
P 2
(2.12)
L
Quando submetida às cargas dadas pela Eq. (2.12), a coluna pode estar em equilíbrio numa
posição levemente fletida. A forma da deflexão é dada pela Eq. (2.11). A amplitude da deflexão é
entretanto indeterminada uma vez que a constante A pode assumir qualquer valor quando sen kL = 0.
O menor valor da carga que satisfaz a Eq. (2.12) é a carga de Euler, de modo que é a menor carga sob a
qual a coluna deixa de estar em equilíbrio estável.

2
EI
PE (2.13)
L2
A deflexão máxima da coluna é dada para x = L / 2 e é numericamente igual a A. A Fig. 2-3 mostra
o comportamento da coluna de Euler graficamente. Até a carga de Euler, a coluna tem de permanecer

P
2
4 EI
P 2
L

Equilíbrio Instável

Equilíbrio Neutro

2
EI
P
L2
Equilíbrio Estável

max

Fig. 2-3 O Comportamento da Coluna de Euler

2.8
reta. Se a coluna é deslocada de sua posição de equilíbrio, retorna à posição original cessada a
perturbação. Na carga de Euler há uma bifurcação do equilíbrio, isto é, a coluna tanto pode permanecer
reta como assumir uma forma fletida de amplitude indeterminada. O estado de equilíbrio é neutro. Uma
coluna submetida a uma carga entre PE e 4 PE também pode assumir somente a posição reta. O
equilíbrio, entretanto, é instável. As se deslocar a coluna de sua posição reta as deflexão crescerão sem
limite. A carga P = 4 PE, mais uma vez é uma bifurcação do equilíbrio, no qual é possível o equilíbrio
neutro. No que concerne a estabilidade de colunas, entretanto, esta carga não tem maior significado,
pois não é possível atingi-la na prática sem recorrer a artifícios experimentais (e.g., colocar um apoio
temporário tipo rótula em x = L /2 ; carregar até atingir a carga P = 4 PE; deformar a coluna de modo a
que apresente duas semi-ondas de amplitude sensível; retirar os apoios temporários).

Para todos os efeitos práticos, uma coluna não resiste cargas superiores à carga de Euler. Se
fossem admitidas grandes deflexões, mas ainda mantendo o material elástico linear, a solução teria a
forma da linha pontilhada na Fig. 2-3, ou seja, submetida a uma carga maior do que a de Euler, a coluna
encontraria uma posição fletida estável. As deflexões, entretanto, cresceriam violentamente com o
aumento gradual da carga, resultando em tensões de flexão que logo superariam a tensão última da
maioria dos materiais.

2.5 CONDIÇÕES DE CONTORNO

O primeiro passo a ser seguido para generalizar os resultados obtidos na seção anterior é
considerar outras condições de contorno.

a) AMBAS AS EXTREMIDADES ENGASTADAS

Se uma coluna está engastada em ambas as extremidades, não pode se deslocar lateralmente nem
girar nestes pontos. Em conseqüência, quando a coluna é fletida levemente, são induzidos momentos
fletores M0 em ambas as extremidades, como mostrado na Fig. 2-4. Fazendo o equilíbrio de momentos
numa seção a uma distância x da orígem, obtém-se

M0
w
P

L -EIw”

M0 z , w M0
P P
Fig. 2-4 Coluna com Extremidades Engastadas

2.9
M0 P
EIw" Pw M 0 ou w" k 2 w , com k 2 (2.14)
EI EI
A solução geral da equação homogênea é dada na Eq. (2.7). Uma solução particular que pode ser

obtida por inspeção é w( x) M 0 k 2 EI M 0 P , de maneira que, a solução completa é


M0
w A sen kx B cos kx (2.15)
P
onde A e B são determinados das condições de contorno do problema:

w0 0 , w' 0 0 e wL 0.
M0
As primeiras duas condições são satisfeitas se A 0 e B - , de modo que
P
M0
w 1 cos kx
P
A última condição de contorno conduz à equação transcendental

cos kL 1 cuja menor raiz não nula é kL 2 . A solução pode então ser escrita na forma
2
4 EI
Pcr 2
(2.16)
L
M0 2 x
wx 1 cos (2.17)
P L
Como pode ser notado, a carga crítica da coluna com ambas as extremidades engastadas é quatro
vezes a carga de Euler (coluna simplesmente apoiada).

Usando a Eq. (2.17), pode-se mostrar que os pontos de inflexão, i.e., os pontos de momento interno
nulo, se encontram em x = L / 4 e x = 3 L / 4. A porção central da coluna, entre estes pontos, é portanto
equivalente a uma coluna simplesmente apoiada de comprimento L / 2, como mostrado na Fig. 2-5, cuja
carga crítica é

Fig. 2-5 Coluna Equivalente de Euler – Extremidades Engastadas

2.10
2
EI
Pcr 2
(2.18)
L2

A carga crítica da pseudo-coluna simplesmente apoiada que existe entre os pontos de inflexão da
coluna bi-engastada é portanto igual à carga crítica da coluna bi-engastada. A carga crítica de
qualquer coluna pode ser obtida de uma coluna de Euler equivalente. O comprimento desta coluna
equivalente de Euler é denominado de comprimento efetivo do membro.

b) UMA EXTREMIDADE ENGASTADA, OUTRA LIVRE

A coluna mostrada na Fig. 2-6 está engastada na base e livre na outra extremidade. Uma deflexão
lateral ocasionará um deslocamento na extremidade superior e um momento P na base. Impondo o
equilíbrio de momentos (Fig. 2-6 b) resulta em

EIw" Pw P ou w" k 2 w k2 (2.19)

cuja solução geral é dada por

w A sen kx B cos kx (2.20)

Aplicando as condições de contorno na base, tem-se

w' (0) 0 A 0 ; w(0) 0 B ; de modo que w( x) (1 cos kx)


A condição de contorno na extremidade superior, w(L) é satisfeita se cos kL 0 . A menor raiz

não-trivial desta equação é kL , que leva a


2
2
EI
Pcr (2.21)
4L2
x
w( x) 1 cos (2.22)
2L

–EIw”

z, w

Fig. 2-6 Coluna em Balanço

2.11
A Eq. (2.21) indica que a carga crítica de uma viga em balanço é um quarto da carga de Euler. Pode
ser mostrado a partir da Eq. (2.22) que a deflexão de uma viga em balanço consiste de um quarto de
onda de senóide, ou seja, a metade da curva de deflexão da coluna simplesmente apoiada (Fig. 2-6c). O
comprimento efetivo da coluna equivalente de Euler é igual a 2L , e a carga crítica para a coluna em
balanço pode ser expressa na forma
2
EI
Pcr 2
(2.23)
2L

c) UMA EXTREMIDADE SIMPLESMENTE APOIADA, OUTRA RESTRINGIDA ELASTICAMENTE

Na maior parte das estruturas reais, as extremidades das colunas nem são simplesmente apoiadas,
nem engastadas. Normalmente as colunas estão rigidamente conectadas a outros membros, que
permitem a ocorrência de rotações limitadas nas extremidades. Suportes deste tipo são referidas como
restrições elásticas. A restrição depende das propriedades elásticas dos membros aos quais a
extremidade da coluna está conectada.

Considere uma coluna simplesmente apoiada na base e restringida elasticamente por uma mola na
outra, como mostrado na Fig. 2-7. A mola torsional é suposta linearmente elástica em rotação (momento
proporcional ao ângulo de rotação) e rígida nas direções horizontal e vertical, estando conectada a um
dispositivo que permite o livre movimento vertical.

Fazendo o equilíbrio de momentos no corpo livre, obtém-se

Mx Mx
EIw" Pw 0 ou w" k 2 w (2.24)
L EIL
cuja solução geral é

P P
k

M/L M
M=k
w
P
L
x
-EIw” M/L
x

z, w M/L M/L
P P
P

Fig. 2-7 Coluna Restringida Elasticamente

2.12
Mx
w A sen kx B cos kx (2.25)
PL

Aplicando as condições de contorno na extremidade inferior, w(0) 0 B 0 , e na


extremidade superior, w( L) 0 A M P sen kL . Portanto,

M x sen kx
w (2.26)
P L sen kL

Como a coluna está rigidamente conectada à mola, a rotação da extremidade superior da coluna
tem de ser igual à rotação da mola. Para a coluna, a inclinação da deflexão em x = L é

dw M 1 k cos kL M 1 1
(2.27)
dx P L sen kL kEI kL tan kL

onde o sinal menos foi utilizado porque dw/dx e têm sinais contrários. Por outro lado, na mola

M
(2.28)
k

Equacionando-se as expressões em (2.27) e (2.28), obtém-se

M M 1 1 kEI 1 1
ou (2.29)
k kEI kL tan kL k kL tan kL

Seja uma medida adimensional da constante de mola, definida como

k L
(2.30)
EI
A Eq. (2.29) pode então, após manipulação algébrica conveniente, ser rescrita como

kL
tan kL 2
(2.31)
kL

Dado , a equação transcendental (2.31) pode ser resolvida para kL , entre outras:

1. Por uma calculadora;

2. Por tentativa e erro;

3. Traçando-se as curvas correspondentes às mãos esquerda e direita e verificando o ponto


comum correspondente ao valor mais baixo de kL ;

4. Por um processo iterativo de relaxação.

Quando a rigidez da mola é nula 0 , reproduz-se a condição de apoio simples. Neste caso, a
Eq. (2.31) fornece tan kL 0 , cuja menor raiz é kL , de modo que a carga crítica é a de Euler,
como não poderia deixar de ser.

2.13
Se a rigidez da mola for infinita tem-se o caso da coluna com uma extremidade simplesmente
apoiada e a outra engastada. Neste caso, , e a Eq. (2.31) fornece

kL kL
tan kL lim 2
lim 2
kL (2.32)
kL kL
1

A menor raiz desta equação transcendental é kL 4,49 , que leva, respectivamente, à carga crítica
e modo crítico (equação da deflexão) dado pela Eq. (2.26)

2
20,2 EI EI
Pcr (2.33)
L2 0,7 L
2

sen 4,49 x
M x L M x x
w( x) 1,02 sen 4,49
P L sen 4,49 P L L

(2.34)
O comprimento efetivo da coluna equivalente de Euler é 0,7L , como mostrado em (2.33).

Considere, agora, um pórtico como mostrado na Fig. 2-8, onde a viga é engastada na extremidade

EI

L EI
x

z, w
P
Fig. 2-8 Coluna Restringida Elasticamente - Pórtico

da direita. Por simplicidade, o comprimento L e a rigidez em flexão EI da viga são tomados iguais aos da
coluna. Sob a ação da carga P, com P < Pcr, a coluna comprimirá e o ponto de aplicação da carga
sofrerá um pequeno deslocamento vertical. A viga sofrerá uma pequena flexão, pois a sua extremidade
esquerda terá que acompanhar o ponto de aplicação da carga. Enquanto a coluna estiver reta,
entretanto, estes deslocamentos são muito pequenos e para linearizar o problema, serão desprezados.

2.14
Quando a carga crítica é atingida, entretanto, a deformação de flexão na coluna induzirá flexão na
viga. Devido à sua rigidez, a viga resistirá à flexão pela ação da coluna e exercerá um momento na
mesma. As forças de cisalhamento na viga dependem da magnitude da forma fletida. Como esta pode
ser feita tão pequena quanto se queira (no cálculo da carga crítica as forças produzidas pelas
deformações de flexão e as próprias deformações são consideradas infinitesimais), é razoável admitir-se
que a carga axial na coluna permaneça constante e igual a P durante a flambagem. Para a solução do
problema, portanto, basta avaliar .

Da teoria de vigas vem que o momento necessário para girar a extremidade de uma viga bi-
engastada de um ângulo é M = 4 (EI / L) . Portanto, a constante de mola é k = 4 EI / L , e = 4. A
Eq. (2.31), então, fornece:

4 kL
tan kL 2
(2.35)
kL 4

cuja menor raiz é, aproximadamente, kL = 3,829 , de modo que

2
14,66 EI EI
Pcr (2.36)
L2 0,82 L
2

sen 3,829 x
M x L M x x
w( x) 0,635 sen 3,829 (2.37)
P L sen 3,829 P L L

2.6 COMPRIMENTO EFETIVO E COEFICIENTE DE FIXAÇÃO

Como observamos na seção 2.5, qualquer problema de estabilidade elástica primária em flexão de
uma coluna pode ser colocada de uma coluna de Euler com comprimento equivalente, ou seja,
2
EI ref
Pcr 2
(2.38)
L'

onde L’ é o comprimento equivalente da coluna de Euler e Iref o momento de inércia de uma seção de
referência na coluna (necessário quando o momento de inércia da seção não é constante).

Uma outra forma de representar a carga crítica é através do coeficiente de fixação da coluna c. que
para uma coluna de seção constante, varia entre o limites 1 e 4, respectivamente, para a apoio simples e
engaste perfeito em ambas as extremidades:
2
c EI ref
Pcr (2.39)
L2
A relação entre o comprimento efetivo e o coeficiente de fixação é evidente:
2
L L
L' e c (2.40)
c L'

2.15
Valores de L’ para as condições de contorno mais usuais são dados na Tab. 2-1. Além do caso de
colunas submetidas a cargas centrais nas extremidades, está também contemplado o caso de colunas
submetidas a cargas uniformemente distribuídas ao longo do comprimento.

Os comprimentos efetivos de colunas submetidas a uma carga de compressão numa das


extremidades e uma carga uniformemente distribuída ao longo do comprimento, para as condições de
contorno em balanço, simplesmente apoiada, engastada - simplesmente apoiada e duplamente
engastada, estão representados graficamente na Fig. 2-9.

Os coeficientes de fixação de colunas submetidas a alguns casos de apoios elásticos estão


representados graficamente na Fig. 2-10. A Fig. 2-10a contempla o caso de colunas simplesmente
apoiadas com um suporte elástico, restringindo o deslocamento lateral de um ponto ao longo do
comprimento e a Fig. 2-10b trata do caso de dois apoios elásticos idênticos (mesma rigidez e simétricos
em relação ao centro da coluna). O coeficiente de fixação é fornecido em função da localização dos
apoios e rigidez da mola. A Fig. 2-10c fornece os coeficientes de fixação para colunas com restrições
elásticas em rotação. São contemplados os casos de restrição em uma e em ambas as extremidades,
sendo que neste último caso as restrições são supostas de mesma rigidez.

Uma coluna cujas restrições elásticas nas extremidades são distintas, pode ser analisada em duas
etapas. Inicialmente determinam-se os valores dos coeficientes de fixação para o caso de suportes
elásticos iguais: a) com a rigidez do suporte superior e, b) do suporte inferior.. O coeficiente de fixação
para a coluna sendo analisada evidentemente deve estar entre estes dois valores e pode ser obtida
diretamente da Fig. 2-11.

Alguns casos de colunas de seção variável são considerados na Fig. 2-12. Estão representados os
2
valores de B = c para colunas simplesmente apoiadas com: (a) duas partes de seção constante, mas
de rigidez EI distintas; (b) simétricas, com as extremidades de rigidez constante e menor do que a
rigidez constante da parte central; (c) simétricas, com a parte central de rigidez constante e as
extremidades afiladas em planta e; (d) simétricas, com a parte central de rigidez constante e as
extremidades afiladas na largura e espessura.

Uma série de outros casos é tratado na literatura. Por exemplo, no Manual da Boeing (Ref. 2.1)
podem ser encontrados os coeficientes de fixação para colunas submetidas a cargas axiais
concentradas e cargas distribuídas ao longo do comprimento. A diferença em relação aos casos
considerados na Tab. 2-1 é que aqui a razão entre a carga total distribuída e a carga concentrada pode
variar entre 0 e 1. A Ref. 2.1 também considera o caso de colunas com seções não uniformes. Além dos
casos considerados aqui, considera também colunas simétricas em relação ao centro, mas com a rigidez
constante da parte das extremidades maior do que a rigidez constante da parte central. No que tange
colunas afiladas, são tratados os casos de colunas sólidas de largura constante e extremidades afilando
na espessura e colunas tubulares de espessura constante com extremidades afilando de forma uniforme.
Entre outros, os casos de colunas com cargas seguidoras (cargas concentradas e distribuídas) que
acompanham a deformação da coluna) e cargas passando por pontos fixos são tratados por Data Sheet
do ESDU (Ref. 2-2).

2.16
Tabela 2.1 Comprimentos Equivalentes de Colunas Uniformes

Condições de Contorno
Carregamento

2,0 L 1,0 L 1,0 L 0,7 L 0,5 L


P P

q = cte P = qL 1,69 L - 0,732 L 0,58 L 0,365 L

P = qL q = cte 1,12 L 0,72 L 0,732 L 0,43 L 0,365 L

P = PA+ qL q = cte PA Veja Fig. 2-9 - Veja Fig. 2-9 Veja Fig. 2-9 Veja Fig. 2-9

q = cte e simétrico 1,43 L 0,84 L 0,57 L 0,45 L 0,36 L


P = qL/2

P = qL/2 q = cte P = qL/2 - - 0,49 L 0,24 L

2.17
Fig. 2-9 Comprimento Efetivo de Coluna Submetida à Carga na Extremidade e Carga
Distribuída ao Longo do Comprimento

2.18
(a)
(c)

(b)

Fig. 2-10 Coeficiente de Fixação de Coluna com Apoio Elástico

2.19
Fig. 2-11 Coeficiente de Fixação Efetivo para Coluna com Apoios
Elásticos Distintos em ambas as Extremidades

2.20
Fig. 2-12 Carga Crítica de Colunas de Seção Variável

2.21
2.7 MÉTODOS DE ENERGIA

Nas seções anteriores, o comportamento de colunas carregadas axialmente foi investigado através
da formulação da equação diferencial de equilíbrio e subseqüente resolução exata. Em muitas
instâncias, entretanto, soluções exatas são ou muito difíceis ou impossíveis de serem obtidas, e métodos
aproximados de análise necessitam ser empregados.

Nas seções que se sucederão serão apresentados alguns dos métodos aproximados mais utilizados
e a formulação variacional do problema de estabilidade de uma coluna. Não será abordado o método
dos elementos finitos por ser tratado separadamente em outro curso. Também não será abordado o
método das diferenças finitas. Para uma breve exposição do método o leitor pode recorrer, por exemplo,
à Ref. 2.3.

2.8 O MÉTODO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

Este método é baseado no Princípio da Conservação da Energia. A energia de deformação e o


trabalho das forças externas são equacionados, resultando numa expressão para a carga crítica
dependente da curva defletida da coluna. Valores aproximados para a carga crítica são obtidos através
do uso de expressões aproximadas para a curva de deflexão da coluna.

a) TRABALHO DAS FORÇAS EXTERNAS

Com referência à Fig. 2-13, pode-se escrever o trabalho da força P agindo na extremidade da
coluna à direita e sofrendo deslocamento axial no mesmo sentido devido à flexão, como:

WP P (2.41)

Da geometria do problema vem que


2 12
2 2 dw
ds dx dw 1 dx (2.42)
dx

z, w

ds
dw
s dx

P P x, u

L’

Fig. 2-13 Trabalho da Carga Axial – Deformações de Flexão

Aplicando a expansão binomial, tem-se

2.22
2 4 2
1 dw 1 dw 1 dw
ds 1 ... dx 1 dx (2.43)
2 dx 8 dx 2 dx
Integrando ambos os lados da Eq. (2.43) resulta em
2 2
L L' 1 L' dw 1 L' dw
L ds dx dx L' dx (2.44)
0 0 2 0 dx 2 0 dx

2
1 L' dw
L L' dx (2.45)
2 0 dx

Para pequenas deformações, L L' , de modo que


2
1 L dw 1 L
WP flexão P dx P ( w' ) 2 dx (2.46)
2 0 dx 2 0

Por outro lado, o trabalho da força P ao sofrer deformações axiais é dado por

L du
WP axial P dx P u ( L) (2.47)
0 dx
b) ENERGIA DE DEFORMAÇÃO

Desprezando-se os efeitos do cisalhamento, as deformações axiais de uma coluna submetida à


compressão e flexão em torno do eixo y podem ser escritas como

d 2w
2 2 z
du 1 du du 1 dw dx 2
x 12
(2.48)
dx 0 2 dx 0 dx 1 2 dx 1 dw
2

1
dx

Na Eq. (2.48), u, w e suas derivadas são funções de x. O primeiro colchete representa a


deformação da superfície neutra devido à compressão e o segundo colchete, a deformação da superfície
neutra devido à flexão. Os dois colchetes são derivados da Eq. (2.1), onde o termo em dv/dx foi
desprezado por não estarem sendo consideradas deformações de flexão em torno do eixo z, e o termo
du/dx foi dividido convenientemente em duas parcelas. O terceiro termo da Eq. (2.48) representa a
deformação dos pontos fora da superfície neutra. Note que a expressão que está multiplicando a
coordenada z é a curvatura da coluna.
2
Para pequenas deformações, (du/dx) pode ser desprezado em relação a du/dx. Por outro lado,
2
com visto anteriormente, (dw/dx) pode ser desprezado em relação à unidade. Finalmente, a superfície
neutra da coluna é inextensível sob pequenas deformações em flexão, ou seja, o segundo colchete de
(2.48) é nulo:

2 2
du 1 dw du 1 dw
0 (2.49)
dx 1 2 dx 1 dx 1 2 dx 1

2.23
du d 2w
x z (2.50)
dx 0 dx 2

A expressão (2.49) integrada ao longo da coluna daria o deslocamento do ponto x=L devido à
flexão, ou seja, o deslocamento calculado anteriormente a partir de considerações geométricas (o sinal
negativo indica que o deslocamento se dá no sentido negativo de x).

A energia de deformação de uma coluna linearmente elástica submetida a um estado uniaxial de


tensão é dada por

1 1 2
U dV E dV (2.51)
2 V 2 V
que para pequenas deformações, fazendo uso da Eq. (2.50), pode ser escrita como

2
1 du d 2w
U E z dV
2 V dx 0 dx 2
2 2
1 L du L du d 2w 1 L d 2w
E dA dx E zdA dx E z 2 dA dx
2 0 dx 0 A
0 dx 0 dx 2 A
2 0 dx 2 0 A

Efetuando as integrações na área da seção transversal, e lembrando que os eixos são supostos
principais:

dA A; zdA 0; z 2 dA Iy
A A A

2 2
1 L du 1 L d 2w
U EA( x) dx EI y ( x) dx (2.52)
2 0 dx 0 2 0 dx 2

Para pequenos deslocamentos, portanto, a energia de deformação de uma coluna carregada


axialmente é composta de duas parcelas; uma devido à flexão da coluna e outra devido à compressão

1 L 2 1 L M2
U flexão EI ( x) w" dx dx (2.53)
2 0 2 0 EI ( x)

1 L 2
U axial EA( x) u 0 ' dx (2.54)
2 0

Para pequenas deflexões, portanto, não há acoplamento entre as deformações de flexão e de


compressã, e a análise pode ser feita de forma independente. As tensões axiais devidas à flexão podem
ser superpostas àquelas devidas à compressão. Nos casos de grandes deflexões (ou nos casos em que
não pode ser feita a hipótese de inextensibilidade da superfície neutra), a expressão (2.48) a ser
substituída na Eq. (2.51) não simplifica e, mesmo quando se possa desprezar (du/dx)2 em relação a

2.24
2
du/dx e (dw/dx) em relação à unidade, não é possível desacoplar as deformações. Sob as hipóteses
feitas acima, a expressão da energia de deformação seria dada por

2 2 2
1 L du 1 dw 1 L d 2w
U EA( x) dx EI y ( x) dx (2.55)
2 0 dx 2 dx 2 0 dx 2

c) O MÉTODO DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Para determinar o equilíbrio de um corpo, pode-se equacionar o trabalho das forças externas com a
energia de deformação. No caso de uma coluna, equacionando-se (2.46) com (2.53) obtém-se

1 L 2 1 L M 2 ( x) P L 2
U flexão WP flexão EI ( x) w" dx dx w' dx
2 0 2 0 EI ( x) 2 0

L M 2 ( x)
L
EI ( x) w" dx
2 dx
0
0 EI ( x)
Pcr L L
(2.56)
2 2
w' dx w' dx
0 0

Para a aplicação do Método da Conservação da Energia é necessário escolher-se funções


aproximadas que satisfaçam as condições de contorno geométricas (essenciais, ou cinemáticas) do
problema. Nestas condições, o resultado de (2.56) fornecerá um limitante superior à carga crítica real.

EXEMPLO

x x
Seja w( x) a 1 uma expressão aproximada para a deflexão de uma coluna uniforme,
L L
simplesmente apoiada. Substituindo em (2.56)

2
L 2a 4 EI 2
EI dx a
0 L2 L3 12 EI
Pcr 2
L a x a2 L2
1 dx
0 L L 3L

2
A comparação com o valor exato, EI/L2, indica um erro de aproximadamente 21%. “Obrigar” a

coluna a perder a estabilidade num modo de flambagem diferente do real, w( x) a sen x L , está-se
impondo restrições à coluna. Em consequência, a coluna “aproximada” é mais rígida do que a real e a

carga crítica tem de ser maior. Note que w" ( x) 2a L 0 nas extremidades, ou seja, a função
aproximada não satisfaz as condições de contorno naturais (ou estáticas) do problema.

Utilizando a segunda expressão da Eq. (2-56) leva a

2.25
L M 2 ( x) L Pw
2
L
EI ( x) w" dx
2 dx dx
0
0 EI ( x) 0 EI
P L L L
ou
2 2 2
w' dx w' dx w' dx
0 0 0

2
L a x a2
L 2 1 dx
w' dx 0 L L 10 EI
Pcr 0 3L
2 2
L w x x a2L L2
dx 1
0 EI L L L 30 EI
dx
0 EI
Neste caso, o erro da solução aproximada é de apenas 1,3%. A explicação para os diferentes
resultados obtidos pelas duas formas da Eq. 2-56 é dada a seguir. Se a deflexão verdadeira é utilizada,
ambas as formas levam ao mesmo resultado, porque ambos, w(x) e w’’(x) são exatos. Se uma
expressão aproximada é utilizada para representar a deflexão, entretanto, o erro em y”(x) é
consideravelmente maior do que o erro em y(x) devido ao processo de derivação, que amplifica os erros.

Como último exemplo, considere a forma aproximada da deflexão dada por

3 2
x x x
w( x) a 2 1
L L L

que de imediato pode ser identificada como a deflexão de uma viga sob carregamento transversal
uniformemente distribuído. Como tal, esta função satisfaz todas as condições de contorno do problema.
Substituindo na Eq. 2-56 vem que

L 72a 2
EI ( x) w" dx
2 EI
0 15L3 9,882 EI
Pcr L
,
w' dx
2 17a 2 L2
0
35L
com erro de apenas 0,13%. Fazendo uso da expressão que envolve os deslocamentos, obtém-se

L 2
17a 2
w' dx 9,871 EI
Pcr 0 35L
2
L w 31 a 2 L L2
dx
0 EI 639 EI
com erro mínimo de 0,014%.

2.9 O PRINCÍPIO DO VALOR ESTACIONÁRIO DA ENERGIA POTENCIAL TOTAL

Na seção 2.8 o princípio da conservação da energia foi utilizado para a obtenção da carga crítica de
uma coluna. Nesta seção será considerado um critério de energia um tanto quanto diferente e mais
poderoso, conhecido como o Princípio do Valor Estacionário da Energia Potencial Total.

2.26
a) TRABALHO E ENERGIA DE DEFORMAÇÃO

Seja P uma carga aplicada a um corpo elástico e u o deslocamento do ponto de aplicação desta
carga. Por outro, seja a tensão desenvolvida num ponto qualquer e a deformação correspondente. A

Fig. 2-14 mostra, de uma maneira geral, a variação de P e , respectivamente, com u e . A área sob a
curva P x u representa o trabalho, We realizado pela mesma ao sofrer um deslocamento u. Se o corpo é
elástico linear, este trabalho seria dado pela expressão We = ½ P u. Suponha, agora, uma perturbação
no estado de equilíbrio u, como indicado na figura e o acréscimo correspondente no trabalho:

P
We F
We F

u u

Fig. 2-14 Trabalho e Energia de Deformação

1 2
We P u P u ... We We ...
2
onde We, We2, etc, são denominadas, respectivamente, de 1a, 2a, etc. variações de We. De uma
maneira geral, num corpo tridimensional,

We Xx u Xy v X z w dV x u y v z w dS Pi Di (2.57)
V S

A primeira integral representa a variação do trabalho das forças de volume atuando no corpo. A variação
do trabalho das forças de superfície (pressões) é representada pela segunda integral. O somatório
representa a variação dos trabalhos das forças generalizadas concentradas (que podem ser momentos,
desde que os D correspondentes sejam ângulos).

Pode-se tratar o “trabalho interno” das forças da mesma forma, considerando as tensões e
respectivas deformações. A área sob a curva x representa a densidade de energia de deformação,

F, tal que a energia de deformação é dada por U FdV . Com referência à Fig. 2-14 pode-se
V

escrever:

1 2
F e ... F F ...
2

onde a primeira variação da densidade da energia de deformação é dada por F e.

2.27
Num corpo tri-dimensional, a energia de deformação e dada por

xx yy zz xy yz zx
U xx d xx yy d yy zz d zz xy d xy yz d yz zx d zx dV (2.58)
V
0 0 0 0 0 0

Quando os deslocamentos sofrem variações, a compatibilidade exige que as deformações sofram


variações correspondentes, ou seja

.u u u; v v v; w w w xx xx xx ; ..... zx zx zx e

F F F F F F
F xx yy zz xy yz zx
xx yy z xy yz zx (2.59)

xx xx yy yy zz zz xy xy yz yz zx zx

F F
pois, xx , yy , etc. A primeira variação da energia de deformação é, portanto,
xx yy

U xx xx yy yy zz zz xy xy yz yz zx zx dV (2.60)
v

PARTICULARIZAÇÃO

Supondo aplicável a Lei de Hooke (material elástico linear), tem-se

xx 1 xx

yy 1 yy

zz E 1 zz
(2.61)
xy 1 1 2 1 2 2 xy

yz 1 2 2 yz

zx 1 2 2 zx

Particularizando para o caso unidimensional, aplicável em corpos alongados com as dimensões da


seção transversal ordem de grandez menor do que o comprimento,

2
1 2 xy 1 2 2 E
U E xx dV E G dV , pois .G (2.62)
2 V 21 2 V 21

Em termos de tensões, a expressão da energia interna pode ser escrita como

2 2
1 1 2 2 1
U xx 21 xy dV dV (2.63)
2 V E 2 V E G

Um outro caso de particular interesse é o estado plano de tensões, aplicável em corpos com uma
dimensão muito menor do que as outras duas, e com carregamentos transversais (paralelos à dimensão
menor) e/ou no plano das duas dimensões maiores (e.g., placas, cascas e membranas). Neste caso, as

2.28
tensões na direção da dimensão menor (espessura), são supostas desprezíveis. Se z for o eixo paralelo
a esta dimensão, zz yz zx 0 . Substituindo estas condições nas Eqs. (2.61) obtém-se

yz zx 0 ; zz xx yy ;
1
E E
xx 1 xx yy zz ; yy 1 yy xx zz
1 1 2 1 1 2

de modo que (2.58) pode ser integrado:

E 2 2 1 2
U 2 xx yy 2 xx yy xy dV (2.64)
21 V 2
Em termos de tensões, a Eq. (2.64) pode ser escrita na forma
1 2 2 2
U xx yy 2 xx yy 21 xy dV (2.65)
2E V

.
b) O PRINCÍPIO DO VALOR ESTACIONÁRIO DO POTENCIAL TOTAL

O Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV) reza: “um corpo elástico de dimensões finitas está em
equilíbrio se e somente se o trabalho virtual feito pelas forças externas for igual à energia de deformação
virtual para qualquer deslocamento virtual arbitrário” e pode ser expresso na forma

We U (2.66)

O conceito de deslocamento virtual pode ser explicado com referência à Fig. 2-14. Sob a carga P, o
corpo em equilíbrio apresenta um deslocamento u. A perturbação do equilíbrio para u+ u exigiria uma

força externa P + P. A expressão do PTV, entretanto, não envolve toda a área hachurada. A sua
aplicação envolve tão somente o retângulo indicado, ou seja, com a carga externa constante. A
denominação deslocamento virtual decorre do fato de que este deslocamento é fictício no sentido de que
é não realizável, ou seja, o corpo real não está em equilíbrio. Por outro lado, no que tange a energia de
deformação virtual, de forma análoga as tensões são supostas constantes. Note que as deformações
virtuais não podem ser quaisquer ... elas têm de ser compatíveis com os deslocamentos virtuais.

O trabalho de uma força constante P ao sofrer um deslocamento u é conservativo. Em


consequência, pode ser derivado de um potencial. Definindo este potencial V, tal que

We V (2.67)

pode-se escrever o PTV como

U V ou U V 0 ou ainda U V 0 (2.68)
a
Matematicamente, a Eq. (2.68) indica que para o equilíbrio é necessário que a 1 variação do
potencial total (U+V) seja zero, ou seja, que o funcional (U+V) assuma um valor estacionário. O princípio
expresso pela Eq. (2.68) é conhecido como o Princípio do Valor Estacionário do Potencial Total: “Uma
estrutura elástica está em equilíbrio se e somente se a energia potencial total assumir um valor

2.29
estacionário neste ponto, ou seja, se não ocorrer mudança na energia potencial total do sistema quando
os seus deslocamentos são perturbados por pequenos valores arbitrários”.

Se por um lado o equilíbrio é expresso impondo a 1a variação do funcional (U+V) igual a zero, nada pode
a
ser afirmado sobre a natureza deste equilíbrio. De fato, a natureza do equilíbrio será indicada pela 2
variação da energia potencial total. Quando esta for positiva, o ponto estacionário corresponde a um
2
mínimo local e o equilíbrio é estável. Quando (U+V)<0, o funcional atinge um máximo local e o ponto
2
de equilíbrio será instável. O equilíbrio indiferente corresponde a um ponto sela, ou seja, (U+V)=0.

RESUMO - EXEMPLO

Seja, p U V . A condição de equilíbrio é dada por p 0 . A natureza da equação do


equilíbrio é dada por

0 Mínimo Estável
2
p 0 Máximo Instável
0 Ponto Sela Neutro

p 1 2
k P U V kv Mgv
g 2
Mg
M P kv v Mg v 0 v
k
v mínimo 2
k 2
v 0 estável
P
veq v

2.10 CÁLCULO DE VARIAÇÕES

O cálculo de variações pode ser visto como uma generalização do problema de máximo ou mínimo
do cálculo ordinário. Procura determinar a função w = w(x) que extremiza (i.e, maximiza ou minimiza) a
integral definida

x2
I F x, w, w' , w" , ... , w n dx (2.69)
x1

cujo integrando contém w e suas derivadas. Na mecânica estrutural isto monta a achar a forma
deformada de um sistema que fará com que o potencial total assuma um valor estacionário. A
deformação que satisfaz este critério corresponderá ao estado de equilíbrio do sistema.

Embora o cálculo de variações seja similar ao problema de máximo-mínimo do cálculo ordinário,


difere daquele num aspecto importante. No cálculo ordinário obtém-se o valor da variável para a qual a
função apresenta um valor extremo. No cálculo de variações, entretanto, não se obtém a função que
extremiza o funcional (i.e., a integral fornecida). Obtém-se tão somente a(s) equação(ões) diferencial(ais)
que esta função deve satisfazer. O cálculo de variações não é, portanto, uma ferramenta para resolver
um problema e sim para formulá-lo, ou seja, para obter as equações do problema. Estas equações

2.30
diferenciais e condições de contorno associadas deverão então ser resolvidas para obter-se a solução
do problema. A formulação de problemas complexos através do cálculo de variações é a meu ver mais
simples do que através do equilíbrio do corpo livre, como utilizado nas seções iniciais deste capítulo. Isto
porque envolve quantidades escalares enquanto que a imposição do equilíbrio de um copor livre envolve
quantidades vetoriais. Por outro lado, como será visto a seguir, o cálculo de variações também fornece
todas as condições de contorno que possam ser associadas ao problema, o que em muitos casos não é
trivial deduzir baseado exclusivamente em considerações de equilíbrio. Por exemplo, seria o leitor capaz
de deduzir a condição de cisalhamento nulo na extremidade livre de uma coluna?

Seja um funcional como o de (2.69), cujo integrando contém w, w’ e w”

x2
I F x, w, w' , w" dx (2.70)
x1

A condição que deve ser satisfeita por (2.70) na condição estacionária é

x2 F F F
I w w' w" dx 0 (2.71)
x1 w w' w"

Desde que w seja uma função contínua, pode-se demonstar que os sinais de variação e
diferenciação são intercambiáveis, ou seja

dw d d 2w d2
w' w e w" w (2.72)
dx dx dx 2 dx 2
de modo que a Eq. (2-70) pode ser rescrita na forma

x2 F F d F d2
I w w w dx 0 (2.73)
x1 w w' dx w" dx 2

x2 x2 x2
Fazendo uso da integração por partes ( udv uv vdu ), tem-se
x1 x1 x1

x
x2 F d F 2
x2 d F
w dx w wdx
x1 w' dx w' x2 x1 dx w'

x x
x2 F d2 F 2
d F 2
x2 d2 F
w dx w' w wdx
x1 w" dx 2 w" x1
dx w" x1
x1 dx 2 w

e a Eq. (2.73) fica

x x
F 2
d F F 2
x2 d2 F d F F
I w' w wdx 0 (2.74)
w" x1
dx w" w' x1
x1 dx 2 w" dx w' w

2.31
No equilíbrio, a Eq. (2.74) tem de ser satisfeita para qualquer variação w. Isto só ocorrerá se as
três parcelas em (2.74) forem nulas de forma independente. A condição para que a integral em (2.74)
seja nula para qualquer w(x) é que o termo entre colchetes seja nulo no domínio [x1,x2], ou seja

d2 F d F F
0 para x1 x x2 (2.75)
dx 2 w" dx w' w

Esta, no cálculo de variações, é conhecida como a Equação de Euler e, no caso de estruturas,


representa a equação diferencial de equilíbrio do problema. Por outro lado, anulação das duas primeiras
parcelas fornece as possíveis condições de contorno para o problema:

F d F F
em x x1 , ou 0 , ou w' 0 e ou 0 ou w 0
w" dx w" w'
(2.76)
F d F F
em x x 2 , ou 0 , ou w' 0 e ou 0 ou w 0
w" dx w" w'

Quando o cálculo de variações é aplicado a estruturas, as condições de contorno que envolvem F


são denominadas de naturais, ou estáticas (em forças/tensões). As condições em w e w’ são
denominadas de geométricas, ou cinemáticas, ou ainda, de essenciais (em deslocamentos).

Como observado anteriormente, o cálculo de variações não fornece a solução do problema. Para
tanto, é necessário resolver-se a equação diferencial de equilíbrio (2.75) e condições de contorno
associadas (2.76). O cálculo de variações, dado um funcional, permite a formulação completa do
problema associado a este funcional. Esta formulação é “mecânica”, ou seja, composta exclusivamente
de manipulações algébricas. Uma vez definido corretamente o funcional associado ao problema a ser
analisado, a formulação do problema decorre naturalmente, como pode ser observado no exemplo a
seguir.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Considere a coluna de seção não-uniforme da Fig. 2-15, ligada em sua extremidade esquerda a
uma mola torsional de constante k (lb.in/rad) e uma mola linear de constante k (lb/in) e ao longo de todo
o seu comprimento apoiada sobre um colchão elástico de constante de mola kz(x) (lb/in2). O primeiro
passo consiste em escrever as expressões para a energia de deformação e potencial da carga externa.

z, w

k EI(x)
P k kz(x) P

L
x
Fig. 2-15 Coluna com suportes elásticos

2.32
1 L 2
1 2 1 2 1 L
U viga EI ( x) w" dx ; U k k w' (0) ; U k k w(0) ; U kz k z ( x) w 2 dx
2 0 2 2 2 0

1 L 2
V WP P w' dx
2 0

Escrevendo o potencial total (U+V) e fazendo a variação, obtém-se

L L L
(U V ) EI ( x) w" w"dx - Pw' w'dx k w' w' 0 kw w 0 k z ( x) w wdx 0 (2.77)
0 0 0

Integrando a primeira parcela por partes duas vezes e a segunda parcela uma vez, tem-se

L d L
EI ( x) w" w' EI ( x) w" Pw' w k w' w' 0 kw w 0
0 dx 0
(2.78)
L d2
EI ( x) w" Pw" k z ( x) w wdx 0
0 dx 2

A única forma de satisfazer a equação acima para qualquer w compatível é

"
EI ( x) w" Pw" k z ( x) w 0 para 0 x L
em x 0 , ou k w' EI ( x) w" 0 , ou w' 0
e , ou EI ( x) w" Pw' kw 0 ou w 0 (2.79)
em x L, ou EI ( x) w" 0 , ou w' 0
'
e , ou EI ( x) w" Pw' 0 ou w 0

As condições de contorno correspondentes à coluna da Fig. 2-15 estão assinaladas nos quadros.
Uma equação diferencial de 4a ordem requer a especificação de 4 condições de contorno, duas em cada
extremidade: ou momento nulo (natural), ou rotação nula (geométrica) e, ou cisalhamento total nulo
(natural), ou deslocamento (geométrica) nulo. O cálculo de variações fornece todas as possíveis

condições de contorno para o problema. Por exemplo, se k , necessariamente w’ = 0. Da

mesma forma, k , leva a w = 0. Se uma molas na extremidade esquerda não estiver apoiada, sua
rigidez efetiva é nula e basta zerar o seu valor na expressão relevante. Na extremidade direita, além das
condições de controno da coluna da figura, estão também contempladas a extremidade livre,
extremidade engastada, ou extremidade engastada e livre para se deslocar verticalmente.

2.11 SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO DE 4A ORDEM

Para fins desta discussão, considere o problema sem as molas. Neste caso, a equação de equilíbrio
e possíveis condições de contorno seriam escritas como

2.33
EI ( x) w" Pw" 0 para 0 x L
em x 0 , ou EI ( x) w" 0 , ou w' 0
'
e , ou EI ( x) w" Pw' 0 ou w 0 (2.80)
em x L, ou EI ( x) w" 0 , ou w' 0
'
e , ou EI ( x) w" Pw' 0 ou w 0

Se I(x) = cte (coluna uniforme), a solução é dada por

P
w( x) C1 sen kx C 2 cos kx C 3 x C 4 com k 2 (2.81)
EI
Aplicando as quatro condições de contorno, resultam quatro equações na forma

a11 a12 a13 a14 C1 0


a 21 a 22 a 23 a 24 C2 0
(2.82)
a31 a32 a33 a 34 C3 0
a 41 a 42 a 43 a 44 C4 0

onde os aij são funções de k e L. Este sistema de equações tem uma solução trivial Ci = 0 (i=1,2,3,4).
Neste caso, w(x) = 0, ou seja, a posição perfeitamente reta da coluna é uma posição de equilíbrio para
qualquer valor de P. Esta solução não é de interesse pois o que se deseja é achar o menor valor de P
que pode manter a coluna em equilíbrio numa configuração fletida. Para que se tenha solução não-trivial,
é necessário que o determinante da matriz de coeficientes seja nulo

det a 0 (2.83)

A expansão de (2.83) resulta na equação característica do problema, cuja menor raiz fornece a
carga crítica. A substituição desta raiz em (2.82), devido à condição (2.83), resulta num sistema de
equações que não são linearmente independentes. Descartando-se uma das quatro equações (cuidando
para que as equações remanescentes não sejam linearmente dependentes), resultará num sistema de 3
equações e 4 incógnitas Ci. Transferindo-se uma das incógnitas para a mão direita, e.g. Cj, pode-se
determinar as demais em termos desta. O modo de flambagem associado à carga crítica será então
dado pela Eq. (2.81).

O problema de auto-valor representado pela Eq. (2.80), de 4ª ordem, pode ser reduzido para a 2a
ordem se ambas as extremidades da coluna são articuladas ou se uma extremidade é livre e outra
engastada. Integrando a equação de equilíbrio em (2.80) duas vezes resulta em

EI ( x) w" ' Pw' A 0


(2.84)
EI ( x) w" Pw Ax B 0

onde A e B são constantes de integração. Se ambas as extremidades são articuladas, a aplicação das
a
condições de contorno, respectivamente, em x = 0 e x = L, na 2 das Eqs. (2.84) fornece:

2.34
em x 0 , w" (0) w(0) 0 B 0
em x L, w" ( L) w( L) 0 A 0
e o problema de auto-valor (equação de equilíbrio e condições de contorno associadas) é reduzido a
EI ( x) w" Pw 0
(2.85)
w(0) 0 w( L) 0
As condições de contorno do problema de auto-valor (2.80), para uma coluna que é livre em x=0 e
engastada em x=L, são
d
w(0) 0 w" (0) 0 w' ( L) 0 EI(x)w" x L 0 (2.86)
dx
desde que w(x) seja medido da linha de ação da carga aplicada, como mostrado na Fig. 2-16.

w
P

x
Fig. 2-16 Sistema de Coordenadas para Coluna em Balanço

A substituição das condições de contorno (2.86) na segunda das Eqs. (2.84) leva, mais uma vez, a
A = B = 0 e o problema de auto-valor 2.80 fica reduzido a
EI ( x) w" Pw 0
(2.87)
w(0) 0 w' ( L) 0
a a
Por ser mais simples de ser resolvida do que a equação de 4 ordem, a equação de 2 ordem é
preferível para colunas com ambas as extremidades articuladas e para colunas em balanço. Note que o
problema da coluna articulada em ambas extremidades e da coluna em balanço é, na realidade, o
mesmo, pois a solução da coluna em balanço é a mesma da coluna articulada com o dobro de
comprimento e simétrica em relação ao plano de engastamento.

2.12 POTENCIAL DE CARGAS AXIAIS CONCENTRADAS E DISTRIBUÍDAS

Objetivando a generalização, considere que a coluna, além das cargas de compressão nas
extremidades, esteja sujeita a cargas concentradas Pk, e uma carga distribuída px(x) paralela ao eixo x,
como mostrado na Fig. 2-17. Suponha que o movimento longitudinal da coluna seja impedido em x = 0.

Ponto de deslocamento
horizontal nulo
xk
p x(x)
Pk
d

Fig. 2-17 Coluna com forças concentradas e distribuídas

2.35
O potencial das cargas aplicadas que está associado com os deslocamentos de flexão w(x) pode
ser encontrado aplicando convenientemente a Eq. (2.46) e levando em consideração a definição (2.67) :

1 xk 2
1 xk 2
VPk WPk Pk w' dx Pk w' dx
2 0 2 0

1 x 2 1 x 2
dVpx dWpx p x ( x)dx w' ( ) d p x ( x)dx w' ( ) d
2 0 2 0
(2.88)
1 L x 2
Vpx p x ( x) w' ( ) d dx
2 0 0

de modo que

K
1 K xk 2 1 L x 2
V VPk Vpx Pk w' dx p x ( x) w' ( ) d dx (2.89)
k 1 2k1 0 2 0 0

Num problema de estabilidade, e comum considerar que a relação entre as forças Pk e a carga
distribuída px(x) não muda ao se carregar a estrutura. Neste caso é conveniente reescrever a Eq. (2.89)
na forma

P1 K
Pk xk 2 p0 L x 2
V w' dx h( x) w' ( ) d dx (2.90)
2 k 1 P1
0 P1 0 0

onde p x ( x) p0 h( x) e as razões Pk P1 e p0 P1 são constantes conhecidas.

2.13 O MÉTODO DE RAYLEIGH-RITZ

A aplicação rigorosa do princípio do valor estacionário da energia potencial total torna obrigatório o
uso do cálculo de variações. Como já foi visto, o uso do cálculo de variações é vantajoso em situações
onde a formulação do problema (obtenção da equação de equilíbrio e condições de contorno
associadas) édifícil de ser obtida através do equilíbrio de corpo livre. Formulado o problema, entretanto,
o cálculo de variações não fornece um método de solução. Felizmente, existe um método através do
qual o princípio do valor estacionário da energia potencial total pode ser aplicado aproximadamente. Este
método, conhecido por Rayleigh-Ritz, fornece uma solução aproximada para o problema e, em tese, esta
solução aproximada pode aproximar-se da solução exata tanto quanto o usuário queira. Em
conseqüência, alguns autores classificam este método como um método direto do princípio variacional
(em contraponto à denominação dada de método indireto, ao esquema de se formular o problema
através do uso do princípio variacional e posterior solução das equações formuladas).

Considere a coluna do exemplo de aplicação da seção 2-10. Considere uma série de molas
lineares, de constante ksm, e torsionais, de constante krm , localizadas em x = xm, m = 1,2, ... M
(generalização da situação daquele exemplo para o qual o par de molas estava localizado em x = 0).

2.36
Considere, também, o carregamento mais geral, como dado na seção 2.12. O potencial total U + V será
então dado por

1 L 2
1 L 1 M 2 2
U V EI ( x) w" dx k z x w 2 dx k sm w( x m ) k rm w' ( x m )
2 0 2 0 2m 1
(2.91)
P1 K
Pk xk 2 p0 L x 2
w' dx h( x ) w' ( ) d dx
2 k 1 P1 0 P1 0 0

No método de Rayleigh-Ritz, os deslocamentos laterais são agora aproximados pela série

n
w(x) c j w j ( x) (2.92)
j 1

onde os cj são coeficientes indeterminados e as funções wj(x) são funções assumidas que
necessariamente têm de satisfazer as condições de contorno geométricas do problema. Como os
cj definem a configuração, eles constituem um conjunto de coordenadas generalizadas. O que o método
propõe é representar um sistema de infinitos graus de liberdade aproximadamente por outro com n de
graus de liberdade. O que está sujeito à variação na expressão (2.91) é a função deflexão w(x), pois a
menos de P1, a carga crítica desconhecida e fixa, o resto é fixo e conhecido. Com a aproximação (2.92),
o que estará portanto sujeito à variação são os coeficientes indeterminados cj. Em termos dos cj , o
princípio do valor estacionário do potencial total pode ser escrito como

n
U V
U V ci 0 qualquer que sejam os ci (2.94)
i 1 ci

que somente é satisfeito se

U V
0 i 1,2,...n (2.95)
ci

Aplicando as condições (2.95) na expressão (2.91) do potencial total resulta

L w" L w M
w( x m ) w' ( x m )
EI ( x) w" dx kz x w dx k sm w( x m ) k rm w' ( x m )
0 ci 0 ci m 1 ci ci
(2.96)
K
Pk xk w' p0 L x w' ( )
P1 w' dx h( x ) w' ( ) d dx 0 i 1,2,...n
k 1 P1 0 ci P1 0 0 ci

Introduzindo a Eq. (2.92) na Eq. (2.96) e rearranjando os termos, acha-se

n n
aij c j P1 bij c j i 1,2,..., n (2.97)
j 1 j 1

ou, em notação matricial,

a c P1 b c (2.98)

onde

2.37
L L M
aij EI ( x) wi" w"j dx k z x wi w j dx k sm wi ( x m ) w j ( x m ) k rm wi' ( x m ) w 'j ( x m )
0 0
m 1
(2.99)
K
Pk xk
' ' p0 L x
' '
bij w w dx
i j h( x ) w ( ) w ( )d
j j dx
k 1 P1 0 P1 0 0

Considere, agora, o caso sem os apoios e fundação elástica (basta zerar os termos
correspondentes na expressão dos a ij). Se a coluna tem ambas as extremidades articuladas ou, como
visto na seção 2.11, uma extremidade livre e a outra engastada, os aij podem ser expressos em termos

de wi e w j em vez de wi" e w"j . A Eqs. (2.85) ou (2.87) fornecem

Pw
EI ( x) w" Pw de modo que w" (2.100)
EI ( x)
Substituindo a Eq. (2.100) juntamento com as condições (2.95) na Eq. (2.96), zerando os termos
correspondentes ao apoios e fundação elástica, e rearranjando, resulta:

b c P1 a c (2.101)

onde os bij são aqueles dados pela Eq. (2.99) e

L wi w j
aij dx (2.102)
0 EI ( x)

Quando se está analisando colunas simplesmente apoiadas (ou em balanço – lembre-se do


esquema da Fig. 2-16 para o sistema de coordenadas) é preferível utilizar a Eq. (2.101) em vez da Eq.
(2.98). A Eq. (2.101) fornece uma aproximação para a carga crítica muito mais precisa do que a Eq.
(2.98). Isto porque a Eq. (2.102) não envolve derivadas segundas e o erro entre a solução exata e
aproximada aumenta com a diferenciação.

Seja qual for a forma do método de Rayleigh-Ritz, o resultado em termos da carga crítica será
sempre um limitante superior ao valor exato. Isto porque ao “forçar” a coluna a perder a estabilidade
segundo a Eq. (2.92), e não na forma que corresponde à energia mínima (modo de flambagem exato),
está-se inserndo vínculos no sistema, tornando-o portanto mais rígido.

EXEMPLO 1

Considere a aplicação do método de Rayleigh-Ritz para a obtenção da carga crítica das colunas
equivalentes da Fig. 2-18.

EI0 2EI0 EI0 2EI0


EI0

P x P
x

L/2 L/2 L/2 L L/2

Fig. 2-18 Coluna de Seção Variável

2.38
Tendo em vista as condições de contorno, recomenda-se o uso da Eq. (2.101). Uma série de
funções que satisfazem as condições de contorno geométricas, w(0) = w’(L) = 0 [ ou w(0) = w(2L) = 0 ]
é

n
(2 j 1) x
w( x) c j sen
j 1 2L

Tomando um só termo na série, acha-se

2 2
L x
b11 cos 2
dx
4 L2 0 2L 8L
1 L2 x 1 L x L 3 1
a11 sen 2 dx sen 2 dx
EI 0 0 2L 2 EI 0 L/2 2L EI 0 8 4

4,18 EI 0
Com estes valores acha-se uma aproximação Pcr . A solução essencialmente exata é
L2
4,135 EI 0
Pcr , de modo que o erro da solução aproximada é de apenas 0,97%.
L2
Se dois termos são utilizados na solução, acha-se que para solução não trivial é necessário que

2
PL 3 1 PL
8L EI 0 8 4 4 EI 0
det b Pa det 0
PL 9 2 PL 3 1
4 EI 0 8L EI 0 8 12

A expansão do determinante dá a equação característica

2
13,70 3,775 0,1123 0

EI 0 4,14 EI 0
onde , e cuja maior raiz ( menor valor de P ) é 0,2415 . Isto dá Pcr , que
PL3 L2
confere com a solução exata em até três dígitos significativos.

EXEMPLO 2

Considere uma coluna uniforme de comprimento L , repousando sobre uma fundação elástica (vide
Fig. 2-15) de constante , articulada em ambas as extremidades, e submetida a uma carga de
compressão P nas extremidades. Uma série de funções, as quais satisfazem as condições de contorno
geométricas, w(0) = w(L) = 0 [ note que as funções também satisfazem as condições de contorno
naturais, w”(0) = w”(L) =0 ], é

n
m x
w( x) c j sen
m 1 L

2.39
Visando empregar a Eq. (2.98) para o cálculo da carga crítica, é necessário calcular os a ij e b ij usando
as Eqs. (2.99):

2 2
L i j i x j x L i x j x
aij EI sen sen dx sen sen dx
0 L L L L 0 J L
L i j i x j x
bij cos cos dx
0 L L L L

As funções sen (i x/L) e sen (j x/L) , bem como, cos(i x/L) e cos(j x/L) são ortogonais no domínio [0,L],
ou seja,

L i x j x L i x j x 0 se i j
sen sen dx cos cos dx L se i j , de modo que
0 L L 0 L L 2

4 2
i L i L
aii EI ; bii e aij bij 0 para i j
L 2 L 2

O sistema de equações (2.98) é portanto diagonal. A carga crítica é o menor valor de P que resolve a
Eq. (2.98). O número de semi-ondas do modo de flambagem, dependerá do valor de . Seja m o número
de semi-ondas no modo crítico. Resolvendo a Eq. (2.98) resulta em

2
EI 1 L4
Pcr 2
m2
L m2 4
EI

Derivando Pcr em relação a m e igualando a zero reslta em

2 L4 L4
2m 0 m 4
m3 4
EI 4
EI

L4
Mas m tem de ser inteiro portanto, dado o valor de 4
4
, deve-se calcular a carga para os valores de
EI
m imediatamente inferior e superior. A carga crítica será o menor dos valores.

A carga crítica será dada para m=1 somente enquanto for obedecida a inequação

L4 1 L4 L4
1 4
4 4
, ou seja, 4
4
EI 4 EI EI
A carga crítica será dada para m=2 se

1 L4 1 L4 L4
4 4
9 4
, ou seja, 4 4
36
4 EI 9 EI EI
e assim por diante.

A solução deste problema como apresentada é exata. Isto porque a função sen(m x/L) satisfaz a

equação diferencial de equilíbrio EIwIV + Pw” + w = 0. Como satisfaz, também, as condições de

2.40
L4
contorno associadas tem de ser solução do problema. Nos casos de 4
4
inteiro, a carga crítica seria
EI
Pcr 2 EI . Dado , este valor representa um limitante inferior para a carga crítica, pois nos casos
em que a raiz quarta acima não é um inteiro, o menor dos valores de Pcr dados para os inteiros logo
inferior e superior, necessariamente será maior.
Timoshenko & Gere (Ref. 2.4) fornecem os comprimentos efetivos em função da rigidez relativa da
fundação elástica em relação à rigidez da coluna.

4 0 1 3 5 10 15 20 30 40 50 75 100
L /(16EI)
L’/L 1 0,927 0,819 0,741 0,615 0,537 0,483 0,437 0,421 0,406 0,376 0,351

4 200 300 500 700 1000 1500 2000 3000 4000 5000 8000 10000
L /(16EI)
L’/L 0,286 0,263 0,235 0,214 0,195 0,179 0,165 0,149 0,140 0,132 0,117 0,110

EXEMPLO 3

2.41
2.42
2.14 O MÉTODO DE GALERKIN

Considere o funcional tratado na seção 2.10, definido na Eq. (2.70), aqui repetida por conveniência.

x2
I F x, w, w' , w" dx (2.70)
x1

2.43
A condição que extremiza este funcional, após as devidas integrações por partes, foi escrita como

x x
F 2
d F F 2
x2 d2 F d F F
I w' w wdx 0 (2.74)
w" x1
dx w" w' x1
x1 dx 2 w" dx w' w

Suponha, como no método de Rayleigh-Ritz, que a solução w(x) seja aproximada pela série

n
w(x) c j w j ( x) (2.103)
j 1

onde os cj são coeficientes indeterminados e os wj(x) e suas derivadas são funções contínuas no
domínio [x1, x2]. A substituição da Eq. (2.103) na Eq. (2.74) leva a

x2 x2
F n
d F F n x2 d2 F d F F n
w 'j c j wj c j w j c j dx 0
w" j 1 x1
dx w" w' j 1 x1
x1 dx 2 w" dx w' w j 1

Para que esta expressão seja nula, quaquer que sejam os cj, é necessário que

x2 x2
F ' d F F x2 d2 F d F F
wj wj w j dx 0 j 1,...n (2.104)
w" x1
dx w" w' x1
x1 dx 2 w" dx w' w

Se as funções wj(x) satisfizerem todas as condições de contorno, os dois primeiros termos da


Eq. (2.104) se anulam identicamente e a Eq. (2.104) fica reduzida à integral. O termo entre colchetes
nesta integral é o resultado da substituição da Eq. (2.103), ou seja, da solução aproximada, na
expressão indicada. Ou seja, é o êrro na satisfação da equação de Euler resultante da aproximação. A
Eq. (2.104) poderia, nestas condições, ser reescrita como

x2 d2 F d F F x2
w j dx e( w) w j dx 0 j 1,...n (2.105)
x1 dx 2 w" dx w' w x1

onde e(w), o erro, é o resultado da substituição da Eq. (2.103) na equação diferencial.

A Eq. (2.105) é conhecida por Método de Galerkin. Este método exige que as funções da base de
aproximação satisfaçam todas as condições de contorno do problema. A condição de Galerkin,
procurando minimizar o erro, é a de torná-lo ortogonal às funções de base no domínio. Se as funções de
base não satisfazem todas as condições de contorno, a substituição de (2.103) nas mesmas também
gera um erro que necessita ser levado em consideração no critério. A Eq. (2.104) retrata este critério,
sendo conhecida como o Método Generalizado de Galerkin.

Utilizando-se a mesma base de aproximação (2.103), os resultados obtidos através do método de


Rayleigh-Ritz aplicado diretamente sobre a Eq. (2.70) e de Galerkin ou Galerkin generalizado como
dados, respectivamente, pelas Eqs. (2.105) e (2.104), serão idênticos. Em conseqüência, quando for
conhecido o funcional, a aplicação do método de Rayleigh-Ritz é recomendada por ser mais simples e
imediata. Em alguns casos é conhecida a equação de equilíbrio do problema e não o funcional do qual a
mesma deriva. Se as condições de contorno forem também conhecidas e funções wj(x) que as

2.44
satisfazem são facilmente identificadas, o método de Galerkin é normalmente indicado. Na seção a
seguir o método de Galerkin será utilizado para a obtenção de resultados aproximados de uma coluna
submetida à grandes delfexões.

2.15 GRANDES DEFLEXÕES EM COLUNAS

O objetivo desta seção é duplo: servir de exemplo para uma aplicação do método de Galerkin e
fornecer alguns resultados para colunas submetidas a grandes deflexões. O desenvolvimento da teoria
de grandes deformações em colunas e tratamento matemático exato do tema pode ser encontrado no
texto do Chajes, Ref. 2.3.

Considere a coluna simplesmente apoiada mostrada na Fig. 1-19. Além da hipótese de pequenos
deslocamentos, que será aqui descartada, todas as outras idealizações consideradas para a coluna de
Euler continuam válidas. O membro é suposto inicialmente perfeitamente reto e carregado ao longo de
seu eixo central e o material é suposto elástico linear, ou seja, obedecendo à lei de Hooke.

Se o sistema de coordenadas x-z é tomado como mostrado na figura e a coluna está em equilíbrio
numa configuração fletida, o momento externo Pw, em qualquer seção, é igual ao momento resistente
interno –EI/R, onde R é o raio de curvatura e, portanto, 1/R a própria curvatura.

dw
dx ds

Fig. 2-19 Grandes Deflexões de uma Coluna

Ou seja,
EI
Pw (2.106)
R
A solução da equação é facilidada se a curvatura é expressa como a razão de variação da
inclinação. Se a inclinação em qualquer seção for dada por e a distância ao longo da curva da orígem à
seção por s , a curvatura é
1 d
(2.107)
R ds

2.45
Substituição desta expressão na Eq. (2.106) leva a

d
EI Pw 0 (2.108)
ds
Esta equação é manipulada na Ref. 2.3 e a solução é apresentada em termos de integrais elípticas
tabeladas.

Com referência ao triângulo elementar da Fig. 1-19, pode-se escrever

dw d 2w d
sen cos
ds ds 2 ds
d 2w d 2w
d 1 d 2w (2.109)
ds 2 ds 2
ds cos ds 2 1 sen 2
12
dw
2 12

1
ds

A Eq. (2.108) pode, então, ser reescrita na forma

d 2w
ds 2 P
12
w 0 (2.110)
dw
2 EI
1
ds

As condições de contorno para o problema, deslocamentos e momentos nulos nas extremidades


são obtidos por inspeção: w(0)=w”(0)=w(L)=w”(L).

O denominador do primeiro termo pode ser expandido numa série de Taylor, de modo que (2.110)
toma a forma de

2 4
d 2w 1 dw 3 dw P
2
1 ... w 0 ( 2.111)
ds 2 ds 8 ds EI

Se forem desprezados os dois termos em dw/ds no colchete da Eq. (2.111), a equação de


equilíbrio seria reduzida à forma linear conhecida, para pequenas deflexões, pois x e s se confundem.
Uma primeira aproximação para o caso não linear seria desprezar os termos de ordem maior do que o
quadrado no colchete de (2.111), resultando em

2
d 2w 1 dw P
2
1 w 0 (2.112)
ds 2 ds EI
Como o funcional potencial total, cuja equação de Euler seja representada pela Eq. (2.112), não
está disponível, o método de Galerkin é indicado para a solução.

Seja a solução aproximada por uma série que satisfaz todas as condições de contorno

2.46
n
j s
w(s) w j sen (2.113)
j 1 L

Utilizando-se somente o primeiro termo desta série resulta em

2
s s s
w(s) w1 sen ; w' (s) w1 cos ; w"(s) w1 sen (2.114)
L L L L L

2 2
s P 1 2 s
e( s ) w1 sen 1 2
w1 cos 2
L L 2 L L
EI (2.115)
L
2 2
s P 1 2 s
w1 sen 1 w1 cos 2
L L PE 2 L L

onde e(s) é o erro cometido na satisfação da equação de equilíbrio e PE é a carga crítica de Euler.
Tornando e(s) ortogonal em relação a sen x/L no domínio [0,L}, resulta em

L s
e( s ) sen dx 0
0 L
2 2 (2.116)
L P s 1 2 s s
w1 1 sen 2 w1 sen 2
cos 2 ds 0
L 0 PE L 2 L L L

Como não poderia deixar de ser, a solução trivial w1 = 0 resulta de imediato. A outra solução é
encontrada fazendo-se a integração e igualando a zero. Considerando que

L s L L s s 1 L 2 s 1 L
sen 2 ds ; sen 2 cos 2 ds 1 cos 2 ds dx L (2.117)
0 L 2 0 L L 4 0 L 4 2

a Eq. (1.116) pode ser escrita como

2 2
L P s 1 2 s s L P L 2
1 sen 2 w1 sen 2
cos 2 ds 1 w1 0 (2.118)
0 PE L 2 L L L 2 PE 16 L

Resolvendo para w1/L, obtém-se

w1 2 P
2 1 (2.119)
L PE

A Eq. (2.119) mostra que a segunda solução do problema não existe para P < PE, pois neste caso o
radical seria negativo. O resultado não poderia ser outro, pois nestas condições somente a coluna
perfeitamente reta é solução.

2.47
Para valores crescentes de P/PE uma solução mais precisa é obtida se forem incluídos termos de
ordem maior na Eq. (2.111) e se forem utilizados mais termos na série (2.113). O resultado com a
inclusão de mais um termo da Eq. (2.111) e ainda mantendo um só termo na Eq. (2.113) é

w1 2 3 P
12 1 1 1 (2.220)
L 3 PE

O resultado exato é dado na Ref. 2.3 e está reproduzido na Fig. 2-20.

Fig. 2.20 Curva de Carga-Deflexão para Grandes Deflexões

2.16 COLUNAS CARREGADAS EXCENTRICAMENTE

Na derivação da carga de Euler, o membro foi assumido perfeitamente reto e o carregamento foi
considerado ao longo do eixo central. Membros e carregamentos perfeitos, entretanto, não existem em
problemas reais de engenharia. Pequenas excentricidades no carregamento e imperfeições na forma
fazem sentir a sua presença em todas as colunas reais. É portanto desejável investigar o comportamento
de uma coluna imperfeita e compará-lo com o comportamento previsto pela teoria de Euler.

Considere a coluna da Fig. 2-21, perfeitamente reta mas carregada excentricamente. Assume-se
que o membro obedece à Lei de Hooke e que as deformações permaneçam pequenas. Equacionando o
momento interno –Eiw” em qualquer seção, como o correspondente momento aplicado P(e+w) resulta

P
EIw" P e w 0 ou w" k 2 w k 2 e , onde k 2 (2.221)
EI
cuja solução geral é

w( x) A sen kx B cos kx e (2.222)

2.48
Fig. 2-21 Coluna Carregada Excentricamente

Aplicando as condições de contorno, w(0) = 0 resulta em B = e , e da condição w(L) = 0 obtém-se

1 cos kL
A e , de modo que a Eq. (2.222) pode ser escrita como
sen kL

1 cos kL
y ( x) e cos kx sen kx 1 (2.223)
sen kL

Fazendo x = L/2 e usando as identidades cos kl 1 2 sen 2 kl 2 e sen kl 2 sen kL 2 cos kL 2 ,


obtém-se a deflexão no centro da coluna, w(L/2) = :

kL P
e sec 1 e sec 1 (2.224)
2 2 PE

A Fig.2-22 fornece uma representação gráfica da Eq. (2.224). A variação de com P/PE é graficada
para dois valores da excentricidade e.

Fig. 2-22 Curva Carga-Deflexão para Coluna Carregada Excentricamente

2.49
2.17 COLUNAS COM FORMAS IMPERFEITAS

Aqui será considerada uma coluna cujo eixo está inicialmente fletido. Mais uma vez é considerado
que o comportamento do material é elástico linear e que as deflexões são pequenas, ou seja, são válidas
todas as hipóteses feitas na teoria de Euler excetuando aquela que considera o eixo inicialmente reto.

Fig. 2-23 Coluna com Deflexão Inicial

Considere a coluna simplesmente apoiada da Fig. 2-23. A deformação inicial do membro é dada por
w0(x) e a deformação inicial devido à flexão, por w(x). Equacionando os momentos interno e externo
obtém-se

w" k 2 w k 2 w0 , com k 2 P EI (2.225)

A solução complementar (da equação homogênea) é

wc ( x) A sen kx B cos kx (2.226)

Para obter a solução particular, considere w0(x) expressa por uma série de Fourier

n x
w0 ( x) wn sen (2.227)
n 1 L

Se w0(x) é conhecida, pode-se obter os coeficientes de Fourier multiplicando-se ambos os lados da Eq.
(2.227) por sen(m x/L) e integrar de 0 a L. Isto resulta em

L
2 m x
wm w0 ( x) sen dx (2.228)
L0 L

A Eq. (2.225), então, pode ser rescrita na forma

2.50
n x
w" k 2 w k2 wn sen (2.229)
n 1 L

Usando o método dos coeficientes indeterminados, a solução particular desta equação é

n x
w p ( x) c n sen (2.230)
n 1 L

Substituindo wp na Eq. (229) e equacionando os coeficientes dos termos em seno com o mesmo
argumento, de ambos os lados da equação, resulta

wn k 2 wn wn
cn (2.231)
n
2
1 n
2
P
k2 1 n2 E 1
L k2 L P

A solução geral da Eq. (2.229) é, portanto,

wn n x
w( x) A sen kx B cos kx sen
1 2 PE L
n
n 1
P
A aplicação das condições de contorno, w(0) = w(L) = 0, leva a A = B = 0, de modo que

n x
w( x) An wn sen (2.232)
n 1 L

onde

1
An (2.233)
P
n2 E 1
P
é o fator de amplificação que é aplicado sobre a n-ésima componente de w0 como resultado da aplicação
da carga P. A deflexão total é obtida somando-se w0(x) e w(x)

n x
wT ( x) w0 ( x) w( x) 1 An wn sen (2.234)
n 1 L

Na prática, w0(x) e, portanto, wn não é conhecido. Entretanto, pode-se esperar que wn fique menor à
medida que cresça n, e uma hipótese razoável é que a amplitude da componente de Fourier seja

proporcional ao comprimento de onda da componente. Isto dá wn w ( L / n), onde w é suposto igual


para todas as componentes. Nestas condições a Eq. (234) fica

wT ( x) w0 ( x) w( x) 1 An n x
w wn sen (2.235)
L L n 1 n L

2.51
Valores de An como função de P/PE computados pela Eq. (2.233) para n = 1 a 3, são dados na
tabela. Observa-se, a menos que P/PE seja pequeno, que o primeiro termo da Eq. (2.235) domina a série
e serve como uma boa aproximação para a mesma.

P/PE A1 A2 A3

0,0 0,0 0,0 0,0


0,4 0,667 0,111 0,047
0,8 4,00 0,25 0,08
0,9 9,50 0,29 0,11
0,95 20,0 0,33 0,12
1,0 0,33 0,13

Substituindo a Eq. (2.233) no primeiro termo da Eq. (2.235) e calculando o resultado em x = L/2,
tem-se

wT ( L 2) w
(2.236)
L 1 P PE
Esta equação está representada graficamente na Fig. 2-24 para valores de deflexões iniciais

w w1 / L 0,01, 0,001 e 0,0001. Estes valores são representativos de colunas de manufatura de

Fig. 2-24 Coluna com Imperfeições - Resultados da Teoria Linear

qualidade pobre, média e acima da média. Nota-se que quando P/PE é pequeno, as deformações de
flexão são pequenas, mas quando P/PE se aproxima da unidade, as deformações de flexão aumentam
rapidamente e tornam-se muito grandes. Quando a imperfeição original tende a zero, o comportamento
da coluna imperfeita se aproxima daquela da coluna perfeita, que não admite deflexão até que P/PE = 1.
Entretanto, nota-se que a coluna, em vez de permanecer reta, a coluna com imperfeições tendendo a

2.52
zero permanece praticamente reta até que o ponto de bifurcação da coluna perfeita é aproximado. Daí
em diante, segue de perto a solução da coluna perfeita flambada.

A Eq. (2.236) indica que a deflexão no centro da coluna tende a infinito à medida que P/PE tende
para a unidade e que as deflexões são tanto maiores quanto maior for a imperfeição original. A análise
linear mostra, então, que a capacidade de absorção de carga da coluna é sempre menor do que a carga
de Euler, independentemente de quão pequena seja a imperfeição. Se a distorção inicial é considerável,
a coluna experimenta deflexões consideráveis, sob cargas sensivelmente menores do que a de Euler.

Este resultado, entretanto, requer um exame mais cuidadoso porque, sob deflexões grandes, a
aproximação para a curvatura dada por d2w/dx2 torna-se imprecisa, e a teoria linearizada de flexão não é
mais aplicável. A teoria linear adotada também falha quando as deflexões no centro da coluna são
grandes porque as tensões devido à compressão e flexão excedem o limite de proporcionalidade.

O comportamento da coluna levemente imperfeita e submetida a grandes deflexões pode ser


estudado de forma análoga como visto na seção 2.15. Para tanto bastaria incluir o termo relativo à
deflexão inicial na equação de equilíbrio (2.110):

d 2w
ds 2 P P
12
w w0 (2.237)
dw
2 EI EI
1
ds

O denominador da primeira parcela poderia ser expandido numa série de Taylor e a retenção de um ou
mais termos não lineares proveria uma aproximação. A deflexão inicial poderia ser aproximada pelo
primeiro termo de uma série de Fourier e a equação resultante resolvida aproximadamente utilizando-se
o método de Galerkin. Em seu texto, Rivello (Ref. 2.5) adota um procedimento alternativo. Ele deriva um
potencial total aproximado incluindo os termos não-lineares mais relevantes e em seguida aplica o
método de Rayleigh-Ritz. Os resultados obtidos são menos precisos do que aqueles que seriam obtidos
da forma indicada acima em conjunto com o método de Galerkin. Como objetivo aqui, é tão somente
discutir qualitativamente o comportamento da coluna imperfeita submetida a grandes deformações, a
questão de precisão perde importância e o desenvolvimento realizado na Ref. 2.5 será omitido. O
resultado obtido por Rivello para as deflexões é

wT ( L / 2) 2 2 P PE 1
(2.238)
L 4 3 P PE

que está representado graficamente na Fig. 2-25.

A Eq. (2.238) possui uma tangente horizontal em P/PE = 1, que caracteriza a estabilidade neutra e
a indeterminação das deflexões na teoria linear de pequenas deflexões. A Fig. 2-25 mostra que embora
a configuração reta seja teoricamente possível para uma coluna perfeita quando P/PE > 1, colunas com
imperfeições infinitesimais apresentam deflexões aproximadas pela Eq. 2.238. Uma vez que qualquer

2.53
coluna contém imperfeições, mesmo que pequenas, a Eq. (2.238) é a única solução (aproximada) de
interesse.

Fig. 2-25 Coluna com Imperfeições - Resultados da Teoria Não-Linear

A teoria não-linear adotada para a derivação da Eq. (2.238) falha quando as tensões devidas à
compressão direta e flexão excedem o limite de proporcionalidade. Para obter uma indicação de quando
este efeito se torna importante, Rivello assumiu um material elástico perfeitamente plástico, com a razão
da tensão de escoamento pelo módulo de elasticidade igual a 6,66 x 10-3 e uma seção idealizada em I,
onde a contribuição da alma para a rigidez em flexão é desprezada. A aproximação pretende simular a
liga de alumínio 7075-T6, mesmo que grosseiramente. Os resultados desta análise estão mostrados
pelas curvas tracejadas na Fig. 2-25, para alguns valores L/ , onde é o raio de giração da seção.
Quando as fibras do lado côncavo da coluna excedem a tensão de escoamento, a rigidez em flexão da
coluna decresce, o aumento das deformações é acelerado e o colapso logo se estabelece. Em
conseqüência, o valor último de P/PE resistido pela coluna é aproximadamente aquele correspondente
ao ponto de interseção das curvas dos w1/L e L/ .

Para colunas que falham numa tensão média dentro do regime elástico, as Figs. 2-24 e 2-25
permitem tirar-se as seguintes conclusões:

1) A posição reta é a única configuração de equilíbrio possível para colunas com imperfeições
tendendo a zero, até que P = PE ;

2) Em P = PE as deflexões, para a coluna com imperfeições tendendo a zero, crescem


rapidamente até que as fibras do lado côncavo excedem o limite de proporcionalidade;

2.54
3) Colunas com imperfeições usuais (relativamente pequenas) não fletem apreciavelmente até que
P se aproxime de PE. As deflexões crescem rapidamente à medida que P se aproxima de PE ,
seguindo de perto a curva para colunas com imperfeições tendendo a zero;

4) As deformações que crescem rapidamente logo atingem a tensão de escoamento e a coluna


prática (pequenas imperfeições) entra em colapso quando P PE ;

5) As deflexões no colapso são pequenas o suficiente para permitir o uso da teoria linear, na qual
a curvatura é aproximada por d2w/dx2 ;

6) Colunas de manufatura pobre, com imperfeições sensíveis, entram em colapso sob cargas
sensivelmente menores do que a de Euler.

A coincidência física de que a capacidade última de absorção de carga de uma coluna com
pequenas imperfeições, como aquelas manufaturadas para uso aeronáutico, pode ser prevista pela
teoria linear para a coluna perfeita é afortunada. Significa que colunas que falham numa tensão média no
regime elástico podem ser projetadas através da fórmula simples de Euler, não sendo necessária uma
análise não-linear relativamente complicada.

As conclusões relativas ao problema de colunas com deflexão inicial são aplicáveis também às
colunas carregadas com pequenas excentricidades e às colunas com pequenas cargas laterais, como
será visto no Capítulo 3. Por outro lado, a Eq. (2.236) fornece um critério alternativo de estabilidade
que pode ser enunciado como “a carga crítica é aquela sob a qual as deformações de um sistema
levemente imperfeito tendem a infinito”. Desta forma, a carga crítica pode ser obtida através da análise
linear de um sistema com qualquer tipo de imperfeição (deformação inicial, cargas excêntricas ou cargas
laterais). Há situações em que esta análise é mais simples do que a solução do problema de auto-valor
resultante da análise da coluna perfeita.

Não se deve, entretanto, concluir que o resultado de uma análise linearizada é capaz de prever a
carga de colapso para qualquer problema de flambagem. Em placas e cascas a carga de colapso pode
ser consideravelmente diferente daquela prevista pela análise da condição de equilíbrio neutro sob
pequenas deformações. De fato, na próxima seção será visto que a condição de estabilidade neutra de
uma coluna perfeita não é capaz de prever adequadamente a carga de falha de uma coluna imperfeita
se a tensão média na falha exceder o limite de proporcionalidade.

2.18 FLAMBAGEM PLÁSTICA DE COLUNAS

Euler derivou a equação da flambagem de uma coluna perfeita em 1759. Na época, acreditava-se
que a fórmula seria aplicável tanto para colunas esbeltas, quanto para colunas curtas. Quando, no início
do século 19, ensaios em laboratório mostraram que a fórmula era não-conservativa para colunas curtas,
acreditou-se que o trabalho de Euler era completamente errôneo e o mesmo foi descartado por um
período considerável. Em 1845, Lamarle indicou que o trabalho de Euler era válido somente no regime
elástico. Considère e Engesser, em 1989, chegaram à mesma conclusão de que a fórmula de Euler era
válida para colunas esbeltas. Ambos também perceberam que a fórmula de Euler poderia ser utilizada

2.55
para colunas curtas, desde que o módulo de elasticidade E fosse substituído por um módulo efetivo para
flambagem plástica. O foco da questão, então, mudou: “qual seria este módulo efetivo?”

Para entender o dilema que se instalou à época, considere o diagrama tensão-deformação. Durante

a flambagem, quando a coluna passa da posição reta para a posição fletida, qual seria o comportamento
das fibras nas partes côncava e convexa do membro? Seja A a tensão de compressão em todas as
fibras da coluna, ainda na posição reta, no momento da flambagem. Com a flexão da coluna, duas
possibilidades devem ser consideradas:

a) todas as fibras continuam comprimindo ao se dar a flexão, de modo que o módulo efetivo para a
seção é o módulo tangente Et . Isto só é possível, se a carga continua aumentando durante a
flambagem;

b) as fibras do lado côncavo comprimem, portanto segundo o módulo tangente Et , e as fibras do


lado convexo extendem, portanto segundo o módulo de elasticidade E . Uma situação de carga
constante durante a flambagem (como aquela da teoria linearizada de Euler para flambagem
elástica) exige que haja reversão de tensões no lado convexo.

Engesser acreditava que o módulo tangente era o módulo efetivo correto a ser utilizado. Considère
não chegou a uma conclusão específica concernente ao valor do módulo efetivo mas ele sugeriu a
possibilidde b) acima. Esta linha de raciocínio é a base para a teoria do módulo duplo, ou módulo
reduzido, de acordo com a qual o módulo efetivo é função de ambos, o módulo de elasticidade e o
módulo tangente (bem como da geometria da seção). Tão logo Engesser teve conhecimento do trabalho
de Considère, reconheceu a sua validade e foi o primeiro a derivar o valor correto do módulo efetivo
baseado na teoria do módulo duplo, que em valor é necessariamente maior do que o módulo tangente.
Entretanto, somente em 1910, quando Von Karman rederivou de forma independente a teoria do módulo
duplo, substanciando-a com ensaios em laboratório, ela foi universalmente aceita.

Nos aproximadamente 30 anos que se sucederam, a teoria do módulo duplo foi aceita como correta
para a análise da flambagem plástica. Nos anos 1940, entretanto, aconteceu um extenso programa de
ensaios em colunas de liga de alumínio, por parte da indústria aeronáutica. Ao contrário dos
experimentos de von Karman, estes testes indicaram que a carga de falha é aproximadamente igual á
carga fornecida pela teoria do módulo tangente. Os críticos responsabilizavam as imperfeições iniciais e
pobres condições de controle dos ensaios (condições de controno) pelos valores menores obtidos nestes

2.56
ensaios do que aqueles obtidos por von Karman. Mas as condições dos testes realizados pela indústria
eram típicas de condições operacionais (e não perfeitamente controladas como nos ensaios de von
Karman) de modo que esta passou a utilizar a teoria do módulo tangente no projeto de aeronaves.

Finalmente, em 1947, Shanley resolveu o problema. Ele utilizou um modelo simples de duas barras
rígidas conectadas entre si por uma célula deformável, constituída de dois elementos axiais separados
por uma distância (um elemento representando a parte côncava e o outro a parte convexa). O conjunto é
articulado nas extremidades e a curva tensão deformação utilizada foi a bi-linear. Os detalhes podem ser
encontrados na Ref. 2-3.

O resultado para a curva carga-deflexão da coluna de Shanley é reproduzido na Fig. 2-26.

Fig. 2-26 Coluna de Shanley – Curva Carga-Deflexão

O comportamento é resumido pela curva sólida. A flexão inicia na carga do módulo tangente e
progride com o incremento da carga axial. Com grandes deflexões laterais a carga axial se aproxima da
carga fornecida pela teoria do módulo reduzido. A diferença mais importante entre uma coluna real e a
coluna de Shanley é que o decréscimo do módulo tangente é contínuo (e não bi-linear). Se uma variação
contínua do módulo tangente é introduzida no modelo de Shanley, obtém-se a curva tracejada cuja carga
máxima está entre a carga tangente e a carga reduzida. Ensaios de laboratório mostram ser isto um fato
e também que a carga máxima está mais próxima da carga tangente.

A condição dada pela teoria do módulo duplo tem a vantagem dúbia de satisfazer o critério clássico
de estabilidade, ou seja, do ponto de bifurcação da coluna reta sem variação da carga. Mas ela
corresponde a um ponto de equilíbrio instável e realizável em laboratório somente sob condições muito
controladas.

O engenheiro está interessado em achar a carga última que pode ser suportada por colunas com
pequenas imperfeições e não a carga de bifurcação de uma coluna reta. Sob imperfeições, a
compressão e flexão procedem simultaneamente e um coluna falhará antes que a carga reduzida seja
atingida. Finalmente, a teoria do módulo tangente fornece um valor para a carga crítica que é
conservativo para colunas retas, ou com pequenas imperfeições.

2.57
Em consequência, a teoria a ser utilizada para a análise da flambagem plástica de colunas é a
do módulo tangente.

Além de ser a mais indicada para projeto, a teoria do módulo tangente possui a grande vantagem de
ser de mais fácil implementação. O módulo reduzido, além de depender do próprio módulo tangente,
depende também da geometria da seção. Em consequência, a teoria do módulo reduzido apresenta
interesse pouco além do acadêmico, de modo que não será apresentada aqui. O leitor interessado pode
encontrar a derivação nas Refs. 2.3 ou 2.5.

A teoria de Euler adaptada para a flambagem plástica de colunas pode então ser escrita na forma

2 2
Et I c Et I
Pcr 2 2
(2.239)
L' L

onde L’ é o comprimento efetivo da coluna e c o coeficiente de fixação. O devido cuidado deve ser
tomado nos casos em que o comprimento efetivo depende do módulo. Em todas as instâncias da
seção 2.6 (inclusive gráficos) em que aparece o módulo de elasticidade E , este deve ser substituído
pelo valor relevante do módulo tangente Et . Como o valor do módulo tangente não é conhecido à priori,
a menos que seja utilizada uma representação como a de Ramberg-Osgood, o processo tem de ser
iterativo.

A Eq. (2.239) é mais convenientemente escrita em termos de tensões. Dividindo ambos os lados
2
pela área da seção transversal e fazendo uso da definição de raio de giração = I/A, obtém-se a
tensão admissível para colunas:

2 2
Et c Et
Fc 2 2
(2.240)
L' L

Para fins de projeto é conveniente traçar as curvas da tensão admissível Fc vs a razão de esbeltez
efetiva L’/ para o material utilizado. Isto é facilmente realizável assumindo-se valores de Fc, achando os
valores correspondentes de Et da curva tensão deformação do material e calculando-se L’/ . Tais curvas
para uma série de materiais são apresentadas nas Figs. 2-27 a 2-39. Nestas figuras, a linha tracejada
horizontal é a tensão de escoamento. Valores acima destas linhas de corte em projeto têm de ser
substanciados através de ensaios. Na Ref. 2.7 podem ser encontradas curvas adicionais.

A relação básica de Ramberg-Osgood para Et, Eq. (1.15), pode ser escrita na forma

Et 1
n 1
(2.241)
E 1 3n 7 F F0.7

A Eq. (2.242) está representada graficamente na Fig. 2-40. Para um dado material, n, F07 e E são
conhecidos. Assumindo valores para a tensão F, a Fig. 2-40 pode ser utilizada para achar os valores
correspondentes de Et/E.

A Eq. (2.240) pode ser reescrita convenientemente na forma

2.58
2.59
2.60
2.61
2.62
2
2
L
Et F0.7 L' F0.7 F0.7
2 2
B2 (2.242)
Fc E E c E

Por outro lado, multiplicando-se ambos os lados da Eq. (2.241) por F0.7/Fc, obtém-se

2 2
L' L
Et F0.7 1 F0.7 F0.7
n
B2 2 2
(2.243)
E Fc Fc 3 F E c E
n c
F0.7 7 F0.7

Fc 1 F0.7 L'
Fixando n e assumindo valores de , pode-se calcular B , utilizando a Eq.
F0.7 E
(2.243). A Fig. (2-41) mostra os gráficos de Fc/F0.7 em função de B para diversos valores de n. O
problema pode também ser resolvido diretamente, numa calculadora ou por processo iterativo como
mostrado no Cap. 1. A equação de interesse é:

2 2
Fc 1 2 E 1 Ec 2
n 1 n 1
(2.244)
F0.7 3n Fc F0.7 L' 3n Fc F0.7 L
1 1
7 F0.7 7 F0.7

2.63
2.19 FÓRMULAS EMPÍRICAS PARA FLAMBAGEM DE COLUNAS

Fórmulas empíricas têm sido utilizadas através dos tempos para prever a carga de falha de colunas
curtas. Diante da boa correlação entre a teoria do módulo tangente e de dados experimentais para
colunas manufaturadas de materiais aeronáuticos, entretanto, o uso de fórmulas empíricas para a
flambagem primária de colunas não é necessário. Algumas poucas destas equações têm sido usadas na
indústria aeroespacial e são fornecidas na Ref. 2.6 como alternativa à equação do módulo tangente. Em
outro capítulo será mostrado que a teoria do módulo tangente não é aplicável a colunas que falham por
instabilidade secundária. É nesta situação que curvas empíricas encontram aplicação.

As fórmulas empíricas mais usuais empregam uma simples regra de potências na forma
n
L'
Fc Fco (2.245)

onde Fco é a tensão em L’/ = 0 e n é um parâmetro que estabelece a forma da curva. O parâmetro Fco é
denominado de tensão de escoamento da coluna, e é dado como função da tensão de escoamento em
compressão para os materiais mais usuais na Ref. 2-6. No caso de falha secundária de colunas este
parâmetro será apropriadamente definido em capítulo posterior. O coeficiente é determinado
obrigando-se a curva empírica a ser tangente à curva de Euler na razão de esbeltez de transição (L’/ )tr.

Equacionando as tensões dadas pelas Eqs. (2.240) e (2.245) em (L’/ )tr , obtém-se
n 2 n -1 2
L' E L' 2 E
Fco 2
, e para derivadas iguais, dFc / d(L’/ ) neste ponto n 3
tr L' tr tr L' tr

A solução simultânea deste sistema de equações leva a


12
2E L' E 2
n 2 2
; 1 (2.246)
n n
E Fco 1 2 n tr
Fco n
Se L’/ (L’/ )tr , a tensão admissível é calculada pela Eq. (2-245); de outra forma, é calculada pela Eq.
(2.240).

Os parâmetros Fco e n são escolhidos de modo tal que a fórmula empírica aproxime os dados
experimentais. Para simplificar a equação, n é usualmente tomado como inteiro. Os valores mais
comumente utilizados são n =1 (fórmula da reta) e n =2 (parábola de Johnson), ou seja:

0,385 L' L' 3E


n 1 Fc Fco 1 ; (2.247)
E Fco Fco
2
Fco L' L' 2E
n 2 Fc Fco 1 ; (2.248)
4 2E Fco
Como será visto em capítulo posterior, a parábola de Johnson pode ser modificada de modo que:
para L’/ > 12,5, Fc = Fcm [1 – (Fcm/4 2E)(L’/ )2], com Fcm = [ 1 – (1 – 2Fco/ )½ ], onde = 2E ( /12,5)2; e
Fc = Fco para L’/ 12,5. Curvas para esta parábola modificada podem ser encontradas na Ref. 2-8.

2.64
2.20 EXEMPLOS DE ANÁLISE EM FLAMBAGEM DE COLUNAS

Nesta seção serão considerados alguns exemplos de análise de flambagem em colunas que
deverão auxiliar o leitor na aplicação dos métodos e conceitos apresentados neste Capítulo.

EXEMPLO 2.1 A figura mostra um membro forjado de seção em


I, de 30 in de comprimento, que é utilizado como
um mebro em compressão. Considerando que o
coeficiente de fixação para flexão em torno do
eixo x-x é 1 e aquele para flexão em torno do eixo
y-y é 1.5, ache as tensões e cargas admissíveis
se o membro é manufaturado dos seguintes
materiais:
Caso 1: Liga Al 7079-T6 forjado manualmente, na
temperatura ambiente;
Caso 2: como no Caso 1, mas sujeito a ½ hora na
temperatura de 300o F;
Caso 3: como no Caso 2, mas 600o F;
Caso 4: Aço Inox 17-4 PH, forjado manualmente,
na temperatura ambiente

Como a coluna pode falhar por flexão tanto em torno do eixo x quanto do eixo y, a resistência da
coluna em flexão em torno de ambos os eixos deve ser calculada. Uma vez que a resistência da coluna
é função do raio de giração da seção, o primeiro passo da solução consiste em se calcular os momentos
de inércia em torno dos eixos x e y.
Cálculo de Ix: Considere inicialmente considerada um retângulo de dimensão 2,5” x 2,75” e subtraia
as contribuições das porções (1) e (2):
2
1 1 1,25 0,25 0,25
Ix 2,5 2,753 - 2 0,75 1,25 3 4 1,375 3,03 in 4
12 12 2 3
(no cálculo acima foram desprezados os momentos de inércia dos triângulos em torno de seus eixos
centroidais)
1,25 0,25
A 2,5 2,75 2 0,75 1,25 4 4,375 in 2
2
3,03
x 0,83 in
4,375

Cálculo de Iy:
1 1
Iy 2,75 2,5 3 - 2 1,25 0,75 3 1,25 0,75 0,875 2
12 12
2
1,25 0,25 1,25 0,25 1,25 3
-4 1,25 1,58 in 4
2 3 36
1,58
y 0,60 in
4,375

Para falha em torno do eixo x : L' L c 30 1 30 in L' x 30 0,83 36


Para falha em torno do eixo y : L' 30 1,5 24,6 in L' y 24,6 0,60 41
Portanto, a falha é crítica para flexão em torno do eixo y, com L’/ = 41.

2.65
Caso 1: Usando a Fig. 2-38, para L’/ = 41 e temperatura ambiente obtém-se Fc = 50,5 ksi. A carga de
falha é, portanto, P = 50,5 x 4,375 220 kips.

Caso 2: A curva para 300oF na Fig. 2-38 fornece o valor Fc = 40,4 ksi, donde P 177 kips.

Caso 3: A curva para 600oF na Fig. 2-38 fornece o valor Fc = 6,1 ksi, donde P 26,7 kips. Portanto,
sujeitando este membro a uma temperatura de 600o F durante ½ hora reduz a sua resistência de
220 kips à 26,7 kips, o que significa que a liga de alumínio é um material muito pobre para
suportar cargas sob tais temperaturas, uma vez que a redução em resistência é muito grande.

Caso 4: A curva para temperatura ambiente da Fig. 2-32 fornece o valor Fc = 135,2 ksi, e em
conseqüência P 591 kips.

EXEMPLO 2.2
É solicitado resolver os Casos 1 e 2 do Exemplo anterior, utilizando os parâmetros de Ramberg-
Osgood. Os dados relavantes para os mateirias envolvidos são os seguintes:
Caso 1: Liga Al 7079-T6 forjada à mão, temp. amb.: Ec = 10.500 ksi, F0.7 = 59,5 ksi, n = 26, Fcy = 59 ksi
Caso 2: Liga Al 7079-T6 forjada à mão, ½ h. a 300oF: Ec = 9.400 ksi, F0.7 = 46,5 ksi, n = 29, Fcy = 47 ksi
Solução:
Caso 1: Resolvendo-se a Eq. (2.244) numa calculadora, ou por um processo iterativo, obtém-se Fc/F0.7 =
0,854, de modo que Fc = 50,8 ksi.
A Fig. 2-41 pode ser utilizada para fornecer o valor de Fc/F0.7 diretamente. Basta calcular o
parâmetro B e procurar o valor associado de Fc/F0.7 na curva de n = 26:

1 59,5 Fc
B 41 0,982 0,85 Fc 50,6 ksi
10.500 F0.7
O resultado é praticamente o mesmo obtido no exemplo anterior!

Caso2: A solução numérica da Eq. (2.244) fornece Fc/F0.7 = 0,880. A solução via Fig. 2.41 é

1 46,5 Fc
B 41 0,918 0,88 Fc 40,9 ksi
9.400 F0.7
Mais uma vez, o resultado se aproxima bastante da solução obtida no exemplo anterior.

EXEMPLO 2.3 A figura mostra uma seção extrudada, cujas propriedades


estão listadas numa tabela de seções padrões utilizadas
por uma indústria aeronáutica:
A = ½ in ; B = 1¾ in ; T = 1
8
in ; R = 1
8
in
Area = 0,594 in ; Ixx = 0,2268 in ; Iyy = 0,1023 in4 ;
2 4

xx = 0,618 in ; yy = 0,415 in

Um membro composto desta seção tem 32 in de


comprimento e está simplesmente apoiado em ambas as
extremidades. O membro é suportado lateralmente na
direção x, de modo que a falha se dará por flexão em torno
do eixo x-x. O material é extrusão de Liga Al 7075-T6, cujas
propriedades e parâmetros de Ramberg-Osgood são:
Temperatura ambiente: Ec = 10.500 ksi, F0.7 = 72 ksi, n = 16,6, Fcy = 70 ksi
½ hora a 450o F: Ec = 7.800 ksi, F0.7 = 29 ksi, n = 8,8, Fcy = 25 ksi
O problema é determinar a tensão admissível nestas duas condições.

2.66
Solução:
Apoio simples L’ = L . L’/ = 32/0,618 = 51,7
Caso 1: Resolvendo-se a Eq. (2.244) numericamente resulta em Fc/F0.7 = 0,538, ou Fc = 38,7 ksi.
Fazendo uso da Fig. 2-35, a tensão admissível pode ser lida diretamente para L’/r = 51,7 a curva
para temperatura ambiente fornece Fc = 38,5 ksi.
Caso 2: A curva para ½ hora a 450oF da Fig. 2-35, fornece uma tensão, para L’/ = 51,7, Fc = 20 ksi .
Para n = 8,8 e B calculado abaixo, a Fig. 2.41 fornece:
1 29 Fc
B 51,7 1,00 0,735 Fc 21,3 ksi
7.800 F0.7
ou seja, um resultado um pouco maior do que através da curva do material.

EXEMPLO 2.4
Uma liga de alumínio muito comum na construção de aeronaves é a extrusão 2014-T6, cujas
propriedades à temperatura ambiente são: Ec = 10.700 ksi, F0.7 = 53 ksi, n = 18,5, Fcy = 53 ksi . O
problema é determinar a tensão admissível para a coluna do exemplo anterior à temperatura ambiente
(Caso 1).
Solução:
Como a curva do material para este caso não está disponível, a solução será dada via o modelo de
Ramberg-Osgood (Fig. 2-41).
1 53 Fc
B 51,7 1,16 0,71 Fc 37,6 ksi
10.700 F0.7
É interessante notar que o resultado para a liga Al 2014-T^, cuja tensão de escoamento em
compressão é 53 ksi, forneceu uma tensão admissível (37,6 ksi) somente um pouco menor do que
aquela (38.5) calculada para a liga Al 7075-T^, cuja tensão de escoamento (72 ksi) é sensivelmente
maior. Isto é devido ao fato de que a tensão admissível para um valor da razão de esbeltez L’/ = 51,7
está perto do limite proporcional, ou seja, o módulo tangente não é muito distinto do módulo de
elasticidade.
Para ilustrar uma situação onde a liga 7075 é mais eficiente em comparação com a liga 2014,
assuma que o membro tenha uma conexão rígida em sua extremidade, tal que o coeficiente equivalente
de fixação seja c = 2. Nestas condições, L’ = 32 / 2 = 22,6 e L’/ = 22,6/0,618 = 36,7.
Para a liga 7075-T6, da Fig. 2-35 obtém-se Fc = 58,3 ksi.
Para a liga 2014-T6, utilizando a Fig. 2-41

1 53 Fc
B 36,7 0,823 0,87 Fc 46,1 ksi
10.700 F0.7
Como pode ser notado, a liga 7075 permitiria um peso menor do material estrutural requerido.
De uma maneira geral, deve ser notado que na região elástica o problema pode ser resolvido
diretamente, sem fazer uso das curvas de coluna ou o modelo de Ramberg-Osgood, pois no regime
elástico o módulo não varia. Não custa também lembrar que a Eq. (2.240) fornece a tensão admissível
para um membro sujeito à falha primária por flexão. Não são consideradas as possibilidades de
flambagem e/ou falha local ou falha por flambagem torsional ou flexo-torsional. Estes modos de falha
serão considerados em capítulos mais adiante.

2.67
EXEMPLO 2.5 A figura mostra uma coluna de seção variável,
simplesmente apoiada. O membro é usinado de uma
barra extrudada de 1 in de diâmetro, feita em liga Al
7075-T6. O problema consiste em achar a carga
admissível para o membro. As propriedades da
seção podem ser calculadas através das expressões
A d 2 4; I d 4 64 . Desta forma, tem-se
E1 = E2 = 10.500 ksi
2 4
PORÇÃO 1: A1 0,7854 in ; I 1 0,0491 in PORÇÃO 2: A2 0,4418 in 2 ; I 2 0,0155 in 4
2
Da parte relevante da Fig. 2-12, Pcr = B(EI)1/L . Esta é a equação de Euler para falha sob flexão
2
elástica. Se a razão a/L é igual a 1 (seção uniforme), B toma o valor de , ou aproximadamente 10
como indicado na figura. As curvas na Fig. 2-12 são aplicáveis somente para falha elástica. Quando a
falha elástica se der no regime plástico, veja como proceder no exemplo 2.6. Como o membro da figura
acima é bastante esbelto, assuma inicialmente que a falha se dará no regime elástico e depois verifique
se a hipótese é verdadeira.

EI 1 10.500 0,0491 a 30
3,17 ; 0,5 Fig. 2 - 12 B 7,0
EI 2 10.500 0,0155 L 60
BEI 1 7 10.500 0,0491
de modo que Pcr 1,00 kips
L2 60 2
As tensões em cada trecho são, então,
f1 = 1 / 0,7854 = 1,28 ksi ; f2 = 1 / 0,4418 = 2,27 ksi
Estas tensões de compressão estão abaixo do limite de proporcionalidade do material, de modo que Ec é
constante e a solução está correta.

EXEMPLO 2.6 A figura mostra a coluna do exemplo anterior com as


dimensões longitudinais encurtadas para 1/5 dos
comprimentos originais. Não há alterações no que
tange o material e seções transversais.

Propriedades da extrusão Al 7075-T6


Ec = 10.500 ksi, F0.7 = 72 ksi, n = 16,6, Fcy = 70 ksi
Esta coluna é relaticamente curta, de modo que a tensão de falha pode estar na região plástica.
Como o módulo não é constante, a solução temn de ser obtida por tentativa e erro. Como primeira
tentativa, considere uma coluna com eslbeltez igual à média da coluna da figura:
Primeira Tentativa:

I d2 d
1 0,25 in ; 2 0,1875 in médio 0,219 in
A 16 4
A Fig. 2-35 é a curva de coluna para extrusões em liga de alumínio 7075-T6. Com L’/ = 12 / 0,219
55, obtém-se Fc = 33,5 ksi. Portanto,
P = Fc A = 33,5 x 0,7854 = 26,3 kips ; f1 = 33,5 ksi e f2 = 26,3 / 0,4418 = 59,5 ksi
A tensão no trecho 2 está acima do limite de proporcionalidade, de modo que uma correção de
plasticidade deve ser feita ao se utilizar as curvas aplicáveis da Fig. 2-12. Utilizando a Eq. (2.241) ou a
Fig. 2-40 pode-se calcular o módulo tangente sob as duas tensões calculadas para as duas porções.
Porção 1: f1 / F0.7 = 33,5 / 72 = 0,465 Et1 = E = 10.500 ksi
Porção 2: f2 / F0.7 = 59,5 / 72 = 0,826 Et2 = 0,735 E = 7.700 ksi e

2.68
EI 1 10.500 0,0491 a 6
4,32 ; 0,5 Fig. 2 - 12 B 5,8 e
EI 2 7.700 0,0155 L 12
Pcr = 5,8 x 10.500 x 0,0491 / 122 = 20,8 kips.
Como a carga calculada difere razoavelmente da carga tentativa de 26,3 kips, uma nova iteração é
necessária.
Segunda Tentativa: Assuma uma carga crítica P = 23,6 kips
f1 = 23,6 / 0,7854 = 30,05 ksi e f2 = 23,6 / 0,4418 = 53,42 ksi
Porção 1: f1 / F0.7 = 30,05 / 72 = 0,417 Et1 = E = 10.500 ksi
Porção 2: f2 / F0.7 = 53,42 / 72 = 0,742 Et2 = 0,937 E = 9.840 ksi e

EI 1 10.500 0,0491 a 6
3,38 ; 0,5 Fig. 2 - 12 B 6,7 e
EI 2 9.840 0,0155 L 12
Pcr = 6,7 x 10.500 x 0,0491 / 122 = 24 kips.
Terceira Tentativa: Assuma uma carga crítica P = 24 kips
f1 = 24 / 0,7854 = 30,56 ksi e f2 = 23 / 0,4418 = 54,32 ksi
Porção 1: f1 / F0.7 = 30,56 / 72 = 0,424 Et1 = E = 10.500 ksi
Porção 2: f2 / F0.7 = 54,32 / 72 = 0,754 Et2 = 0,920 E = 9.660 ksi e

EI 1 10.500 0,0491 a 6
3,44 ; 0,5 Fig. 2 - 12 B 6,7 e
EI 2 9.660 0,0155 L 12
2
Pcr = 6,7 x 10.500 x 0,0491 / 12 = 24 kips e a convergência foi obtida.
NOTA IMPORTANTE:
Todos os tipos de colunas representadas na Fig. 2-12 são resolvidos de forma semelhante. Estes
gráficos devem ser utilizados somente para colunas simplesmente apoiadas, pois o coeficiente de
fixação c para colunas com afilamento não é o mesmo daquele para colunas uniformes.

EXEMPLO 2.7 A figura mostra uma treliça tubular de aço soldado


de três vãos. O problema é determinar a tensão
admissível para o membro AB. A resistência do
membro AB depende dos coeficientes de fixação
em A e B. O diâmetro e espessura de cada tubo
estão indicados na fgura. O material é aço AISI
4130 Normalizado à temperatura ambiente: Ftu = 90
ksi ; Fcy = 70 ksi ; Ec = 29.000 ksi ; F0.7 = 61,5 ksi ; n
= 6,8

O membro AB está soldado a três outros tubos em ambas as extremidades. Como estes tubos são
os mesmos em ambas as extremidades, o coeficiente de fixação nas extremidades A e B do membro
são iguais.
Considere o tubo BD que é típico. O momento requerido em B para que esta extremidade sofra
uma rotação unitária depende da condição de apoio em D. Se a extremidade D for engastada, = 4EI/L
e se for simplesmente apoiada, = 3EI/L. Sendo um pouco conservativo, considere que as barras
convergindo para A e B sejam simplesmente apoiadas em suas extremidades afastadas. Portanto, tem-
se:
4 4
r0 r1 0,625 4 0,567 4 I
Membro AC: I 0,03867 in 4 ; 0,001289 in3
4 4 L

2.69
0,5625 4 0,5045 4 I
Membro AE: I 0,02775 in 4 ; 0,000711 in3
4 L
4
0,5625 0,5135 4 I
Membro AF: I 0,02402 in 4 ; 0,000961 in3
4 L

3EI L 3 0,001289 0,000711 0,000961 29000 257,6 kips.in/rad


Para o membro AB, L / EI = (257,6 x 30) / (29.000 x 0,03867) = 6,89
A Fig. 2-10 (c) superior fornece então o coeficiente de fixação c = 2,48. Assim,

L 30 0,03867
L' 19,0 in A 0,625 2 0,567 2 0,2172 in 2 ; 0,422
c 2,48 0,2172

L’ / = 19,0 / 0,422 = 45,1 Fig. 2-29 Fc = 55 ksi

Como este nível de tensão está no regime elástico, o problema está resolvido. De outra forma seria
necessária uma iteração, como no exemplo anterior.
OBSERVAÇÃO: Numa estrutura em treliça todos os membros suportam cargas axiais e cargas axiais
afetam a habilidade dos membros em resistir rotações em suas extremidades. A presente solução é
simplificada no sentido de que não foram considerados os efeitos de segunda ordem devidos às cargas
axiais no cálculo da constante de mola do apoio elástico (mesmo porque o carregamento na estrutura
não foi fornecido).

2.21 EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 2.1
P Uma coluna simplesmente apoiada de seção retangular e
eixo de articulação comprimento L está sujeita a uma carga de compressão central P . A
coluna é suportada de modo a flambar em torno de um eixo paralelo ao
lado de comprimento b, como indicado na figura.

a) Determine a razão dos pesos de duas colunas manufaturadas de


b dois materiais distintos, supondo que ambas tenham a mesma carga
crítica, o mesmo comprimento L e a mesma largura b. As propriedades
L dos dois materiais são, respectivamente, E1, 1 e E2, 2 , onde é o
peso específico. Considere flambagem elástica.

h b) Sejam os seguintes materiais, na temperatura ambiente:


3
1. Liga de Aço 5 Cr-Mo-V (E = 30.000 ksi e = 0,281 lb/in )
3
2. Aço Inox 17-7 PH (E = 30.000 ksi e = 0,276 lb/in )
3
eixo de articulação 3. Liga de Alumínio 7075-T6 (E = 10.500 ksi e = 0,101 lb/in )
3
4. Liga de Magnésio AZ61A (E = 6.300 ksi e = 0,0647 lb/in )
5. Liga de Titânio 6A1-4V (E = 16.400 ksi e = 0,160 lb/in3)
P
Qual deles daria o projeto mais leve?

EXERCÍCIO 2.2
Determine qual o aumento de temperatura T necessário para causar a flambagem elástica de
uma coluna de comprimento L uniformemente aquecida. A coluna tem seção constante ( = raio de
giração = constante) e coeficiente de fixação c . Ambas as extremidades são rigidamente fixadas na
direção axial (movimento axial impedido). Dados do material: E, (coeficiente de dilatação térmica).

2.70
EXERCÍCIO 2.3
P Considere o pórtico da figura. As colunas têm rigidez em flexão
P
EI1 EI e a viga, EI1. Nestas condições:

a) ache a equação característica da coluna para instabilidade


anti-simétrica (vide figura)
a EI
x EI b) resolva a equação acima para os casos particulares:
I1 = 0 e I1
y Na solução do problema, desconsidere as deformações axiais nas
colunas, bem como aquelas de cisalhamento.
b

EXERCÍCIO 2.4
Um pórtico plano retangular ABCD é rigidamente
fixado à fundação em A e D e está sujeito à ação de uma
P B C P carga compressiva P, aplicada em cada uma das
extremidades do membro horizontal BC. Admitindo que
EI todos os membros têm a mesma rigidez em flexão EI,
EI mostre que as cargas de flambagem para modos que são
b EI
simétricos em relação à linha central vertical de simetria
A D são dados pela equação transcendental:

ka/2 = - 2(a/b) tan (ka/2)


a
onde k2 = P/EI

EXERCÍCIO 2.5
Uma barra uniforme de comprimento L e rigidez a
flexão EI está engastada numa extremidade. Na
L
outra, está articulada a uma mola, de constante .
A barra está submetida a uma carga central P .

EI = cte P Seja = L3 / (EI)


a) formule o problema de auto-valor correspondente
(equação diferencial e condições de contorno)
b) ache a equação característica do problema, em
função de k , e L, onde k2 = P/EI

c) resolva a equação característica e plote a d) verifique a solução encontrada, comparando


solução Pcr/PE em função de onde PE é a carga com os resultados esperados para os valores
de Euler ( 2 EI/L2) extremos de (0,4)

EXERCÍCIO 2.6
Uma coluna uniforme de comprimento L e rigidez em flexão
EI = cte EI, engastada numa extremidade e livre na outra, foi
P
projetada de modo a apresentar carga crítica P.
Subseqüentemente esta coluna tem de suportar uma carga
L
4P aumentada. Para tanto, é colocada uma mola lateral na
extremidade livre.
k
Determine a constante de mola k necessária para que a
carga crítica aumente para 4P.

2.71
EXERCÍCIO 2.7
Uma barra uniforme de comprimento a e rigidez a flexão EI
está engastada numa extremidade. Na outra, está articulada
a um mecanismo (barra rígida) de comprimento b, cuja outra
b extremidade é articulada de modo a deslizar ao longo de
EI P
uma linha horizontal, entre guias suaves e rígidas. O
conjunto está inicialmente reto e alinhado e submetido a uma
carga P.
a) Usando o processo variacional, determine a equação de
equilíbrio e as condições de contorno pertinentes ao
a problema, supondo flambagem elástica.
b) Resolvendo a equação diferencial de equilíbrio, ache a
equação característica do problema.

EXERCÍCIO 2.8
A coluna da figura é um tubo de seção circular, com diâme-
tro d e espessura t. O membro, quando descarregado,
apresenta uma forma de curva que pode ser representada
por:
P P y(x) = sen ( x/L)
y
Mostre que, quando a carga P é aplicada, a tensão
x
máxima no membro pode ser expressa por:
L
max = (P/ dt) [ 1 + 1/(1- ) (4 /d) ]
2
onde = P/PE , PE = EI/L2

Considere t pequeno quando comparado a d, de modo a serem válidas as seguintes expressões:


área da secção do tubo = dt, e momento de inércia = d3t/8

EXERCÍCIO 2.9
Uma coluna é composta de duas barras rígidas
P articuladas entre si e em A e B. A rótula em B está sujeita a
uma carga axial P e pode deslizar livremente. Cada barra
B contém travessões rígidos, ligados entre si por molas
r lineares de constante k. Nestas condições, pede-se
L/2
a) a carga crítica Pcr .
k
b) seja o ângulo entre a barra e a vertical; plote P/Pcr
vs. ,para grandes deflexões.

L/2 c) seja uma coluna imperfeita, apresentando uma


deflexão inicial nestas condições plote P/Pcr vs.
, para grandes deflexões e para valores crescentes
A de .

EXERCÍCIO 2.10

P A coluna da figura, bi-apoiada, está sujeita a uma


EI carga axial central P.
(a) Utilizando o método de Rayleigh-Ritz associado a
uma função admissível de três termos, ache a carga
crítica da coluna.
L/2
(b) O resultado que você achou é exato? Por que?

2.72
EXERCÍCIO 2.11
A coluna bi-engastada da figura, de comprimento L e rigidez
à flexão EI, está sujeita a um carregamento distribuído uniforme
p = cte p (força por unidade de comprimento).
Utilizando o método de sua escolha, determine a carga
EI = cte crítica.
Afirme, justificando, se o resultado encontrado é exato, ou
se é um limitante superior ou limitante inferior à carga crítica
real.

EXERCÍCIO 2.12
Utilizando o método de Rayleigh-Ritz em conjunção com a
aproximação de três termos para a deflexão,
3
n x
L w( x) a n sen
P n 1 L
L/2 P
a) ache a equação característica.
k
b) plote a curva P PE kL3 EI , onde PE é a carga de Euler
c) discuta o comportamento do sistema, à medida que k varia de 0 a .

EXERCÍCIO 2.13
Utilizando o método de Rayleigh-Ritz em conjunção com a
aproximação de três termos para a deflexão,
3
n x
L w( x) a n sen
P n 1 L
a P
a) ache a equação característica.
k
b) plote a curva
P PE a/L, 0 a L 0,5 , para kL3 EI 60 , onde PE é
a carga de Euler
c) discuta o resultado com base na Fig. 2-10 (a)

EXERCÍCIO 2.14
Uma coluna tubular simplesmente apoiada, de
L comprimento L, tem espessura de parede afilada,
L/2 de modo que o momento de inércia da seção
y I/5 transversal decresce uniformemente de I0, no
x centro, para 0.2I0 nas extremidades. Nestas
P condições:
I
a) Estime a carga crítica de flambagem.
b) O valor encontrado é um limitante superior, um
limitante inferior, ou é o resultado exato? Por que?

EXERCÍCIO 2.15
Use o método de Rayleigh Ritz para obter uma solução
kr EI aproximada para a carga crítica de uma coluna uniforme, cujas
kr extremidades têm restrições elásticas rotacionais de rigidez kr
P = 3 EI/L.
L Use a aproximação: w(x) = A sen ( x/L) + B [ 1 - cos (2 x/L) ]

2.73
EXERCÍCIO 2.16
Considere conhecida a expressão do potencial total de uma estrutura linearmente elástica:
1 T T
U V f dV u dS ,
2 V S

Suponha que dois analistas lhe apresentem resultados referentes aos deslocamentos {u} da estrutura,
calculados usando o médtodo direto do cálculo variacional (Rayleigh-Ritz), a partir de aproximações do
tipo:
j j j
u x, y , z a onde j se refere ao analista (1 ou 2).

Explique, justificando, como você escolheria o melhor resultado em termos de deslocamentos.


Considere conhecidas as relações entre deformações e deslocamentos e entre tensões e deformações,
os seja, conhecendo-se os deslocamentos {u} em qualquer ponto (x,y,z) da estrutura, pode-se calcular
as deformações { } e tensões {f} neste ponto.
{ } = pressões conhecidas, aplicadas à superfície do corpo;
(j)
{a} = coeficientes, calculados pelo método direto;
{ }(j)(x,y,z) = funções escolhidas pelos analistas, satisfazendo as condições de contorno. geométricas

EXERCÍCIO 2.17
Considere a asa uniforme da figura, engastada na raiz,
num escoamento com pressão dinâmica q . Um elemento
b
de asa, y, está submetido às forças (desconsiderando o
0y arrasto):

L = q c (dCL/d )( + ) y
q
M0 = q c2 CM,0 y

b onde: é o ângulo de ataque da asa rígida


(y) é o ângulo de torção elástica, e
CLe CM,0 são coeficientes aerodinâmicos

Sabendo-se que a energia de deformação, em torção, é


CE = centro elástico
dada por
L
M0 Utorção = ½
2
GJ (d /dy) dy
+ (y) y
q ec a) Derive a equação diferencial de equilíbrio em torção e as
condições de contorno;
c
CA = centro aerodinâmico b) Ache a pressão dinâmica qD e o modo correspondente
D(y), na condição de divergência.

Nota: divergência = instabilidade estática do sistema

EXERCÍCIO 2.18
Para o material caracterizado abaixo, trace as curvas de projeto para colunas Fcr x (L’/ ) , onde Fcr é
a tensão crítica, L’ o comprimento efetivo e o raio de giração da seção:
1. Utilizando a teoria do módulo tangente para flambagem inelástica em associação com o modelo de
Ramberg & Osgood;
m
2. Utilizando a fórmula Fcr = Fy - C(L’/ ) para flambagem inelástica, onde C e m são determinados
de forma a fazer com que esta curva tangencie a de Euler em Fcr = Fp ; mostre o valor de m;
3. Utilizando a fórmula empírica da reta para flambagem inelástica (Fco = Fy );
4. Utilizando a fórmula empírica da parábola de Johnson para flambagem inelástica(Fco = Fy).
Discuta os resultados obtidos acima.
Dados do Material: Fp = 54,00 ksi; Fy = 70,67 ksi; F07 = 73,10 ksi; E = 10.500 ksi; n = 10,91
Nota: Fco é a tensão de falha quando L’/ = 0

2.74
EXERCÍCIO 2.19
A coluna da figura tem seção quadrada de lado a ,
e é manufaturada utilizando-se o material do
exercício 2.18.
7 in Supondo a coluna perfeita, ache o valor mínimo de
a tal que a coluna resista a uma carga central
P = 15 kips (15.000 lb), sem falhar.
P
No caso de se tratar de projeto plástico, o valor de
a deve ser achado utilizando-se, respectivamente,
cada um dos 4 modelos do exercício 2.18.
Discuta os resultados.

EXERCÍCIO 2.20
Qual a carga máxima que a coluna do exercício 2.16 suportaria, com L = 10 in e a = 0,4 in ?

EXERCÍCIO 2.21
A figura mostra uma seção extrudada de uma coluna de comprimento
32”. A coluna é apoiada lateralmente na direção y, de maneira que a falha
se dará por flexão em torno do eixo x-x.
Dadas as propriedades mecânicas das seguintes ligas de alumínio:
1 3/4”
- extrusão 2014-T6 (n = 18,5 ; Ec=10.700 ksi ; F0.7 = 53 ksi ; Fcy = 53 ksi)
- extrusão 7075-T6 (n = 16,6 ; Ec=10.500 ksi ; F0.7 = 72 ksi ; Fcy = 70 ksi)
a) ache a tensão de falha para as colunas quando o coeficiente de
1 1/2” x x fixação é c = 1 (faça os cálculos para ambos materiais);
1/8” b) ache a tensão de falha para as colunas quando o coeficiente de
fixação é c = 4 (faça os cálculos para ambos materiais);
c) discuta os resultados encontrados; por que, em a) você achou
y
resultados semelhantes apesar das tensões de escoamento dos materiais
serem tão distintas? Por que o mesmo não ocorreu em b) ?
Para a solução do problema use a teoria do módulo tangente.

EXERCÍCIO 2.22
A coluna da figura tem seção circular de raio R e é
manufaturada em extrusão de liga alumínio 7075-T6
10 in (n = 16,6 ; Ec = 10.500ksi; F0.7 = 72 ksi ; Fcy = 70 ksi,
= 0,3).

P Ache o valor mínimo de R tal que a coluna resista a


uma carga central P = 20 kips, sem falhar.
4
Dado: I = R /4

EXERCÍCIO 2.23
Uma coluna simplesmente apoiada numa extremidade e engastada
a noutra, de seção quadrada de lado a, forjada em liga de alumínio
7075-T6 (E = 10.500 ksi, Fcy = 63 ksi, F0.7 = 63,8 ksi, n = 25), está
sujeita a uma carga de compressão de 40 kips. Pede-se:
a a) Qual o valor mínimo de a para que uma coluna de
comprimento 40 in não flambe sob a carga dada?
b) Qual o valor mínimo de a para que uma coluna de
comprimento 15 in não flambe sob a carga dada?

2.75
EXERCÍCIO 2.24
A coluna de seção dada na figura tem comprimento e condições de
t contorno tais que
Pcr = 0,03 Et I in-2 .
Supondo que o material da coluna é liga de alumínio extrudado
t 5 in
7075-T6 (n = 16,6 ; Ec = 10.500ksi; F0.7 = 72 ksi ; Fcy= 70 ksi, = 0,3),
t ache a espessura mínima para que a coluna resista a uma carga de
30 kips. Desconsidere possibilidade de flambagem local. Utilize a
teoria do módulo tangente.
5 in

EXERCÍCIO 2.25
A relação entre a tensão e deformação de certo material em compressão é 10.500 = f + 21 (f/49)16.
Assumindo ser válida a teoria do módulo tangente para barras uniformes deste material, plote o gráfico
Fcr vs (L’/ ), onde Fcr é a tensão crítica, L’ o comprimento efetivo da coluna, e a raio de giração mínimo
da seção.
Estime a carga crítica para uma coluna tubular manufaturada deste material, com diâmetro
externo de 1,5 unidades, diâmetro interno de 0,08 unidades e comprimento efetivo de 20 unidades.

EXERCÍCIO 2.26
Determine qual o aumento de temperatura T necessário para causar a flambagem de uma
coluna de comprimento L uniformemente aquecida. A coluna (que está livre de tensões na temperatura
ambiente de referência) tem seção constante ( = raio de giração = constante) e coeficiente de fixação c
. Ambas as extremidades são rigidamente fixadas na direção axial (movimento axial impedido). Dados do
material: n, Ec, F0.7 (parâmetros de Ramberg-Osgood) e (coeficiente de dilatação térmica).

EXERCÍCIO 2.27
Uma coluna de comprimento L = 60 in, que está conectada a molas torsionais de constante = 10.000
kips-in/rad em ambas as extremidades, está sujeita a uma carga axial P = 170 kips. A área e o momento
2 4
de inércia da seção transversal são, respectivamente, A = 1,652 in e I = 2,54 in . Se a coluna é
manufaturada em Liga de Titânio 6AL-4V (Fcy = 110 ksi, E = 15.500 ksi, F0.7 = 119,5 ksi, n = 13,7, Ftu =
120 ksi), qual será a carga admissível? Qual será a margem de segurança?
EXERCÍCIO 2.28
A coluna da figura, composta de uma barra de seção circular de
diâmetro ½ in é simplesmente apoiada em suas extremidades e
L apoiada lateralmente de forma que a flexão se dê no plano da
P a b P figura. A barra é manufaturada em aço AISI 4130 tratado
termicamente, cujas propriedades são dadas: Ec = 29.000 ksi,
k Ftu = 125 ksi, Fcy = 113 ksi, F0.7 = 111 ksi, n = 10,9. A mola tem
constante 775 lb/in.
Qual a tensão admissível, se a = 10 in e b = 14 in (L = 24 in)?

EXERCÍCIO 2.29
Como o exercício 2.28, mas com a = 3 in e b = 6 in (L = 9 in)

EXERCÍCIO 2.30
A liga de alumínio 6061-T6 em chapa, tratada termicamente e envelhecida tem as seguintes
propriedades:
Temperatura ambiente: Ec = 10.100 ksi, Ftu = 42 ksi, Fcy = 35 ksi, F0.7 = 35 ksi, n = 31
o
Exposição de ½ hora a 300 F: Ec = 9.500 ksi, Fcy = 29,5 ksi, F0.7 = 29 ksi, n = 26
Trace as curvas de coluna para o material acima nas duas condições fornecidas.

2.76
EXERCÍCIO 2.31
y A figura mostra a seção transversal de um membro em
2” compressão. Calcule a carga crítica na seguinte condição:
L = 25 in ; coeficiente de fixação = 1 para flexão em torno de x-x ;
1/2” R coeficiente de fixação = 1,5 para flexão em torno de y-y
Material Aço AISI tratado para Ftu = 180 ksi.
3/2” x x
1”
1/2” R

2”
y

EXERCÍCIO 2.32
Como no Exercício 2.31, mas o membro está sujeito à uma temperatura de 850oF durante ½ hora.

EXERCÍCIO 2.33
Duas seções extrudadas em canal idênticas são rebitadas
para compor uma seção em I de uma coluna. As propriedades
destas seções conforme dadas pelo manual de uma indústria
aeronáutica são:
A = 1,25 in, B = 1,5 in, T = 0,125 in, R = 0,125 in
2
Area = 0,5 in ; y = 0,56 in ; Ix = 0,1106 in4 ; Iy = 0,1292 in4
Se o membro tiver comprimento de 26 in , coeficiente de
fixação c = 1, e o material é uma extrusão de liga de alumínio
7075-T6, qual é a carga de falha?
Se o membro é conectado rigidamente à estrutura adjacente
de forma a que c = 2, qual será a carga de falha?

EXERCÍCIO 2.34
Considere que a coluna do exercício 2.33 seja manufaturada em extrusão de liga de alumínio 2014-T6.
Nestas condições, qual será a carga de falha para as duas condições do coeficiente de fixação dadas no
exercício 2.33.
EXERCÍCIO 2.35
A coluna simplesmente apoiada da figura é manufaturada
em aço normalizado AISI-4130, Ftu = 90 ksi e Fcy = 70 ksi.
(Ec = 29.000 ksi, F0.7 = 61,.5 ksi, n = 6,8)
Determine a máxima carga de compressão que o membro
poderá carregar.

EXERCÍCIO 2.36
Como no exercício 2.35, mas o membro está exposto durante ½ hora à temperatura de 500oF.
(Ec = 27.300 ksi, Fcy = 61,5, F0.7 = 55 ksi, n = 7,3)

EXERCÍCIO 2.37
Como no exercício 2.35, mas as dimensões do membro são a = 10 in e L = 14,28 in.

2.77
EXERCÍCIO 2.38
Ache a carga de compressão máxima para a coluna da
figura. O membro é manufaturado por forjamento de liga
de alumínio 7079-T6.
Propriedades: Ftu = 67 ksi, Fcy = 59 ksi, Ec = 1.0500 ksi,
F0.7 = 59,5 ksi, n = 26

EXERCÍCIO 2.39
Como o exercício 2.38, mas com as dimensões a = 6 in, b = 4 in, L = 14 in.

EXERCÍCIO 2.40
O membro cilíndrico afilado da figura é usado em
compressão.
Achar a carga de falha do membro manufaturado em aço
AISI 4140, tratado termicamente para Ftu = 125 ksi.
Os parâmetros de Ramberg-Osgood para análise na
região plástica são:
Ec = 20.000 ksi, Fcy = 113 ksi, F0.7 = 111 ksi, n = 10,9

EXERCÍCIO 2.41
Como o exercício 2.40, mas com as dimensões a = 6 in, b = 4 in, L = 14 in.

EXERCÍCIO 2.42
Considere a fórmula empírica para a tensão de flambagem inelástica de colunas, Eq. (2.245). Suponha
que Fco = Fcy e que o ponto de transição seja em F = Fp, onde Fp é o limite de proporcionalidade. Nestas
condições:
a) derive e n em função das propriedades do material, E, Fy e Fp ;
b) derive a expressão para (L’/ )tr ;
c) ache a fórmula empírica para materiais cujas propriedades são dadas abaixo
caso 1: Liga Al 2024-T4 E = 10.300 ksi ; Fy = 50 ksi ; Fp = 16,7 ksi
caso 2: Aço SAE 1025 E = 28.000 ksi ; Fy = 36 ksi ; Fp = 18 ksi
d) Calcule a tensão de flambagem de uma coluna de seção quadrada com lado 0,6 in e
comprimento 15 in nas condições:
1) apoio simples em ambas as extremidades
2) engaste em ambas as extremidades
os cálculos devem ser feitos para as colunas manufaturadas dos dois materiais

EXERCÍCIO 2.43
A equação de equilíbrio de uma coluna simplesmente apoiada submetida à compressão central é
d 2w Pw P wx
com I x I 0 g x ; Et x Ef x
dx 2 Et x I x EI 0 f x g x
Integrando esta equação, obtém-se
x
dw P w
d C1
dx EI 0 0
f g
Integrando mais uma vez, vem que
x
P w
wx d d C1 x C 2
EI 0 0 0
f g
Aplicando as condições de contorno

2.78
w0 0 C2 0
L L
P w P w
wL 0 d d C1 L 0 C1 d d
EI 0 0 0
f g EI 0 L 0 0
f g
de maneira que
L x
P x w w
wx d d d d (equação I)
EI 0 L 0 0
f g 0 0
f g
Note que f(x) depende da tensão normal em x, P/A(x). Se for utilizado o modelo de Ramberg-Osgood
1
f x n 1
3n P
1
7 A x F07
A equação I pode ser utilizada para o cálculo iterativo da carga crítica (método de Stodola):
L x
x w w
Seja w x d d d d (equação II).
L 0 0
f g 0 0
f g
EI 0 w x
Então Px ; 0 x L (equação III)
w x
Pode-se demonstrar que Px min Pcr Px max .
Algoritmo:
a) estime o valor de Pcr e calcule f(x);
b) “chute” um w0 x normalizado (tipo, tal que a deflexão máxima no domínio tenha valor unitário);
c) calcule w1 x (a dupla integração pode ser feita, por exemplo, fazendo uso da regra do
trapézio);
d) calcule Px
e) itere desde a), fazendo wi x = wi x normalizado
, até que Px min Pcr Px max esteja
dentro da precisão requerida.
Implemente o algoritmo em planilha Excel, e resolva o exercício 2.41:

2.22 REFERÊNCIAS

2.1 Boeing Design Manual, Vol. 2, BDM-6232 Revision B: Column Fixity Coefficients and Effective
Lengths, The Boeing Co., Seattle, 1995.
2.2 ESDU, Equivalent Lengths of Struts (for Use in Buckling Calculations), ESDU Data Item no. 92038,
November 1992, Ammendment in May 2000.
2.3 Chajes, A.: Principles of Structural Stability Theory, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1974.
2.4 Timoshenko, S.P. & Gere, J.M.: Theory of Elastic Stability, McGraw-Hill, New York, NY, 1961.
2.5 Rivello, R.M.: Theory and Analysis of Flight Structures, McGraw-Hill, New York, NY, 1969.
2.6 Metallic Materials and Elements for Flight Vehicle Structures, Military Handbook MIL-HDBK-5A.
2.7 Boeing Design Manual, Vol. 2, BDM-6234: Euler / Euler-Engesser Columns, The Boeing Co.,
Seattle, 1989.
2.8 Boeing Design Manual, Vol. 2, BDM-6236: Johnson-Euler Column Equations, The Boeing Co.,
Seattle, 1989.

2.79
CAPÍTULO 3
FLAMBAGEM TORSIONAL DE COLUNAS
ÍNDICE DE SEÇÕES

3.1 INTRODUÇÃO 3.3


3.2 CARACTERÍSTICAS TORSIONAIS DE MEMBROS ESTRUTURAIS 3.3
3.3 ENERGIA DE DEFORMAÇÃO DE TORSÃO 3.6
3.4 FLAMBAGEM TOSIONAL E FLEXO-TORSIONAL DE COLUNAS 3.7
3.5 OUTRAS CONDIÇÕES DE CONTORNO E FLAMBAGEM INELÁSTICA 3.13
3.6 ESTABILIDADE FLEXO-TORSIONAL GENERALIZADA DE COLUNAS 3.15
A) CONSTANTE ELÁSTICA EM TORÇÃO, K 3.15
B) CONSTANTES ELÁSTICAS EM TRANSLAÇÃO, KX E KY 3.16
C) CARGA CRÍTICA FLEXO-TORSIONAL 3.18
EXEMPLO 3.22
3.7 FLAMBAGEM LATERAL DE VIGAS 3.25
3.8 EXERCÍCIOS 3.28
3.9 REFERÊNCIAS 3.31

ÍNDICE DE FIGURAS

3-1 TORSÃO DE COLUNAS 3.4


3-2 TORSÃO DE SEÇÃO NÃO CIRCULAR COM EMPENAMENTO RESTRINGIDO 3.5
3-3 DEFORMAÇÕES NA FLAMBAGEM FLEXO-TORSIONAL 3.7
3-4 COMPORTAMENTO DE FIBRA LONGITUDINAL SOB FLEXÃO 3.8
3-5 TRANSLAÇÃO LATERAL DEVIDA À ROTAÇÃO EM TORNO DO CEC 3.9
3-6 COLUNA APOIADA EM REFORÇADORES 3.15
3-7 DETERMINAÇÃO DA RIGIDEZ TORSIONAL, K 3.16
3-8 DETERMINAÇÃO DA RIGIDEZ TRANSLACIONAL, KX 3.17
3-9 DETERMINAÇÃO DA RIGIDEZ TRANSLACIONAL, KY 3.18
3-10 COLUNA DE SEÇÃO ARBITRÁRIA COM RESTRIÇÕES ELÁSTICAS 3.19
3-11 COLUNA PONTO-SIMÉTRICA COM RESTRIÇÕES ELÁSTICAS 3.21
3-12 COLUNA COM SEÇÃO PONTO-SIMÉTRICA - EXEMPLO 3.22
3-13 FLAMBAGEM LATERAL DE VIGAS 3.25
3-14 FLAMBAGEM LATERAL DE VIGA EM I SIMPLESMENTE APOIADA EM FLEXÃO PURA 3.25

3.2
3
FLAMBAGEM TORSIONAL DE COLUNAS

3.1 INTRODUÇÃO

No Capítulo 2 foi considerada a flambagem por flexão, na qual o membro deforma por flexão no
plano de um dos eixos principais. Colunas, assim como vigas, entretanto, também flambam por torsão,
ou por uma combinação de flexão e torsão. Estes modos de falha ocorrem quando a rigidez torsional do
membro é muito pequena ou se a flexão e torsão estão acopladas de maneira que uma necessariamente
produz a outra. Seções abertas de paredes finas normalmente apresentam rigidez torsional pequena e
são, portanto, suscetíveis a flambagem torsional. Flexão e torsão combinadas ocorrem em membros
carregados axialmente, tais como ângulos e canais, cujos eixos dos centros de cisalhamento e eixo
central não coincidem. Também ocorre em vigas carregadas transversalmente quando o flange
comprimido se torna instável, tendendo a flambar lateralmente, ao mesmo tempo em que o flange em
tração é estável, tendendo a permanecer reto.

Neste capítulo serão considerados ambos os problemas, o da flambagem torsional de membros


carregados axialmente e o da flambagem latero-torsional de vigas carregadas transversalmente.

3.2 CARACTERÍSTICAS TORSIONAIS DE MEMBROS ESTRUTURAIS

Quando um membro é submetido à torsão, as seções transversais do mesmo podem empenar (i.e.,
deformar para fora de seu plano) além de torcer (i.e., girar em torno de um eixo). Se não são impostas
restrições ao empenamento do membro (i.e., as seções podem empenar livremente), o torque será
resistido tão somente pelas tensões de cisalhamento de St. Venant. Este tipo de comportamento é
conhecido como torsão pura, ou torsão uniforme. Por outro lado, se o empenamento das seções é
restringido ou limitado de qualquer forma, o torque aplicado é resistido por uma combinação das tensões
de cisalhamento de St. Venant e pela torsão com empenamento. Este comportamento é denominado de
torsão não-uniforme.

TORSÃO DE ST. VENANT

Se uma barra de seção circular constante é torcida por um torque, como mostrado na Fig. 3-1a, o
torque externo é resistido por tensões de cisalhamento circunferenciais, cuja magnitude varia com a
distância do centróide da seção. Estas tensões de cisalhamento são devidas à resistência que seções
adjacentes têm, em girar uma em relação à outra. Em tal membro, o ângulo de torsão é relacionado ao
torque T através da expressão

d
T GJ (3.1)
dz

3.3
onde G é o módulo de cisalhamento, J é a constante de torsão e z é a direção ao longo do eixo do
membro. O produto GJ é a rigidez torsional da seção, análoga à rigidez em flexão, EI.

Enquanto que barras de seção circular como a da Fig. 3-1a torcem sem empenamento, a maioria
das formas não circulares empenam ao serem torcidas. Quando um torque é aplicado a um membro cuja
seção é não circular (Fig. 3-2b), as seções transversais que eram planas antes de torcer, empenam na
direção axial se modo a não permanecerem planas. Entretanto, desde que este empenamento não seja
impedido de qualquer forma, o torque aplicado ainda será resistido por tensões de cisalhamento
similares àquelas presentes na séc!ao circular, e a Eq. (3.1) ainda é aplicável. Para uma seção aberta de
paredes finas, composta de elementos retangulares, as tensões de cisalhamento em cada elemento são
paralelas à linha média de sua seção transversal, e as magnitudes são proporcionais à distância daquela
linha (Fig. 3-2b). A constante torsional J para tais seções pode ser aproximada pela expressão

1
J bi t i3 (3.2)
3 i

onde bi e ti são, respectivamente, o comprimento e espessura de qualquer elemento da seção. O


tipo de resistência à torsão constituída unicamente por cisalhamento e descrito pela Eq. (3.1) é chamado
de torsão de St. Venant ou torsão uniforme.

TORSÃO NÃO-UNIFORME

Se os deslocamentos longitudinais que produzem o empenamento são livres para ocorrer, as fibras
longitudinais não sofrerão mudança no comprimento e tensões longitudinais não são induzidas como
resultado do empenamento (Fig. 3-2b). Por outro lado, entretanto, certas condições de apoio ou de
carregamento não deixarão com que os deslocamentos longitudinais se dêem livremente. Por exemplo,
a extremidade engastada de uma viga em balanço da Fig. 3-2 está completamente restringida no que
tange o empenamento, enquanto que a extremidade não apoiada é livre para empenar. Como
conseqüência, as fibras longitudinais experimentam mudanças de comprimento e tensões axiais são

3.4
induzidas no membro. Como não há forças axiais externas aplicadas, estas tensões axiais têm de ser
auto-equilibradas em cada seção. A comparação da viga da Fig. 3-2, na qual o empenamento é
parcialmente restringido, com aquela da Fig. 3-1b, que é livre para empenar, indica que a restrição ao
empenamento resulta numa flexão diferencial dos flanges. Um flange flete para a direita e outro para a
esquerda. As tensões resultantes desta flexão diferencial produzem um bi-momento interno auto-
equilibrado: um num sentido e ou outro no sentido inverso. Estes momentos variam de zero na
extremidade livre do membro a um máximo que é atingido na extremidade engastada. Em qualquer
seção intermediária, portanto, existe uma força de cisalhamento em cada flange igual a

dM f
Vf
dz

Como os flanges fletem em direções opostas, as forças de cisalhamento nos dois flanges agem em
direções opostas formando um momento. Este momento que age no sentido de resistir ao torque é
denominado de torsão com empenamento.

As tensões axiais que produzem a torsão com empenamento são originadas da resistência imposta
ao membro para que empene livremente. Em comparação, a torsão de St. Venant é devida à resistência
que seções adjacentes têm em girar, uma relativa à outra.

Um membro que é impedido de empenar livremente portanto resistirá ao torque aplicado por uma
combinação de torsão de St. Vanant e torsão com empenamento:

T TSV Tw (3.3)

com

d
TSV GJ (3.4)
dz
O tipo de comportamento descrito por esta equação é referido como torsão não-uniforme.

A torsão com empenamento TW está relacionada com o ângulo de torsão através da expressão

d3
TW E (3.5)
dz 3

3.5
onde é a constante de empenamento e o termo E é a rigidez ao empenamento da seção, análoga ao
GJ, a rigidez torsional de St. Venant.

A equação diferencial para torsão não-uniforme é obtida combinando as Eqs. (3-4) e (3.5)

d d3
T GJ E (3.6)
dz dz 3
O primeiro termo representa a resistência da seção à torsão e o segundo a resistência ao empenamento.
É importante ter em mente que o segundo termo não é causado pelo empenamento do membro, mas
sim pela sua resistência a este empenamento.

3.3 ENERGIA DE DEFORMAÇÃO DE TORSÃO

A energia de formação de torsão pode ser quebrada em duas partes, aquela devida à St. Venant e
aquela devida à torsão não-uniforme.

TORSÃO DE ST. VENANT

O incremento de energia de deformação armazenada num elemento dz de membro torcido devido à


torsão de St. Venant é igual a um meio do produto do torque e a variação do ângulo de torsão
1
dU SV Td (3.7)
2
Como

T 1 T2
d dz dU SV dz (3.8)
GJ 2 GJ
ou, se a expressão (3.1) é substituída para o valor de T

2
1 d
dU SV GJ dz (3.9)
2 dz

Integrando sobre o comprimento dá a energia de deformação armazenada no membro, devido à ttoprsão


de St. Venant
2
1 L d
U SV GJ dz (3.10)
2 0 dz

Note a semelhança com a energia de deformação de um membro reto comprimido axialmente, cuja
equação de equilíbrio tem a mesma forma da Eq. (3.1).

TORSÃO NÃO-UNIFORME

A equação de equilíbrio para torção com empenamento (3.5) tem a mesma forma da equação de
equilíbrio de esforços cortantes numa viga em flexão. Em conseqüência, a energia de deformação
armazenada devido à torsão com empenamento tem a mesma forma da energia de deformação devido à
flexão

3.6
2
1 L d2
UW E dz (3.11)
2 0 dz 2

A energia de deformação total armazenada num membro torcido é, portanto,

2 2
1 L d 1 L d2
U GJ dz E dz (3.12)
2 0 dz 2 0 dz 2

3.4 FLAMBAGEM TORSIONAL E FLEXO-TORSIONAL DE COLUNAS

Nesta seção será determinada a carga crítica de colunas que flambam por torsão ou por uma
combinação de torsão e flexão. Uma vez que, praticamente, somente as seções abertas de paredes
finas são suscetíveis à flambagem torsional ou flexo-torsional, a investigação será limitada a estas
formas. O estudo também se restringirá a colunas de seção constante, ao comportamento elástico,
pequenas deformações e carregamento central.

Para a determinação da carga crítica em torsão ou flexo-torsão pode-se ou integrar as equações


diferenciais de equilíbrio ou fazer uso de um principio de energia. Aqui, a segunda via será utilizada.

Considere uma seção transversal aberta de paredes finas, com geometria arbitrária como mostrado
na Fig. 3-3. A deformação que ocorre durante a flambagem é considerada consistir de uma combinação
de torsão e flexão em torno de dois eixos. A seção se movimenta como um corpo rígido, ou seja, não se
deforma em seu plano (a geometria é mantida). As únicas deformações sofridas pela seção são para
fora de seu plano (empenamento). Com o propósito de expressar a energia de deformação da forma
mais simples possível, é desejável reduzir a deformação a duas translações puras e uma rotação pura.
Isto pode ser atingido usando o centro de cisalhamento O como origem do sistema de coordenadas. O
centro de cisalhamento é o ponto da seção transversal através do qual cargas laterais têm de passar
para produzir flexão sem torção. É também o centro de rotação quando um torque puro é aplicado. As

3.7
direções x e y são consideradas coincidentes com os eixos principais de inércia, e a direção z é tomada
ao longo do eixo longitudinal através do centro de cisalhamento.

Como indicado na Fig. 3-3, as coordenadas do centróide são indicadas por x0 e y0. Como resultado
da flambagem, a seção sofre translações u e v, respectivamente, nas direções x e y, e uma rotação b em
torno do eixo z.

A energia de deformação é constituída de 4 partes: as energias devidas à flexão em tornos dos


eixos x e y, a energia de cisalhamento de St. Venant e a energia das tensões longitudinais associadas
com a torsão com empenamento:

2 2 2 2
1 L d 2u 1 L d 2v 1 L d 1 L d2
U EI y dz EI x dz GJ dz E dz (3.12)
2 0 dz 2 2 0 dz 2 2 0 dz 2 0 dz 2

O potencial das cargas externas aplicadas é igual a menos o produto das cargas pelas distâncias
que percorrem à medida que a coluna deforma. A Fig. 3-4a mostra uma fibra longitudinal cujas
extremidades se aproximam de uma quantidade b à medida que a fibra flete. A distância b é igual à
diferença do comprimento do arco S e o comprimento da corda da fibra, L. Se a área da seção
transversal da fibra é dA e a carga que suporta é dA, então o potencial da carga agindo na fibra é dV =
- b dA. O potencial total é então obtido integrando sobre a seção

V b dA (3.13)
A

Para determinar b considere a fibra AB na Fig. 3-4b, cujas coordenadas no estado não-deformado
são x e y, e um elemento de comprimento dz desta fibra. Após a deformação, os deslocamentos na

3.8
extremidade inferior deste elemento são u e v . Os deslocamentos correspondentes na extremidade
superior são u du e v dv . O comprimento ds, do elemento deformado é
2 2 12
2 2 2 12 du dv
ds du dv dz 1 dz (3.14)
dz dz
Como feito no Capítulo 2, expandindo (3.14) numa série de Taylor e retendo os primeiros termos
não lineares (potência 2), resulta em
2 2
1 du 1 dv
ds 1 dz (3.15)
2 dz 2 dz
Integrando ambos os lados da Eq. (3.15) resulta em
2 2
S L 1 du 1 dv
ds S 1 dz (3.16)
0 0 2 dz 2 dz
donde
2 2
1 L du dv
b S L dz (3.17)
2 0 dz dz

As translações u e v de uma fibra cujas coordenadas são x e y consistem de uma translação do


centro de cisalhamento, mais uma translação adicional devida à rotação da fibra em torno do centro de
cisalhamento. Estas últimas translações, nas direções x e y, são denotadas, como mostrado na Fig. 3-5,
por –a e b, respectivamente. Da geometria da figura é evidente que

a r sen ; b r cos
Como r sen y e r cos x , pode-se também escrever a y eb x , de modo que os
deslocamentos totais da fibra em (x, y) são

3.9
u u y ; v v x (3.18)

e a expressão para b dado pela Eq. (3.17) torna-se

2 2 2
1 L du dv d du d dv d
b x2 y2 2y 2x dz (3.19)
2 0 dz dz dz dz dz dz dz

Substituindo (3.19) em (3.13) resulta em

2 2 2
1 L du dv d du d dv d
V x2 y2 2y 2x dAdz (3.20)
2 0 A dz dz dz dz dz dz dz

Para simplificar esta expressão pode-se fazer uso das relações:

dA A; ydA y0 A ; xdA x0 A ; x2 y 2 dA r02 A ; (3.21)


A A A A

onde, como visto, x0 e y0 são as coordenadas do centróide e r0 é o raio de giração polar da seção em
relação ao centro de cisalhamento.

Substituindo as relações (3.21) na Eq. (3.20) e observando que = P/A, resulta em

2 2 2
P L du dv 2 d du d dv d
V r 0 2 y0 2 x0 dz (3.22)
2 0 dz dz dz dz dz dz dz

Obtidas as expressões (3.12) e (3.22) para U e V, pode-se obter a carga crítica fazendo uso do
método de Rayleigh-Ritz. Considere uma coluna simplesmente apoiada no que tange todos os
deslocamentos envolvidos, u, v e . As condições de contorno associadas serão

u v 0 em z 0 e L
d 2u d 2v d2 (3.23)
0 em z 0 e L
dz 2 dz 2 dz 2

As condições de contorno em para apoio simples (em empenamento) resultam da Eq. (3.6). Para
apoio simples, o torque é nulo. Por outro lado, o ângulo de torção também é nulo, = 0. Nestas
condições, integrando (3.6) uma vez resulta em

d2 d2
GJ E cte 0; como 0 0
dz 2 dz 2
As condições de contorno serão satisfeitas assumindo uma forma defletida do tipo

z z z
u C1 sen ; v C 2 sen ; C1 sen (3.24)
L L L
Substituindo as Eqs. (3.24) na expressão do potencial total e integrando resulta em

3.10
2 2
2 EI y EI x 1 2
E
U V C12 2
P C 22 2
P C 32 r02 GJ P 2C1C 3 Py 0 2C 2 C 3 Px 0
4L L L ro2 L2

Introduzindo a notação

2
2
EI x EI y 1 2
E
Px ; Py ; P GJ (3.25)
L2 L 2
ro2 L2

pode-se reescrever o potencial total na forma

2
U V C12 Py P C 22 Px P C 32 r02 P P 2C1C 3 Py 0 2C 2 C 3 Px 0 (3.26)
4L
A carga crítica é definida como a carga na qual o equilíbrio num estado levemente deformado é
possível, ou seja, a carga para a qual o potencial total assume um valor estacionário. Como U+V é
função de três variáveis, será estacionário quando a sua derivada em relação a cada uma destas
variáveis for nula, ou seja

U V U V U V
U V C1 C2 C3 0 quaisquer que sejam
C1 C2 C3
(3.27)
U V U V U V
C1 , C 2 be C 3 , se e somente se, 0
C1 C2 C3

Impondo as condições (3.27) sobre a Eq. (3.26) resulta em

Py P 0 Py 0 C1 0
0 Px P Px0 C2 0 (3.28)
2
Py 0 Px0 r0 P P C3 0

Isto é um sistema linear de equações homogêneas que tem uma solução trivial (C1 = C2 = C3 = 0),
indicando que o equilíbrio é possível em qualquer carga, desde que o membro permaneça reto. Também
existe uma solução não trivial quando o determinante da matriz de coeficientes se anula. É esta a
solução de interesse, pois corresponde ao equilíbrio no estado deformado e, é claro, este equilíbrio só
pode existir sob a carga crítica. Fazendo o determinante da matriz de coeficientes em (3.28) igual a zero
resulta na equação característica do problema de auto-valor.

A expansão do determinante dá

P 2 x02 P 2 y 02
Py P Px P P P Py P Px P 0 (3.29)
r02 r02
Esta é uma equação cúbica cujas raízes são as cargas críticas. Evidentemente, o interesse é pela menor
destas cargas críticas. Seja Pcr esta carga. É fácil verificar que esta carga tem de ser menor ou igual ao
menor valor entre Px, Py e P , ou seja

Pcr min Px , Py , P (3.30)

3.11
A Eq. (3.29) pode ser escrita na forma

P3 a2 P 2 a1 P a0 0 , onde
1 2
a2 2
x0 Py y 02 Px r02 Px Py P
r
r02
a1 Px Py P Px Py
r2
(3.31)
r02
a0 Px Py P
r2
e onde r é o raio de giração polar em relação ao centróide, ou
Ix Iy
r2 r02 x02 y 02
A
A solução da Eq. (3.31) é dada por

a2
Pcr 2 DS ,
3
2 4
onde S min cos , cos , cos (3.32)
3 3 3
1 H 1 2 1
cos ; D a2 3a1 ; H 9a1 a 2 27a0 2a 23
D3 3 54

Quando a coluna tem um eixo de simetria, a solução é simplificada. Seja x este eixo de simetria.
Neste caso o centro de cisalhamento está sobre este eixo e y0 = 0. A Eq. (3.29) simplifica para

P 2 x 02
Py P Px P P P 0 (3.33)
r02
cuja solução é o menor entre os valores
2
EI y
Pcr Py
L2
1 2
PFT P Px P Px 4kP Px (3.34)
2k
2
x0
com k 1
r0

A primeira expressão corresponde à flambagem por flexão pura em torno do eixo y. A segunda
corresponde à flambagem com uma combinação de flexão e torsão. É portanto evidente que uma seção
com um único eixo de simetria, tal como um ângulo, canal ou chapéu, pode flambar ou por flexão no
plano de simetria ou por flexo-torsão. Qual destes modos é o crítico depende da forma e dimensões da
seção transversal.

O comportamento de uma seção, com um único eixo de simetria, pode ser resumido assim: Uma
coluna imperfeita que é carregada centralmente tende a fletir em um de seus planos principais contendo
o eixo centroidal. Se este plano também contém o eixo do centro de cisalhamento, (xz no exemplo

3.12
acima), flexão pode ocorrer sem induzir simultaneamente torsão. Entretanto, se o plano de flexão não
conter o eixo do centro de cisalhamento (plano yz no exemplo), a flexão tem ser acompanhada,
necessariamente, de torção.

Numa seção ponto simétrica (como a seção em Z) ou com dois eixos de simetria (como a seção em
I), o centro de cisalhamento coincide com o centróide. Neste caso, x0 = y0 = 0 e a carga crítica será dada
por Pcr min Px , Py , P . Nestas seções a flambagem se dará ou por flexão pura em torno do eixo
fraco ou por torsão pura. Não é possível a ocorrência de flambagem por flexo-torsão. Por outro lado, a
flambagem por torsão pura só é possível se o centro de cisalhamento e o centróide forem coincidentes.

Se o modo de flambagem for de interesse, a carga crítica calculada deve ser substituída na Eq.
(3.28) e o sistema resolvido para C1, C2 e C3. Como a matriz de coeficientes é por definição singular, o
sistema não admite solução única. Duas das incógnitas serão dadas em função da terceira. A terceira
equação tem de ser então satisfeita identicamente (se não o for, o cálculo da carga crítica foi realizado
com erro). Isto é esperado uma vez que a teoria linear não é capaz de determinar a amplitude dos
deslocamentos durante a flambagem.

3.5 OUTRAS CONDIÇÕES DE CONTORNO E FLAMBAGEM INELÁSTICA

As equações diferenciais de equilíbrio e possíveis condições de contorno associadas podem ser


derivadas a partir da variação do funcional U+V e conveniente integração por partes:

Equações de Equilíbrio:

d2 d 2u d 2u d2
EI y P Py 0 0
dz 2 dz 2 dz 2 dz 2
d2 d 2v d 2v d2
EI x 2 P 2 Px0 0 (3.35)
dz 2 dz dz dz 2
d2 d2 d d d2 d 2u d 2v
E GJ r02 P Py 0 Px0 0
dz 2 dz 2 dz dz dz 2 dz 2 dz 2

Possíveis Condições de Contorno nas Extremidades (uma de cada linha perfazendo um total de 6)
EI y u" 0 ou u' 0
EI x v" 0 ou v' 0
E " 0 ou ' 0
(3.36)
( EI y u" )' Pu ' Py 0 ' 0 ou u 0
( EI y v" )' Pv' Px0 ' 0 ou v 0
(GJ ' )' ( E " )' r02 P ' Py 0 u ' Px0 v' 0 ou 0

Para simplificar a discussão, considere a situação em que o centro de cisalhamento coincide com o
centróide, ou seja, x0 = y0 = 0. Neste caso, as Eqs. (3.35) desacoplam e as condições de contorno para a
torsão ficam:

3.13
a) apoio simples: 0 e E " 0
b) engaste: 0 e ' 0 (3.37)

c) livre: (GJ ' )' ( E " )' r02 P ' 0 e E " 0

A análise da seção 3.4 tomou como base uma coluna simplesmente apoiada em todos os sentidos
(x, y e ). A solução encontrada é exata porque, além de satisfazer todas as condições de contorno do
problema, também satisfaz as equações diferenciais.

Para uma coluna com engaste duplo em todas as direções, a solução exata é do tipo (1-cos2 x/L).
O comprimento efetivo para as flexões em torno dos eixos x e y para este caso foram determinados no
Capítulo 2 como a metade do comprimento da coluna. O comprimento efetivo para a torsão é análogo
aos comprimentos efetivos para flexão, e pode ser estimado através de um exame das condições de
contorno da coluna. É a distância entre os dois pontos da coluna onde o bi-momento, E ”, é nulo. O
comprimento efetivo para a torsão de um coluna bi-engastada também será a metade do comprimento
real da coluna. Na prática, a maioria das colunas terá um comprimento efetivo em torsão que estará
entre os casos de apoios simples e duplo engaste. Até o presente momento, entretanto, não há qualquer
método preciso e consistente pata a determinação do comprimento efetivo em torsão. Em conseqüência,
uma estimativa deste terá que ser feita através da comparação das condições reais (ou esperadas) com
aquelas das condições de apoio simples e duplo engaste. Note que mesmo uma coluna com a
extremidade livre não necessariamente terá que ter momento torsor nulo. Por exemplo, se a extremidade
livre de uma coluna de paredes finas é fechada por um diafragma, o empenamento será pelo menos
parcialmente impedido e o bi-momento não será nulo.

No que tange a flambagem torsional ou por flexo-torsão no regime plástico, o mesmo procedimento
da flambagem de colunas por flexão pode ser utilizado. O módulo de elasticidade e de cisalhamento
devem ser substituídos pelos respectivos módulos tangentes.

Desta forma, as Eqs. (3.25) devem ser reescritas como

2
2
Et I x Et I y 1 2
Et
Px ; Py ; P Gt J (3.38)
L2x L 2
y r02 L2

O cálculo da carga crítica deve ser feito por um processo iterativo:

a) estime a carga crítica de flambagem Pcr

b) calcule a tensão normal crítica correspondente Fcr = Pcr /A

c) calcule Et e Gt aplicáveis nestes níveis de tensão (o modelo de Ramberg-Osgood pode ser


utilizado para este fim)

d) use as Eqs. (3.38), (3.31) e (3.32) para achar Pcr e reinicie de b)

O processo pode ser terminado quando a diferença relativa entre cargas críticas calculadas em dois
passos sucessivos for menor do que 2%.

3.14
3.6 ESTABILIDADE FLEXO-TORSIONAL GENERALIZADA DE COLUNAS

Considere o arranjo estrutural da Fig. 3-6, típico em construção aeronáutica. A coluna objeto da
análise está apoiada sobre uma série de reforçadores com espaçamento W. Na seção 2.13, através de
um exemplo, foi considerada a análise da estabilidade em flexão para um arranjo deste tipo. O efeito dos
reforçadores sobre a coluna foi modelado como uma série de molas. Em princípio, a análise da
estabilidade da coluna em flexo-torsão poderia ser realizada da mesma forma.

Fig. 3-6 Coluna em Apoiada em Reforçadores

Nesta seção, entretanto, o efeito dos reforçadores sobre a coluna será modelado como uma
fundação elástica. Noutras palavras, em vez de cada reforçador ser modelado por um conjunto de molas,
o efeito será distribuído. Quanto menor for o espaçamento dos reforçadores em relação ao comprimento
da coluna, mais preciso será o modelo.

Para calcular as constantes da fundação elástica equivalente, considere os reforçadores de


comprimento Lst, simplesmente apoiados nas extremidades, com a coluna fixada no centro dos
reforçadores.

a) CONSTANTE ELÁSTICA EM TORÇÃO, k

Quando a coluna começa a flambar em torsão, dois mecanismos resistem a rotação de sua seção
transversal em torno do centro de cisalhamento. De um lado, a própria coluna tem a sua rigidez torsional.
O segundo mecanismo é constituído pela série de reforçadores fixados à coluna. A resistência que estes
reforçadores oferecem à rotação da seção da coluna é o que determina a rigidez torsional distribuída k .

3.15
A coluna, através da fixação, transmite ao reforçador um momento M. Sob a ação deste momento, a
seção central do reforçador gira de um ângulo . A relação entre este momento e ângulo de rotação
pode ser escrita como M = K . Determinado K , a constante procurada é obtida como k = K / W.

Como mostrado na Fig. 3-7, o arranjo coluna-reforçador pode ser modelado como uma viga
simplesmente apoiada (o reforçador) com um momento (transmitido da coluna pela fixação) aplicado à
meia-envergadura. A relação M = K , pode ser derivada diretamente da equação da inclinação dada
pela teoria de vigas:

Fig. 3-7 Determinação da Rigidez Torsional, k

M Lst x2 MLst 12 E st I st 12 E st I st
( x) 3 Lst 2 K k (3.39)
6 E st I st 4 Lst 12 E st I st Lst LstW

b) CONSTANTES ELÁSTICAS EM TRANSLAÇÃO, kx e ky

Para a determinação destas constantes será utilizado um sistema de eixos local x , y no reforçador.
O eixo x é tomado na direção longitudinal e y na direção transversal do reforçador. No caso geral, este
sistema não coincide com os eixos principais x,y da coluna. Em conseqüência, as constantes
determinadas no sistema de eixo do reforçador devem ser transformadas para o sistema de eixos da
coluna.

Ao flambar em torno de seus eixos principais x e y, a coluna transmite, através da fixação, uma
carga genérica P ao reforçador. As constantes procuradas são obtidas da expressão geral P = k , onde
é a deflexão da coluna no ponto de fixação.

Determinação de kx:

A Fig. 3-8 mostra o modelo adotado. O arranjo pode ser modelado por uma viga simplesmente
apoiada (reforçador) com uma carga axial (transmitida pela fixação) aplicada com uma excentricidade
em relação ao eixo do reforçador. O deslocamento total no ponto de fixação, tot, é devido à translação

da fixação, t, mais a contribuição devida à rotação da fixação, (considera-se a fixação rígida).

3.16
A carga P produz, no reforçador, uma carga axial e um momento, Pe. A carga axial P aplicada no
centro do reforçador produz tensões de tração na metade esquerda e tensões de compressão na metade
direita. Em módulo, estas tensões tem o valor = P/(2Ast), de modo que

Lst Lst P Lst PLst


t (3.40)
2 E st 2 2 Ast E st 2 4 Ast E st
Por ouro lado, como foi visto acima, o ângulo devido ao momento Pe é dado por

PeLst
12 E st I st
de modo que

Pe 2 Lst
e (3.41)
12 E st I st

PLst Pe 2 Lst PLst 1 e2 P


e tot t (3.42)
4 E st Ast 12 E st I st 4 E st Ast 3I st Kx

Resolvendo para Kx, e depois dividindo pelo espaçamento entre reforçadores, tem-se

3.17
12 E st Ast I st 12 E st Ast I st
Kx kx (3.43)
Lst 3I st Ast e 2 LstW 3I st Ast e 2

Determinação de ky:

A Fig. 3-9 mostra o modelo adotado. A carga transmitida pela coluna produz uma flexão no
reforçador. A fórmula da deflexão no centro de uma viga simplesmente apoiada submetida a uma carga
transversal central é

PL3st
, (3.44)
48E st I st
de modo que

48E st I st 48 E st I st
Ky ky (3.45)
L3st WL3st

Se o ângulo entre o sistema local x , y do reforçador e o sistema principal da coluna for designado
por , as constantes da fundação elástica no sistema de eixos da coluna serão dadas por

kx k x cos k y sen ; k y k x sen k y cos (3.46)

(note que os sinais nas transformações foram desprezados uma vez que uma rigidez sempre age no
sentido positivo).

c) CARGA CRÍTICA FLEXO-TORSIONAL

A Fig. 3-10 mostra uma coluna de seção arbitrária com restrições elásticas. O sistema de eixos x,y é
principal e está centrado no centróide C (ao contrário do desenvolvimento realizado na seção 3.4, onde

3.18
os eixos estavam centrados no centro de cisalhamento). As restrições elásticas estão conectadas no
ponto genérico R. Considere a seguinte definição de símbolos:

x0 , y 0 coordenada s do centro de cisalhamen to (in, m)


xR , y R coordenada s do ponto de fixação das restrições elásticas (in, m)
kx ,ky rigidez translacional por unidade de compriment o (lb/in 2 , N/m 2 )
k rigidez torsional por unidade de compriment o (lb/rad, N/rad)
Ix,Iy momentos principais de inércia (in 4 , m 4 )
A área da seção transversa l (in 2 , m 2 )
Ix Iy
r raio de giraçao polar em relação ao centróide (in, m) r2
A
r0 raio de giração polar em relação ao centro de cisalhamen to (in, m) r02 r2 x02 y 02
Lx , L y compriment o efetivo da coluna para flambagem em flexão (in, m)
L compriment o efetivo da coluna para flambagem em torsão (in, m)
n número de semi - ondas do modo de flambagem da coluna (adimensio nal - veja Nota 1)
Et módulo tangente (lb/in 2 , N/m 2 )
Gt módulo tangente de cisalhamen to (lb/in 2 , N/m 2 )
J Constante de torsão de St. Venant (in 4 , m 4 )
Constante de empenament o (in 6 , m 6 veja Nota 2)

3.19
O cálculo da carga crítica envolve os seguintes passos:

Passo 1:

nx ny n
xn ; yn ; n (in -1 , m -1 )
Lx Ly L

Passo 2:

kx ky k
K xn 2
; K yn 2
(lb, N) K n 2
(lb - in 2 /rad , N - m 2 /rad)
yn xn n

Passo 3:

2 2 1 2
Pxn Et I x xn ; Pyn Et I y yn ; P n Gt J Et n (lb , N)
r02

Passo 4:
Q xn K xn y R y 0 ; Q yn K yn x R x0 (lb - in , N - m)
1
Fxn Pxn K yn ; F yn Pyn K xn ; F n P n Q xn y R y0 Q yn x R x0 (lb, N)
r02

Passo 5:
2
1 2 2 r0
a2 x0 Fyn y Fxn
0 2 x0 Q yn 2 y 0 Q xn Fxn Fyn F n (lb, N)
r2 r
2
1 r0
a1 2 x0 Fyn Q yn 2 y 0 Fxn Q xn Q 2
xn Q 2
yn Fxn Fyn Fyn F n F n Fxn (lb 2 , N2 )
r2 r
2
1 r0
a0 2
Fxn Q xn2 Fyn Q 2
yn Fxn Fyn F n (lb 3 , N3 )
r r

Passo 6:

1 2 1 H
D a2 3a1 ; H 9a1 a 2 27 a 0 2a 23 ; cos 1

3 54 D3
2 4
S min cos , cos , cos
3 3 3
a2
Pcr 2 DS ,
3
Nota 1: Os valores dos n são aqueles que minimizam a carga crítica; o processo de cálculo da carga
deve ser repetido para valores de n em seqüência; os que produzirem a menor carga são os efetivos.

Nota 2: O cálculo da constante de empenamento requer conhecer-se o centro de torção, i.e., o ponto em
torno do qual a seção gira durante a flambagem. Para uma coluna não restrita elasticamente, o centro de
torção coincide com o centro de cisalhamento. À medida que restrições elásticas de translação com
rigidez crescente vão sendo impostas ao longo do comprimento da coluna, o centro de torção é movido
do centro de cisalhamento para o ponto de fixação das restrições. Na maioria das aplicações com

3.20
presença de restrições elásticas de translação, entretanto, a sua rigidez é grande o suficiente para
justificar a hipótese que o centro de torção coincida com o ponto de fixação destas restrições.

Como explicado anteriormente, achada a carga crítica, as tensões devem ser calculadas para
verificar se os módulos (Et e Gt) utilizados no processo são compatíveis com estas tensões. De outra
forma, deve-se corrigir os módulos e iterar do início. Note que de uma iteração para outra, os valores de
n podem variar, de modo que não podem ser mantidos fixos durante o processo.

Como visto na seção anterior, em colunas de seção transversal ponto-simétrica, ou com duplo eixo
de simetria, o centro de cisalhamento coincide com o centróide. Se o ponto de fixação das restrições
elásticas for também o centróide, como mostrado na Fig. 3.11, o cálculo da carga crítica simplifica
consideravelmente:

x02 y 02 0 r02 r 2 ; Q xn Q yn 0 a2 Fxn Fyn Pn;


a1 Fxn Fyn Fyn P n P n Fxn ; a 0 Fxn Fyn P n Pcr min Pxn , Pyn , P n ou

2
ky 2 kx 1 2
k
Pcr min Et I x xn 2
, Et I y yn 2
, Gt J Et n
xn yn r2 2
n

O processo para a determinação de n, o número de semi-ondas da deflexão na flambagem também


é simplificado. Para achar n que minimiza as três expressões entre colchetes acima basta derivar em
relação a n e igualar a zero, resultando:

ky Lx ky Ly kx L k
xn
4 nx 4 ; ny 4 ; n 4
Et I x Et I x Et I y Et

3.21
É evidente que n deve ser inteiro, de modo que deve ser tomado o valor inteiro mais “próximo” dos
valores calculados acima. Se o “mais próximo” não for evidente, deve-se calcular as cargas críticas para
os inteiros imediatamente inferior e superior aos valores calculados acima. A carga crítica em cada modo
de flambagem (flexão pura em torno dos eixos x e y, e torsão pura) será o menor valor e a carga crítica
da coluna será o menor dos três valores assim determinados.

EXEMPLO:

A Fig. 3-12 mostra uma coluna simplesmente apoiada, com seção em Z, ponto-simétrica,
manufaturada por conformação de chapa de liga AL 7075-T6 e com restrições elásticas aplicadas no
centro de cisalhamento, coincidente com o centróide.

As propriedades da seção, bem como a restrição elástica torsional, foram calculadas à parte e são
fornecidas no quadro. Pede-se calcular a carga crítica em torsão pura.

3.22
Para iniciar a solução, considere que a coluna flamba no regime elástico
14
Lt kt 20 50
n 4 0,974
Et 1,5 10 6 0,0087

Este valor tem de ser arredondado para o inteiro não nulo mais próximo, no caso, n = 1. Na

seqüência, calcule o parâmetro n

n 1
n 0,15708 in -1
Lt 20
Calcule a carga crítica em torsão pura:

1 2
k
Pcr Gt J Et n
r2 2
n

1 50
3,9 10 6 0,00013 10,5 10 6 0,0087 0,15708 2 9.544 lbs
0,5016 0,15708 2
Calcule a tensão crítica

Pcr 9.544
Fcr 60.064 psi
A 0,1589
O limite proporcional da chapa de liga AL 7075-T6 é aproximadamente 50 ksi. Em conseqüência, a
hipótese inicial de que E = Et e G = Gt não é válida e uma nova iteração é requerida.

Os parâmetros relevantes de Ramberg-Osgood para a chapa Al 7075-T6 à temperatura ambiente


são n = 9,2, F0.85 = 63 ksi, F0.7 = 70 ksi e e = 0,33. Como o valor de n é relativamente baixo, a
representação de Ramberg-Osgood não é boa para valores de tensão muito abaixo de 63 ksi. De
qualquer forma, como este é apenas um exemplo, o processo iterativo será desenvolvido baseado no
modelo. Tem-se
9
Pcr 9,0kips Fcr 56,639 ksi
0,1589
10.500 10.500
Et 9, 2 1
6.197 ksi Es 9, 2 1
9.763 ksi
3 9,2 56,639 3 56,639
1 1
7 70 7 70
9.763 6.197
0,5 - 0,5 0,33 0,342 Gt 2.309 ksi
10.500 2 1 0,342
14
Lt kt 20 0,050
n 4 1,14 n 1
Et 6.197 0,0087
n 1
n 0,15708 in -1
Lt 20
1 0,050
Pcr 2.309 0,00013 6.197 0,0087 0,15708 2 7,016 kips
0,5016 0,15708 2

3.23
Como segunda aproximação use valor intermediário: Pcr = 8,008 kips
8,010
Pcr 8,008kips Fcr 50,396 ksi
0,1589
10.500 10.500
Et 9,2 1
8.291 ksi Es 9,2 1
10.204 ksi
3 9,2 50,396 3 50,396
1 1
7 70 7 70
10.204 8.291
0,5 - 0,5 0,33 0,335 Gt 3.106ksi
10.500 2 1 0,335
14
Lt kt 20 0,050
n 4 1,06 n 1
Et 8.291 0,0087
n 1
n 0,15708 in -1
Lt 20
1 0,050
Pcr 3.106 0,00013 8.291 0,0087 0,15708 2 8,026 kips
0,5016 0,15708 2
Como terceira aproximação use valor intermediário: Pcr = 8,017 kips
8,017
Pcr 8,017 kips Fcr 50,453 ksi
0,1589
10.500 10.500
Et 9,2 1
8.274 ksi Es 9, 2 1
10.202 ksi
3 9,2 50,453 3 50,453
1 1
7 70 7 70
10.202 8.274
0,5 - 0,5 0,33 0,335 Gt 3.099ksi
10.500 2 1 0,335
14
Lt kt 20 0,050
n 4 1,06 n 1
Et 8.274 0,0087
n 1
n 0,15708 in -1
Lt 20
1 0,050
Pcr 3.099 0,00013 8.274 0,0087 0,15708 2 8,018 kips
0,5016 0,15708 2
A convergência foi obtida para Pcr = 8.017 lbs e Fcr = 50,45 ksi. Este mesmo problema foi resolvido
na Ref. 3.1 fazendo uso direto das curvas dos módulos tangentes para o material. O resultado obtido foi
Pcr = 8.917 lbs e Fcr = 56,12 ksi. A razão da discrepância, como explicado, é que o modelo de Ramberg-
Osgood, especialmente com valores relativamente baixos de n, fornece resultados imprecisos na faixa
de tensões fora do intervalo estabelecido por F0.85 e F0.7 (63 - 70 ksi, no caso). Além disto, há
imprecisões no modelo que relaciona tensões de cisalhamento a tensões normais.

Um exemplo ilustrativo completo para a solução do problema generalizado de estabilidade flexo-


torsional de coluna com restrições elásticas pode ser encontrado na Ref. 3.3.

3.24
Para informações adicionais relativas à teoria da flambagem torsional de colunas o leitor deve
consultar as Refs. 3.4 e 3.5. Na Ref. 3.6 é tratado o problema da flambagem torsional de colunas com
seção em ângulo. O problema de flambagem de colunas com seções em C, com e sem lábios é tratado
na Ref. 3.7, enquanto que colunas com seções em Z, com ou sem lábios, são consideradas na Ref. 3.8.
A Ref. 3.9 é um guia geral para a solução de problemas de flambagem de colunas no âmbito dos Data
Sheets ESDU. A Ref. 3.10 apresenta o problema da flambagem flexo-torsional de colunas de seção
aberta em termos de tensões. Finalmente, a Ref. 3-11 é muito rica no tratamento do tema. Além de
prover um método baseado em gráficos para a determinação do modo crítico para colunas com um eixo
de simetria, são tratados os casos de colunas restritas a flambar por flexão num plano prescrito (como
reforçadores conectados a chapas) e cargas excêntricas. Três exemplos completos são fornecidos.

3.7 FLAMBAGEM LATERAL DE VIGAS

Um membro carregado transversalmente que é fletido em torno de seu eixo mais forte pode flambar
lateralmente se seu flange em compressão não é apoiado lateralmente. A razão pela qual a flambagem
ocorre numa viga é que o flange em compressão, que de fato funciona como uma coluna sobre uma
fundação elástica, torna-se instável. No carregamento crítico, há uma tendência do flange em
compressão em fletir lateralmente, como mostrado nas Fig. 3-13 e 3-14. A flambagem lateral de uma
viga é, portanto, uma combinação de flexão, torsão e flexão lateral ocasionadas pela instabilidade do
flange em compressão.

Nesta seção não se fará o desenvolvimento teórico do tema. Para tanto o leitor pode se referir aos
bons textos de Timoshenko (Ref. 3.4), Vlasov (Re. 3.5) e/ou Chajes (Ref. 3.12). De uma maneira geral,
o desenvolvimento teórico nestes textos segue a linha da derivação das equações de equilíbrio, via
equilíbrio de corpo livre, ou utilização de métodos de energia, como as análises teóricas apresentadas
nestas notas. Nesta seção, entretanto, serão listados alguns dos resultados obtidos nas referências
citadas. No que segue, Iy é o momento de inércia em torno do eixo principal fraco.

3.25
A) VIGA DE SEÇÃO RETANGULAR , SIMPLESMENTE APOIADA, EM FLEXÃO PURA

M cr Gt JEt I y
L
B) VIGA DE SEÇÃO EM I, SIMPLESMENTE APOIADA, EM FLEXÃO PURA
2
M cr E t I y Gt J Et
L L2

C) VIGA DE SEÇÃO EM I, DUPLAMENTE ENGASTADA, EM FLEXÃO PURA

2
M cr E t I y Gt J Et 2
L L2
2

D) VIGA DE SEÇÃO EM I, SIMPLESMENTE APOIADA, COM CARGA TRANSVERSAL A MEIO VÃO (NO CENTRÓIDE)
2 2
4 3 Pcr L
Pcr 2
E t I y Gt J Et M cr 1.36 E t I y Gt J Et
L 6 L2 4 L L2

De uma maneira geral, o momento crítico depende, além das propriedades geométricas e do
material da viga, do tipo de carregamento, ponto de aplicação do carregamento e condições de contorno.
Para vigas com seções ponto-simétricas ou com dois eixos de simetria, e com o carregamento aplicado
no centróide, a expressão para o momento crítico toma a forma geral

2
M cr C1 E t I y Gt J Et
Ly L2

onde C1 é uma constante que depende do carregamento e Ly e L são, respectivamente, os


comprimentos efetivos para flexão em torno do eixo y (fraco) e torsão. A tabela 3.1 lista a constante C1
para os casos mais usuais.

Um método generalizado, para o cálculo do momento crítico de flambagem látero-torsional de vigas


de seção qualquer, apoiadas em fundações elásticas e carregamentos aplicados em qualquer ponto da
seção pode ser encontrado na Ref. 3-13. O problema geral (sem fundações elásticas) é também tratado
na Ref. 3-14. Nesta referência, o caso de vigas com seções retangulares e em I é tratado de forma
especial, sendo fornecidos subsídios (tabelas e gráfico) que tornam o cálculo da tensão crítica mais
imediato.

3.26
Tabela 3.1 Valores de C1 para os Casos de Carregamento mais Usuais

Tabela continua

3.27
Tabela 3.1 Valores de C1 para os Casos de Carregamento mais Usuais (continuação)

3.8 EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 3.1
Considere uma coluna de comprimento 25in, extrudada em liga de
2,0 in
alumínio 7075-T6 (E=10500ksi; F07=72ksi; n=16,6; Fcy=70ksi; e =0,3),
simplesmente apoiada em ambas as extremidades, e com seção
transversal dada na figura.
2,0 in a) qual a tensão de flambagem em flexão? (assuma que não há
0,08 in flambagem local)
b) qual a tensão de flambagem em torção? (assuma que não há
flambagem local)
0,08 in
EXERCÍCIO 3.2
Considere um painel de construção integral de 25in de comprimento e
cuja seção é dada na figura, usinado em liga de alumínio 7075-T6. O
tw painel está engastado em ambas as extremidades.
bw a) ache a tensão crítica de flambagem por flexão.
ts b) Ache a tensão crítica de flambagem por torsão
bs/2 bs Dados:
bw = 1 in; bs = 2 in; tw = 0.060 in; ts = 0.050 in
E = 10.500 ksi, Fy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6, = 0.3

3.28
EXERCÍCIO 3.3
Considere uma coluna de comprimento 16 in, extrudada em liga de alumínio
2024-T3 (Ec = 10700ksi; G = 0,4 Ec; Fcy = 40ksi; F0.7 = 39ksi; n = 11,5; e = 0,3),
simplesmente apoiada em ambas as extremidades, e com seção transversal
dada na figura.
2,06 in
a) qual é a tensão de flambagem em flexão?
b) qual é a tensão de flambagem em torção?
0,06 in
0,08 in Desconsidere a possibilidade de flambagem/falha local.

1,58 in

EXERCÍCIO 3.4
Uma coluna é completamente engastada em uma das
10 t
extremidades e livre na outra. A sua seção transversal é
mostrada na figura.
t O carregamento é central, ou seja, a carga de compressão é
6t aplicada no centróide da seção.
t
Ache a carga e o modo de flambagem críticos quando o
comprimento da coluna for L = 120 t .
Considere flambagem elástica, com G = 0,4 E.

EXERCÍCIO 3.5
Uma coluna é simplesmente apoiada em ambas as extremidades. A sua seção
o
transversal é mostrada na figura (abas iguais e ângulo de 120 entre as
0,1 in mesmas). O carregamento é central, ou seja, a carga de compressão é
aplicada no centróide da seção.
a) Ache a tensão de flambagem em flexão pura em torno do eixo fraco;
b) Ache a tensão de Wagner, de flambagem em torção pura;
c) Poderá ocorrer flambagem em flexo-torção? Por que?
5 in d) Determine o comprimento L tal que a flambagem por flexão e por torção se
verifique sob a mesma tensão. Qual a tensão de flambagem nestas
condições?
dados: E=10700 ksi, e = 0.3, F0.7 = 39 ksi, Fcy = 41 ksi, n = 11.5

EXERCÍCIO 3.6
A partir das expressões da energia de deformação e do potencial da carga axial externa aplicada
dadas no texto, utilize o Princípio do Valor Estacionário do Potencial Total para derivar as equações de
equilíbrio e as possíveis condições de contorno de uma coluna de paredes finas submetida à
compressão central.

EXERCÍCIO 3.7
10t A figura mostra a seção transversal de uma coluna
totalmente engastada em ambas as extremidades
Se a espessura das mesas e da alma desta coluna for
igual a t, ache o comprimento da coluna para que a
10t flambagem por flexão ocorra simultaneamente com a
flambagem por torção.
Considere flambagem elástica.

3.29
EXERCÍCIO 3.8
15 cm . Uma coluna simplesmente apoiada em ambas
extremidades tem seção transversal como mostrado
na figura.
1 cm O carregamento é central, ou seja, a carga de
compressão é aplicada no centróide da seção.
25 cm
Plote a carga crítica de flambagem em função do
comprimento L
Considere flambagem elástica.

1 cm E = 30 ksi, = 0,3

EXERCÍCIO 3.9
A figura mostra a seção transversal de uma coluna
simplesmente apoiada. O comprimento da coluna é
dado, L = 587 mm.
Se a coluna é manufaturada de um material cuja
curva tensão-deformação pode ser representada
adequadamente pelo modelo de Barratt-Michael,
2 2
com E = 72 400 MN/m , m = 14, Fn = 260 MN/m e
= 0.3 ,
qual será a tensão de flambagem?

EXERCÍCIO 3.10
A figura mostra a seção transversal de uma coluna simplesmente apoiada,
de comprimento L = 427 mm.
Se a coluna é manufaturada de um material cuja curva tensão-deformação
pode ser representada adequadamente pelo modelo de Barratt-Michael,
2 2
com E = 72 400 MN/m , Fn = 260 MN/m , m = 14 e = 0.3,
qual será a tensão de flambagem?
Dados da seção: c = 12 mm, d = 32 mm, h = 64 mm, t = 2 mm

EXERCÍCIO 3.11
Uma coluna simplesmente apoiada manufaturada em liga de titânio tem seção em C, cujas propriedades
geométricas são dadas:
A = 0.141 in2 ; Ix = 0.0078 in4 ; Iy = 0.00252 in4 ; J = 0.000498 in4 ; = 0.000133 in6; x0 = 0.280 in ; y0 = 0
Qual a tensão e o modo de flambagem se o comprimento da coluna for L = 2 in ?
Propriedades do material: E = 17000 ksi ; F0.2 = 92.5 ksi ; F0.5 = 98.5 ksi ; = 0.35
Observação: F0.2 = tensão de escoamento offset de 0.2%; F0.5 = tensão de escoamento offset de 0.5%

3.30
EXERCÍCIO 3.12
Uma coluna de seção em Z foi manufaturada a partir da
1” conformação de uma chapa de liga Clad AL 7075-T6, de 0.2 in de
espessura. A seção transversal é mostrada na figura (alma de 2
in e aba de 1 in). Desconsiderando a possibilidade de flambagem
0.2”
local (tema ainda a ser abordado), pede-se
A curva Fcr vs L’, onde L’ é o comprimento efetivo da coluna

(trace as curvas correspondentes às três raízes da equação
característica, identificando o modo de flambagem).
Use o modelo de Ramberg-Osgood para a solução do problema
em todo o domínio de Fcr. Os parâmetros relevantes do material
1” são: E = 10.5 ksi, e = 0.3, F0.7 = 64.5 ksi, Fcy = 64 ksi, n = 19.5

EXERCÍCIO 3.13
A viga de comprimento 16 in, extrudada em liga de alumínio 2024-T3
(Ec = 10700ksi; G = 0,4 Ec; Fcy = 40ksi; F0.7 = 39ksi; n = 11,5; e = 0,3),
com seção dada na figura, está simplesmente apoiada em ambas as
extremidades.
2,06 in
a) Se a viga está submetida à flexão pura em torno de seu eixo forte,
qual é o momento crítico de estabilidade lateral?
0,06 in b) Se a viga está sujeita a uma carga aplicada a meio-vão, no
0,08 in centróide, qual é o momento crítico?

Desconsidere a possibilidade de flambagem/falha local.


1,58 in

EXERCÍCIO 3.14
Considere uma viga de comprimento 40in, extrudada em liga de alumínio
2,0 in
7075-T6 (E=10500ksi; F07=72ksi; n=16,6; Fcy=70ksi; e =0,3), engastada em
ambas as extremidades, e com seção transversal dada na figura.

a) qual o momento crítico de estabilidade lateral se a viga está carregada


2,0 in por um momento puro em torno de seu eixo forte? (assuma que não há
0,08 in flambagem local)
b) qual seria o valor deste momento se fosse carregada por uma carga a
0,08 in meio vão, aplicada no centróide? (assuma que não há flambagem local)

3.9 REFERÊNCIAS
nd
3.1 Niu, M.C.Y: Airframe Stress Analysis and Sizing, 2 . Ed., Conmilit Press, Hong Kong, 2001
3.2 MIL-HDBK-5, Metallic Materials and Elements for Flight Vehicle Structures, US Government Printing
Office, Washington
3.3 Boeing Design Manual, BDM-6244, Generalized Flexural-Torsional Instability of Columns, The
Boeing Co., Seattle, Feb 1991
3.4 Timoshenko, S.P. & Gere, J.M.: Theory of Elastic Stability, McGraw-Hill, New York, NY, 1961.
3.5 Vlasov, V.Z.: Thin-Walled Elastic Beams, 2nd. Ed., National Science Foundation, Washington, 1961.
3.6 ESDU, Torsional Instability of Stringers and Struts of Angle Section, ESDU Data Item no. 01.01.10,
April, 1947.

3.31
3.7 ESDU, Buckling of Struts. Lipped and Unlipped Channel Sections, ESDU Data Item no. 76023,
November, 1976.
3.8 ESDU, Buckling of Struts. Lipped and Unlipped Z Sections, ESDU Data Item no. 77030, November,
1977.
3.9 ESDU, Guide to Items on the Strength and Stability of Struts, ESDU Data Item no. 78021, October,
1978.
3.10 ESDU, Flexural and Torsional-Flexural Buckling of Thin-Walled Open Section Struts, ESDU Data
Item no. 89007, March, 1989.
3.11 NASA, Astronautics Structures Manual, Vol. 2, Section C.1, Structures and Propulsion Laboratory,
NASA Marshall Space Flight Center, AL 35812, August 1975 – também disponível para download
em http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73306v2p7.pdf
3.12 Chajes, A.: Principles of Structural Stability Theory, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1974.
3.13 Boeing Design Manual, BDM-6142, Generalized Lateral-Torsional Instability of Beams, The Boeing
Co., Seattle, Nov 1988.
3.14 NASA, Astronautics Structures Manual, Vol. 1, Section B.4.7, Structures and Propulsion Laboratory,
NASA Marshall Space Flight Center, AL 35812, August 1975 – também disponível para download
em http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73305v1p7.pdf

3.32
CAPÍTULO 4
VIGAS-COLUNA
ÍNDICE DE SEÇÕES

4.1 INTRODUÇÃO 4.3


4.2 VIGA-COLUNA COM CARGA LATERAL CONCENTRADA 4.3
4.3 VIGA-COLUNA COM CARGA LATERAL DISTRIBUÍDA 4.6
4.4 VIGA-COLUNA DE SEÇÃO TRANSVERSAL CONSTANTE 4.8
4.5 VIGA-COLUNA CONTÍNUA 4.15
4.6 VIGAS COM CARGAS AXIAIS DE TRAÇÃO 4.20
4.7 EQUAÇÃO DE INTERAÇÃO PARA O PROJETO DE VIGA-COLUNA 4.20
4.8 EXERCÍCIOS 4.22
4.9 REFERÊNCIAS 4.24
BIBLIOGRAFIA ADICIONAL 4.24

ÍNDICE DE FIGURAS

4-1 VIGA-COLUNA 4.3


4-2 VIGA-COLUNA COMM CARGA CONCENTRADA 4.3
4-3 CARACTERÍSTICAS DE CURVA DE DEFLEXÃO EM VIGAS-COLUNA 4.5
4-4 VIGA-COLUNA COM CARGA DISTRIBUÍDA 4.6
4-5 EXEMPLO DE ANÁLISE DE VIGA-COLUNA DE SEÇÃO CONSTANTE 4.13
4-6 TEOREMA DOS TRÊS MOMENTOS MODIFICADO COM A INCLUSÃO DO EFEITO DA CARGA AXIAL 4.16
4-7 EQUAÇÃO DE INTERAÇÃO PARA VIGA-COLUNA 4.21

4.2
4
VIGAS-COLUNA

4.1 INTRODUÇÃO

Vigas-Coluna são membros que estão sujeitos a ambas, flexão e compressão. A flexão pode ser
causada tanto por momentos aplicados na extremidade do membro quanto por forças transversais
agindo diretamente no membro como mostrado na Fig. 4-1. A coluna carregada excentricamente,
analisada no Cap. 2, também é, na essência, uma viga-coluna. As preocupações da análise então,
entretanto, eram distintos das que serão tratadas aqui. A razão de estudar um membro carregado
excentricamente no Cap. 2 foi verificar qual o efeito que pequenas quantidades de flexão, causadas por
inevitáveis imperfeições, têm sobre colunas carregadas axialmente. Aqui serão tratados membros onde a
compressão e flexão são devidas a cargas aplicadas intencionalmente. Noutras palavras, a flexão é
agora o efeito primário, enquanto que no estudo anterior era apenas um efeito secundário.

4.2 VIGA-COLUNA COM CARGA LATERAL CONCENTRADA

Considere um membro simplesmente apoiado de comprimento L, submetido simultaneamente à


carga transversal Q e compressão P, como mostrado na Fig. 4-2. Suponha que o material seja elástico
linear, que as deformações permaneçam pequenas e que o membro é apoiado lateralmente de modo
que só possa fletir no plano vertical (i.e., não possa flambar lateralmente).

Se o sistema de coordenadas é aquele indicado na figura, o momento externo, a uma distância x da


origem, é

4.3
d 2w Qx Qx L
M EI Pw w" k 2 w para 0 x (4.1)
dx 2 2 2 EI 2
com
P
k2 (4.2)
EI
A solução geral da Eq. (4.1) é
Qx
w( x) A sen kx B cos kx (4.3)
2P
onde A e B são as constantes arbitrárias determinadas das condições de contorno
w(0) 0 B 0
L Q 1
w' ( ) 0 A
2 2 Pk cos(kL 2)
e a Eq. (4.3) pode ser reescrita como

Q sen kx kL
w( x) (4.4)
2 Pk cos kL 2 2

Concentrando a atenção na deflexão no centro da viga, = w(L/2) resulta em

Q sen kL 2 kL
2 Pk cos kL 2 2

ou
Q kL
tan u u , com u (4.5)
2 Pk 2

Multiplicando e dividindo a expressão (4.4) convenientemente por L3/24EI resulta em

QL3 24 EI QL3 3 QL3 3 tan u u


tan u u tan u u (4.6)
48EI kPL3 48 EI kL 2 3
48EI u3

O fator QL3/48EI que aparece nesta relação pode ser identificado como a deflexão que existiria na viga
se a carga Q estivesse agindo sozinha. Em conseqüência, introduzindo a notação

QL3
0 (4.7)
48EI
a Eq. (4.6) pode ser reescrita na forma
3 tan u u
0 (4.8)
u3
Para simplificar ainda mais esta expressão, considere a expansão de tan u numa série de potência:

u3 2 5 17 7
tan u u u u ...
3 15 315
A substituição desta série na Eq. (4.8) resulta em

4.4
2 2 17 4
0 1 u u ... (4.9)
5 105
Levando em consideração as expressões em (4.2) e (4.5),

2 P L2 2
P
u 2
2,46 ` (4.10)
EI 4 Pcr
de modo que a Eq. (4.9) pode ser posta na forma
2 2
P P P P
0 1 0,984 0,998 ... 0 1 ... (4.11)
Pcr Pcr Pcr Pcr

A soma da série geométrica entre os colchetes é 1/[1-(P/Pcr)], de modo que a Eq. (4.11) reduz a
1
0 (4.12)
1 P Pcr

A equação (4.12) é uma muito boa aproximação para a deflexão máxima de um membro
simplesmente apoiado que é fletido simultaneamente por uma carga transversal Q e uma força axial P. A
equação indica que a deflexão máxima do membro é igual a 0, a deflexão máxima que ocorreria se
somente a carga transversal Q estivesse agindo sozinha, multiplicada por um fator de amplificação que
depende da razão P/Pcr. O efeito da carga axial é, portanto, o de ampliar a deflexão que existiria na viga
se esta carga não estivesse presente. A Eq. (4.12) indica também que a deflexão aumenta sem limite
quando P/Pcr tende para a unidade. Noutras palavras, a resistência do membro desaparece quando a
carga axial se aproxima da carga crítica. Isto significa que, além dos métodos vistos no Cap. 2, também
é possível determinar a carga crítica de um membro achando-se a carga axial sob a qual a rigidez em
flexão do membro se anula.

A variação de com Q, como dada pela Eq. (4.12), é mostrada na Fig. 4-3a para P = 0, P = 0,4 Pcr,
e P = 0,7 Pcr. Uma vez que a rigidez em flexão de um membro é proporcional à inclinação de sua curva
carga-deflexão, estas curvas claramente demonstram que um aumento na carga axial produz uma
diminuição na rigidez em flexão. As curvas também mostram que a relação entre a carga e a deflexão,
que é sabidamente linear quando P = 0, permanece linear mesmo quando P 0, desde que P seja

4.5
constante. Se é permitida a variação de P, entretanto, como no caso da Fig. 4-3b, a relação carga-
deflexão é não-linear. Isto é verdadeiro mesmo que a carga transversal Q permaneça constante (curva
cheia) ou cresça com o aumento de P (curva tracejada). A deflexão de uma viga-coluna, portanto, é uma
função linear de Q, mas não-linear de P. Se P e Q crescem simultaneamente, a relação carga-
deformação é não-linear.

Tendo determinado como a presença de uma carga axial afeta a deflexão lateral de um membro
carregado transversalmente, agora será estudado o efeito que a carga axial tem sobre o momento fletor.
O momento fletor máximo no membro é

QL QL PQL3 1 QL PL2 1
M max P 1 (4.13)
4 4 48EI 1 P Pcr 4 12 EI 1 P Pcr
Mas

PL2 P 2
P
2
0,82
12 EI EI L2 12 Pcr
de modo que

QL 1 0,18P Pcr
M max (4.14)
4 1 P Pcr

O fator fora dos colchetes na Eq. (4.14) é o momento que existiria na viga se não houvesse a carga
axial. Se este momento for designado por M0 = QL/4, a Eq. (4.14) pode ser posta na forma

1 0,18 P Pcr
M max M0 (4.15)
1 P Pcr

A equação (4.15) mostra que o efeito da compressão axial sobre o momento fletor é bastante
semelhante ao efeito que uma carga axial tem sobre a deflexão. Como a deflexão, o momento que existe
na ausência da carga axial é amplificado pela presença de uma carga axial. É também interessante notar
a semelhança entre o fator de amplificação para o momento e o correspondente fator para a deflexão.

4.3 VIGA-COLUNA COM CARGA LATERAL DISTRIBUÍDA

Considere um membro simplesmente apoiado de comprimento L, submetido simultaneamente a


uma carga distribuída uniforme q e uma carga axial P, como mostrado na Fig. 4-4. Assuma, como
anteriormente, que o material é elástico linear, que as deformações permanecem pequenas e que a viga

4.6
é apoiada de forma tal a prevenir a flambagem lateral. A análise, na seção anterior, foi feita a partir da
formulação da equação de equilíbrio do corpo livre e posterior solução. Com o objetivo de ilustrar um
método alternativo de análise, se fará uso, aqui, do método de Rayleigh-Ritz.

A energia potencial total do sistema é


L 2 L L 2
EI d 2w P dw
U V dx q wdx dx (4.16)
2 0 dx 2 0
2 0
dx
Considerando as condições de contorno, a deflexão w(x) é assumida na forma
x
w( x) sen (4.17)
L
onde é a deflexão no centro da viga. Substituição desta expressão no potencial total resulta em
4 L L 4 L
EI 2 x x P 2
x
U V sen 2 dx q sen dx cos 2 dx
2 L4 0
L 0
L 2L 2
0
L
(4.18)
2 4 2 4 4 2 2 2
EI L 2L P L EI 2qL P
q
2 L4 2 2 L2 2 4 L4 4L
Do princípio do valor estacionário da energia potencial total, para que o sistema esteja em equilíbrio é
necessário que a variação de U+V seja nula, ou seja

U V) EI 4 2qL P 2 4qL4 1
0 (4.19)
2 L3 2L EI 4
P 2
L2
2 2
O numerador e denominador podem ser multiplicados por 5/384EI. Por outro lado, EI/L = Pcr, de modo
que

5qL4 1536 EI 5qL4 1536 1 5qL4 1536 1


(4.20)
384 EI 5 EI 4
P 2 2
L 384 EI 5 5 PL2 384 EI 5 5 P
1 1
2
EI Pcr
5
A razão 1536/5 =1.00386 1. Por outro lado, a deflexão na viga quando não existe a carga axial P é

5qL4
0 (4.21)
384 EI
de modo que a Eq. (4.10) pode ser colocada na forma
1
0 (4.22)
1 P Pcr

A Eq. (4.22) fornece a deflexão máxima de uma viga simplesmente apoiada que é fletida
simultaneamente por uma carga distribuída uniforme q e uma carga axial P. Como a forma assumida
para a deflexão w(x) na Eq. (4.17) não é exata, a deflexão dada pela Eq. (4.22) é somente uma
aproximação. Entretanto, o erro cometido na aproximação é muito pequeno (Ref. 4.1). O momento
máximo na viga ocorre no centro e é dado por

4.7
2 2
qL2 qL 5PqL4 1 qL 5PL2 1
M max P 1
8 8 384 EI 1 P Pcr 8 48 EI 1 P Pcr
(4.23)
2 2
qL P 1 qL 1 0,03P Pcr
1 1,03
8 Pcr 1 P Pcr 8 1 P Pcr

O momento máximo numa viga simplesmente apoiada, submetida a uma carga transversal
2
uniformemente distribuída agindo sozinha (sem a carga P) é M0 = qL /8, de modo que

1 0,03P Pcr
M max M0 (4.24)
1 P Pcr

A máxima deflexão na viga-coluna, dada pela Eq. (4.22), e o momento máximo, dado pela Eq.
(4.24), sãoportanto o resultado do produto de dois termos: a deflexão ou momento máximo que existiria
se a carga axial não estivesse presente, e um fator de amplificação que leva em consideração o efeito da
carga axial. O que talvez seja mais marcante nestas relações é a sua semelhança com as expressões
correspondentes para a deflexão e momento obtidas anteriormente para o caso da carga concentrada. É
pelo menos parcialmente devido a esta semelhança que um critério de projeto relativamente simples
pode ser formulado para vigas-coluna.

4.4 VIGA-COLUNA DE SEÇÃO TRANSVERSAL CONSTANTE

Esta seção é uma transcrição do que está disposto na Ref. 4.2, incluindo a convenção de sinais e
exemplo.

Como foi visto, vigas-coluna em compressão axial sempre falharão sob uma carga axial menor do
que a carga crítica de flambagem. À medida que as cargas axiais e momentos crescem e a carga axial
se aproxima da carga crítica, as deflexões laterais aumentarão e a flexão tende a dominar. Tipicamente,
portanto, a condição de falha será dada equacionando-se a soma das tensões de compressão devidas à
carga axial e aquelas resultantes do momento fletor nas fibras extremas, com a tensão admissível.

Como visto na seção 4.2, a análise de uma viga-coluna é complicada porque há um acoplamento
não-linear entre a carga axial e a flexão. A flexão pode ser causada por uma aplicação excêntrica da
carga axial, cargas laterais, gradientes térmicos ou uma combinação de condições. Este acoplamento
não-linear amplifica o momento fletor que resultaria na viga sem a carga axial de compressão. Uma
conseqüência do momento fletor não ser proporcional às cargas axiais é que não pode ser utilizado o
princípio da superposição, isto é, os efeitos combinados de duas ou mais cargas axiais não pode ser
obtido a partir da superposição dos efeitos das cargas agindo separadamente. Se as cargas axiais
permanecem constantes, entretanto, os momentos fletores originados de qualquer sistema de cargas
laterais são proporcionais a estas cargas. As deflexões e momentos para dois ou mais sistemas de
cargas laterais podem portanto ser superpostas se a carga axial é a mesma em cada sistema.

O momento fletor M, numa viga-coluna carregada lateralmente e submetida a uma carga axial P,
pode ser comparado ao momento fletor M0 que resultaria na viga sob a ação do mesmo carregamento
lateral atuando sozinho (sem a carga axial) pela seguinte expressão aproximada:

4.8
1
M M0 (4.25)
1 P Pcr

A Eq. (4.25) pode ser utilizada para calcular a diferença aproximada entre M e M0, com o objetivo de
determinar se uma análise completa da viga-coluna é necessária. A diferença entre M e M0 é
normalmente pequena em membros que são projetados primariamente para suportar flexão e uma
análise de viga-coluna mais complexa pode não ser necessária.

O primeiro passo na análise de uma viga-coluna é calcular a sua carga crítica. Se a carga axial for
menor do que a carga crítica, os efeitos combinados são, então, examinados. As seguintes equações
são utilizadas para calcular o efeito das cargas combinadas em vigas de um único vão:

a) Momento Fletor

x x
M ( x) C1 sen C 2 cos j 2 f ( x) (4.26)
j j

b) Esforço Cortante

dM C1 x C2 x df ( x)
V ( x) cos sen j2 (4.27)
dx j j j j dx

onde C1 e C2 são constantes de integração, f(x) é uma função que depende das cargas distribuídas na
viga e

EI
j (4.28)
P

Para vigas simplesmente apoiadas, as expressões para as deflexões e inclinações são dadas,
respectivamente, por

M ( x) M 0 ( x) V0 ( x ) V ( x )
( x) ; ( x) (4.29)
P P
onde M0 e V0 são, respectivamente, o momento fletor e o esforço cortante na viga quando submetida
somente a cargas laterais (P = 0).

Nas equações acima, um momento positivo produz compressão na fibra superior da viga e um
deslocamento positivo está na direção da carga lateral aplicada. A Tab. 4-1 fornece os valores de C1, C2
e f(x) para os casos mais comuns, bem como a localização e valor do momento máximo na viga quando
disponíveis.

Casos que envolvem mais de um sistema de carregamento lateral podem ser tratados somando-se
os coeficientes individuais para cada sistema e usando o total nas equações fornecidas acima. Os
momentos em vários pontos ao longo do vão podem ser computados e uma curva suave pode ser
traçada através destes pontos para a determinação do momento máximo.

Dados e fórmulas adicionais para a análise de vigas-coluna de seção constante podem ser
encontrados nas Refs. 4-1, 4-3, 4-4 e 4.5.

4.9
TABELA 4.1 Fórmulas para Viga-Coluna sob Cargas Combinadas Axial e Transversal
CARREGAMENTO C1 C2 f(x) LOCALIZAÇÃO DE Mmax Mmax
1 w
P L L
wj 2 tan wj 2 w x 0,5 L M max wj 2 sec 1
2j 2j
x

2 L
2j
w x 0 e x L M max wj 2 1
P P wjL tan L
wjL 2j
2 tan L w
2 2j L
2j
x x 0,5 L M max wj 2 1
sen L
2j

3 tan L L
w 2j 2j L
wLj tan L L tan L
P tan L L 2j 2j L 2j 2j
P j j wLj tan wj 2 w x 0 M max wLj tan L
tan L L j L j
2 j j tan L
wj tan L j j
x 2j

4 w
P L L L L L L
P wLj wj 2 sec tan w M max wj 2 sec 1 tan
x 0 j j j
j j j
x
5 Wj sen b Wj sen a
j j j j
W para x a 0 0 x L se b M max
a b sen L 2 sen L
P P j j
Wj sen a j Wj sen a
x j a j
para x a Wj sen 0 x a se b M max sen b
j sen L j
tan L j
j

6 b L b L b b L L b b L
cos sen sen sen sen sen
j j j j j j j j j j j
Wj para x a Wj para x a 0 x 0 M max Wj
L L L L L L L L L
W cos sen cos sen cos sen
P a b j j j j j j j j j
P L a L a b L L a a b L a b a
cos sin cos sen cos sen cos sen
j j j j j j j j j j b j j j j
x Wj Wj M max Wj sen
L L L L L L 0 x a j L L L
cos sen cos sen cos sen
j j j j j j j j j
para x a para x a

4.10
TABELA 4.1 Fórmulas para Viga-Coluna sob Cargas Combinadas Axial e Transversal (Continuação)
CARREGAMENTO C1 C2 f(x) LOCALIZAÇÃO DE Mmax Mmax
7
Wj L
W x 0 M max tan
P P 2 4j
Wj L Wj L L
para x tan para x 0
2 2 2 4j 2
L/2
Wj L
x L/2 M max tan
2 4j

8
W
P P L L
Wj Wj tan 0 x 0 M max Wj tan
j j
x

9 b
a b
M a cos M a sen cos
j j j j
a b L
para x a 0 0 x a se b M max
sen 2 L
P P j sen
j
a
a
Ma a<b M a cos
j j
M a cos
j a j
x para x a M a cos 0 x L se b
L M max
tan j 2 2 L
j sen
j
12
10 L L
M1 L M2 M 1 cos M 22 2M 1 M 2 cos M 12
P M2 P M 2 M 1 cos j j
j M1 0 x j arc tan M max
L L
L M 1 sen sen
sen j
j j
x ou x = 0 ou x = L ou M1 ou M2

11
w
P P wj 2 sen L j
0 wx x j arc cos Ache o valor de x e substitua
L L j
sen L na equação geral
j
x

4.11
EXEMPLO

O projeto preliminar de uma viga simplesmente apoiada de 50 in de comprimento, submetida a


momentos M1 e M2 em suas extremidades, uma carga W, a uma distância a de sua extremidade
esquerda, e uma carga axial P, foi baseado na equação de interação para vigas-coluna dada por (vide
seção 4.7):
P M
1 (a)
Pcr M u 1 P Pcr
onde M é o momento máximo devido às cargas laterais atuando sozinhas (P = 0), P é a carga axial
aplicada, Mu é o momento admissível para as cargas laterais agindo sozinhas e Pcr é a carga crítica de
flambagem em torno de eixo compatível com as deflexões produzidas por M (y-y, no caso).
Inicialmente será mostrado que, de fato, a viga foi projetada com base na eq. (a). A carga crítica de
flambagem em torno do eixo y é:
2
EI y 2
10.700 0,514
Pcr 2
kips 21,712 kips (b)
L 50 2
O momento admissível Mu é calculado de forma que a fibra extrema da viga atinja a tensão de
escoamento Fy:

M uc Fy I y 70 0,514
Fy Mu kips in 37,093 kips in (c)
Iy c 0,97
O momento máximo na viga sujeita às cargas laterais atuando sozinhas pode ser calculado do
diagrama de momentos. Sejam RA e RB as reações (positivas para cima), respectivamente, nas
extremidades A e B. Nestas condições:
12 4 0,75 35
em B : M M1 M2 RA a b Wb 0 RA 0,605 kip
50
Fz W RA RB 0 RB 0,145 kip
O momento máximo é claramente no ponto de aplicação da carga W:

M M1 RAa 8 0,605 15 17,075 kip - in (d)

Usando os valores encontrados em (b), (c) e (d) na eq. (a), tem-se


7 17,075
1,0018
21,712 37,093 1 7 21,712

4.13
O que se deseja, através de uma análise apurada, é conhecer o momento máximo que se
desenvolverá na viga e a margem de segurança do projeto.
Passo 1: Determine se P > Pcr , considere P agindo sozinho:

I min 0,193 L' 50


min 0,503 in; L' L 50 in; 99,4
A 0,762 0,503
(e)
2 2
E 10.700
Fcr 2
10,7 ksi Pcr Fcr A 10,7 0,762 8,153 kips
L' 99,4 2
Como P < Pcr , a coluna não flambará sob a carga P atuando sozinho
Passo 2: Determine o nível de tensão devido à carga P atuando sozinho e a margem de segurança em
relação à flambagem

P 7 Fcr 10,7
fc 9,186 ksi ; M .S . 1 1 0,165 (f)
A 0.762 fc 9,186
Passo 3: Determine as expressões para o momento ao longo da viga

EI y 10.700 0,514
j 28,03 (g)
P 7
Use uma combinação dos casos (10) e (5) da Tabela 4.1 de modo que C = Ccaso 10 + Ccaso 5
Para x < a:
L b 50 35
M2 M 1 cos wjsen 12 8 cos 0,75 28,03 sen
j j 28,03 28,03
C1 34,4100
L L 50
sen sen sen
J j 28,03
C2 M1 0 8 , f ( x) j 2 0 0 0 de modo que
x x
M ( x) 34,41sen 8 cos ; x a (h)
j j
Para x > a:
L b 50 15
M2 M 1 cos wjsen 12 8 cos 0.75 28.03sen
j j 28,03 28,03
C1 16,3265
L L 50 50
sen tan sen tan
J j 28,03 28,03

a 15
C2 M 1 Wjsen 8 0,75 28,03 sen 18,7207 , f ( x) j 2 0 0 0 , de modo que
j 28,03
x x
M ( x) 16,3265 sen 18,7207 cos ; x a (i)
j j
Passo 4: Determine o momento máximo
O momento máximo se dará ou numa das extremidades A e B, ou no ponto C de aplicação da carga, ou
em algum ponto entre A e C, ou em algum ponto entre C e B.

MA M1 8 kip - in ; M B M2 12 kip - in ;
15 15
MC 34,41sen 8 cos 24,429 kip - in
28,03 28,03

4.14
Verificação se está em algum ponto entre A e C:
dM 34,41 x 8 x x 34,41 x
cos sen 0 tan 4,3013 1,3424 rad x 37,63
dx j j j j j 8 j

como x > a = 15, não há mínimo local no intervalo.

Verificação se está em algum ponto entre C e B:


dM 16,3265 x 18,7207 x x x
cos sen 0 tan 0,8721 0,7172 rad x 20,10
dx j j j j j j
20,10 20,10
M max 16,3265 sen 18,7207 cos 24,839 kips - in
28,03 28,03

O diagrama de momentos está esboçado na figura,


podendo-se verificar que Mmax = 24,840 kips-in.

Passo 5: Calcule a tensão total e a margem de segurança


1. do passo 2, tensão de compressão: fc = - 9,186 ksi
2. tensão normal máxima de flexão: fb = Mc / I = 24,840x0,97/0,514 = 46,877 ksi
3. tensão combinada: ftotal = | fc | + | fb| = 56,063 ksi
4. M.S. = Fy / ftotal – 1 = 70/56,063 – 1 = + 0,249
Como pode ser notado, o projeto da viga é mais crítico em relação à flambagem em torno do eixo z e a
margem de segurança é + 0,165 .

4.5 VIGA-COLUNA CONTÍNUA

Uma grande percentagem da estrutura primária de uma aeronave pode ser classificada nesta
categoria. Cargas aerodinâmicas, de combustível, pressurização, etc., dão origem às cargas laterais. As
nervuras e cavernas fornecem os suportes contínuos à estrutura primária.

Vigas-coluna contínuas com rigidez uniforme em cada vão podem ser resolvidas por uma adaptação
do teorema dos três momentos, como mostrado na Fig. 4-6.

A continuidade sobre quatro, ou mais vãos, pode ser resolvida escrevendo-se uma equação dos
três momentos para cada par de vãos e resolvendo-se o sistema de equações simultâneas decorrente.
Uma extremidade engastada pode ser tratada a partir da adição de um vão fictício com rigidez EI e
fazendo P = 0 neste vão. Um sistema complexo de cargas em qualquer vão pode ser aproximado
através da aplicação repetida de cargas concentradas.

As funções , e são conhecidas como funções de Berry. Tabelas de , e em

função do parâmetro L / j podem ser encontradas em alguns textos, como a Ref. 4.2.

4.15
Fig. 4-6 Teorema dos Três Momentos Modificado com a Inclusão do Efeito da Carga Axial

EXEMPLO 1 – Viga-Coluna sobre três suportes

Considere a viga-coluna da figura, apoiada em três suportes. A viga está sujeita a uma carga axial
constante ao longo de seu comprimento, momentos distintos em suas extremidades, uma carga

4.16
concentrada no primeiro vão e uma carga uniformemente distribuída no segundo vão. Solicita-se o valor
do momento no suporte central. Os dados relevantes são dados na figura.

Passo 1: Inicie com os cálculos preliminares:

EI 10.700 0,5 LL 25 LR 30
j 32,71 in ; 0,7643 ; 0,9171
P 5 j 32,71 j 32,71

Passo 2: Calcule o valor das funções de Berry relevantes à solução do problema:

6j 1 1 6 1 1
L 1,0726 ; R 1,1076
L sen L j L j 0,7643 sen 0,7643 0,7643
3j 1 1 3 1 1
L 1,0412 ; R 1,0610
L L j tan L j 0,7643 0,7643 tan 0,7643
24 tan L 2 j L 2j 24 tan 0,9171 2 0,9171 2
3 R 3
1,0919
L j 0,9171

Passo 3: Calcule as funções F:

L 25 30
F FL 7,788 10 4 ; FR 9,346 10 4

6 EI 10.700 0,5 10.700 0,5

Passo 4: Calcule as funções H:

W sen b j b 1 sen 0,7643 2 12,5 3


HL HL 7,774 10
P sen L j L 5 sen 0,7643 25
wL3 0.2 30 3 1,0919 2
HR 4,592 10
24 EI 24 10.700 0,5

Passo 5: Substitua na fórmula geral e resolva para M2

4 4 4
20 7,788 10 1,0726 2M 2 7,788 10 1,0412 9,346 10 1,0610
4 3 2
30 9,346 10 1,1076 7,774 10 4,592 10
2
3 2 2 10,1456 10
ou 3,605 10 M 2 4,7762 10 5,3694 10 M2 28,143
3,605 10 3

M2 = - 28,143 kips-in

EXEMPLO 2 – Viga-Coluna sobre quatro suportes

Considere a viga-coluna da figura, sobre quatro suportes. Como no exemplo 1, há uma carga axial
constante através de todo o comprimento da coluna e momentos distintos aplicados nas extremidades. A
viga tem um carregamento distribuído que cresce linearmente no vão da esquerda, permanece uniforme
no vão central e decresce linearmente no vão da direita. O procedimento de solução consiste em separar
o problema de três vãos em dois problemas de dois vãos e resolver o sistema resultante para os
momentos nos suportes 2 e 3, como realizado no exemplo 1. Duas equações, onde os dois momentos
nos suportes centrais aparecem como incógnitas, são montadas e posteriormente resolvidas.

4.17
Passo 1: Separe a estrutura em duas equações dos três momentos (1-2-3 e 2-3-4) e faça os cálculos
preliminares

Vão 1-2 2-3 2-3 3-4


L/j 0,4586 0,6114 0,6114 0,7643
1,0251 1,0454 1,0454 1,0726

1,0143 1,0258 1,0258 1,0412

- 1,0389 1,0389 -
F 4,673x10-4 6,231x10-4 6,231x10-4 7,788x10-4
H -7,153x10
-3
-3,236x10
-2
-3,236x10
-2
-3,437x10
-2

Passo 2: Monte as equações dos três momentos para cada lado:


Para o lado esquerdo:
20x4,673x10-4x1,0251 + 2M2 (4,673x10-4x1,0143 + 6,231x10-4x1,0258) +
+ M3x6,231x10-4x1,0454 = -(0,7153 + 3,236)x10-2

Para o lado direito:


M2x6,231x10-4x1,0454 + 2M3 (6,231x10-4x1,0258 + 7,788x10-4x1,0412) +
+ 30x7,788x10-4x1,0726 = -(3,236 + 3,437)x10-2

Passo 3: Resolva o sistema de equações para M2 e M3:

22,263 6,513 M 2 4,9096 M2 13,693


10 2 kips - in
6,513 29,002 M 3 9,1792 M3 28,575

4.18
EXEMPLO 3 – Viga-Coluna com engastamento

Considere a viga-coluna do exemplo 1, onde o suporte da esquerda (e momento aplicado na


extremidade da esquerda) foi substituído por um engaste. O procedimento de solução consiste em
adicionar um vão fictício à esquerda da viga, com rigidez infinita e carga axial nula. O problema de três
vãos resultante é depois separado em dois problemas de dois vãos, como no exercício anterior.

1 2 3

Passo 1: Adicione o vão virtual com rigidez infinita e carga axial nula

Passo 2: Separe a estrutura em duas equações dos três momentos (0-1-2 e 1-2-3) e faça os cálculos
preliminares

Vão 0-1 1-2 1-2 2-3


j 32,71 32,71 32,71

L/j 0 0,7643 0,7643 0,9171


1 1,0726 1,0726 1,1076

1 1,0412 1,0412 1,0610

- - - 1,0919

F 0 7,788x10-4 7,788x10-4 9,346x10-4


-2 -2 -2
H 0 -0,7774x10 -0,7774x10 -4,592x10

4.19
Passo 2: Monte as equações dos três momentos para cada lado:
Para o lado esquerdo:
0 + 2M1 (0 + 7,788x10-4x1,0412) + M2x7,788x10-4x1,0726= -(0 + 0,7774)x10-2

Para o lado direito:


-4 -4 -4
M1x7,788x10 x1,0726+ 2M2 (7,788x10 x1,0412 + 9,346x10 x1,0610) +
-4 -2
+ 30x9,346x10 x1,1076 = -(0,7774 + 4,592)x10

Passo 3: Resolva o sistema de equações para M1 e M2:

16,218 8,353 M1 0,7774 M2 8,306


10 2 kips - in
8,353 36,050 M 2 8,4749 M3 25,433

OBSERVAÇÃO: Em aplicações aeronáuticas, o número de suportes é normalmente grande e a solução


manual seria tediosa. Uma solução por computador seria mandatória. Para análise preliminar, entretanto,
a Ref. 4.6 apresenta figuras que permitem estimar o momento máximo no vão central de vigas contínuas
de 3, 5 e 7 vãos.

4.6 VIGAS COM CARGAS AXIAIS DE TRAÇÃO

O tratamento de vigas submetidas a cargas transversais e cargas axiais de tração é realizado de


forma análoga. A equação de equilíbrio para o caso típico pode ser escrita como

P
w" k 2 w f ( x) , com k (4.30)
EI

A solução geral é da forma

w( x) A senh kx B cosh kx w p ( x) (4.31)

onde wp(x) é uma solução particular e A, B constantes arbitrárias determinadas a partir das condições de
contorno. Tabelas de formulas para os casos mais comuns, semelhantes àquelas dispostas na Tab. 4-1,
podem ser encontradas nas Refs. 4.2, 4.3, 4.5 e 4.6. A diferença matemática entre os casos de carga
axial em compressão e tração é que este último envolve funções hiperbólicas em vez de funções
circulares. Fisicamente, a carga axial de tração, ao contrário daquela em compressão que diminui a
rigidez do membro, aumenta a rigidez do membro, tendo, em conseqüência, um efeito redutor sobre os
deslocamentos e momentos desenvolvidos sob o carregamento transversal.

4.7 EQUAÇÃO DE INTERAÇÃO PARA O PROJETO DE VIGA-COLUNA

Quando um membro está sujeito a um carregamento combinado, tal como compressão axial e
flexão, uma equação de interação fornece um meio adequado para a aproximação do estado de falha.
Conhecendo-se a resistência do membro em compressão pura e em flexão pura e sabendo-se que o
membro pode suportar menor compressão e flexão quando estes carregamentos estiverem agindo de
forma combinada do que suportaria se qualquer um destes carregamentos estivesse agindo sozinho,

4.20
pode-se estimar quanto de compressão e flexão o membro pode resistir se ambos estiverem presentes.
Tal aproximação pode ser verificada experimentalmente.

Para desenvolver uma equação de interação para flexão e compressão combinadas, considere as
razões P/Pu e M/Mu, onde

P = carga axial agindo no membro no momento da falha quando ambas, a compressão axial e
flexão estão presentes;

Pu = carga última no membro quando somente a compressão axial está presente, isto é, a carga de
flambagem do membro;

M = momento primário máximo agindo no membro no instante da falha quando ambas, a


compressão axial e flexão estão presentes; este momento exclui a amplificação devido à
presença da carga axial, ou seja, é o momento devido ao carregamento transversal somente;

Mu = momento último do membro sob flexão somente; na condição final, este momento é o
momento plástico da seção; na condição limite, é o momento sob o qual a fibra extrema atinge
a tensão de escoamento.

A equação de interação mais simples que poderia ser derivada é a reta,

P M
1 (4.32)
Pu Mu

mostrada pela linha tracejada na Fig. 4.7. Como pode ser notado, entretanto, todas as cargas de falha
obtidas experimentalmente ou teoricamente (também mostradas na figura) caem abaixo desta reta. Em
conseqüência pode-se concluir que a Eq. (4.32) fornece uma estimativa não conservativa para o projeto
de vigas-coluna e não é, portanto, um critério satisfatório de projeto.

4.21
A razão para a discrepância entre a Eq. (4.32) e as cargas reais de falha em vigas-coluna é que M,
na equação, é somente a parte primária do momento total que age no membro. Noutras palavras, M não
inclui o momento secundário produzido pela carga axial e deflexão lateral. Foi mostrado na seção 4.2
que a presença de uma carga axial amplifica o momento fletor primário, aproximadamente pela razão
1/[1-(P/Pcr)]. Se este fator é incorporado na Eq. (4.32) obtém-se

P M
1 (4.33)
Pu P
Mu 1
Pcr

Esta relação é mostrada pela linha cheia na Fig. 4-7. É evidente que a Eq. (4.33) se correlaciona muito
melhor com as cargas de falha reais e, de fato, parece oferecer um critério bastante satisfatório de
projeto. É evidente que a Eq. (4.33) nada mais é que a Eq. (4.32) onde os efeitos secundários no
momento Mu são considerados. Em alguns textos (como Ref. 4.6) a equação de interação é dada como
em (4.32). Neste caso, entretanto, a definição de Mu deve incorporar os efeitos da carga axial.

4.8 EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 4.1
P Obtenha expressões para a deflexão máxima e momento
EI máximo de uma viga-coluna uniforme de comprimento L e
P P rigidez a flexão EI, cujas extremidades estão engastadas e
que está sujeita a uma carga concentrada transversal em
L
seu ponto médio igual à carga de compressão P.

EXERCÍCIO 4.2
Obtenha expressões para a deflexão de uma viga-
coluna simplesmente apoiada, submetida a
momentos nas extremidades;
L Ache expressões para as derivadas da deflexão
Ma Mb nas extremidades.

P Ache o momento máximo na viga, quando:


EI P Mb = - Ma = M0 para
a) P/PE = 0,2
b) P/PE = 0,8
2
onde PE = EI/L2

EXERCÍCIO 4.3
Uma viga simplesmente apoiada em ambas as
extremidades está sujeita a um carregamento uniforme w
wL/2 L wL/2
/unidade de comprimento.
w
A força longitudinal de compressão P é aplicada à uma
distância e do centróide da seção, e colocada de forma a
e EI e se opor ao efeito de flexão do carregamento lateral, como
mostrado na figura. A excentricidade e pode ser variada de
P P forma a, dados valores de P e w, minimizar o momento
fletor máximo na viga.
Ache, em função de P, w, EI e L, a expressão de e que
minimiza este momento máximo.

4.22
EXERCÍCIO 4.4
A carga P para a qual o escoamento inicia nas fibras
extremas da viga-coluna mostrada na figura, é dada pela
relação implícita
P ec L P
Fy 1 2
sec (a)
P A 2 EA
P
EI Notando que
e e P M max c
Fy Fmax
A I
max derive a relação (a).
L Os termos usados nas relações são definidos como:
A = área da seção transversal
c = distância da fibra extrema do eixo central
= raio de giração da seção
Fy = tensão de escoamento
Fmax = tensão máxima admissível

EXERCÍCIO 4.5
Calcule o momento máximo na viga-coluna da
w M figura.
P
Dados:
L = 40 in ;
I = 0,64 in4
E = 10.700 ksi
L
P = 10 kips; w = 0,4 kips/in; M = 30 kips-in

EXERCÍCIO 4.6
Calcule o momento máximo na viga-coluna da
W figura.
M P
Dados:
L = 60 in; a = 40 in; b = 20 in
2 4
A = 0,81 in ; I = 0,64 in
a E = 10.700 ksi
L P = 10 kips; W = 5 kips
M = 30 kips-in

EXERCÍCIO 4.7
Calcule os momentos atuantes no
w W engastamento e suportes.
M P

Dados:
a = 40 in ; b = 60 in; c = 40 in; d = 20 in
d
c A = 0,81 in2 ; I = 0,64 in4
b E = 10.700 ksi
a
P = 10 kips; w = 0,4 kips/in; W = 5 kips
M = 30 kips-in

4.23
4.9 REFERÊNCIAS

4.1 Timoshenko, S.P. & Gere, J.M.: Theory of Elastic Stability, McGraw-Hill, New York, NY, 1961.
4.2 Boeing Design Manual, BDM-6255, Classical Beam Columns, The Boeing Co., Seattle, Jan 1994
4.3 Roark, J.R.: Formulas for Stress and Strain, 4th ed., McGraw-Hill, New York, 1965.
4.4 Niles, A.S. & Newell, J.S.: Airplane Structures, Vol II, 4th ed., John Wiley & Sons, 1954.
4.5 NASA, Astronautics Structures Manual, Vol. 1, Section B.4.6, Structures and Propulsion Laboratory,
NASA Marshall Space Flight Center, AL 35812, August 1975 – também disponível para download
em http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73305v1p6.pdf e http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73305v1p7.pdf
4.6 Structural Design Manual, Vol. I, Section B6.2.2, Beam Column, McDonnell Douglas Co., Aug 1982.

BIBLIOGRAFIA ADICIONAL

4.7 ESDU, Information on the Use of Data Sheets 01.06, ESDU Data Item no. 01.06.00, November,
1956.
4.8 ESDU, Struts with Lateral Loads, ESDU Data Item no. 78030, November, 1978.
4.9 ESDU, Form Factors for Circular Sections under Combined Bending and Axial Load, ESDU Data
Item no. 01.06.01, October, 1956.
4.10 ESDU, Form Factors for Flanged Sections under Combined Bending and Axial Load., ESDU Data
Item no. 01.06.02, October, 1956.
4.11 ESDU, Form Factors for Channel Sections under Combined Bending and Axial Load., ESDU Data
Item no. 01.06.03, October, 1956.

4.24
CAPÍTULO 5
FLAMBAGEM DE PLACAS
ÍNDICE DE SEÇÕES

5.1 INTRODUÇÃO 5.4


5.2 TEORIA DE PEQUENAS DEFLEXÕES DE PLACAS FINAS 5.4
5.3 EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE EQUILÍBRIO DE PLACAS EM FLEXÃO: TEORIA LINEAR 5.6
5.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO 5.8
5.5 CARGA CRÍTICA PARA COMPRESSÃO UNIAXIAL UNIFORME 5.9
5.6 COMPRESSÃO UNIAXIAL – BORDAS CARREGADAS SIMPLESMENTE APOIADAS 5.13
5.7 POTENCIAL TOTAL DE UMA PLACA EM FLEXÃO 5.21
5.8 A VARIAÇÃO DO POTENCIAL TOTAL 5.23
5.9 MÉTODO DE RAYLEIGH-RITZ: PLACA SOB COMPRESSÃO NÃO-UNIFORME 5.25
5.10 FLAMBAGEM DE PLACAS PLANAS SOB CARGAS DE FLEXÃO NO PLANO DA PLACA 5.28
5.11 MÉTODO DE GALERKIN – PLACAS PLANAS EM CISALHAMENTO 5.35
5.12 FLAMBAGEM DE PLACAS PLANAS SOB CARGAS DE CISALHAMENTO 5.38
5.13 PLACA EM COMPRESSÃO BIAXIAL 5.41
5.14 FLAMBAGEM DE PLACAS SOB CARREGAMENTOS COMBINADOS. CURVAS DE INTERAÇÃO 5.44
5.15 FLAMBAGEM DE PLACAS AFILADAS 5.56
5.16 FLAMBAGEM INELÁSTICA DE PLACAS 5.57
5.17 FATORES DE REDUÇÃO DEVIDO AO “CLADDING” 5.65
5.18 COMPORTAMENTO DE PLACAS APÓS A FLAMBAGEM E IMPERFEIÇÕES INICIAIS 5.66
5.19 LARGURA EFETIVA DE CHAPA 5.69
5.20 LARGURA EFETIVA DE VON KARMAN 5.71
5.21 A FALHA DE PLACAS 5.73
5.22 EXEMPLOS 5.76
5.23 EXERCÍCIOS 5.84
5.24 REFERÊNCIAS 5.89

ÍNDICE DE FIGURAS

5-1 COORDENADAS DE PLACAS E TENSÕES 5.5


5-2 FORÇAS NO PLANO DE UM ELEMENTO DE PLACA – PEQUENAS DEFLEXÕES 5.6
5-3 MOMENTOS FLETORES E TORSORES E FORÇAS DE CISALHAMENTO 5.6
5-4 PLACA SIMPLESMENTE APOIADA COM CARREGAMENTO UNIAXIAL 5.9
5-5 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM PARA PLACA EM COMPRESSÃO UNIAXIAL 5.12
5-6 TENSÃO CRÍTICA PARA PLACAS-COLUNA 5.15
5-7 PLACA-COLUNA COM BORDAS CARREGADAS SIMPLESMENTE APOIADAS 5.16
5-7 FLANGES SIMPLESMENTE APOIADOS 5.16
5-9 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM EM COMPRESSÃO 5.17
5-10 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM DE PLACAS PARA VÁRIOS VALORES DE RESTRIÇÃO DE ROTACIONAL
NAS BORDAS DESCARREGADAS 5.18
5-11 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM PARA PLACAS COM UMA BORDA LIVRE E OUTRA RESTRINGIDA
ELASTICAMENTE 5.19
5-12 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM PARA FLANGES E PLACAS INFINITAMENTE LONGAS EM FUNÇÃO DA
RESTRIÇÃO ROTACIONAL NA BORDA 5.20
5-13 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM PARA PAINÉIS REFORÇADOS LONGOS EM FUNÇÃO DE B/T E RIGIDEZ
TORSIONAL DO REFORÇADOR 5.20
5-14 TENSÃO MÉDIA DE FLAMBAGEM PARA PLACA RETANGULAR DE ESPESSURA CONSTANTE E CARGA
AXIAL VARIANDO LINEARMENTE 5.21
5-15 DESLOCAMENTO ELEMENTAR DAS FORÇAS NO PLANO DA PLACA 5.22
5-16 PLACA SIMPLESMENTE APOIADA SUBMETIDA À COMPRESSÃO NÃO-UNIFORME 5.25
5-17 PADRÃO DE FLAMBAGEM DE PLACA EM FLEXÃO 5.28
5-18 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM DE PLACAS EM FLEXÃO PURA PARA VÁRIOS VALORES DE RESTRIÇÃO

5.2
ELÁSTICA NOS BORDOS DESCARREGADOS 5.29
5-19 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM PARA PLACA PLANA SIMPLESMENTE APOIADA SUJEITA À FLEXÃO 5.30
5-20 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM PARA PLACAS LONGAS (A/B > 4) SIMPLESMENTE APOIADAS NOS
QUATRO BORDOS 5.31
5-21 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM PARA PLACAS PLANAS CURTAS EM FLEXÃO: LADO DA TRAÇÃO
SIMPLESMENTE APOIADO E LADO EM COMPRESSÃO ENGASTADO 5.32
5-22 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM PARA PLACAS PLANAS LONGAS (A/B > 2.4) COM BORDOS
TRACIONADOS SIMPLESMENTE APOIADOS E BORDOS COMPRIMIDOS ENGASTADOS 5.33
5-23 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM DE PLACA PLANA EM FLEXÃO: BORDO TRACIONADO SIMPLESMENTE
APOIADO E BORDO COMPRIMIDO LIVRE 5.34
5-24 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM DE PLACA PLANA EM FLEXÃO: BORDO TRACIONADO ENGASTADO E
BORDO COMPRIMIDO LIVRE 5.35
5-25 CURVAS PARA ESTIMAR O COEFICIENTE DE FLAMBAGEM EM CISALHAMENTO PARA PLACAS
RESTRINGIDAS ELASTICAMENTE 5.39
5-26 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM PARA PLACAS CARREGADAS EM CISALHAMENTO 5.40
5-27 GRÁFICOS PARA O CÁLCULO DE COEFICIENTES DE FLAMBAGEM EM ALMAS 5.40
5-28 FRONTEIRA DE ESTABILIDADE PARA COMPRESSÃO BI-AXIAL EM PLACA QUADRADA 5.42
5-29 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM DE PLACAS PLANAS RESTRINGIDAS NA EXPANSÃO LATERAL.
COEFICIENTE DE POISSON IGUAL A 0.3 5.43
5-30 CURVA DE INTERAÇÃO PARA PLACAS QUADRADAS OU LONGAS EM COMPRESSÃO BI-AXIAL 5.45
5-31 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO PURA + COMPRESSÃO LONGITUDINAL 5.46
5-32 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO PURA + CISALHAMENTO 5.47
5-33 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: TENSÃO LONGITUDINAL+CISALHAMENTO (A/B>1) 5.48
5-34 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: TENSÃO LONGITUDINAL+CISALHAMENTO (A/B<1) 5.48
5-35 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + COMPRESSÃO + CISALHAMENTO 5.49
5-36 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + COMPRESSÃO + CISALHAMENTO 5.49
5-37 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + COMPRESSÃO BI-AXIAL 5.50
5-38 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + CISALHAMENTO + COMPRESSÃO
TRANSVERSAL: BORDOS DESCARREGADOS SIMPLESMENTE APOIADOS 5.52
5-39 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + CISALHAMENTO + COMPRESSÃO
TRANSVERSAL: BORDO SUPERIOR SIMPLESMENTE APOIADO, INFERIOR ENGASTADO 5.52
5-40 TRANSIÇÃO NA FORMA DA CURVA DE INTERAÇÃO PARA CISALHAMENTO E COMPRESSÃO TRANSVER-
SAL PARA PLACA PLANA SIMPLESMENTE APOIADA À MEDIDA QUE A/B MUDA DE 1 PARA 5.53
5-41 PLACA PLANA SUBMETIDA À COMPRESSÃO BIAXIAL E CISALHAMENTO – BORDOS SIMPLESMENTE
APOIADOS 5.54
5-42 PLACA PLANA SUBMETIDA A CARREGAMENTO COMBINADO: CARGA AXIAL TRANSVERSAL E
COMPRESSÃO LONGITUDINAL – BORDOS SIMPLESMENTE APOIADOS 5.55
5-43 PLACA PLANA SUBMETIDA A CARREGAMENTO COMBINADO: CARGA AXIAL TRANSVERSAL E
COMPRESSÃO LONGITUDINAL – BORDOS ENGASTADOS 5.56
5-44 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM PARA PLACA RETANGULAR SIMPLESMENTE APOIADA COM
AFILAMENTO EFICIENTE )CARGA E ESPESSURA VARIANDO EXPONENCIALMENTE) 5.57
5-45 VARIAÇÃO TÍPICA DOS FATORES INELÁSTICOS /J COM A TENSÃO (LIGA DE ALUMÍNIO 2024-T3) 5.60
5-46 CURVAS DE CORREÇÃO DE PLASTICIDADE PARA PLACAS EM LIGAS ALCLAD 5.61
5-47 CURVAS DE CORREÇÃO DE PLASTICIDADE PARA FLAMBAGEM EM CISALHAMENTO (LIGAS ALCLAD) 5.61
5-48 TENSÃO CRÍTICA (LIGA AL 7075-T6 A TEMPERATURA AMBIENTE) COMO UTILIZADO PELA BOEING 5.62
5-49 GRÁFICO ADIMENSIONAL PARA TENSÃO DE FLAMBAGEM EM COMPRESSÃO OU FLEXÃO PARA
FLANGES LONGOS ENGASTADOS OU PLACAS APOIADAS COM RESTRIÇÕES ELÁSTICAS NAS BORDAS 5.63
5-50 GRÁFICO ADIMENSIONAL PARA TENSÃO DE FLAMBAGEM EM COMPRESSÃO DE FLANGES LONGOS
SIMPLESMENTE APOIADOS 5.63
5-51 GRÁFICO ADIMENSIONAL PARA TENSÃO DE FLAMBAGEM EM CISALHAMENTO DE PLACAS COM
RESTRIÇÕES ELÁSTICAS NAS BORDAS 5.64
5-57 CORTE DE UMA CHAPA ALCLAD 5.65
5-58 CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO PARA O CLAD: NÚCLEO E COMBINAÇÕES CLAD-NÚCLEO 5.65
5-59 DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES E DESLOCAMENTOS EM PLACAS SUJEITAS A ENCURTAMENTO
UNIFORME NAS EXTREMIDADES 5.67
5-60 COMPORTAMENTO DE PLACAS PERFEITAS E IMPERFEITAS SUBMETIDAS A ENCURTAMENTO
UNIFORME NAS EXTREMIDADES 5.68
5-61 DISTRIBUIÇÕES DE TENSÃO EM PLACA FLAMBADA (REAL E ASSUMIDA) 5.69
5-62 LARGURAS EFETIVAS DE PLACAS EM COMPRESSÃO 5.70
5-63 VALORES DE KC VS. B/T PARA PAINÉIS REFORÇADOS 5.72

5.3
5
FLAMBAGEM DE PLACAS

5.1 INTRODUÇÃO

Nos capítulos precedentes tratou-se da flambagem de membros uni-dimensionais, tais como


colunas e vigas. A análise destes membros é relativamente simples, porque a flexão pode ser
considerada se dar num único plano. Em comparação, a flambagem de uma placa envolve flexão em
dois planos sendo, portanto, relativamente mais complexa. De um ponto de vista matemático, a maior
diferença entre colunas e placas é que quantidades tais como deflexões e momentos fletores, que são
funções de uma única variável independente em colunas, tornam funções de duas variáveis
independentes em placas. Em conseqüência, o comportamento de placas é descrito por equações
diferenciais parciais, enquanto que equações diferenciais ordinárias foram suficientes para descrever o
comportamento de colunas.

Uma diferença significativa entre placas e colunas também é evidente se as suas características de
flambagem são comparadas. Para uma coluna, a flambagem encerra a sua capacidade de resistir à
carga axial, e a carga crítica, portanto, é a carga de falha para o membro. O mesmo, entretanto, não é
verdadeiro em placas. Estes elementos estruturais podem, após ser atingida a carga crítica, continuar
resistindo forças axiais crescentes, e não falham antes que uma carga sensivelmente maior do que a
crítica é atingida. A carga crítica de uma placa não é, portanto, a sua carga de falha. Para se conhecer a
capacidade de carregamento de uma placa é necessário considerar o seu comportamento após a
flambagem.

A teoria da estabilidade desenvolvida neste capítulo é aplicável a dois grupos distintos de placas.
Um inclui os elementos de placa relativamente pequenos dos quais são compostas formas estruturais
tais como colunas de paredes finas em I, canal, ângulo, etc. Quando tal elemento flamba, somente
aquele elemento e não o membro como um todo se deforma. Isto normalmente é referido como
flambagem local. A outra categoria de placas à qual o material deste capítulo é aplicável é constituída
dos painéis planos ordinários, tais como aqueles que podem ser encontrados em qualquer estrutura que
tenha grandes superfícies planas.

5.2 TEORIA DE PEQUENAS DEFLEXÕES DE PLACAS FINAS

Considere a placa de espessura uniforme t, mostrada na Fig. 5-1a. Os eixos de coordenadas x e y


são direcionados ao longo das bordas da placa e o eixo z é direcionado verticalmente, para baixo. O
plano xy, à meia altura entre as duas faces da placa, é chamado de superfície média. A Fig. 5-1b mostra
um elemento diferencial da placa. Em cada lado do elemento pode existir uma tensão normal e duas

tensões de cisalhamento . Costuma-se designar planos num corpo físico pela direção de suas normais.
A tensão normal atuando num plano então carrega a mesma designação que o plano. A designação da

5.4
tensão de cisalhamento consiste de duas partes; a primeira denota o plano sobre o qual age e a
segunda, a direção da tensão.

Placas podem ser classificadas em três categorias: Placas espessas, placas finas e membranas. Se
a espessura da placa é considerável, se comparada às outras dimensões, deformações de cisalhamento
tendem a ser da mesma ordem de grandeza das deflexões de flexão e, portanto, têm de ser
consideradas na análise. Tais placas são denominadas de placas espessas. Por outro lado, placas finas
são aquelas em que a espessura é pequena comparada às outras dimensões e deformações de
cisalhamento são desprezíveis comparadas às deflexões de flexão. Um terceiro grupo conhecido por
membranas consiste de placas cuja espessura é tão fina que a rigidez em flexão tende a zero, e cargas
transversais devem ser resistidas quase que exclusivamente pela ação de membrana. Neste capítulo
somente placas finas serão consideradas.

Costuma-se fazer as duas hipóteses dispostas abaixo no que concerne o comportamento de placas
finas:

1. As deformações de cisalhamento xz e yz são desprezíveis, a linhas normais à superfície média


antes da flexão permanecem retas e normais à superfície média durante a flexão.

2. A tensão normal z e a deformação correspondente z são desprezíveis e, portanto, a deflexão


transversal de qualquer ponto (x, y, z) é igual à deflexão transversal do ponto correspondente
(x, y, 0) na superfície média.

Além de limitar a análise a placas finas, as seguintes idealizações são feitas aqui:

3. As deflexões transversais da placa são pequenas quando comparadas à espessura. Em


conseqüência a extensibilidade da superfície média pode ser desprezada; isto é, a ação de
membrana resultante da flexão é desprezível quando comparada com a aça da flexão
propriamente dita.

4. O material da placa é homogêneo, isotrópico e segue a lei de Hooke.

Como conseqüência das hipóteses 1 e 2, a placa pode ser tratada como um problema de estado
plano de tensão e as hipóteses 3 e 4 permitem descrever o comportamento da placa através de
equações diferenciais parciais lineares a coeficientes constantes.

5.5
5.3 EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE EQUILÍBRIO DE PLACAS EM FLEXÃO: TEORIA LINEAR

A derivação da equação diferencial de equilíbrio de placas em flexão a partir do equilíbrio de um


elemento de placa pode ser encontrada em textos como as Refs. 5.1 a 5.4. A derivação completa será
omitida aqui. Para fins de referência, alguns dos resultados intermediários e figuras para estabelecer a
convenção de sinais serão apresentados. Numa seção posterior será apresentada a expressão para o
potencial total de uma placa carregada em seu plano e sujeita à flexão. O cálculo de variações será
então empregado para re-derivar a equação de equilíbrio e possíveis condições de contorno.

A Fig. 5-2 mostra um elemento de placa deformado submetido às forças distribuídas em seu próprio
plano, Nx, Ny, Nxy e Nyx. O eixo z é dirigido para baixo e os sentidos positivos estão indicados.

5.6
A Fig. 5-3 mostra os momentos fletores e torsores, bem como as forças de cisalhamento. Estas
quantidades também são distribuídas, ou seja, por unidade de comprimento. Notando que, para
equilíbrio de momentos em torno do eixo z, Nxy = Nyx, a equação de equilíbrio na direção z pode ser
escrita como

Qx Qy 2
w 2
w 2
w
Nx Ny 2 N xy 0 (5.1)
x y x2 y2 x y

Se os termos de ordem superior são desprezados, o equilíbrio de momentos em torno dos eixos x e
y podem ser escritos, respectivamente, como

My M xy
Qy 0 (5.2)
y x

Mx M xy
Qx 0 (5.3)
x y

As Eqs. (5.1) a (5.3) podem ser combinadas numa única. Basta derivar a Eq. (5.2) em relação a y,
(5.3) em relação a x e substituir na Eq. (5.1):

2 2
2
Mx M xy My 2
w 2
w 2
w
2 Nx Ny 2 N xy 0 (5.4)
x2 x y y 2
x2 y2 x y

A Eq. (5.4) contém 4 incógnitas: Mx, My, Mxy e w. Para obter-se uma solução, é óbvio que faltam
mais três relações. Uma vez que não há mais condições de equilíbrio a serem utilizadas, estas relações
adicionais terão que ser obtidas considerando-se a deformação da placa.

Os momentos são devidos às tensões, cuja magnitude é proporcional à distância da superfície


média
t 2 t 2 t 2

Mx x zdz , M y y zdz , M xy yx zdz (5.5)


t 2 t 2 t 2

A relação entre tensões e deformações para o estado plano de tensões é

E E E
x 2 x y , y 2 y x , xy xy (5.6)
1 1 21

As relações entre deformações e deslocamentos de flexão w são dadas por

2 2 2
w w w
x z 2 , y z , xy 2z (5.7)
x y2 x y

Substituindo nas Eqs. (5.6) resulta em


2 2 2 2 2
Ez w w Ez w w Ez w
x 2
, y , xy (5.8)
1 x2 y2 1 2
y2 x2 1 x y

5.7
Na seqüência, a substituição das tensões de (5.8) nas Eqs. (5.5) resulta em

2 2 2 2 2
w w w w w
Mx D , My D , M xy D1 (5.9)
x2 y2 y2 x2 x y

onde D, a rigidez em flexão por unidade de largura da placa é dada por

Et 3
D 2
(5.10)
12 1

Substituindo, agora, as Eqs. (5.9) na equação de equilíbrio (5.4) resulta, finalmente, em

4 4 2 2 2 2
w w w w w w
D 2 2 2 Nx Ny 2 N xy (5.11)
x4 x y y4 x2 y2 x y

Esta é a equação diferencial para uma placa carregada em seu plano. Segundo a convenção de
sinais utilizada, as cargas de compressão são negativas. Como a flambagem está associada
primordialmente a cargas de compressão, seria tedioso representar cargas e tensões críticas por
quantidades negativas. Em conseqüência, da mesma forma que foi feito no estudo de colunas, a maioria
dos textos que estuda a flambagem de placas convenciona um sinal positivo para uma carga de
compressão, ou seja, os sinais das cargas no plano da placa são mudados em relação à convenção
apresentada na Fig. (5-1). Nestas condições, a Eq. (5.11) é rescrita na forma

4 4 4 2 2 2
w w w 1 w w w
2 2 2 Nx Ny 2 N xy 0 (5.12)
x4 x y y 4
D x2 y 2
x y

A equação (5.12) é a equação diferencial de equilíbrio para a flambagem de uma placa de


espessura constante, as deformações são consideradas pequenas e o material, elástico linear.

5.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO

Antes de considerar casos específicos, vale discutir alguns dos problemas envolvidos na imposição
das condições de contorno. Se as condições de contorno tivessem que ser satisfeitas exatamente, ou as
tensões têm de estar em equilíbrio com as forças por unidade de área, aplicadas na borda, ou os
deslocamentos têm de satisfazer as condições prescritas em todos os pontos da borda. O primeiro
requisito, entretanto, é incompatível com as condições de equilíbrio no interior da placa, onde foi imposto
o equilíbrio entre as resultantes de tensão e forças aplicadas. Além do mais, não se pode
arbitrariamente especificar deslocamentos em todos os pontos da borda da placa sem violar a hipótese
de que normais à superfície média permanecem normais e não mudam de comprimento quando a placa
deforma. Por esta razão, o equilíbrio é simplesmente requerido entre resultantes de tensão e forças
aplicadas na borda por unidade de comprimento e os deslocamentos são especificados somente na
borda da superfície média.

Especificando as condições de contorno nesta forma aproximada compromete a precisão das


tensões somente numa região estreita na borda da placa, pois, de acordo com o princípio de St. Venant,

5.8
as tensões a várias espessuras da borda dependem somente das resultantes de tensão e não de como
são distribuídas através da espessura. Como na teoria de vigas, erros grosseiros podem ser cometidos
no região da borda da placa ao se empregar a teoria simplificada. Se tensões são requeridas nesta área,
é necessário recorrer-se a uma teoria mais complicada para placas grossas, como aquela desenvolvida
por Reissner, ou à teoria tridimensional da elasticidade.

As condições de contorno usuais numa borda x = cte são:

a) engaste – deslocamento e rotação nulas, respectivamente:

w
w 0; 0 (5.13)
x
b) apoio simples – deslocamento e momento fletor distribuído Mx nulos, respectivamente:

2 2
w w
w 0; 0 (5.14)
x2 y2

c) livre – momento fletor distribuído e cisalhamento efetivo distribuído nulos, respectivamente:

2
w 2
w 3
w w 3
Nx w N xy w
0; 21 0 (5.15)
x2 y2 x3 x y2 D x D y

Por outro lado, as condições de contorno usuais numa borda y = cte são:

w
w 0; 0 para engaste (5.16)
x
2 2
w w
w 0; 0 para apoio simples (5.17)
y2 x2

2
w 2
w 3
w 3
w Ny w N xy w
0; 21 0 para borda livre (5.18)
y2 x2 y3 2
x y D y D x

5.5 CARGA CRÍTICA PARA COMPRESSÃO UNIAXIAL UNIFORME

Considere a placa retangular simplesmente apoiada com lados de comprimento a e b, como


mostrado na Fig. 5-4. A placa está sujeita a uma carga de compressão, Nx, por unidade de comprimento

5.9
uniformemente distribuída ao longo das bordas x = 0 e x = a. Considera-se que as bordas da placa são
livres para se mover no plano da placa e que, em conseqüência, cargas adicionais no plano da placa
além daquelas aplicadas nas bordas não podem se desenvolver (note que, devido ao efeito do
coeficiente de Poisson, se as bordas y=0 e y=b não fossem permitidas se afastar, forças axiais de
compressão na direção y se desenvolveriam na placa). Fazendo Ny = Nxy = 0, a Eq. 5.12 pode ser escrita
na forma:

4 4 4 2
w w w Nx w
2 0 (5.19)
x4 x y2
2
y4 D x2

Uma vez que todas as bordas são simplesmente apoiadas, a deflexão lateral, assim como o
momento fletor, se anulam em cada borda. Adotando o sistema de eixos da figura, as condições de
contorno são:

2 2
w w
w 0; 0 em x = 0 , a (5.20)
x2 y2

2 2
w w
w 0; 0 em y = 0, b (5.21)
y2 x2

Tendo em vista a condição de que a deflexão ao longo de cada uma das bordas é nula, é evidente que

2 2
w w
0 em x = 0 , a e 0 em y = 0 , b (5.22)
y2 x2

Em conseqüência, as condições de contorno (5.20) podem ser simplificadas para

2
w
w 0 em x = 0 , a (5.23)
x2
2
w
w 0 em y = 0, b (5.24)
y2

Uma vez que a flexão da placa é limitada a pequenas deformações, somente as deformações de
flexão necessitam ser consideradas. As deformações no plano da placa causadas pela flexão são
consideradas desprezíveis. Diante deste fato, somente as condições de contorno que lidam com as
deformações transversais são necessárias. As condições de contorno no plano da placa foram
necessárias para determinar se, ou não, forças no plano da placa são induzidas durante a compressão
axial da placa.

Para determinar o carregamento crítico de um sistema através do uso do conceito do equilíbrio


neutro, é necessário determinar-se uma solução não trivial da equação de equilíbrio. No caso de uma
placa esta equação é uma equação diferencial parcial, e como ainda não se lidou com este tipo de
equação nos capítulos anteriores, algumas palavras introdutórias referentes à sua solução parecem em
ordem.

5.10
A maior diferença entre uma equação diferencial ordinária e uma equação diferencial parcial é que a
primeira pode ser satisfeita somente por uma função, enquanto que existem várias funções que
satisfazem a última. Como conseqüência, a solução geral de uma equação diferencial parcial é mais
difícil de ser obtida e de menor valor prático. Enquanto que a solução geral de uma equação diferencial
ordinária fornece a forma da variável dependente com uma ou mais constantes arbitrárias a determinar,
a solução geral de uma equação diferencial parcial somente descreve a variável dependente em termos
genéricos e não dá a sua forma específica. Em conseqüência, é usual resolver a equação na forma de
uma série.

Considere que a solução da Eq. (5-24) seja da forma

m x n y
w( x, y ) Amn sen sen , m = 1, 2, 3, ... n = 1, 2, 3, ... (5.25)
m 1n 1 a b

onde m e n representam o número de semi-ondas nas quais a placa flamba, respectivamente, nas
direções x e y. Está claro que a solução considerada, de fato, satisfaz todas as condições de contorno.
Falta então verificar se também é capaz de satisfazer a equação diferencial. Substituição das derivadas
apropriadas na Eq. (5.19) leva a

4 2 2 4 2
m m n n Nx m m x n y
Amn 2 sen sen 0 (5.26)
m 1n 1 a a b b D a a b

A mão esquerda de (5.26) consiste de uma soma de um número infinito de funções independentes. A
única maneira de tal soma se anular, é todas as parcelas se anularem, ou seja,

2 2
4 m2 n2 N x m2
Amn 0 (5.27)
a2 b2 D a2

Esta expressão pode ser satisfeita ou se Amn = 0 ou se o termo entre colchetes se anula. Se Amn = 0, Nx
pode assumir qualquer valor. Esta é a solução trivial a qualquer carga, desde que a placa permaneça
reta. A solução não-trivial é obtida fazendo o termo entre colchetes igual a zero.

2
Da 2 2
m2 n2 D 2 mb n2a
Nx ou Nx (5.28)
m2 a2 b2 b2 a mb

De acordo com a Eq. (5.28), Nx depende das dimensões e das propriedades físicas da placa, bem
como de m e n, o número de semi-ondas nas quais a placa flamba. Como o valor crítico de Nx é o menor
valor que satisfaz a Eq. (5.28), é necessário determinar os valores de m e n que minimizam (5.28). É
óbvio que Nx aumenta com o aumento de n, de modo que n = 1, ou seja, a placa flamba numa única
semi-onda na direção y. O número de semi-ondas nas quais a placa flamba na direção x é determinada
minimizando-se a Eq. (5.28) com relação a m:

2
d Nx 2D mb a b a a
0 m (5.29)
dm b2 a mb a m 2b b

5.11
A substituição de (5.29) em (5.28) leva a

2
4 D
Nx cr 2
(5.30)
b
Uma vez que uma placa simplesmente apoiada é obrigada a flambar num número inteiro de semi-
ondas, a/b que, de acordo com (5.29) é igual a m, tem de ser um número inteiro. A carga crítica dada
pela Eq. (5.29) é, portanto, somente válida quando a/b é um inteiro. Para placas nesta categoria, o
padrão da flambagem consiste em ondas quadradas.

O caso mais geral, quando a/b não é um inteiro será agora considerado. A Eq. (5.28) pode ser
escrita na forma

2 2
k D mb n2a
Nx , onde k (5.31)
b2 a mb

O fator k depende do alongamento a/b, e de m e n , o número de semi-ondas nas quais a placa flamba.
Como já visto, n = 1 leva ao menor valor de Nx; isto é, a placa flamba numa única semi-onda na direção
y. Para determinar o padrão de flambagem na direção x, deve-se considerar como k varia com a/b para
diferentes valores de m. Quando m = 1 na Eq. (5.31), a variação de k com a/b está mostrada na Fig. 5-5.

De forma análoga, tomando m = 2, 3, .., as curvas indicadas na Fig. 5-5 são obtidas. É evidente destas
curvas que existe um número ilimitado de k, correspondendo a um valor particular de a/b, que satisfazem
a Eq. (5.31). Destes somente é de interesse aquele de menor valor. A curva sólida na Fig. 5-5, obtida
conectando os ramos inferiores das várias curvas, dá o valor crítico de k como uma função de a/b. Além
disto, a curva sólida indica o número de semi-ondas nas quais a placa flamba na direção x,
correspondente a um dado valor de a/b. Por exemplo, o coeficiente de flambagem critico k é dado para

m = 1 para todas as placas com ab 2 . Estas placas portanto flambam numa única semi-onda na

direção x. Para placas com 2 ab 6 prevalece m = 2 e a placa flamba em duas semi-ondas na


direção x.

Desde que a/b seja relativamente pequeno, k varia consideravelmente com o alongamento e uma curva
como aquela dada na Fig. 5-5 é necessária para a obtenção do valor correto de k. Para a/b > 4,

5.12
entretanto, a variação de k do valor 4 é desprezível, e k = 4 é, portanto, uma aproximação satisfatória
para placas longas, simplesmente apoiadas nos quatro bordos e submetidas à compressão uniaxial.

Tendo determinado a carga critica de uma placa carregada uniaxialmente, é interessante fazer a
comparação com a carga crítica de uma coluna. Para este fim é melhor substituir D por E/12(1- 2) e Nx
por crt

k 2E 1
cr 2 2
(5.32)
12 1 bt

A expressão equivalente para a coluna é

2
c E
cr 2
(5.33)
L

onde c é uma constante que depende das condições de contorno. A comparação entre as equações
acima indica que a tensão crítica de ambas, placa e coluna, são diretamente proporcionais ao módulo de
elasticidade e inversamente proporcionais à razão de dois comprimentos. A tensão na placa varia
inversamente com o quadrado da razão entre a espessura e a largura, e a tensão na coluna varia com o
inverso do quadrado da razão de esbeltez. A tensão crítica da coluna, portanto, depende do
comprimento, enquanto que a da placa depende da largura e é independente do comprimento.

5.6 COMPRESSÃO UNIAXIAL – BORDAS CARREGADAS SIMPLESMENTE APOIADAS

Como visto na seção anterior, a equação diferencial de equilíbrio, e condições de contorno nas
bordas carregadas são dadas pelas Eqs. (5.19) e (5.23)

4 4 4 2
w w w Nx w
2 0 (5.19)
x4 x y2
2
y4 D x2

2
w
w 0 em x = 0 , a (5.23)
x2

Na seção anterior também foi visto que funções do tipo sen(m x/a) , que satisfazem as condições de
contorno (5.23), são também capazes de satisfazer a Eq. (5.19). Seja
m x
w( x, y ) f ( y ) sen (5.34)
a
Substituindo na Eq. (5.19) resulta em

4 2 2
m m d2 f d4 f Nx m m x
f 2 f sen 0
a a dy 2 dy 4 D a a

que pode ser posta na forma

5.13
2 4 2
d4 f m d2 f m Nx m
2 f 0 (5.35)
dy 4 a dy 2 a D a

A solução geral desta equação é (Ref. 5.5):

y y y y
f ( y) C1 cosh C2 senh C3 cos C4 sen (5.36)
b b b b
onde

12 12
mb mb 12
k c (5.37)
a a

12 12
mb mb
k c1 2 (5.38)
a a

2 2
12 1 e cr b
kc 2
(5.39)
E t

O esboço abaixo mostra a transição do modo de flambagem de uma coluna para a placa, à medida
que os bordos descarregados vão sendo apoiadas. Quando ambas os bordos descarregados são livres,
o elemento estrutural é denominado de placa-coluna. Quando um dos bordos somente é livre, tem-se u
que é conhecido por flange. Uma placa propriamente dita não tem bordos livres.

Para a placa-coluna (wide column), as condições de contorno para o bordo descarregado são o
momento e o cisalhamento reduzido nulos, ou seja,

2 2 3 3
w w w w
0; 21 0 (5.40)
y2 x2 y 0 ,b
y3 x y 2
y 0 ,b

A aplicação de (5.34) nas condições de contorno e posterior aplicação na solução (5.36) leva à seguinte
equação característica:

p 2 tan 2 q 2 tanh 2 0 (5.41)

5.14
onde
2 2 2 2
p m ba q m ba (5.42)

Para o flange simplesmente apoiado,


2 2 3 3
w w w w
w(0) 0; 0; 21 0 (5.43)
y2 x2 y 0 ,b
y3 2
x y y b

e a equação característica é dada por

p 2 senh cos q 2 cosh sen 0 (5.44)

O coeficiente de flambagem para colunas largas e flanges é mostrado como função de e a/b nas
Figs. 5-6 a 5-8. As soluções para colunas largas foram dadas por Hubolt e Stowell (Ref 5.6) usando a
equação diferencial para bordas carregadas simplesmente apoiadas e um método de energia para
bordas carregadas engastadas.

O coeficiente de flambagem para um flange simplesmente apoiado foi derivado por Lundquist e
Stowell (Ref. 5-7) na forma
2
6 m ba
kc 2
1 (5.45)
6
Quando a aresta descarregada é engastada,

5.15
2 2
a m b
kc 0,83 0,93 1,34 0,10 (5.46)
m b a

Como pode ser visto a partir das soluções acima, o coeficiente de flambagem de uma placa
simplesmente apoiada depende somente de mb/a e não depende do coeficiente de Poisson . Por outro
lado os coeficientes da placa-coluna e flanges dependem também do coeficiente de Poisson. A influência
do coeficiente de Poisson sobre o coeficiente de flambagem é devida aos termos do cisalhamento

5.16
reduzido nas bordas livres de flanges e placas-coluna. Condições de contorno tais como apoio simples
não impõem requisitos de cisalhamento reduzido nulo, o que elimina a influência de .

O valor do coeficiente de flambagem para um elemento contendo uma borda descarregada livre
depende do grau de curvatura anticlástica desenvolvida. Para elementos muito estreitos tais como uma
viga, ocorre curvatura anticlástica completa e a rigidez em flexão é simplesmente EI. Para uma placa-
coluna relativamente larga, a curvatura anticlástica é suprimida, de forma que a seção transversal
permanece relativamente plana excetuando muito próximo das bordas livres. A restrição de curvatura
anticlástica resulta num aumento na rigidez em flexão. Para um elemento muito largo a rigidez em flexão
se aproxima de E/(1- 2). Esta condição limite é conhecida por flexão cilíndrica.

Placas-Coluna podem freqüentemente ser relativamente estreitas, caso em que a rigidez estará
entre os dois valores limites discutidos. Este efeito pode ser notado nas Figs. 5-6 e 5-7.

5.17
A Fig. 5-9 mostra a variação do coeficiente de flambagem para placas retangulares em compressão
como função de a/b para várias condições de contorno. As curvas envolvendo bordas livres são
limitantes inferiores, válidos para a razão de Poisson entre 0,27 e 0,33. A letra C significa engaste, SS,
apoio simples e F, livre. É aparente que, para valores de a/b maiores do que 4, o efeito de engastamento
nas bordas carregadas torna-se desprezível, e uma placa engastada flamba, praticamente, sob a mesma
carga de uma placa simplesmente apoiada nos bordos carregados.

O comportamento de placas comprimidas com várias quantidades de restrição elástica rotacional ao


longo das bordas descarregadas é mostrado na Fig. 5-10. O coeficiente de restrição rotacional é dado
por

5.18
4S v b
(5.47)
D
onde Sv é a rigidez por unidade de comprimento do meio elástico resistente ou momento requerido para
girar um comprimento unitário do meio elástico através de um ângulo de um quarto de radiano.

A Fig. 5-10 também pode ser utilizada quando as restrições elásticas são desiguais em ambos os
bordos descarregados. Isto pode ser feito determinando o valor de kc para em cada bordo. O valor
efetivo pode então ser achado de

12
kc k c1 k c 2 (5.48)

A Fig. 5-11 mostra as curvas para o coeficiente de flambagem de uma placa com uma borda
descarregada livre e outra submetida à restrição rotacional elástica.

5.19
As restrições elásticas são matematicamente equivalentes a uma série de molas torsionais não
conectadas entre si. Considerando que isto não conforma com o comportamento do membro de borda
ou reforçador usuais num painel plano, é necessário determinar a rigidez de mola efetiva para que se
possa fazer uso das Figs. 5-10 ou 5-11, como dado em (5.47). Entretanto, não é necessário determinar
esta rigidez com grande precisão, uma vez que a influência de sobre kc engloba uma grande gama de
razões de rigidez, como mostrado na Fig. 5-12 para placas infinitamente longas. Quando a rigidez
rotacional do reforçador foi achada, ( na Fig. 5-12) pode ser computado fazendo-se a razão desta
rigidez com a rigidez rotacional da placa.

5.20
A partir de resultados de laboratório, Gerard construiu um gráfico para o coeficiente de flambagem
de placas longas como função de b/t para reforçadores fortes e fracos (Fig. 5-13). Acima de b/t = 200
pode-se ver que a maioria dos reforçadores de fato tem um efeito de engastar a paca.

A Fig. 5-14 ilustra o caso onde a tensão de compressão varia linearmente sobre o comprimento da
placa, um caso típico sendo aquele dos painéis na parte superior de uma asa em balanço sob condições
normais de vôo.

5.7 POTENCIAL TOTAL DE UMA PLACA EM FLEXÃO

A energia de deformação de um corpo em estado plano de tensões foi derivada no Capítulo 2:

1 2 2 2
U xx yy 2 xx yy 21 xy dV (2.65)
2E V

Substituindo as expressões 5.8 derivadas na Seção 5.3:

5.21
2 2 2 2 2
Ez w w Ez w w Ez w
x 2
, y , xy (5.8)
1 x2 y2 1 2
y2 x2 1 x y
tem-se
t 2 2 2 2
2 2 2
E 2 2 w w w 2w 2
w
U z 1 2 21 dAdz
2 2 A x2 y2 x2 y2 x y
21 t 2

3 2
Integrando em z e notando que D = Et /12(1- ) vem que

2 2 2 2 2 2
D w w w 2w 2
w
U 2 21 dA ou ainda (5.49)
2 A x2 y2 x2 y2 x y

2 2
2 2 2 2
D w w w w 2w
U 21 dA (5.50)
2 A x2 y2 x y x2 y2

Ny
Nxy

dx dx
x, u

u Nxy
dy dx dy
Nx x Nx Nxy

v
dy
y
Nxy
Ny u
dy
y
y, v

Fig. 5-15 Deslocamento Elementar das Forças no Plano da Placa

Com referência à Fig. 5-15, os trabalhos elementares realizados pelas forças distribuídas são:

u
N x dy dx trabalho elementar das forças normais na direção x
x
v
N y dx dy trabalho elementar das forças normais na direção y
y
u v
N xy dx dy N xy dy dx trabalho elementar das forças de cisalhamento
y x

5.22
O potencial de todas as forças distribuídas no plano da placa é, portanto,

u v u v
V N x dy dx N y dx dy N xy dx dy N xy dy dx (5.51)
A x A y A y A x

Por outro lado, a relação entre os deslocamentos axiais e de flexão são (superfície média inextensível):

2 2
u 1 w v 1 w u v w w
; ; (5.52)
x 2 x y 2 y y x x y
de modo que
2 2
1 w w w w
V Nx Ny 2 N xy dA (5.53)
2 A x y x y

O potencial total da placa em flexão, quando submetida a forças em seu plano é a soma de (5.50) e
(5.53).

5.8 A VARIAÇÃO DO POTENCIAL TOTAL

A variação da Eq. (5.50) fornece

a b 2 2 2 2
w w w w
U D dxdy
0 0 x2 y2 x2 y2
(5.54)
a b 2 2 2 2 2 2
w w w w w w
D 1 2 dxdy
0 0
x y x y x2 y2 y2 x2

a b 2 2 2 b 2 2
w w w w w w a
dxdy dy
0 0 x2 y2 x2 0 x2 y2 x 0
(a)
b 2 2 a b 2 2 2
w w a w w
wdy w dxdy
0
x x2 y2 0
0 0 x2 x2 y2

a b 2 2 2 a 2 2
w w w w w w b
dxdy dx
0 0 x2 y2 y2 0 x2 y2 y 0
(b)
a 2 2 a b 2 2 2
w w b w w
wdx w dxdy
0
y x2 y2 0
0 0 y2 x2 y2

a b 2 2 b 2 a 2
w w w w a w w b
21 dxdy 1 dy 1 dx
0 0
x y x y 0
x y y 0
0
x y x 0

a 3 a b 4 b 3 a b 4
w b w w a w
1 2
wdx 1 wdxdy 1 wdy 1 wdxdy
0 x y 0
0 0 x y2
2
0 x y2 0
0 0 x y2
2

Mas o termo no quadro em vermelho pode ser integrado por partes em y:

5.23
b 2 2 b 3
w w a w a b w a
1 dy 1 w 1 wdy
0
x y y 0 x y 0 0 0 x y2 0

e o termo enquadrado em azul pode ser integrado por partes em x:

a 2 2 a 3
w w b w a b w b
1 dx 1 w 1 2
wdx
0
x y x 0 x y 0 0 0 x y 0

de modo que (c) fica

a b 2 2 2 b 3
w w w a b w a
21 dxdy 1 w 1 wdy
0 0
x y x y x y 0 0 0 x y2 0

2 a 3 a 3
w a b w b w b
1 w 1 2
wdx 1 wdx
2 (c)
x y 0 0 0 x y 0
0 x y 0

a b 4 b 3 a b 4
w w a w
1 wdxdy 1 wdy 1 wdxdy
0 0 x y2
2
0 x y2 0
0 0 x y2
2

a b 2 2 a 2 a 3
w w w w b w b
1 dxdy 1 dx 1 wdx
0 0 x2 y2 0 x2 y 0
0
2
x y 0
(d)
a b 4
w
1 wdxdy
0 0 x y2
2

a b 2 2 b 2 b 3
w w w w a w a
1 dxdy 1 dy 1 wdy
0 0 y2 x2 0 y2 x 0
0 x y2 0
(e)
a b 4
w
1 wdxdy
0 0 x y2
2

Da mesma forma, a variação do potencial das cargas produz

a b
w w w w w w w w
V Nx Ny N xy dxdy (5.55)
0 0
x x y y x y y x

a b b a b 2
w w w a w
Nx dxdy Nx wdy Nx wdxdy (f)
0 0
x x 0
x 0
0 0 x2

a b a a b 2
w w w b w
Ny dxdy Ny wdx Ny wdxdy (g)
0 0
y y 0
y 0
0 0 y2

a b a a b 2
w w w b w
N xy dxdy N xy wdx N xy wdxdy (h)
0 0
x y 0
x 0
0 0
x y

5.24
a b b a b 2
w w w a w
N xy dxdy N xy wdy N xy wdxdy (i)
0 0
y x 0
y 0
0 0
x y
Colecionando os termos debaixo do sinal duplo de integral nas equações (a) a (i) vem que no
domínio, 0 x a;0 y b
4 4 4 2 2 2
w w w w w w
D 2 Nx Ny 2 N xy 0 (5.56)
x4 x y2
2
y4 x2 y2 x y

Colecionando os termos multiplicando w x nos bordos x = 0, a


2 2
w w w
ou 0 ou D 0 (5.57)
x x2 y2

Colecionando os termos multiplicando w nos bordos x = 0, a


3 3
w w w w
ou w 0 ou D 2 Nx N xy 0 (5.58)
x3 x y2 x y

Da mesma forma, nos bordos y = 0, b


2 2
w w w
ou 0 ou D 0 (5.59)
y y2 x2

3 3
w w w w
e ou w 0 ou D 2 Ny N xy 0 (5.60)
y3 2
x y y x
Nos pontos (0,0), (0,b), (a,0) e (a,b)
2
w
ou w 0 ou 1 D 0 (5.61)
x y

A Eq. (5.56) é a equação de equilíbrio para a flambagem de placas de espessura constante e as


Eqs. (5.57) a (5.61) referem-se as possíveis condições de contorno associadas.

5.9 MÉTODO DE RAYLEIGH-RITZ: PLACA SOB COMPRESSÃO NÃO-UNIFORME

Considere a placa da Fig. 5-16, simplesmente apoiada e submetida à compressão não uniforme.

x
Nx= Nxo(y/b) Nx= Nxo(y/b)
b

a
y

Fig. 5-16 Placa Simplesmente Apoiada Submetida à Compressão não-Uniforme

5.25
A Eq. (5.56) é válida também para carregamentos não-uniformes nos bordos da placa. A equação
de equilíbrio lateral para este caso seria

4 4 4 2
w w w y w
D 2 N x0 0 (5.62)
x4 x y2
2
y4 b x2

A função de deflexão

m x n y
w( x, y ) Amn sen sen (5.63)
a b
que é solução exata para o caso em que Nx é uniforme, não fornece não fornece um critério de
flambagem se substituída na Eq. (5.62). Na utilização do método de Rayleigh-Ritz, a função de deflexão
para a placa simplesmente apoiada deve ser tomada como

m x n y
w( x, y ) sen Amn sen (5.64)
a n 1 b

Esta função satisfaz todas as condições de contorno e a função sen(m x/a) é capaz de satisfazer os
termos em x da equação diferencial.

As derivadas relevantes de (5.64) são

2 2
w m m x n y
sen Amn sen (5.65)
x2 a a n 1 b

2 2
w m x n n y
sen Amn sen (5.66)
y2 a n 1 b b

2
w m m x n n y
cos Amn cos (5.67)
x y a a n 1 b b

A substituição da função deflexão na expressão da energia de deformação (5.49) resulta em

2 2 2 2
a b
D m m x n y m x n n y
U sen Amn sen sen Amn sen dxdy +
2 0 0
a a n 1 b a n 1 b b

2 2 2
a b
D m m x n n y
21 cos Amn cos dxdy + (5.68)
2 0 0 a a n 1 b b

a b 2 2
D m m x n y m x n n y
2 sen Amn sen sen Amn sen dxdy
2 0 0
a a n 1 b a n 1 b b

Integrando e simplificando vem que

5.26
2 2
D 2 m n ab
U A mn (5.69)
2 n 1 a b 4

De forma análoga, o potencial da carga axial (5.51) é dado por

2 2 2
a b
N x0 y m m x n y N x0 m 2 ab 2
V sen Amn sen dxdy Amn
2 0 0
b a a n 1 b 2b a n 1 8
(5.70)
2
N x0 m 2ab 2 Amn Amp np
2 2 2
, n p ímpar
2b a n p n p n p

A variação do potencial total em relação a Amn fornece

2 2 2 2
na k x0 a 8k x 0 a Amp np
Amn 1 2 2 2
0 , (n p) ímpar (5.71)
mb 2 mb mb p n p n p

N x0b 2
com k x0 (5.72)
D 2
Para uma dada razão a/b, utilizando-se as equações acima, pode-se determinar o coeficiente de
flambagem com a precisão que se desejar. Na primeira aproximação, n = 1, e o critério de flambagem
torna-se

2n 2 (1 2 2
) 2(1 2 2
) na a
k x0 2 2
; (5.73)
mb mb

Vê-se imediatamente que o valor mínimo de kx0 é dado para = 1. Desta forma, (kx0)cr = 8. Este
resultado é duas vezes a magnitude do resultado para a compressão uniforme. É realista pois para uma
placa que flamba em semi-ondas quadradas ( = 1) o valor médio da distribuição linear de forças
aplicadas dá

1 k x cr 4
Nx médio
2 b2 D 2 b D 2 2

na flambagem, ou (kx)médio = 4, que é o (kx)cr para o caso da compressão uniforme.

Para se determinar a precisão da primeira aproximação é necessário considerar pelo menos mais
uma aproximação sucessiva. Para a Segunda aproximação, n é sucessivamente igual a 1 e 2; a
expressão geral da Eq. (5.71) dá

2 2 1 2 2 8 2 Am 2
Am1 1 k x0 k x0 2
0
2 9
(5.74)
2 2 1 2 2 8 2 Am1
Am 2 1 4 k x0 k x0 2
0
2 9

5.27
Para valores não-triviais de Amn é necessário que o determinante da matriz dos coeficientes Amn dos seja
nulo:

2 2
1 1 16k x 0
2
k x0
2 9 2
2 2
0
16k x 0 1 4 1
k x0
9 2 2
2

2 2 2 2 2 2 2 2
1 256 2 1 1 1 4 1 1 4
ou k x0 k x0 0
4 8 2 2 2 2

Das soluções da quadrática, a que dá o menor valor é

1 2 2 2 2 2 2 2 2
2 4096 2 2 2 2
k x0 2
1 1 4 1 1 4 1 1 4 (5.75)
4 81 2

O valor mínimo de kx0 é dado para = 1, de modo que (kx0)cr = 7,8.

Vê-se, desta forma, que para o presente problema (placa longa, simplesmente apoiada, sujeita à
compressão não-uniforme) uma solução precisa é obtida com somente dois termos na função de
deflexão. De fato, a aproximação de um termo é satisfatória visto que difere de 2,5% da segunda
aproximação. Com esta medida de convergência não há razões para considerar uma aproximação com
mais termos.

Deve ser notado que placas de comprimento finito com razões a/b não inteiras e para placas
carregadas em compressão e tração nos bordos (por exemplo, flexão pura) a exigência de precisão pode
ditar a inclusão da terceira aproximação.

5.10 FLAMBAGEM DE PLACAS PLANAS SOB CARGAS DE FLEXÃO NO PLANO DA PLACA

A flambagem de placas submetidas a cargas de flexão pode ser analisada a partir da solução da
equação de equilíbrio ou via um método de energia, como mostrado na Seção 5.9. Quando uma placa

em flexão flamba, o modo envolve um comprimento de onda relativamente curto. Para placas longas
simplesmente apoiadas este comprimento de onda é 2/3b, como mostrado na Fig. 5-17. Este

5.28
comprimento de onda menor faz com que o coeficiente de flambagem em flexão seja maior do que em
compressão.

A equação para flambagem elástica em flexão pura ou flexão + compressão axial é

2
kb 2 E t
cr (5.79)
12 1 e2 b

onde o coeficiente de flambagem kb é fornecido na próxima série de figuras

A Fig. 5-18 mostra o coeficiente de flambagem de placas planas em flexão para vários valores de
restrição elástica rotacional nos bordos descarregados. As curvas da Fig. 5-18 só devem ser aplicadas
para placas longas (a/b >4).

Quando uma compressão axial é aplicada à placa, em adição às tensões axiais da flexão pura no
plano da placa, o eixo neutro não coincide com o eixo dos centróides, ou seja, como mostrado no
esboço, c não é igual a y .

5.29
O coeficiente de flambagem para placas carregadas desta maneira depende da distância entre o

bordo em compressão e o eixo neutro (zero tensão), que é definido como c 1 f x f b y t f onde
f0 = fx + fb = tensão no bordo em compressão, fx = tensão axial, fb = tensão de flexão máxima ao longo

da borda comprimida da placa = M ( y t f ) / I . As figuras a seguir fornecem o coeficiente de


flambagem em função do parâmetro = b/c.

5.30
A Fig. 5-19 mostra os coeficientes de flambagem para uma placa simplesmente apoiada nos quatro
bordos em função do parâmetro . A Fig. 5-20 pode ser adotada para placas simplesmente apoiadas
longas, a/b > 4,

5.31
A Fig. 5-21 mostra os coeficientes de flambagem de placas planas em função do parâmetro
quando o bordo submetido à tração é simplesmente apoiado e o bordo comprimido engastado.

5.32
A Fig 5-22 mostra os coeficientes de flambagem para placas planas longas (a/b > 2.4) em flexão,
com os bordos carregados e o bordo submetido à tração, simplesmente apoiados, e o bordo submetido à
compressão, engastado.

5.33
A Fig. 5-23 mostra os coeficientes de flambagem de placas planas em flexão quando o lado da
tração está simplesmente apoiado e o lado da compressão livre.

Finalmente, A Fig. 5-24 mostra os coeficientes de flambagem para Placas Planas em Flexão,
quando o lado da tração é engastado e o lado da compressão é livre.

5.34
5.11 MÉTODO DE GALERKIN – PLACAS PLANAS EM CISALHAMENTO

Para que ocorra a flambagem, não é necessário que o membro esteja submetido a uma carga axial.
Tudo o que é necessário é que se desenvolvam tensões de compressão em alguma parte do membro.
Por exemplo, foi visto que a instabilidade pode ocorrer em vigas carregadas transversalmente devido às
tensões de compressão que se desenvolvem no flange comprimido do membro. Um outro elemento
estrutural que não é carregado em compressão, mas assim mesmo torna-se instável, é uma placa
o
carregada em cisalhamento. Neste caso a compressão está presente nos planos que fazem 45 com as
bordas carregadas e quando estas tensões se tornam suficientemente altas, a flambagem ocorrerá.

Nxy x
b
Nxy

a
y

5.35
Considere a placa de espessura constante do esboço, simplesmente apoiada, e submetida a
esforços de cisalhamento uniformemente distribuídos nos bordos.

A Equação de equilíbrio lateral para o problema é dada por

4
w 4
w 4
w 2 N xy 2
w
0 (5.80)
x4 x y2
2
y4 D x y

Mesmo que o cisalhamento Nxy seja uniforme ao longo de todas as bordas e estas sejam
simplesmente apoiadas, é fácil verificar que a função de deflexão

m x n y
w( x, y ) Amn sen sen
a b
que é a solução exata para compressão uniforme, não satisfaz a Eq. (5.80). Assim sendo, e
considerando que as cargas de cisalhamento são aplicadas em todas as arestas, deve-se assumir uma
forma de deflexão geral:

m x n y
w( x, y ) Amn sen sen (5.81)
m 1n 1 a b

Noutras palavras, em vez de assumir que a chapa flamba num padrão retangular consistindo de m e n
meias ondas senoidais, respectivamente, nas direções x e y, escolhe-se uma função que permite um
padrão geral de flambagem, do qual o padrão retangular e caso particular. Infelizmente, a combinação
particular de termos da série infinita requerida para uma solução satisfatória depende da geometria da
placa.

Substituindo (5.81) na Eq. de equilíbrio (5.80) resulta

2 2 2
m n m x n x N xy m n m x n x
Amn sen sen Amn cos cos e( x, y ) (5.82)
m 1n 1 a b a b D m 1n 1 a b a b

onde e(x,y) é o erro cometido na satisfação da equação de equilíbrio. O método de Galerkin procura
minimizar este erro tornando-o ortogonal às funções de base no domínio, ou seja

a b
p x q y
e( x, y ) sen sen dydx 0 para p = 1, 2, 3 ... e q = 1, 2, 3 ... (5.83)
0 0
a b
Mas
2 2 2 2 2 2
a b
m n m x n x p x q x ab m n (5.84)
Amn sen sen sen sen dydx Amn
0 0 m 1n 1
a b a b a b 4 a b

pois quando p m e/ou q n as funções são ortogonais e o resultado da integral é nulo.

Por outro lado,

a
m x p x a cos p m cos p m 1 1
sen sen dx ; p m ímpar ou
0 a a 2 p m p m p m p m

5.36
a
m x p x a 1 1 1 1 a 4p 2a p
sen sen dx ; p m ímpar
0
a a 2 p m p m p m p m 2 p m2
2
p 2
m2

de modo que

a b
2 N xy m n m x n y p x q y N xy m n 8ab pq
Amn cos cos sen sen dydx Apq 2 2
0 0 D m 1 n 1 a b a b a b D p q a b p m q2
2
n2

ou

a b
2 N xy m n m x n y p x q y 8 N xy mnpq
Amn cos cos sen sen dydx A pq
0 0 D m 1n 1 a b a b a b D p q p2 m2 q2 n2
(5.75)

4 a4
Multiplicando as Eqs. (5.84) e (5.85) por e levando em consideração a Eq. (5.83) resulta em
ab 4

2 2 3 m, n todos
2 2 a 32k s a mnpq
Amn m n 2
A pq 0 , m p ímpar (5.86)
b b p q p2 m2 p2 m2
n q ímpar
pois

N xy b 2
ks 2
(5.87)
D
O sistema de equações (5.87) corresponde a dois modos distintos de flambagem: um simétrico
(correspondendo a m + n = par) e outro anti-simétrico (correspondendo a m + n = ímpar).
Conseqüentemente, dois determinantes de estabilidade são formados. Para uma dada geometria da
placa e representação em série finita da forma defletida, podem-se determinar os coeficientes de
flambagem por cisalhamento correspondentes à flambagem simétrica e anti-simétrica. O coeficiente
menor assim obtido é, obviamente, aquele que governa.

Como exemplo, considere a flambagem por cisalhamento de uma placa quadrada. Se,
arbitrariamente, uma série de dois termos é assumida, e.g., A11 e A22, então o determinante de
estabilidade simétrica fica

2 2 3
a 32k s a 4 64k s
1 2 4
b b 9 9 2 16 9 2
0 ks 11,1
3 2 2
64k s 128
32k s a 4 a 64
2
4 4 9 2
b 9 b

Adicionando mais um termo, por exemplo, A31, o determinante de estabilidade fica

5.37
2 128k s
1 1 0
9 2
2
2 384k s 2 10 8
0 9 1 0 ks 10,45
15 2 64 20
2
12
2

128k s 384k s 2
4 4 9 15
9 2 15 2

A solução essencialmente exata para este caso é dada pela Ref. 5.7. Para a placa quadrada o
modo que prevalece é o simétrico e (ks)cr = 9,35, onde os 10 primeiros termos da função de deflexão
assumida foram utilizados para convergência satisfatória. Nesta referência é mostrado também que o
coeficiente crítico para flambagem anti-simétrica é e (ks)cr = 11,63 (anti-simétrico). A referência indica
também que para a>b:

1 a/b 2 modo simétrico governa

2 a/b 3,5 modo anti-simétrico governa

3,5 a/b ... modo simétrico governa

e assim por diante. Quando a/b aumenta é cada vez mais difícil distinguir a diferença em magnitude
entre os coeficientes obtidos para flambagem simétrica e anti-simétrica. De fato, quanto a placa é
infinitamente longa o coeficiente de flambagem independe de considerações de simetria.

5.12 FLAMBAGEM DE PLACAS PLANAS SOB CARGAS DE CISALHAMENTO

A tensão crítica elástica de cisalhamento para placas planas sob várias condições de contorno é
dada pela Eq. (5.88)

2 2
ks E t
cr 2
(5.88)
12 1 e b

onde b é sempre a dimensão menor da placa uma vez que todas as bordas carregam o cisalhamento.

Uma placa longa retangular sujeita a cisalhamento puro produz tensões de compressão internas em
planos que estão a 45o com as bordas. São estas tensões de compressão que produzem a flambagem
do painel longo num padrão ilustrado no esboço abaixo. O comprimento de semi-onda na flambagem é
1,25b.

5.38
A Fig. 5-25 permite estimar o coeficiente de flambagem em cisalhamento para placas com restrições
elásticas. O parâmetro tem a mesma definição dada para em (5.47).

5.39
A Fig. 5-26 mostra os coeficientes de flambagem de uma placa plana em cisalhamento com as
condições de contorno de apoio simples ou engaste nos quatro bordos.

5.40
Kuhn (Ref. 5.8) obteve dados para possibilitar estimar o coeficiente de flambagem de uma placa
submetida ao cisalhamento entre os casos limites de apoio simples e engaste. Ele acha o coeficiente de
flambagem a partir de uma equação semi-empírica
3
1 dc
ks k ss Rh Rd Rh (5.89)
2 hc

onde kss é o valor teórico do coeficiente de flambagem em cisalhamento em placas simplesmente


apoiadas (como dado na Fig. 5-26) e os coeficientes empíricos Rh e Rd dependem da restrição elástica
ao longo das bordas de comprimento hc e dc, respectivamente. Estes coeficientes empíricos podem ser
encontrados na Fig. 5-27. Como pode ser notado, os coeficientes dependem das razões tU/t e tF/t, onde
tU e tF são as espessuras dos reforçadores ao longo dimensões hc e dc da placa. Note que kss é definido,
2 2
na Fig. 5-27, de forma distinta do que ks fora definido na Fig. 5-26. De fato, kss = ks /12(1- e ).

5.13 PLACA EM COMPRESSÃO BIAXIAL

A equação de equilíbrio de uma placa plana sob compressão bi-axial é dada por
4 4 4 2 2
w w w 1 w w
4
Nx Ny 0 (5.90)
x x y2
2
y 4
D x2 y2

A solução exata do problema da placa simplesmente apoiada é do tipo

m x n y
w( x, y ) Amn sen sen (5.91)
a b
Substituição na Eq. (5.90) leva a

2 2 2 2 2
m n 1 m n
Nx Ny (5.92)
a b D a b

2 2
Dividindo ambos os lados por m ab resulta

2
mb n2a 1 2 n2a 2 N xb2 N yb2 na
2

2
b Nx Ny (5.93)
a mb D m2 D 2 D 2
mb

que pode ser posto na forma

Nx Ny
2 2
1 (5.94)
mb n2a D 2 m 2b 2 D 2
n
a mb b2 na 2 b2

Se os coeficientes de flambagem forem definidos como

N xb 2 N yb2
kx , ky (5.95)
D 2 D 2

5.41
a Eq. (5.94) pode ser colocada na forma

kx ky
2 2
1 (5.96)
2 2 2
mb n a m b
n
a mb na 2

Para o caso particular da placa quadrada, tem-se

kx ky
2 2
1 (5.97)
2 2
n m
m n
m n

Variando m e n é possível construir a região de estabilidade no domínio de kx e ky:

m 1, n 1 kx ky 4
m 1, n 2 kx 4k y 25
(5.98)
m 2, n 1 4k x ky 25
m 2, n 2 kx ky 16

ky
16
m=2, n=1

12

m=1, n=1

m=2, n=2
8

INSTÁVEL
4

m=1, n=2

-4 4 8 12 16 20 kx
ESTÁVEL

-4
FRONTEIRA DE ESTABILIDADE

Fig. 5-28 Fronteira de Estabilidade para Compressão Bi-axial em Placa Quadrada

5.42
Note que o modo de flambagem com uma semi-onda em cada direção prevalece para a maioria dos
casos encontrados na prática. Somente sob cargas consideráveis de tração numa das direções é que o
coeficiente de flambagem crítico é determinado por um modo de flambagem distinto. Utilizando as Eqs.
(5.98) é possível determinar-se o ponto de transição, por exemplo, de quando o modo com m = 2 e n = 1
passa a ser crítico:

1 1 kx 4 kx 7
(5.99)
4 1 ky 25 ky 3
As condições para a transição do modo m = 2 e n = 1 para o modo m = 3 e n = 1 são

4 1 kx 25 kx 15
(5.100)
9 1 ky 100 ky 35
Considere, agora, o caso de uma placa quadrada, simplesmente apoiada, carregada uniformemente
na direção x e cujas bordas y = cte. (no sentido da aplicação da carga) são impedidas de se deslocar
transversalmente (ao contrário da hipótese feita nas seções anteriores). Devido ao efeito de Poisson, o
impedimento de deslocamento transversal induzirá tensões de compressão no sentido y:

Ny Nx (5.101)

Os esforços de compressão Ny terão o efeito de diminuir o coeficiente de flambagem da situação em


que as bordas são livres para se deslocarem transversalmente. Para = 0,3, tem-se

Ny 0,3N x ky 0,3 k x ; k x ky 1,3k x 4 kx 3,077 (5.102)

5.43
Noutras palavras, o coeficiente de flambagem que assumia o valor 4 para placas simplesmente apoiadas
com as bordas não carregadas livres para se deslocarem transversalmente passa a aproximadamente 3
se estas bordas são rigidamente fixadas. Entre estes dois casos limites, há uma gama de situações que
dependem da rigidez do elemento transversal sobre o qual a placa é fixada (elemento da nervura na asa
ou da caverna na fuselagem) . Seja Ar á área da seção transversal do elemento reforçante e assuma que
o material da placa e reforçador transversal seja o mesmo. Nestas condições, a relação entre o
carregamento induzido pelo carregamento longitudinal aplicado será

Ny Ar at
(5.103)
Nx 1 Ar at

onde a e t são, respectivamente, o comprimento e espessura da placa. A Fig. 5-29 mostra os


coeficientes de flambagem para uma placa plana carregada uniaxilamente em compressão, com (Ar/at)
como parâmetro. As curvas são válidas para = 0,3.

5.14 FLAMBAGEM DE PLACAS SOB CARREGAMENTOS COMBINADOS. CURVAS DE INTERAÇÃO

Na seção 5.10 foi estudado o problema da flambagem de placas planas sujeitas a carregamentos
de flexão no plano da placa. Foram apresentadas curvas para permitir a determinação do coeficiente de
flambagem crítico de diversos casos de carregamento e condições de contorno. O caso geral da flexão
envolve uma distribuição linear de Nx em y, que pode ser obtida da soma de uma flexão pura e de uma
compressão uniforme. O problema, portanto, poderia ser visualizado como o de uma combinação de
carregamentos básicos: flexão pura + compressão uniforme.
Na seção 5.13 foi estudado o problema de flambagem de placas planas simplesmente apoiadas
submitidas à compressão bi-axial, ou seja, uma combinação de compressão ao longo do eixo x + uma
compressão ao longo do eixo y. Ficou claro, a partir da análise realizada na seção 5-13, que o problema
de carregamentos combinadas é relativamente mais complexo do que aquele que envolve tão somente
carregamentos básicos. Como caso particular foi estudado o caso da placa quadrada. Uma vez que o
padrão do modo de flambagem de placas longas também envolve semi-ondas quadradas, a solução
encontrada também é válida para placas longas. Para cada razão a/b, entretanto, um procedimento
como aquele adotado teria que ser repetido, ou seja, uma construção semelhante àquela da Fig. 5-28
teria que ser repetida.
Considere a Eq. (5.94)

Nx Ny
2 2
1 (5.94)
mb n2a D 2 m 2b 2 D 2
n
a mb b2 na 2 b2

aplicada a uma placa quadrada, na região em que a fronteira de estabilidade é produzida pelo modo com
m = 1 e n = 1. Nestas condições, a Eq. (5.94) pode ser escrita na forma

Nx Ny
1 (5.104)
D 2 D 2
4 2 4 2
b b

5.44
Lembrando que

D 2 D 2
Nx cr
4 ; Ny 4
b2 cr
b2
são as cargas críticas da placa quando submetida, respectivamente, aos carregamentos Nx e Ny atuando
sozinhos, a Eq. (5.104) pode ser colocada na forma

Rx Ry 1 (5.105)

onde Rx = Nx / (Nx)cr, Ry = Ny / (Ny)cr onde (Nx)cr e (Ny)cr são os carregamentos uniaxiais críticos quando
cada um deles está agindo separadamente. Este mesmo método pode ser utilizado para determinar a
combinação crítica de cargas para outros valores de a/b. Como observado anteriormente, quando a/b é
grande, a placa flamba em painéis quadrados e a Eq. (5.105) vale novamente.

A Eq. (5.105) é conhecida como uma equação de interação porque descreve como os dois
carregamentos estão interagindo. A equação pode ser plotada como uma curva de interação, como

1.0

c
C

Ry Rx Curva de Interação
R x + Ry = 1
B
Ry d

A
0 Rx 1.0

Fig. 5-30 Curva de Interação para Placas Quadradas


ou Longas em Compressão Bi-axial

mostrado na Fig 5-30. A flambagem ocorre quando o ponto (Nx, Ny) está sobre ou acima da curva de
interação. Para determinar a margem de segurança em relação à flambagem para pontos que caem
abaixo ou acima da curva, assume-se que as cargas crescem proporcionalmente, ou seja, que Ny/Nx
permanece constante durante o carregamento. Como resultado, a razão Ry/Rx é constante, e o ponto de
projeto se desloca ao longo da linha ABC da Fig. 5-30 à medida que as cargas são aumentadas. A
margem de segurança em B é, portanto,
c
MS 1 (5.106)
Rx

Da semelhança de triângulos, Rx / c = Ry / d , e da Eq. (5.105), c + d = 1 para os pontos sobre a curva de


interação. Como resultado, c = Rx / (Rx + Ry ), e a Eq. (5.106) torna-se

1
MS 1 (5.107)
Rx Ry

5.45
Equações de interação podem ser determinadas para outras combinações de cargas. Em geral,
estas equações podem tomar a forma

Ra Rb Rc ... 1 (5.108)

onde a razão de carga ou tensão Ri é definida como

i ésima tensão ou carga agindo com o carregamento combinado


Ri
i ésima carga ou tensão crítica quando atuando sozinha

Os expoentes podem ser determinados teoricamente ou experimentalmente. No caso geral, os


expoentes dependem dos carregamentos, condições de restrição nas bordas, e a/b.

Infelizmente, são relativamente poucos os casos em que uma equação de interação simples como a
Eq. (5.108) se aplica e, em conseqüência, é possível derivar uma expressão para a margem de
segurança. Na maioria dos casos a margem de segurança tem de ser estimada diretamente dos gráficos
que fornecem as curvas de interação.

a) COMBINAÇÃO DE FLEXÃO E COMPRESSÃO LONGITUDINAL

A equação de interação que tem sido extensivamente utilizada no caso da combinação de flexão
pura e compressão longitudinal é

Rb1.75 Rc 1 (5.109)

Esta equação tem sido extensivamente utilizada na indústria aeroespacial e é mostrada, juntamente com
as curvas para várias margens de segurança, na Fig. 5.31.

5.46
b) COMBINAÇÃO DE FLEXÃO E CISALHAMENTO

A equação de interação para o caso da combinação de flexão pura e cisalhamento é

Rb2 Rs2 1 (5.110)

A expressão para a margem de segurança é


1
MS 1 (5.111)
2
R
b Rs2
A Fig. 5-32 mostra a equação (5.110) e curvas para diversas margens de segurança.

c) COMBINAÇÃO DE CISALHAMENTO E TENSÃO LONGITUDINAL

A equação de interação para o caso da combinação de tensão longitudinal e cisalhamento é

RL Rs2 1 (5.112)

A expressão para a margem de segurança é


2
MS 1 (5.113)
RL RL2 4 Rs2
A Fig. 5-33 mostra a equação (5.112) e curvas para diversas margens de segurança. Esta equação
pode ser utilizada para placas simplesmente apoiadas com a/b > 1. Também pode ser utilizada para
placas longas com bordas restringidas elasticamente. O caso de placas curtas simplesmente apoiadas,
com a dimensão paralela ao carregamento axial menor do que a largura, é tratado na Fig. 5-34.

5.47
d) COMBINAÇÃO DE FLEXÃO, COMPRESSÃO LONGITUDINAL E CISALHAMENTO

As condições para flambagem sob compressão, flexão e cisalhamento combinados estão


representadas pelas curvas de interação da Fig. 5-35. Esta figura diz se a placa flambará mas não dá a
margem de segurança. Dadas as razões Rc, Rs e Rb: se o valor da curva Rc definida pelos valores dados
de Rs e Rb é menor, numericamente, do que o valor dado de Rc então o painel flambará.

5.48
A margem de segurança pode ser determinada da Fig. 3-36. As linhas tracejadas indicam uma
aplicação típica, onde Rc = 0.161, Rs = 0.23 e Rb = 0.38. O ponto 1 é inicialmente determinado para os
valores específicos de Rs e Rb . A linha tracejada diagonal da orígem através do ponto 1, interceptando a
curva Rc / Rb relevante no ponto 2, fornece o cisalhamento admissível para os desejados cálculos de
margem de segurança. (Nota: quando Rc < Rs use a parte direita da figura; nos outros casos use a
esquerda).

5.49
e) COMBINAÇÃO DE FLEXÃO E COMPRESSÃO BI-AXIAL

Uma investigação teórica por Noel (Ref 5.9) foi realizada sobre a flambagem de placas planas
retangulares simplesmente apoiadas sob combinações críticas de flexão longitudinal e compressão bi-
axial. As curvas de interação obtidas são apresentadas nas Figs. 5-37 vários alongamentos. Estas
curvas podem ser utilizadas no caso limite de dois carregamentos tornando uma das razões de tensão
igual a zero. Os resultados dos estudos que produziram estas curvas, e verificados pelas mesmas, indica
que uma redução na tensão admissível de flexão, devido à adição de compressão lateral, é
sensivelmente amplificada pela adição de pequenas cargas longitudinais.

5.50
f) COMBINAÇÃO DE FLEXÃO, CISALHAMENTO E COMPRESSÃO TRANSVERSAL

Superfícies de interação para flexão, cisalhamento e compressão transversal combinados foram


estabelecidas por Johnson e Buchert (Ref. 5.10) para placas infinitamente longas. Os dois tipos de
suportes considerados foram apoio simples ao longo de ambas as bordas descarregadas e apoio
simples ao longo da borda em tração e engaste ao longo da borda em compressão. As curvas são
apresentadas, respectivamente, nas Figs. 5-38 e 5-39.

No caso de compressão transversal e cisalhamento agindo sozinhas, Batdorf e Houbolt (Ref. 5.11)
examinaram placas longas com bordas restringidas elasticamente. Eles acharam que uma fração
apreciável da tensão crítica em cisalhamento puro pode ser aplicada à placa sem qualquer redução na
compressão transversal necessária para produzir flambagem. Batdorf e Stein (Ref. 5.12) examinaram
placas simplesmente apoiadas com alongamentos finitos e acharam que a curva para placas
infinitamente longas requer correção para alongamentos finitos. Esta condição está mostrada na Fig. 5-
40.

5.51
Bordos Descarregados Simplesmente Apoiados

Bordos: superior simplesmente apoiado; inferior engastado

5.52
g) COMBINAÇÃO DE CISALHAMENTO E COMPRESSÃO BI-AXIAL

Superfícies de interação para cisalhamento e compressão bi-axial são fornecidas na Fig. 5-41.

h) COMBINAÇÃO DE CISALHAMENTO E COMPRESSÃO LONGITUDINAL NÃO-UNIFORME

Bleich (Ref. 5.14) apresenta uma solução para a flambagem de uma placa sujeita à cisalhamento e
compressão longitudinal não-uniforme combinados, como mostrado no esboço. O coeficiente crítico de
2
2 2 2 2 5,34 4
flambagem é: k 3,85 3 1 1 4 onde para 1: e
7,7
2
4 5,34
para 1 2 1
7,7 22(1 )3

5.53
5.54
i) COMPRESSÃO BI-AXIAL

As curvas de interação para compressão bi-axial são mostradas nas figs. 5-42 e 5-43,
respectivamente, para os casos de placas simplesmente apoiadas e engastadas.

5.55
5.15 FLAMBAGEM DE PLACAS AFILADAS

Quando uma placa afilada atinge o estado de equilíbrio instável, a instabilidade é caracterizada por
deflexões para fora do plano da placa numa região somente. As outras regiões da placa permanecem
essencialmente livres de tais deflexões. Esta condição de instabilidade constitui um projeto ineficiente,
uma vez que a mesma distribuição de cargas presumivelmente poderia ser sustentada por uma placa
mais leve, afilada de maneira tal que a instabilidade sob o carregamento especificado seja caracterizado

5.56
por deflexões ao longo de toda a placa. Por esta razão, uma placa simplesmente apoiada, cujo
afilamento é regido por uma lei exponencial, e submetida à cargas de compressão foi estudada e os
resultados são mostrados na Fig. 5-44. A variação do carregamento ao longo da placa foi considerado
ser produzido por tensões de cisalhamento suficientemente pequenas, de forma a ter influência
desprezível nas características de flambagem da placa. O coeficiente de flambagem resultante é
representado na figura em função do alongamento, para diversos valores do afilamento.

5.16 FLAMBAGEM INELÁSTICA DE PLACAS

Quando b/t é pequeno, cr pode exceder o limite de proporcionalidade. A Eq. (5.32), aqui repetida,

2
k 2E t
cr (5.32)
12 1 2 b

não é diretamente aplicável nestes casos porque a) a tensão não é mais relacionada à deformação pelo
módulo de elasticidade E, b) porque depende da tensão, e c) porque num flange a condição de
contorno do bordo livre Eq. (5.15) contém , de modo que k também depende da tensão.

É prática comum incluir todos estes efeitos num único fator de correção de plasticidade

5.57
cr
(5.114)
cr elástico

onde cr é a tensão crítica corrigida para os efeitos de plasticidade e ( cr)elástico é a tensão crítica elástica
computada da Eq. (5.32). Nestas condições, pode-se escrever

2 2
k E t
cr 2
(5.115)
12 1 e
b

que é aplicável em todos os níveis de tensão, uma vez que é igual a 1 na região elástica. A notação e

é usada na Eq. (5.115) para tornar explícito que o valor elástico da razão de Poisson é utilizado uma vez
que o efeito inelástico de está contido em .

Se, de um lado, há um consenso geral no que tange as equações tensão-deformação no regime


elástico, não há equações tensão-deformação comumente aceitas, no regime inelástico, para todas as
histórias e níveis de tensão. Dois métodos de ataque têm sido amplamente utilizados. Na teoria da
deformação, as tensões e deformações são relacionadas pela lei

i Es i (5.116)

para tensões crescentes, enquanto na teoria incremental elas são relacionadas por

d i Et d i (5117)

O descarregamento é considerado ocorrer elasticamente em ambos os casos. Os símbolos i e i

denotam intensidades efetivas de tensões e deformações. Várias equações para i e i têm sido
sugeridas por diferentes pesquisadores. Uma destas é a teoria da energia de distorção ou cisalhamento-
octaédrico de Huber, Mises e Henki, que para o estado plano de tensões fornece

2 2 2
i xx yy xx yy 3 xy (5.118)

2
2 2 2 xy
i xx yy xx yy (5.119)
3 2

Nota-se que para carregamento uniaxial, yy = xy = 0, yy =- xx ,e xy = 0 e as Eqs. (5.1167) e (5.117)


ficam reduzidas, respectivamente, às Eqs. (1.2) e (1.3) se a razão de Poisson é tomada igual à p =½,o
valor da razão de Poisson para um material isotrópico perfeitamente plástico.

As teorias de flambagem de placas baseadas na teoria da deformação da Eq (5.118) têm tido


melhor correspondência com resultados experimentais do que aquelas baseadas na teoria incremental.
A questão de qual módulo, o elástico ou o plástico, deve ser utilizado no lado convexo de uma placa
levemente flambada também aparece, como na teoria de flambagem inelástica de colunas. Se a placa
permanece perfeitamente plana até a tensão crítica, o descarregamento no lado convexo teria que
ocorrer elasticamente, e uma teoria de módulo reduzido seria aplicável. Por outro lado, se há pequenas

5.58
imperfeições iniciais, flexão e compressão precedem simultaneamente, e não há descarregamento
elástico. Como em colunas, a teoria que não considera a reversão de deformações no lado convexo tem
mostrado melhor correlação com dados experimentais. A teoria de flambagem inelástica de placas pode,
conseqüentemente, ser considerada como uma generalização bi-dimensional da teoria do módulo
tangente de colunas.

5.59
A Tabela 5-1 fornece as expressões dos fatores de correção de plasticidade aplicáveis para uma
série de situações. Para efeitos de comparação, os valores de /j estão plotados na Fig. 5-45 para o
caso da Liga de Alumínio 2024-T3. Nesta figura, a curva G corresponde ao caso da coluna, como visto
no Cap. 2, e não o da placa-coluna (caso G na Tabela 5-1). Para placas, os dados experimentais estão
dispersos entre as curvas A e D.

A aplicação dos fatores de correção inelástica não é uniforme no setor aeroespacial. Cada
fabricante tem os seus próprios critérios. A Douglas, de acordo com o seu manual (Ref. 5.15), adota

Et
(5.120)
E

A curva correspondente está também representada na Fig. 5-45. Como pode ser notado, representa um
fator conservativo para todos os casos de placas longas. Uma vez que a Eq. (5.120) já é conservativa, a
Douglas não especifica a correção da razão de Poisson acima do limite de proporcionalidade.

A Boeing (Ref. 5.16) adota as expressões da Tab. 5-1 que são graficadas para cada
material/temperatura. A correção relativa à razão de Poisson não está incorporada. A Fig. 5-48 mostra
um caso típico (Liga AL 7075-T6 à temperatura ambiente). Nesta figura aparece o coeficiente de
flambagem K cuja definição é distinta daquela adotada para k neste texto:

2 2
t
cr KE K k (5.121)
b 10,92

Para situações onde 0,3 (inclusive no caso da flambagem plástica se o projetista desejar utilizar
2
a razão de Poisson plástica) é necessário fazer-se a correção K’ = 0,91 K / (1 – ).

5.60
5.61
A Nasa (Ref. 5.17) por sua vez, recomenda agrupar os casos B, C e D da Tab. 5-1 para num único,
utilizando a fórmula do caso C. Desta forma, placas longas simplesmente apoiadas ou engastadas, bem
como placas longas com restrições elásticas e flanges engastados e ainda placas em flexão são tratadas
por uma única expressão. Para o caso de flanges longos simplesmente apoiados recomenda o uso da
expressão do caso A da Tab. 5-1 e para placas sujeitas a cisalhamento, o caso H da referida tabela. A
correção da razão de Poisson acima do limite de proporcionalidade é incorporada em . Para facilitar a
aplicação, a Nasa aplica as fórmulas de correção de plasticidade ao modelo de Ramberg-Osgood do
material. As Figs. 5-49 a 5.52 mostram os gráficos resultantes.

Uma última questão concerne a tensão de corte, ou seja, a máxima tensão admissível para
flambagem de placas. A Boeing especifica esta tensão como sendo a de escoamento. A Douglas permite
que se chegue à tensão máxima de suas curvas e a Nasa especifica as tensões de corte como na Tab.
5-2.

5.62
5.63
5.64
5.17 FATORES DE REDUÇÃO DEVIDO AO “CLADDING”

Placas de liga de alumínio são disponíveis cobertas com uma fina camada de, praticamente,
alumínio puro. Tal material é referido como Alclad ou liga de alumínio Clad. A resistência mecânica deste
material é consideravelmente menor do que a do material do núcleo. Uma vez que o Clad está localizado
nas fibras extremas da chapa, está também localizado onde são atingidas as deformações mais altas
durante a flambagem. A Fig. 5-52 mostra um corte da chapa Alclad e a Fig. 5-53 mostra qualitativamente
as curvas tensão-deformação para o Clad, núcleo e combinações de Clad-núcleo.

Uma correção adicional para placas Alclad, por causa da menor resistência do matéria do
revestimento, é portanto. A tensão de flambagem pode ser escrita na forma

cr cr (5.122)

onde cr é obtido da Eq. (5.115). A Ref. 5.5 fornece expressões simplificadas para os fatores de redução
de cladding, como resumidas na Tab. 5-3.

A tensão de escoamento do material Clad é de aproximadamente 6 ksi. Se a chapa tem


recobrimento Clad somente de um lado, a espessura do recobrimento deve ser subtraída da espessura
total. Isto porque não há meios de prever se o recobrimento Clad estará trabalhando em tração ou
compressão.

5.65
No caso de recobrimento Clad em ambas as faces da placa, nas curvas fornecidas pela Douglas, o
fator de redução já está incorporado. Nos outros casos, a tensão de flambagem é inicialmente
determinada para uma placa de mesma espessura da placa Alclad, mas com o material do núcleo. Esta
tensão é então reduzida pela Eq. (5.122).

As espessuras usuais dos recobrimentos Clad são fornecidos na Tab. 5-4.

5.18 COMPORTAMENTO DE PLACAS APÓS A FLAMBAGEM E IMPERFEIÇÕES INICIAIS

A única configuração possível de equilíbrio para uma placa inicialmente perfeita quando < cr éa
posição plana estável. Existe estabilidade neutra em = cr e a placa está em equilíbrio numa posição
plana ou levemente fletida. Grandes deslocamentos laterais da ordem da espessura ocorrem num nível
de tensões que são apenas um pouco superiores a cr. Em conseqüência, é necessário utilizar a teoria
não-linear de grandes deformações em qualquer análise pós-flambagem. Isto introduz dificuldades
matemáticas a ponto de soluções exatas para a distribuição da deflexão e tensões não serem

5.66
conhecidas para > cr. Soluções aproximadas foram obtidas por diversos investigadores, mas as
derivações são longas e não se tentará reproduzi-las neste texto. Nesta seção se procurará resumir os
resultados obtidos a partir de estudos teóricos e resultados experimentais para placas que estão sujeitas
à compressão, com encurtamento uniforme das bordas carregadas, e como estes resultados podem ser
utilizados para a derivação de uma metodologia a ser utilizada em projeto.

A placa pode sustentar cargas acima da carga de flambagem quando a flexão lateral nas bordas
descarregadas é prevenida, mas a distribuição das tensões de compressão não é uniforme através da
largura da placa, como é o caso quando < cr. A distribuição de tensões depende da restrição no plano
da placa existente nas bordas descarregadas; a distribuição de tensões em placas cujas bordas
descarregadas são mantidas retas (mas que são livres para se deslocarem lateralmente de modo que a
resultante de forças na direção transversal seja nula) e bordas que são livres de tensão são mostradas
na Fig. 5-54. O primeiro é o caso típico de painéis do revestimento de estruturas em casca reforçada e o
segundo é representativo de almas de colunas de paredes finas.

Nota-se, da Fig. 5-54a, que tensões de tração são desenvolvidas na direção y, na porção central
dos bordos descarregados quando estes são obrigados a permanecer retos. Estas tensões de
membranas, adicionadas ao fato de que os bordos descarregados estão restringidos no que tange a
flexão lateral, explicam porque uma placa, de forma distinta de uma coluna, é capaz de carregar cargas
que são muito maiores do que a carga crítica. Uma contração ocorre no centro de uma placa cujas
bordas descarregadas são livres de tensão (Fig. 5-54b). A ausência de forças de membrana neste caso
é responsável pelo fato desta placa ter uma capacidade bastante menor em suportar cargas além da
carga de flambagem, quando comparada à placa com as bordas retas.

5.67
As deformações de flexão em placas perfeitas e imperfeitas são mostradas na Fig. 5-55. É
interessante comparar estas curvas com as curvas correspondentes para colunas apresentadas na Fig.
2-25. Em ambos casos, pode ser notado que o membro com imperfeições muito pequenas segue de
perto a teoria para o membro perfeito, nas regiões antes e logo a pós a flambagem. Em membros com
imperfeições usuais, somente na vizinhança imediata de cr é que as deflexões diferem sensivelmente
daquelas do membro reto. Entretanto, como ocorre com o membro perfeito, as deflexões crescem
rapidamente no membro com imperfeições práticas na região de cr. Disto conclui-se que imperfeições
da ordem daquelas encontradas na indústria aeronáutica têm pequena influência nas cargas de
flambagem e de falha de placas e colunas. Não se pode inferir, entretanto, que este seja sempre o caso
em problemas de estabilidade elástica, pois imperfeições iniciais muito pequenas têm um efeito muito
grande nas cargas de falha de cilindros de paredes finas submetidos à compressão.

Ao contrário do que ocorre em colunas, pode-se ver na Fig. 5-55 que tensões apreciáveis pós-
flambagem são possíveis. Embora a rigidez da placa decresce após a flambagem, a falha não ocorre até
que a tensão axial nas bordas descarregadas atinge a tensão de escoamento ou um pouco superior.

O comportamento de uma placa sob altas cargas pós-flambagem é complicado pelo fato de que o
padrão de flambagem pode se alterar, à medida em que a carga é aumentada, e o número de semi-
ondas pode mudar, numa placa longa. A porção central da placa se aproxima de uma superfície
desenvolvível com curvatura na direção da carga somente. Dupla curvatura é restrita à região dos

5.68
bordos descarregados, somente. Neste caso, a energia de deformação na porção central é devida
primariamente à flexão, enquanto que na região dos bordos descarregados é principalmente devida à
ação de membrana.

5.19 LARGURA EFETIVA DE CHAPA

É impraticável utilizar as distribuições reais e não-uniformes de tensões da Fig. 5-54, em análises


rotineiras de tensões após a flambagem. É mais conveniente considerar que a tensão e nos bordos
descarregados é distribuída uniformemente sobre uma largura efetiva be fictícia, adjacente aos bordos
descarregados (Fig. 5-56). A largura efetiva é determinada da condição de que a força resultante
associada com as distribuições de tensão assumida e real seja a mesma. Desta condição,

b b
1
P e be t t xx dy be xx dy (5.123)
0 e 0

A distribuição de xx depende das restrições rotacionais e no plano da placa impostas sobre os


bordos descarregados e a razão a/b da placa. Entretanto, quando a/b > 3, a distribuição da tensão e a
largura efetiva são independentes de a/b. Vários investigadores, baseados em trabalhos teóricos e
experimentas, derivaram equações para be. Argyris e Dunne (Ref. 5.18) fornecem a família de curvas
sólidas mostradas na Fig. 5-57, para placas longas simplesmente apoiadas, cujas bordas são obrigadas
a permanecerem retas. Mas com restrição elástica contra expansão no plano devido à razão de Poisson.
Numa estrutura real esta restrição é provida pelos membros reforçantes transversais, i.e., as nervuras e
cavernas. Este efeito está contido no parâmetro Ar/at, onde Ar é a área da seção transversal do membro
reforçante. Os casos limites de Ar/at = 0 e correspondem, respectivamente, aos casos de arestas retas
livres e completamente impedidas de se deslocarem transversalmente.

Ao fazer uso da Fig. 5-57 é necessário levar em consideração o efeito da restrição ao deslocamento
do bordo descarregado no cálculo de cr. Como foi visto na seção 5.13, a resistência à expansão lateral

5.69
devida à razão de Poisson induz um campo de tensões de compressão no sentido transversal que reduz
o coeficiente de flambagem para compressão uniaxial.

As curvas de Argyris e Dunne são restritas a cargas pós-flambagem relativamente pequenas, na


gama e/ cr 3, porque em sua derivação não foi levado em consideração o efeito da mudança da
geometria do modo de flambagem com a carga. Para placas longas, sujeitas a grandes cargas após a
flambagem, pode-se utilizar a equação de Koiter (Ref. 5.19).

0, 4 0 ,8 1, 2
cr cr cr
be b 1,2 0,65 0,45 (5.124)
e e e

Esta equação, que é mostrada pontilhada na Fig. 5.57, considera Ar/at = 0. Esta equação provou ser
satisfatória para placas simplesmente apoiadas, engastadas e restringidas elasticamente em rotação. A
equação

1/ 2
cr
be b 0,19 0,81 (5.125)
e

que foi desenvolvida por Marguerre (Ref. 5.20) para grandes cargas após a flambagem de placas
quadradas com Ar/at = 0, também é mostrada na Fig. 5-57. Os três métodos de determinação de be
podem ser vistos estarem razoavelmente de acordo quando Ar/at = 0, embora os mesmos se aplicam a
diferentes razões a/b e cr/ e e diferentes condições de restrição na rotação das bordas.

5.70
Imperfeições iniciais têm pouca influência sobre a largura efetiva para grandes valores de e cr,

mas podem sensivelmente reduzir a largura efetiva na região logo após a flambagem. O comportamento
após a flambagem de placas retangulares em cisalhamento foi investigado nas Refs. 5-8 e 5.21.

5.20 LARGURA EFETIVA DE VON KARMAN

O método para calcular a largura efetiva de placas flambadas em compressão mais utilizado na
indústria, entretanto, foi introduzido por Von Karman (Ref. 5.22) ao estimar a carga de falha de uma
placa em compressão (veja Seção 5.21). Considere a expressão geral para a tensão de flambagem de
placas em compressão:
2 2
k E t
cr 2
(5.115)
12 1 e
b
Adotando k = 4, = 0.3, be = b, e escrevendo b, a tensão no bordo, no lugar de cr, tem-se
2
t E
b 3,615 E be 1,90 t (5.126)
be b

Alguns ensaios antigos realizados por Newell indicaram que a constante 1,90 era muito alta e que,
para reforçadores leves, um valor de 1,7 era mais realista. Hoje, cada fabricante de aeronaves utiliza o
valor que julga mais apropriado para o tipo de reforçadores que mais utiliza. A Boeing faz = 1 e utiliza o
1/2
valor 1,7. A Douglas faz = (Et/E) e utiliza o valor 1,90.

Se for considerado que a rigidez do reforçador e a sua conexão à chapa é tal a prover uma
condição de borda engastada para a placa, então
2
t E
b 6,35 E be 2,52 t (5.127)
be b

Para flanges, tem-se


2
t E
b 0,389 E be 0,623 t (5.128)
be b

Observa-se, experimentalmente, que chapas espessas (em relação à distância entre reforçadores)
tende a flambar com bordos simplesmente apoiadas, enquanto placas finas tendem a flambar com
bordos simplesmente apoiados. Niu (Ref. 5.23) recomenda a seguinte expressão para o cálculo da
largura efetiva:

Kc E
be t (5.129)
b

onde Kc é dado pela Fig. 5.58.

Em construções chapa-reforçador práticas é comum usar reforçadores extrudados, que têm


propriedades de resistência, no regime inelástico, diferentes no daquelas da chapa à qual estão
conectados. Por exemplo, no esboço abaixo o material do reforçador poderia ter a curva tensão-
deformação representada pela curva 1 e a chapa pela curva 2. Quando o conjunto chapa-reforçador, as

5.71
Fig. 5-58 Valores de Kc vs. b/t para Painéis Reforçados

tensões na chapa e no reforçador, no ponto de conexão, serão dadas, respectivamente, pelos pontos A
e B representados na figura, porque têm de apresentar a mesma deformação. Este diferença nas
tensões influenciará a largura efetiva. A correção para esta condição pode ser feita multiplicando a
largura efetiva calculada (como se os materiais fossem iguais) por sh / b, onde b é a tensão no

reforçador e sh, a tensão na chapa. Como a deformação é a mesma, tem-se

( sh / )/( b/ Es)chapa Es)reforçador e a Eq. (5.126) fica

Es chapa E
be 1,90 t (5.130)
Es reforçador b

onde Es é o módulo secante.

Na Eq. (5.130), o que está debaixo do radical refere-se à chapa. Em muitas aplicações, a tensão no
reforçador é conhecida. Considerando a relação entre a tensão no reforçador e na chapa,

5.72
E s chapa
chapa reforçador
E s reforçador

a Eq. (5.130) fica

Es chapa E Es reforçador
E Es chapa
be 1,90 t 1,90t (5.131)
Es reforçador reforçador Es chapa
Es reforçador reforçador

A tabela 5-1 fornece as expressões para os fatores de correção de plasticidade para,


respectivamente, flange longo simplesmente apoiado, flange longo com lado descarregado engastado,
placa longa simplesmente apoiada e placa longa com bordos descarregados engastados:

2 2
Es E 1 e 1
2 2
E s E 0,330 0,670 1 4 3E t 4 E s 1 e 1
2
(5.132)
2
E s E 1 2 1 2 1 4 3E t 4 E s 1 e 1
2 2
E s E 0,352 0,648 1 4 3Et 4 E s 1 e 1

Se forem feitas as aproximações

Es Et

o fator de correção de plasticidade para os 4 casos acima pode ser aproximado por Es E , e a
largura efetiva em (5.131) pode ser escrita como

E Es chapa Es
2
chapa
be 1,90t 1,90t (5.133)
Es reforçador reforçador Es reforçador reforçador

Esta é a expressão recomendada pela Ref. 5.24. A Boeing, por outro lado, recomenda, em seu
manual, o uso da equação

Es chapa E
be 1,70t (5.134)
Es reforçador reforçador

5.21 A FALHA DE PLACAS

Foi visto que, ao contrário de uma coluna, uma placa pode carregar cargas consideravelmente
maiores do que a carga crítica. De fato, a carga última não é atingida antes que uma porção considerável
da placa não esteja plasticamente deformada. A previsão teórica da carga de falha é difícil, pois além da
não-linearidade que resulta das grandes deflexões, a relação tensão-deformação no regime plástico
também leva a comportamento não-linear.

5.73
Uma solução teórica para flanges que apresenta boa correlação com os dados experimentais existe,
mas foi necessário recorrer a métodos semi-empíricos para prever a carga de falha de placas
simplesmente apoiadas.

Von Karman (Ref. 5.22) sugeriu que a carga de falha de placas simplesmente apoiadas fosse
calculada pela seguinte relação aproximada:

cr
Pu be t cy com be b (5.135)
cy

Uma expressão um pouco diferente foi proposta por Winter (Ref. 5.25). Baseado em extensivos testes
ele sugere utilizar a expressão

cr cr
be b 1 0,25 (5.136)
cy cy

que, se o coeficiente de flambagem em cr é feito igual a 4 resulta em

E 0,475 E
Pu be t cy 1,9 y t2 1 (5.137)
y bt cy

O método descrito a seguir, que foi proposto por Gerard (Ref. 5.26), é suportado por um
impressionante número de ensaios à temperatura ambiente e à temperatura elevada, em placas de
diferentes materiais e proporções geométricas. Este método fornece uma base para um dos métodos de
previsão de falha de colunas de paredes finas e placas reforçadas que será apresentado no Cap. 6.

Pode-se verificar, ao examinar as Eqs. (5.124), (5.125), (5.136) e (5.137) que be/b é uma função de
r
cr/ e. Pode-se, então, escrever a relação aproximada be/b = ( cr/ e) , onde e r são constantes
empíricas a serem determinadas de ensaios. Designando a tensão média na placa por , acha-se que
r r 1
b /b
e e e e cr , de maneira que / cr e cr . Resultados teóricos e

experimentais indicam que a carga última é atingida quando e cy , a tensão de escoamento em

compressão do material. Definindo a tensão de falha f como a tensão média na placa durante a falha,

n
acha-se f cr cy cr , onde n = r + 1. Esta equação é aplicável a placas que flambam

elasticamente. Resultados experimentais indicam que f cr para placas que flambam no regime

plástico. Nesta base, Gerard sugere usar as equações

n
f cy 1n
para cr cy (5.138a)
cr cr

f 1n
1 para cr cy (5.138b)
cr

5.74
Os parâmetros adimensionais f cr e cy cr podem ser usados para correlacionar resultados

experimentais. Gerard achou que as Eqs. (5.138) podem ser usadas para prever a tensão de falha de
placas e flanges com um erro máximo de 10% se os valores de e n da Tab. 5-5 são utilizados. Pode
ser observado na tabela que restrições no plano da placa sobre as bordas descarregadas têm uma forte
influência sobre a tensão de falha de placas e flanges. Quando as bordas da placa são obrigadas a se
manterem retas, as forças de membrana resultantes ajudam a resistir os deslocamentos de flexão e, em
conseqüência, aumentam f . Quando as bordas da placa são livres para empenar, estas forças de

membrana não existem, e a falha se dá numa tensão média menor.

Seria de se esperar que quando uma placa é dividida em painéis por reforçadores longitudinais,
como no caso de revestimentos reforçados de superfícies aerodinâmicas e estruturas da fuselagem, as
bordas de painéis adjacentes constituiriam uma restrição recíproca para permanecerem retas.
Entretanto, como pode ser visto no caso da placa de três painéis, as bordas livres dos painéis externos
não deixam que a condição de aresta reta se desenvolva completamente. Nota-se que n, neste caso,
está entre os valores para o caso de bordas livres e bordas livres para empenar.

Tabela 5-5 Valores de e n para Falha de Placas.

Condição n

1. Teoria para placa simplesmente apoiada, com bordas descarregadas retas 0,78 0,80

2. Ensaios para placa simplesmente apoiada ou engastada, com bordas livres para empenar 0,80 0,58

3. Ensaios para placa de três painéis 0,80 0,65

4. Testes para flange simplesmente apoiado, com borda apoiada reta 0,81 0,80

5. Testes para flange simplesmente apoiado, com borda livre para empenar 0,68 0,58

É freqüentemente mais conveniente escrever a Eq. (5.138a) numa forma que contenha o parâmetro
adimensional t/b . Substituindo a expressão para cr (5.32) na Eq. (5.138a) resulta em
2 1 n
k 2E t 21 n
n n 1 1 n 12
f cy f cy 12 1 e2 b k 2
t E
2
cr cr cy cr cy 12 1 e b cy

ou
12 m
f t E
(5.139)
cy b cy

onde

5.75
1 n
2
k
2
e m 21 n (5.140)
12 1 e

Quando uma placa retangular é submetida a cisalhamento, a falha ocorre por rasgamento na
direção da tensão principal de tração na placa flambada. O problema é complicado pelo fato de que as
tensões de tração e compressão não são iguais, como o são antes da flambagem. Como resultado, os
membros que suportam as bordas da placa aplicam forças de membrana em tração à fronteira da placa.
Um método semi-empírico para predizer a carga de falha em cisalhamento é dado na Ref. 5.8.

A falha de placas em compressão e cisalhamento ocorre sob grandes deslocamentos laterais; por
esta razão, imperfeições iniciais têm influência desprezível sob a tensão média de falha.

5.22 EXEMPLOS

EXEMPLO 5.1
Considere um painel 3 x 9 x 0,094 in, simplesmente apoiado nos quatro bordos, manufaturado em
liga de alumínio 2024-T3 (E = 10.700 ksi, 0.7 = 39 ksi, n = 11,5, e = 0,3), submetido à compressão
uniaxial. Ache a tensão crítica cr .

Solução:
Para a/b = 9/3 = 3, a curva C da Fig. 5-9 fornece kc = 4,0. A tensão crítica no regime elástico ( = 1)
é dada por
2 2
kc 2 E t 4 2 10.700 0,094
2
38,0 ksi
12(1 e ) b 12 0,91 3
Esta tensão está acima do limite de proporcionalidade, ou seja, < 1. Como não estão disponíveis, aqui,
curvas para o material como aquelas apresentadas na Fig. 5-48, adotar-se-á as curvas
adimensionalizadas baseadas no modelo de Ramberg-Osgood da Fig. 5-49. Esta figura, para n = 11,5 e
2 2 2
kc E t 4 2 10.700 0,094 cr
2
0,974 fornece 0,84 , de modo que
12(1 e ) 0.7 b 12 0,91 39 3 0.7

cr = 0,84 x 39 = 32,8 ksi

O fator de correção de plasticidade, para este caso, é 32,8 38,0 0,863 .


A espessura de placa utilizada neste exemplo, de 0,094 in, é relativamente grande. Se esta
espessura for modificada para 0,051 in, os cálculos indicariam: a Fig. 5-49 com n = 11,5 e
2 2 2
kc E t 4 2 10.700 0,051 cr
2
0,287 fornece 0,287 , de modo que
12(1 e ) 0.7 b 12 0,91 39 3 0.7

cr = 0,287 x 39 = 11,2 ksi, que é o mesmo valor obtido fazendo-se = 1, ou seja, a flambagem se
dá no regime elástico.

EXEMPLO 5.2
Considere um painel 12 x 3 x 0,094 in, simplesmente apoiado nos quatro bordos, manufaturado em
liga de alumínio Clad 2024-T3 (E = 10.700 ksi, 0.7 = 49 ksi, n = 11, e = 0,3), submetido à compressão
uniaxial. Ache a tensão crítica cr .
Solução:

5.76
Para a/b = 12/3 = 4, a curva C da Fig. 5-9 fornece kc = 4,0. Resolvendo com o auxílio da Fig. 5-49, a
curva para n = 11 e
2 2 2
kc E t 4 2 10.700 0,094 cr
2
0,775 fornece 0,74 , de modo que
12(1 e ) 0.7 b 12 0,91 49 3 0.7

cr = 0,74 x 49 = 36,3 ksi


Tratando-se de uma placa manufaturada em Clad, é necessário fazer a correção. De acordo com a
Tab. 5-4, a espessura da camada de Clad em cada face é de 2.5%, de modo que f = 2 x 0,025 = 0,05
(Fig. 5-53). A Tab. 5-3 fornece as expressões simplificadas para o fator de redução. Neste caso (placa
longa e tensão crítica maior do que o limite de proporcionalidade do material do núcleo) a expressão
para o fator é 1 (1 3 f ) = 1 / (1 + 0,15) = 0,87, de modo que cr = 0,87 x 36,3 = 31,6 ksi.
cr = 31,6 ksi
A utilização da Fig. 5-46 (método Douglas) forneceria: passo 1 – cálculo da tensão crítica como se
desse no regime elástico

2 2
kc 2 E t 4 2 10.700 0,094
cr elástico 2
38,0 ksi Fig. 5 - 46 cr 31,5 ksi
12(1 e ) b 12 0,91 3
que é, aproximadamente, o valor anteriormente obtido.

EXEMPLO 5.3
Uma placa 8 x 6,4 x 0,1 in , simplesmente apoiada nos quatro bordos e manufaturada em liga de
alumínio 7075-T6 a 300oF (E = 9.400 ksi, 0.7 = 55,8 ksi, n = 15,6, e = 0,3), está sujeita a um fluxo de
cisalhamento q = 1,6 kips/in. O requisito de projeto determina que esta placa não flambe sob o
carregamento e temperatura dados. Qual o coeficiente de segurança?
Solução:
Para a/b = 8/6,4 = 1,25, a curva inferior da Fig. 5-26 fornece ks = 7,8. Resolvendo com o auxílio da
Fig. 5-51, a curva para n = 15,6 e
2 2 2
ks E t 7,8 2 9.400 0,1 Fs cr
2
0.29 fornece 0,29 ,
12(1 e ) 0.7 b 12 0,91 55,8 6,4 F0.7
de modo que a tensão admissível em cisalhamento é (Fs)cr = 0,29 x 55,8 = 16,2 ksi.
A tensão de cisalhamento aplicada é dada por fs = q/t = 1,6 / 0,1 = 16 ksi. A margem de segurança
é, então, dada por MS = (Fs)cr / fs - 1 = 16,2 / 16 – 1 = 0,013

EXEMPLO 5.4
O revestimento de 0,080 in de espessura, manufaturado de liga de magnésio HK31A-H24 (E =
6.500 ksi, 0.7 = 17,3 ksi, n = 6,2, e = 0,3) de uma fuselagem é dividido, por reforçadores de seção
transversal em Z, em painéis longos de 4 in de largura. Determine a tensão de flambagem em
compressão destes painéis.
Solução:
Tendo sido dado que o painel está apoiado em reforçadores com seção transversal em Z, pode-se
utilizar a Fig. 5.13 para a obtenção de um valor mais preciso do coeficiente de flambagem em
comparação com o valor conservativo, k = 4, correspondente à placa simplesmente apoiada nos bordos
descarregados. Para b/t = 4,.0 / 0,08 = 50 a curva inferior da Fig. 5.13 fornece k = 5,2 . Como a
flambagem pode ser inelástica, adotaremos aqui o procedimento baseado no modelo de Ramberg-
Osgood para representação do material, representado na Fig. 5-49. Esta figura, para n = 6,2 e

5.77
2 2 2
k E t 5,2 2 6.500 0,08 cr
2
0,706 fornece 0,65 , de modo que
12(1 e ) 0.7 b 12 0,91 17,3 4,0 0.7

cr = 0,65 x 17,3 = 11,2 ksi

Observação: Se a flambagem se dá elasticamente, o valor de da tensão crítica é dada por cr = 0,706 07


ou cr = 0,706 x 17,3 = 12,2 ksi, possivelmente abaixo do limite de proporcionalidade que
não foi fornecido. As curvas da Fig. 5-49 podem ser utilizadas no regime elástico. Os
resultados serão tanto mais precisos quanto maior o valor de n. No presente exemplo, como
n < 10 há uma introdução de pequeno erro.

EXEMPLO 5.5
Uma placa 6 x 3 x 0,06 in , simplesmente apoiada nos quatro bordos, manufaturada de liga de
alumínio 7075-T6 a temperatura ambiente (E = 10.500 ksi, 0.7 = 70 ksi, n = 9,2, e = 0,3) está sujeita a
tensões de compressão longitudinal, fc, e de flexão no plano da placa, fb, na razão fc / fb = 0,5 . (a) Qual a
tensão de compressão na flambagem? (b) se fc = 13 ksi, fb = 26 ksi, qual é a margem de segurança?

Solução:
(a) A questão será resolvida através do uso da Fig. 5-19. Esta figura fornece curvas para o
coeficiente de flambagem em flexão, kb, em função de a/b e , onde = b/c, c = (1 + fc / fb) y ,
onde y é a distância do bordo carregado em compressão ao eixo elástico. Neste caso, y = b/2.
Desta forma, c = (1 + 0,5)b / 2 , de modo que = 2 / 1,5 = 1,33. Para este valor de e a/b = 6/3 =2,
a Fig. 15-19 fornece kb = 11. A equação para a flambagem é

2 2
f0 kb 2 E t 11 2 10.500 0,06
41,8 ksi , que está abaixo do limite elástico.
cr
12(1 e2 ) b 12 0,91 3
Mas f0 fc fb fc fb fc fc 1 2 fc fc f0 3 Fc cr
41,8 / 3 13,9 ksi

(b) A margem de segurança pode ser obtida diretamente do resultado acima


Fc cr 13,9
MS 1 - 1 0,07
fc 13
Uma outra forma de achar a margem de segurança é através do uso da Fig. 5-31. Para tanto, deve-
se calcular as razões Rc e Rb.
1) Cálculo da tensão crítica em compressão: Para a/b = 2, a curva C da Fig. 5-9 fornece kc = 4,0
2 2
kc 2 E t 4 2 10.500 0,06
Fc cr
15,2 ksi
12(1 e2 ) b 12 0,91 3
2) Cálculo da tensão crítica em flexão: Para a/b = 2 e = 2, a Fig. 5-19 fornece kb = 23,9.
2 2 2
kb E t 23,9 2 10.500 0,06
A Fig. 5-49, para n = 9.2 e 2
1.3 , fornece
12(1 e ) F0.7 b 12 0,91 70 3
Fb cr
0,93 , de modo que (Fb)cr = 0,93 x 70 = 65,1 ksi
F0.7
3) Cálculo das razões de carregamento
13 26
Rc 0,855 ; Rb 0,4
15,2 65,1

5.78
4) Com estes valores, a Fig. 5.31 fornece uma margem de segurança de aproximadamente -0,04.
Observação: a discrepância entre as tensões fornecidas pelas curvas de interação da Fig. 5.31 é devida
ao fato de que a flambagem em flexão sozinho se deu no regime inelástico. As curvas de
interação foram derivadas com a hipótese que as flambagens se dessem no regime
elástico. Em conseqüência, o resultado mais coerente é aquele dado pelo primeiro método
apresentado.

EXEMPLO 5.6
Uma placa 16 x 8 x 0,16 in , simplesmente apoiada nos quatro bordos, manufaturada de liga de
o
alumínio 2024-T3 a temperatura de 300 F (E = 10.300 ksi, cy = 37 ksi, 0.7 = 35,7 ksi, n = 15, e = 0,3)
está sujeita à tensão de compressão biaxial, fx = 6 ksi e fy = 1,6 ksi, e tensão de flexão, fb = 24 ksi. Ache
a margem de segurança.

Solução:
Passo 1: Compressão na direção longitudinal, x
O coeficiente de flambagem para a/b = 2 é kx = 4 (Fig. 5-9, caso C). Supondo a flambagem no
regime elástico
2
4 2 10.300 0,16
Fx cr
14,9 ksi (que está abaixo do limite de proporcionalidade)
12 1 0,3 2 8
fx 6
Rx 0,40
Fx cr 14,9
Passo 2: Compressão na direção transversal, y
Para b/a = 0,5, o coeficiente de flambagem é ky = 6,25 (Fig. 5-9, caso C). Supondo a flambagem no
regime elástico
2
6,25 2 10.300 0,16
Fy 5,8 ksi (que está abaixo do limite de proporcionalidade)
cr
12 1 0,3 2 16
fy 1,74
Ry 0,30
Fy cr
5,8
Passo 3: Flexão
Para a/b = 2 e = 2, o coeficiente de flambagem é kb = 23,9 (Fig. 5-26). Supondo a flambagem no
regime elástico
2
23,9 2 10.300 0,16
Fb cr
89 ksi , que está acima do limite de proporcionalidade,
12 1 0,3 2 8
sendo portanto necessária uma correção de plasticidade, fornecida pela Fig. 5.49. Entrando nesta figura
com n = 15 e E cr F0.7 89 /35,7 2,49 obtém-se Fb cr F0.7 1,05 de modo que

(Fb)cr = 35,7 x 1,05 = 37,1 ksi (que satisfaz os limites da tabela 5.2)

fb 26
Rb 0,70
Fb cr 37,1
Passo 4: Cargas Combinadas
Plote o ponto (Ry,Rb) = (0,3, 0,7) na Fig. 5.37b, para a/b = 2. Trace a reta da origem passando por
este ponto até que intercepte a curva Rx (construção em vermelho). Um conjunto preliminar de margens
de segurança é obtido de
MS(b) = 0,73/0,70 – 1 = 0,04 = MS(y)

5.79
MS(x) = 0,42/.40 – 1 = 0,05
A margem de segurança, portanto, é aproximadamente +0,04.
Se o cálculo da MS em x desse um valor substancialmente diferente das margens de segurança em
b e y (que tem de ser iguais por causa da reta), uma iteração teria que ser feita. A margem de segurança
verdadeira é aquela que multiplicando todas as cargas pelo fator (1 + MSreal) fornece uma margem de
segurança zero para todas as cargas. Este fator é achado fazendo-se iterações sobre a linha que passa
pela origem e verificando as MS(x), MS(y) e MS(b). Por exemplo, seja um problema com Rb = Ry = Rx =
0.4 . A construção está em azul na Fig. 5.37b. As margens de segurança são
MS(y) = MS(b) = 0,62/0,4 – 1 = 0,55 MS(x) = 0,70/0,4 –1 = 0,75
Estes valores são substancialmente distintos de modo que uma correção é necessária. Iterando sobre a
linha que passa pela origem acha-se (em preto) Rb = Ry = Rx = 0,53 e
MS(y) = MS(b) = MS(x) = 0,53/0,4 – 1 = 0,325

EXEMPLO 5.7
Uma placa 6 x 3 x 0,06 in, simplesmente apoiada nos quatro bordos, manufaturada de liga de
alumínio 7075-T6 à temperatura ambiente (E = 10.500 ksi, cy = 67 ksi, 0.7 = 70 ksi, n = 9,2, e = 0,3)
está sujeita à tensão de compressão longitudinal, fc = 7,3 ksi, tensão de cisalhamento fs = 8,8 ksi, e
tensão de flexão, fb = 18,5 ksi. Ache a margem de segurança.

Solução:
Passo 1: Compressão longitudinal
O coeficiente de flambagem para a/b = 2 é kc = 4 (Fig. 5-9, caso C). Supondo a flambagem no
regime elástico
2 2 2
kc E t 4 2 10.500 0,06 7,3
Fcr 2
15,2 ksi Rc 0,480
12(1 e )
b 12 0,91 3 15,2
Passo 2: Cisalhamento
O coeficiente de flambagem para a/b = 2 é ks = 5,7 (Fig. 5-26). Supondo a flambagem no regime
elástico
2 2 2
ks E t 5,7 2 10.500 0,06 8,8
Fcr 2
21,6 ksi Rc 0,407
12(1 e )
b 12 0,91 3 21,6
Passo 3: Flexão
O coeficiente de flambagem para a/b = 2, = 2 é kb = 23,9 (Fig. 5-26). A flambagem se dará no
regime inelástico. Usando os valores de n = 9,2 e
2 2 2
kb E t 23,9 2 10.500 0,06 Fcr
2
1,3 na Fig. 5-54 resulta em 0,97 , de modo
12(1 e ) F0.7 b 12 0,91 70 3 F0.7
18,5
que Fcr 67,9 ksi Rb 0,272
67,9
Passo 4: Cargas combinadas
Para a solução será utilizado o ábaco da esquerda na Fig. 5-36. Plote o ponto (Rb,Rc) = (0,272; 0,48).
Seja A, este ponto. Trace a reta AO e a estenda até interceptar a curva Rs/Rc = 0,407/0,48 = 0,848. Seja
B, este ponto. Leia o valor de (Rc)crítico na régua de Rc: (Rc)crítico = 0,57. Ache a margem de segurança

( Rc ) crítico 0,57
MS 1 1 0,187
Rc 0,48

5.80
EXEMPLO 5.8

5.81
EXEMPLO 5.9
Um painel de revestimento de uma asa de aeronave está sujeita a uma tensão de compressão
longitudinal de 3 ksi e um fluxo de cisalhamento de 0,1 kips/in na carga limite. Determine a margem de
segurança se, para preservar a suavidade aerodinâmica, é requerido que não ocorra flambagem na

5.82
carga limite. O painel, de dimensões 4 x 10 x 0,040 in , é manufaturado em liga de alumínio (E = 10.500
ksi, = 0,3)
Solução:
Considerando, de forma conservativa, que os bordos são simplesmente apoiados, obtém-se, das
Figs. 5-9 e 5-26, com a/b = 10/4 = 2,5, kc = 4,1 e ks = 6,0 onde os subscritos referem-se a compressão e
cisalhamento, respectivamente. As tensões críticas são dadas pela Eq. (5.32)
2
4,1 2 10.500 0,040
c cr 3,89 ksi
12(1 0,3 2 ) 4
2 2
6,0 10.500 0,040
s cr 5,69 ksi
12(1 0,3 2 ) 4
As razões de tensão são

c 3 s 0,1
Rc 0,771 e Rc 0,440
c cr 3,89 s cr 0,040 5,69

A equação de interação é dada pela Eq. (5.93) RL Rs2 1 e a margem de segurança, pela Eq. (5.94)
2 2
MS 1 1 0,03
2 2
RL R L 4R s 0,771 0,7712 4 0,44 2
A margem de segurança também poderia ser obtida diretamente da Fig. 5-33 (menor precisão).

EXEMPLO 5.10
O revestimento de 0,064 in de espessura, manufaturado em liga de alumínio (E=10.500 ksi, = 0,3),
de uma estrutura inter-estágios de um lançador de satélites é dividido em painéis de 5 x 15 in por
reforçadores longitudinais e anéis transversais. O empuxo dos motores causa tensões axiais de
compressão no revestimento e nos reforçadores. O anel transversal tem área de seção transversal de
0,8 in2, e a estrutura é proporcionada de forma que o revestimento flambe antes dos reforçadores e
anéis. Determine a largura efetiva do revestimento e a força axial carregada pelo mesmo, quando a
tensão nos reforçadores é 15 ksi. Considere, de forma conservativa, que os reforçadores e anéis dão
uma condição de apoio simples aos painéis de revestimento.
Solução:
Devido à rigidez dos anéis, os reforçadores longitudinais não são livres para se afastarem, um do
outro, na direção transversal. Em conseqüência, devido ao efeito da razão de Poisson, tensões de
compressão serão induzidas na direção transversal. O coeficiente de flambagem para este caso é dado
pela Fig. 5-29. Para a/b = 15/5 = 3 e Ar/at = 0,8/(15x0,064) = 0,.833, a Fig. 5-29 fornece kc = 3,55. A
tensão de flambagem é, portanto
2 2
3,55 10.500 0,064
cr 5,52 ksi
12(1 0,3 2 ) 5
de forma que e/ cr = 15 / 5,52 = 2,72 . A placa é longa, simplesmente apoiada e e/ cr 3. Portanto, as
curvas de Argyris e Dunne da Fig. 5-57 podem ser utilizadas. Da figura, com e/ cr = 2,72 e Ar/at = 0,833
obtém-se be/b = 0,75, de maneira que be = 0,75 x 5 = 3,75 in. A força axial carregada pelo painel de
revestimento, portanto, é

P be t e 3,75 0,064 15 3,6 kips

EXEMPLO 5.11
Considere um painel 3 x 9 x 0,051 in, simplesmente apoiado nos quatro bordos, manufaturado em
liga de alumínio 2024-T3 (E = 10.700 ksi, cy = 40 ksi, 0.7 = 39 ksi, n = 11,5, e = 0,3), submetido à

5.83
compressão uniaxial. Ache a carga de falha deste painel se suas bordas são obrigadas a permanecerem
retas.
Solução:
A tensão crítica deste painel é
2 2
kc 2 E t 4 2 10.700 0,051
2
11,2 ksi , evidentemente no regime elástico.
12(1 e ) b 12 0,91 3
Segundo Von Karman, a carga de falha é dada pela Eq. (5.135)

Pu btFcy Fcr Fy 3 0,051 40 11,2 40 3,24 kips

Segundo Gerard, a Eq. (5.138a) com = 0,78 e n = 0,80 fornece


n 0 ,8
Fu Fcy 40
0,78 2,16 Fu 24,2 ksi
Fcr Fcr 11,2
Pu Fu bt 24,2 3 0,051 3,7 kips

5.23 EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 5.1
Considere um painel 9 x 3 x 0,094 in, simplesmente apoiado nos quatro bordos.
a) Ache a tensão crítica em compressão.
b) Ache a tensão crítica em flexão
c) Ache a tensão crítica em cisalhamento
Dados do Material: Liga Al Clad 7075-T6 (Ec = 10.500 ksi, Fcy = 64ksi, F07 = 64,5 ksi, n = 19,5, e = 0,3)

EXERCÍCIO 5.2
Uma placa retangular é carregada uniaxialmente. Os lados carregados, de largura b, são engastados.
Os lados descarregados, de comprimento a, são, respectivamente, simplesmente apoiado e livre. Nestas
condições e para a/b = 1,4 estime o kcr utilizando o método de Rayleigh-Ritz (um só termo para não se
perder nas contas!). Compare o seu resultado com o valor apresentado no texto (Fig. 5-9) e comente a
diferença.

EXERCÍCIO 5.3
A placa da figura é simplesmente apoiada em seus quatro bordos.
y
As arestas paralelas a y estão sujeitas a uma distribuição de
Nx0 Nx0 tensões que ocasiona flexão pura, Nx = -Nx0 (1 - 2y/b). Usando a
função adequada
w(x,y) = Am1 sen (m x/a) sen ( y/b) + Am2 sen (m x/a) sen (2 y/b)
b
e o método de Rayleigh-Ritz,
a) ache uma expressão aproximada para (Nx0)cr;
-Nx0 -Nx0 x
b) para o caso particular a = b, ache o número de semi-ondas
a correspondente à flambagem;
2 2
c) para o mesmo caso particular, ache kcr = (Nx0)cr b / ( D) ;
d) compare (e comente) o resultado com o valor essencialmente
exato fornecido por Timoshenko: (kcr)ex = 25,6 ; 2 semi-ondas

5.84
EXERCÍCIO 5.4
O painel retangular da figura é reforçado por reforçadores simples ao
Nxy
longo das bordas de comprimento 5” e por reforçadores duplos ao
longo das bordas de comprimento 10”. Os reforçadores são
5” conformados em chapa Al 7075-T6 de espessura 0,063”. As
distâncias entre as linhas de rebitagem dos reforçadores estão
Nx
indicadas. Supondo a chapa de mesmo material e com espessura
10” 0,042”, calcule (Nxy)cr a 300o F.

propriedades do material a 300o F:


E = 9.400 ksi, F07 = 58,5 ksi, Fcy = 54 ksi, n = 16,6, e = 0,3.

EXERCÍCIO 5.5
Considere a placa retangular da figura, simplesmente
Ny
apoiada em seus quatro bordos e sujeita a um
carregamento bi-axial.
2
Sejam: E = 10.800 ksi = 0,1
b Nx Nx a = 20 in b = 10 in
2
t = 0,1 in Ny = 5 lb/in
a) pede-se a carga crítica (Nx) cr de flambagem, ou seja,
Ny para Ny dado e fixo, para qual valor de Nx a placa perde
estabilidade?
a
b) qual o modo de flambagem da placa para o (Nx) cr
encontrado, ou seja, quantas semi-ondas aparecerão nas
direções do comprimento e da largura?

EXERCÍCIO 5.6
Um painel 5 x 12.5 x 0.051 in tem todos os bordos simplesmente apoiados. O painel está sujeito a uma
combinação cargas de compressão longitudinal (no sentido da dimensão mais longa) e cisalhamento que
produz as seguintes tensões:
fc = 2,4 ksi (aplicada normal ao lado de 5 in) e fs = 2,8 ksi
a) Qual é a margem de segurança sob o sistema de cargas dado, se é manufaturado em chapa
de liga de alumínio 2024-T3 (Ec = 10.700 ksi, F0.7 = 39 ksi, F0.7 = 40 ksi, n = 11,5, e = 0,3)
b) Se o material é mudado para uma liga de aço AISI 4130 Normalizado (Ftu = 90 ksi, Ec =
29.000 ksi, F0.7 = 61,5 ksi, Fcy = 70 ksi, n = 6,8, e = 0,3), qual seria a margem de segurança?

EXERCÍCIO 5.7
A viga da figura, de 100 in de comprimento, está sujeita a uma carga de 1.000 lb numa extremidade e
fixa na outra extremidade. As mesas são compostas de perfis L de espessura 0,065in rebitados em
ambos os lados da alma e têm seção de área 0,2in2 (de cada lado da alma). Os reforçadores
transversais são perfis L de espessura 0,05in , num só lado da alma. A distância entre os centróides das
mesas superiores e inferiores, bem como a distância entre as linhas de rebitagem das mesas à alma é
8in. A viga é reforçada por reforçadores transversais, formando 10 painéis iguais. Nestas condições,
pede-se:
a) Se a alma a tiver espessura t = 0,05in, quais as tensões nas mesas e o estado de tensões no
painel A?

b) Nas mesmas condições, o painel A flamba? Qual a margem de segurança?

c) Ache a espessura mínima dos painéis para que não ocorra flambagem (mantenha a geometria da
viga e as áreas das mesas).

Nos cálculos, considere o momento de inércia das mesas desprezível, quando comparado ao
momento de área das mesas em torno do eixo neutro da viga. Considere flambagem elástica. Faça

5.85
as hipóteses que julgar necessárias para poder usar as informações disponíveis na apostila (média
de tensões, etc.).

Dados: E = 10.000 ksi, = 0,3.

8 in A

10 in
P=1.000 lb

EXERCÍCIO 5.8
Uma placa 3 x 12 x 0,040 in, simplesmente apoiada, está sujeita à seguinte combinação de tensões:
fc = 3 ksi, fb = 10 ksi, fs = 8 ksi.
As tensões de compressão e flexão, respectivamente, fc e fb , são normais ao lado de 3 in. Se os bordos
são simplesmente apoiados:
a) Qual é a margem de segurança se o painel é manufaturado de liga de alumínio 7075-T6
(Ec = 10.700 ksi, F0.7 = 70 ksi, Fcy = 67 ksi, n = 9,2, e = 0,3) ?
b) Qual seria a margem de segurança se o material do painel é mudado para Titânio Ti-8Mn
(Ec = 15.500 ksi, F0.7 = 119,5 ksi, Fcy = 110 ksi, n = 13,7, e = 0,3) ?

EXERCÍCIO 5.9
Uma longarina, cuja alma tem espessura de 0,04” e é confeccionada em liga de alumínio 7075-T6
(E=10.500ksi, =0,3), está dividida em painéis de 30”x 10”, através de reforçadores transversais.
Tensões de flexão são aplicadas ao longo dos lados de 10” e tensões de cisalhamento, ao longo do
painel.
a) determine a tensão crítica de flexão (flexão agindo sozinho)
b) determine a tensão de cisalhamento crítica (cisalhamento agindo sozinho)
c) supondo que a longarina esteja sujeita a uma tensão de cisalhamento igual á metade daquela
requerida para flambagem (50% do ítem b), determine a tensão de flexão que ocasionará a
flambagem quando aplicada simultaneamente à tensão de cisalhamento.
Em todos os ítens, considere que a flambagem se dá elasticamente. Considere, também, que as mesas
longitudinais da longarina, bem como os reforçadores transversais dão condições de apoio simples aos
bordos dos painéis.

Al 7075-T6
t = 0,04” 10”

30” 30”

EXERCÍCIO 5.10
Uma placa 16 x 8 x 0,16 in , simplesmente apoiada e manufaturada de liga Clad 2024-T3 (Ec = 10.700
ksi, F0.7 = 35,7 ksi, Fcy = 37 ksi, n = 12, e = 0,3) está submetida a uma combinação de compressão bi-
axial e cisalhamento:
fx = 5 ksi (longitudinal) fy = 1,5 ksi (transversal) fs = 11 ksi
Pede-se a margem de segurança

5.86
EXERCÍCIO 5.11
Um painel com dimensões 12”x 3”x 0,040” está sujeito aos carregamentos combinados de compressão
longitudinal, flexão longitudinal pura e cisalhamento, com: Nx = 0,12 kips/in; Nxb=0,4 kips/in; Nxy=0,32
kips/in. Se todos os lados forem simplesmente apoiados, determine se o painel flambará:
a) caso seja manufaturado em liga de alumínio 7075-T6;
b) caso seja manufaturado em liga de titânio Ti-8Mn;
c) determine as espessuras mínimas do painel para que não ocorra a flambagem em ambos os
casos (manufatura em liga de alumínio e em liga de titânio).
Dados: Al 7075-T6 (E = 10.500 ksi, F07 = 70 ksi, Fcy = 67 ksi, n = 9,2, e = 0,3)
Ti-8Mn (E = 15.500 ksi, F07 = 119,5 ksi, Fcy = 110 ksi, n = 13,7, e = 0,3)

EXERCÍCIO 5.12
Uma placa de AL 2024-T6 (Ec = 10.700 ksi, Fcy = 49 ksi, F0.7 = 49 ksi, n = 11, e = 0,3) está sujeita a uma
carga de compressão uniforme na direção de seu comprimento. A placa tem dimensões 10 x 3 in e os
bordos carregados são simplesmente apoiados. Um dos bordos não carregados (longitudinais) é
simplesmente apoiado e ou outro é livre, ou seja, constituindo um flange simplesmente apoiado. O bordo
simplesmente apoiado permanece reto após o carregamento. Nestas condições:
a) qual é a espessura mínima da placa para que ela não flambe sob um carregamento Nx = 5
kips/in
b) considerando a espessura achada acima, qual é a tensão de falha da placa? Que carga poderia
carregar nestas condições?

EXERCÍCIO 5.13
Uma placa de liga Al 2024-T3 (E = 10.700 ksi, = 0,3, F0.7 = 39 ksi, n = 11,5, Fcy = 40 ksi) simplesmente
apoiada, de dimensões 15 x 3 x 0,04 in, está sujeita a um encurtamento uniforme ao longo de sua
direção longitudinal (maior medida). As arestas descarregadas permanecem retas, mas podem deslocar
transversalmente de forma livre e uniforme.
1) determine a força total carregada pela placa, quando a tensão de bordo for:
(a) 4 ksi; (b) 24 ksi
2) determine a carga de falha da placa.

EXERCÍCIO 5.14
Uma placa simplesmente apoiada em seus quatro
bordos é carregada uniaxialmente. O reforço, nos
Nx Nx a bordos carregados, é tal a impedir, totalmente, o
movimento transversal dos bordos livres. Nestas
condições,
4a
Dados:
a) qual a carga total suportada pela placa no instante
a = 3”; t = 0,07” da flambagem?
Material: liga de magnésio HK31A-H24 b) qual a carga total suportada pela placa quando a
E = 6.500ksi; Fy = 19ksi; F0.7 = 17,3ksi; tensão de bordo é fb = 16 ksi?
n = 6,2; = 0,3
c) qual a carga total suportada pela placa no
momento da falha?

EXERCÍCIO 5.15
Um placa simplesmente apoiada, de dimensões 9 x 3in, está sujeita a um carregamento uniaxial
(paralelo ao lado de 9 in) Nx = 3.000 lb/in. A placa está suportada transversalmente por reforçadores de
2
área 0,8 in e os bordos descarregados permanecem retos (não empenam) sob a ação da carga. Calcule
a espessura mínima para que esta placa não falhe sob o carregamento dado. Faça este cálculo
empregando a formulação do Gerard. O material empregado é liga AL 2024-T3 (E=10.700 ksi, e = 0,3,
F0.7 = 39 ksi, Fcy = 40 ksi, n = 11,5). Calcule a tensão de flambagem para a placa com espessura mínima
encontrada. Calcule a carga de falha desta mesma placa utilizando o método de Von Karman. Para
todos os cálculos suponha que os reforçadores longitudinais e transversais não flambem.

5.87
EXERCÍCIO 5.16
Considere uma placa simplesmente apoiada nos quatro
bordos (retos, sem empenamento), com a = 8”, b = 4” e t =
0,156”, confeccionada em liga de alumínio 2024-T4
b Nx Nx
(Ec = 10.700ksi, Fcy = 38ksi, F0.7 = 36,7ksi, n = 15,6, = 0,3).

a) Qual a carga crítica de flambagem?


c) Qual a carga de falha?
a
d) Qual a espessura mínima para falha sob Nx = 4 kips/in

EXERCÍCIO 5.17
Considere uma placa engastada nos quatro bordos (livres
para empenar), com a = 12”, b = 4” e t = 0,156”,
confeccionada em liga de alumínio 2024-T3
b Nx Nx
(Ec = 10.700ksi, Fcy = 40ksi, F0.7 = 39ksi, n = 11,5, = 0,3).

a) Qual a carga crítica de flambagem?


b) Qual a carga de falha?
a

EXERCÍCIO 5.18
Um flange simplesmente apoiado, com borda apoiada reta, tem dimensões 9in x 2in e está sujeito a um
carregamento uniaxial Nx = 3.000 lb/in no sentido do comprimento. Calcule a espessura mínima para que
este flange não falhe sob o carregamento dado.
O material empregado é liga AL 2024-T4 (E=10.700 ksi, e = 0,3, F0.7 = 36,7 ksi, Fcy = 38 ksi, n = 15,6)

EXERCÍCIO 5.19
Considere uma placa de liga AL 7075-T6, com dimensões 12” x 3” x 0,04”, submetida a um
carregamento uni-axial no sentido de seu comprimento, simplesmente apoiada nos lados carregados e
engastada nos lados descarregados. Considere que os lados descarregados são livres de se deslocar no
sentido transversal. Nestas condições:
a) Qual é a tensão de flambagem?
b) Qual é a largura efetiva quando a tensão de bordo é 35 ksi?
c) Qual é a tensão média de falha?
dados: E=10.500 ksi, e = 0,3, F0.7 = 70 ksi, Fcy = 67 ksi, n = 9,2

EXERCÍCIO 5.20
Considere o modelo de um grau de liberdade de
P uma placa plana mostrado na figura. O modelo
consiste de quatro barras rígidas em flexão,
conectadas através de articulações entre si e aos
suportes. No centro do modelo, duas molas
lineares rotacionais de rigidez c = M/ conectam
barras opostas entre si. Além disto, cada uma das
k c k barras transversais contém uma mola linear
extensional de rigidez k.
Supondo que o comprimento das quatro barras
quando o modelo está descarregado seja a, e que
2
ka /4c = 50:
d
a) determine a carga crítica
b) Para grandes deflexões laterais, obtenha e plote
a relação da carga P/Pcr vs o deslocamento lateral
d/a.
c) Que características fundamentais da flambagem
de uma placa real são mostradas por este modelo?

5.88
EXERCÍCIO 5.21
Um painel de 9 in de comprimento e 3 in de largura, manufaturado em liga AL 2024-T3 (E=10.700 ksi,
e = 0,3, F0.7 = 39 ksi, Fcy = 40 ksi, n = 11,5) está sujeito à compressão uniaxial. A placa, de espessura
0,070 in, está simplesmente apoiada nos bordos carregados e fixa a reforçadores tipo chapéu nos
bordos descarregados. Estes podem mover livremente na direção transversal. Nestas condições, pede-
se:
a) Qual a tensão de flambagem da placa?
b) Qual é a carga total (kips) que a placa carrega quando a tensão nos reforçadores chapéu,
manufaturados do mesmo material, for 50 ksi?

5.23 REFERÊNCIAS

5.1 Timoshenko, S.P. & Gere, J.M.: Theory of Elastic Stability, McGraw-Hill, New York, NY, 1961.
5.2 Chajes, A.: Principles of Structural Stability Theory, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1974.
5.3 Rivello, R.M.: Theory and Analysis of Flight Structures, McGraw-Hill, New York, 1969.
5.4 Donnell, L.H.: Beams, Plates and Shells, McGraw-Hill, New York, 1976.
5.5 Gerard G. & Becker, H.: Handbook of Structural Stability, NACA Tech. Note 3781, 1957.
5.6 Hubolt, J.C. & Stowel, E.Z.: Critical Stress of Plate Columns, NACA Tech. Note 2163, 1950.
5.7 Stein M. & Neff, J.: Buckling Stresses of Simply Supported Rectangular Plates in Shear, NACA
Tech. Note 1222, 1947.
5.8 Kuhn, P., Peterson, J.P. & Levin, L.R.: A Summary of Diagonal Tension, pt I, Vol. I: Methods of
Analysis, NACA Tech. Note 2661, 1952.
5.9 Noel, R.G.: Elastic Stability of Simply Supported Flat Rectangular Plates Under Critical Combinations
of Longitudinal Bending, Longitudinal Compression, and Lateral Compression. J. Aero. Sci., vol. 19,
no. 12, Dec 1952, pp. 829-834.
5.10 Johnson, A.E.Jr. & Buchert, K.P.: Critical Combinations of Bending, Shear, and Transverse
Compressive Stresses for Buckling of Infinitivelt Long Plates. NACA Tech. Note 2536, 1951.
5.11 Batdorf, S.B. & Houbolt, J.C.: Critical Combinations of Shear and Transverse Direct Stress for
Infinitly Long Flat Plate with Edges Elastically Restrained Against Rotation, NACA Tech. Report 847,
1946.
5.12 Batdorf, S.B. & Stein, M.: Critical Combinations of Shear and Direct Stresses for Simply Supported
Rectangular Plates, NACA Tech. Note 1223, 1947.
5.13 Johnson J.H., Jr.: Critical Buckling Stresses of Simply Supported Flat Rectangular Plates Under
Combined Longitudinal Compression, and Shear. J. Aeron. Sci., June 1954.
5.14 Bleich, F.: Buckling Strength of Metal Structures, McGraw-Hill, New York, 1952.
5.15 Douglas Structural Design Manual, Vol. I, Section B-7 Plate Buckling, McDonnell Douglas
Corporation, Aug. 1982.
5.16 Boeing Design Manual, BDM-6520, Buckling of Flat Plates, The Boeing Co., Seattle, Aug 1995
5.17 NASA, Astronautics Structures Manual, Vol. 2, Section C.1, Structures and Propulsion Laboratory,
NASA Marshall Space Flight Center, AL 35812, August 1975 – também disponível para download
em http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73306v2p7.pdf
5.18 Argyris, J.H. & Dunne, P.C.: Handbook of Aeronautics, no. 1, Structural Principles and Data, part 2:
Structural Analysis, 4th ed., Pitman, New York, 1952.
5.19 Koiter, W.T.: The Effective Width of Flat Plates for Various Longitudinal Edge Conditions at Loads far
Beyond the Buckling Load, Natl. Luchtvaart Lab (NLL) Rept. S287, 1946.
5.20 Marguerre, K.: The Apparent Width of the Plate in Compression, NACA Tech. Memorandum 833,
1937.
5.21 Van der Neut, A.: Post-buckling Behavior of Structures, AGARD Report 60, 1956.

5.89
5.22 Von Karman, T., Sechler, E.E. & Donnell, L.H.: The Strength of Thin Plates in Compression,
Transactions, ASME, Vol. 54, 1932.
5.23 Niu, M. C.-Y.: Airframe Stress Analysis and Sizing, Conmilit Press, 2nd ed., Hong Kong, 2001
5.24 Flabel, J. C.: Practical Stress Analysis for Design Engineers: Design & Analysis of Aerospace
Vehicle Structures, Lake City Pub Co., 1997.
5.25 Winter, G.: Strength of Thin Steel Compression Flanges, Transactions, ASCE, Vol. 112, 1947.
5.26 Gerard, G.: The Crippling Stress of Compression Elements, J. Aeronautical Sciences, Vol 25, no. 1,
pp. 37-52, January 1958.

5.90
CAPÍTULO 6
ESTABILIDADE E FALHA DE COLUNAS DE PAREDES
FINAS E PAINÉIS REFORÇADOS

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