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Santos - SP
2022
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Resumo: Atualmente a questão migratória tem se tornado um fator de interesse tanto por suas
dimensões sociais quanto econômicas no contexto global e brasileiro fazendo com que o fluxo
migratório para fins de qualificação acadêmica se tornasse cada vez mais presente. O objetivo
deste artigo é identificar e analisar as principais dificuldades de organização do cotidiano
enfrentadas pelos estudantes em mobilidade vinculados ao programa Pré-PEC-G na Unifesp e
seus processos de acolhimento no Brasil. A metodologia utilizada foi a da pesquisa qualitativa
exploratória, onde cinco estudantes participantes do programa Pré-PEC-G dos anos de 2019 e
2020, foram convidados a participar de uma entrevista semiestruturada para que fossem
identificadas as potencialidades e dificuldades deste processo a partir de suas próprias
perspectivas. Os dados apontam para uma necessidade de reorganização do cotidiano, assim
como, a ampliação e criação de novas redes de apoio, acolhimento e suporte, ressignificando a
experiência migratória destes estudantes e considerando a situação atual mundial afetada pela
pandemia e todos os seus desdobramentos.
Palavras-chave: Estudantes imigrantes, PEC-G, Pandemia, Terapia Ocupacional.
Abstract: Currently, the migratory issue has become of interest both for its social dimensions
and more present in the global and Brazilian context, making the migratory flow for
qualification purposes become increasingly present. The objective of this article is to identify
and analyze the main difficulties in the organization of daily life faced by mobile students linked
to the Pre-PEC-G program at Unifesp and their reception processes in Brazil. The methodology
used was exploratory qualitative research, where five students participating in the Pre-PEC-G
program in 2019 and 2020 were invited to participate in a semi-structured interview to identify
the potentialities and difficulties of this process from their own perspectives. The data point to
a need for reorganization of daily life, as well as the expansion and creation of new networks
of support and welcoming, resignifying the migratory experience of these students and
considering the current global situation affected by the pandemic and all its consequences.
Keywords: Immigrant Students, PEC-G, Pandemic, Occupational Therapy.
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1. Introdução
Atualmente a questão migratória tem se tornado um fator de interesse tanto por suas dimensões
sociais quanto econômicas no contexto global e brasileiro fazendo com que o fluxo migratório para
fins de qualificação acadêmica se tornasse cada vez mais presente. Este, apesar de não ser um
fenômeno recente, vem ganhando notoriedade nas pesquisas sociais, sobretudo por ser cada vez mais
frequente, complexo e passível de múltiplas análises (BROOKS & WATERS, 2011; OLWIG &
VALENTIN, 2015 apud LIMA; FEITOSA, 2017).
No Brasil estão presentes diversas iniciativas para a promoção da mobilidade estudantil, não
apenas mediadas pelas universidades brasileiras, mas também pelo governo. A mobilidade estudantil
transpassada por diversos fluxos migratórios, em geral, é organizada a partir de múltiplos programas
de cooperação que promovem não apenas a ida de estudantes brasileiros para o exterior, mas também
a vinda de estudantes estrangeiros para o Brasil.(GALVANI, CARNEIRO, PEREIRA, 2021, no
prelo). Dentre eles, destaca-se o Programa Estudantes Convênio de Graduação (PEC-G), fruto de
parceria entre o Ministério da Educação (MEC), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), por
possibilitar a vinda de um número considerável de estudantes estrangeiros(as) desde a década de 60,
sobretudo nacionais africanos (BRASIL, 2015). A partir dele foi implementado na Unifesp, em 2019,
o Programa de acolhimento e ensino de português como língua adicional voltado ao PEC-G, também
conhecido como Pré-PEC-G.
Este artigo parte da minha experiência de colaboração com as ações de extensão que se
desenvolveram no entorno deste programa na instituição que tem como objetivo contribuir para o
aprimoramento da competência linguística, interacional e simbólica dos estudantes, colaborando para
a sua inserção e participação crítica e cidadã no ambiente acadêmico e social do entorno. (UNIFESP,
2021) O programa oferece também atividades de monitoria e acompanhamento por estudantes de
Terapia Ocupacional e Letras, contribuindo para a adaptação e inserção social destes estudantes e
promovendo a ampliação de suas redes (GALVANI, CARNEIRO, PEREIRA, 2021, no prelo).
Estas ações desenvolvidas pela Unifesp nos permitem perceber como o programa convoca a
terapia ocupacional social a desenvolver ações interculturais e em contextos multilíngues em
estreito diálogo com o campo das Letras e do Português como Língua Adicional (PLA). Abre-se
assim, um campo importante de iniciativas de ensino, pesquisa e extensão em torno à esta iniciativa,
associando a formação de terapeutas ocupacionais com o campo da mobilidade humana e
entendendo a multiplicidade dos processos migratórios.
Este artigo é fruto também de uma pesquisa de iniciação científica que tinha como foco fazer
um retrato da migração destes estudantes, buscando compreender como se dá o processo de
migração e as dificuldades encontradas por aqueles que constroem uma trajetória fora do seu local
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2. Metodologia
Minha inserção em campo se deu a partir da participação no programa de acolhimento de
estudantes – Pré-PEC-G em 2019, no qual eram realizadas ações que visavam contribuir para a
adaptação e inserção social desses estudantes estrangeiros no contexto brasileiro. Estas ações eram
realizadas de modo virtual, por meio de conversas e ligações, para que além de treinar a língua
portuguesa, também pudessem se aproximar da cultura brasileira. Foi criado um vínculo com os
participantes de 2019, visto que as ações realizadas aconteciam três vezes na semana, o que fez com
que para além do programa também fosse criado uma relação de amizade. Entretanto, com os
estudantes de 2020, devido ao surgimento da pandemia do Covid-19 e todos os seus desdobramentos,
não houve tempo para a criação de vínculo previamente às entrevistas.
A pesquisa realizada para este artigo pode ser caracterizada como uma pesquisa qualitativa
exploratória (GIL, 1999) para a qual estudantes participantes do programa Pré-PEC-G da Unifesp
foram convidados a participar de uma entrevista semiestruturada para que fossem identificadas as
demandas a partir de suas próprias perspectivas.
Foram selecionados cinco estudantes, todos imigrantes de Benin das turmas de 2019 e 2020, a
razão para tal é que esse é um dos países com maior número de estudantes participantes do programa.
Apesar de serem do mesmo país, nesse grupo foi possível identificar uma diversidade socioeconômica
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e uma diferença significativa nas vivências dos que vieram antes e às vésperas do início das restrições
pela pandemia.
Os cinco convidados aceitaram participar, e a partir disso foram entrevistados os dois
estudantes com a participação em andamento no programa que são da turma de 2020 e três que
concluíram sua participação no Pré-PEC-G que são da turma de 2019. A princípio houve o contato
com o primeiro estudante e a este foram explicados os objetivos da pesquisa, juntamente com o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1), o que posteriormente foi feito com os demais
entrevistados.
As entrevistas foram realizadas com base em um “Roteiro da Entrevista” semiestruturado
(Anexo 2), com questões norteadoras segundo os objetivos colocados para esta pesquisa e a partir das
respostas obtidas novas perguntas foram realizadas. O roteiro abrangeu: os dados pessoais dos
participantes e perguntas disparadoras para a reflexão sobre o processo de imigração, destacando tanto
os pontos positivos quanto negativos da experiência.
A realização das entrevistas foi inspirada pela perspectiva da escuta sensível proposta por René
Barbier (2002). O autor pressupõe uma inversão de atenção, ou seja, focar os esforços em
compreender o que o interlocutor pretende dizer, buscando não julgar, não medir e não comparar, sem
alterar ou acrescentar sua própria compreensão do que lhe foi dito. Essa perspectiva contribuiu para
que nas entrevistas as vozes dos estudantes pudessem emergir de forma mais fluída, embora haja
diferenças significativas entre as entrevistas com o grupo de 2019, com o qual tive mais contato e com
o de 2020, com o qual houve menos contato.
Após a realização das entrevistas com registro em áudio e com o consentimento dos
entrevistados, elas foram transcritas e foram identificados os temas comuns entre elas em diálogo com
os objetivos da pesquisa. A partir disto, foi realizada a textualização, reorganizando o texto de acordo
com os temas, dentre eles: racismo, dificuldades financeiras e com a língua portuguesa, pandemia do
COVID-19, o programa PEC-G e redes de apoio no Brasil.(RIBEIRO, PEREIRA, 2002). Por fim,
foram selecionados trechos das entrevistas, para que juntamente com referenciais teóricos, pudessem
elucidar os pontos importantes deste artigo.
No próximo item, apresento as análises preliminares dos dados, organizando em itens que
exprimem o processo migratório destes estudantes, abordando pontos chaves para a reflexão em torno
aos cotidianos e a experiência migratória em si, partindo do pressuposto de que esse cotidiano foi
marcado por rupturas tanto no deslocar-se para um novo território, quanto no deparar-se com uma
pandemia em âmbito mundial.
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Visto isto, podemos pensar no cotidiano como um processo que vai se desdobrando de acordo
com as ações que realizamos e nas consequências obtidas a partir disso. O objetivo central do
programa é que os estudantes aprendam português a partir de uma imersão cultural, porém muitas
vezes não é pensado em como isso acontece, conforme é possível verificar na fala de R:
“Foi um desafio aprender português para mim, porque sabe eu me preocupava mais com a questão da
língua para poder estudar, uma nova língua e ter que aprender essa língua em poucos anos e você tem
um ano, para prestar o Celpe-Bras. Tipo um prazo de sete meses para estudar para o Celpe-Bras, então
é pouco tempo, é bem desafiador.” - R. (04/12/2020, em entrevista com a pesquisadora)
Diversas questões que surgiram durantes as entrevistas e que são vistas apenas como situações
cotidianas, acabam por ter uma outra conotação se permitida uma escuta sensível do outro. A
percepção dos estudantes acerca de suas vivências no Brasil, suas redes de apoio e dificuldades
enfrentadas nos trazem um panorama diferenciado acerca da imigração para fins estudantis e no
quanto muitas vezes a falta de uma rede de apoio interfere nas condições de vida, como aponta a fala
de M:
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“Eu vi muitas pessoas, muitos amigos que tem dificuldades, que tem dificuldade com isso, porque não
consegui achar um dono para negociar, seu aluguel. As vezes ele chega aqui e dorme no aeroporto, é
muito difícil para eles. Então depende das pessoas, eu acho que nesse lado a gente tem que ver as
coisas né, que melhorar as coisas, porque eu vi que cada estudante tão sozinho para procurar aluguel,
para procurar as coisas” – M. (14/12/2020, em entrevista com a pesquisadora)
Questões como a falta de informações e de segurança fez com que surgisse durante as entrevistas
momentos de incerteza e medo, vividos por quem está em um novo território, sem conhecimento do
mesmo e sem uma rede de suporte que pudesse auxiliá-lo a respeito dos perigos daquele local, como
aparece no discurso de S.:
“Como vou dizer... um dia eu tava em cima do prédio e vi três ladrões com armas roubando ali no
meu apartamento. Um lugar que você não pode sair, quando volta da escola, quando chega dez horas
da noite se você chama o Uber, sempre recusam para ir nesse lugar então seria bom se eu tivesse
alguém que já me falou. "Ah, olha, esse lugar é perigoso." Então eu fui roubado, meu telefone foi
roubado, depois eu comprei um outro que foi roubado também. Esse eu agradeço que o segundo
telefone a pessoa não me matou” – S. (10/01/2021, em entrevista com a pesquisadora)
Pensar nesse contexto também é pensar em como esses impactos atravessam situações que estão
ligadas a imigração, tanto em relação às questões pragmáticas quanto com situações da vida no geral
que foram impactadas por conta da pandemia, como podemos ver nesta fala de M.:
“Além disso, teve o coronavírus também, né? Fiquei muito na casa não consegui sair muito,
fiquei muito triste, porque estava na casa todos os dias e foi muito ruim para mim.” – M. (14/12/2020,
em entrevista com a pesquisadora)
3.2 A pandemia
Segundo Brigido e Uebel (2020), outro aspecto a ser considerado no âmbito das migrações em
um contexto de pandemia é como a mobilidade humana sofre imediatamente os impactos nos mais
diversos campos, não apenas em questões de saúde, mas nessa perspectiva, pensando nos impactos
afetivos, de socialização, no aprendizado e muitas outras áreas que foram afetados em decorrência da
pandemia. M., por exemplo, destaca as dificuldades que teve com o aprendizado de português:
“Atrapalhou muito né porque por causa de coronavírus, eu tenho só um curso por semana online, só
um, é muito pequeno, muito pouquinho.” – M. (14/12/2020, em entrevista com a pesquisadora)
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“Minha dificuldade de primeira a língua. Quando eu cheguei aqui eu sei falar nada de
português. Foi uma diferença muito ruim para mim, porque não consegue falar com ninguém e quando
eu tava como dificuldade não sabia, na rua, como chegar na casa. Não consegui falar com ninguém,
eu fiquei lá sozinho.” (14/12/2020, em entrevista com a pesquisadora)
“Acho que o mais difícil desde que eu cheguei no Brasil, pessoalmente era o lado financeiro, porque
o lado financeiro? Porque a moeda do meu país, tem um valor baixo comparado a moeda do Brasil.
Então eu tive essa parte financeira e que foi bem difícil. Acho que é a parte mais difícil mesmo. Acho
que a pandemia impactou as finanças de todo mundo né, então do meu lado também piorou, piorou
mesmo, francamente falando.” – A. (09/01/2021, em entrevista com a pesquisadora)
Este trecho retirado de uma das entrevistas exemplifica como o cotidiano fica impactado
quando ocorrem rupturas. E isto, faz com que questões da vida cotidiana e vulnerabilidades já
presentes no processo de imigração para fins estudantis acabem agravando-se quando novas questões
aparecem e há uma carência de suporte e rede de apoio durante este processo.
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3.4 O racismo
Diversas outras dimensões estruturais ou estruturantes que independem da pandemia acabaram
tornando-se presentes nas falas dos entrevistados, como por exemplo, o preconceito racial, pois essa
mobilidade traz à tona na relação que o Brasil tem com alguns países do continente africano algo que
sempre foi muito presente, o racismo estrutural.
Além disso, como Kaly (2001) cita, sabe-se, igualmente, que grande parcela das pessoas que
migram expõe-se a diversas formas e dinâmicas de violação de direitos humanos, deparando-se com
a frequente falta de informação e de assistência, além das crescentes situações de racismo e xenofobia.
Estas situações ao tornarem-se presente nas falas dos estudantes entrevistados, fazem-nos lembrar que
o racismo no Brasil tem suas bases calcadas na história, na qual estas características serviram para
colocar o negro no lugar de inferioridade e, com isso, manter as relações raciais desiguais. (FARIAS;
LEITE JUNIOR; COSTA, 2018) Nas entrevistas estas situações ficaram evidentes:
“Com certeza eu não tava esperando que o Brasil seja perfeito, nenhum país é perfeito, ninguém é. O
que eu tava esperando também e que eu não tava esperando é que aqui a alta, como vou dizer, de ações
racistas, entende? O jeito de julgar as pessoas, o jeito que você entra no ônibus e as pessoas se
comportam como se você tivesse cocô na sua pele... Eu pensei que aqui nossas culturas são parecidas
então as pessoas vão mais entender melhor os africanos do que qualquer pessoa do mundo e aqui eles
são julgados mal do que qualquer pessoa.” – S. (10/01/2021, em entrevista com a pesquisadora)
Pensar nessas questões é não apenas pensar na questão relacional entre os países, mas no
processo migratório como um todo, levando em conta aspectos culturais e sociais que se fazem
presentes durante todo a trajetória migratória dos estudantes e as especificidades de cada um deles.
A falta de assistência psicológica e de uma rede de suporte oferecida pelo programa fez com
que alguns dos estudantes trouxessem questões de sofrimento e solidão, principalmente durante o
período de isolamento e afastamento social proveniente da pandemia. Assistência esta, que seria
imprescindível durante um momento tão delicado vivenciado por cada um deles.
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Entretanto, grupos sociais e programas de extensão como o Pré PEC-G da Unifesp foram
identificados como redes de apoio entre os estudantes, visto que estes os auxiliaram durante sua
permanência no país. Estes grupos, mesmo que muitas vezes frágeis, foram o meio de suporte para
eles não apenas ao chegarem em um país desconhecido, mas também durante todo o processo de
adaptação em um novo território.
“Com a ajuda de pessoas, inclusive de brasileiros né, pessoas de igreja, de boas vontades, nos deram
a mão e nos ajudaram nesse processo e graças a Deus que a gente conseguiu, tipo eu me adaptar um
pouquinho melhor porque se não fosse a ajuda dessas pessoas provavelmente eu não sei se estaria
ainda aqui” – R. (04/12/2020, em entrevista com a pesquisadora)
4. Considerações Finais
Este não é um estudo apenas sobre terapia ocupacional, mas sim sobre as trajetórias do cotidiano
e a experiência de quem se deslocou e viveu em uma universidade virtual sem falar português.
Entretanto, apesar de não ser um estudo focado na terapia ocupacional, é importante pensar em como
se pensam as trajetórias neste artigo e como elas podem contribuir para as políticas de acolhimento,
para o programa de forma interdisciplinar e para a terapia ocupacional em especial, podendo resultar
também na criação de subsídios para a atuação de terapeutas ocupacionais nesta área e ampliando os
estudos e pesquisas com esta temática.
Podemos ressaltar como essas percepções vão dando indício pra pensar a terapia ocupacional
social, a dimensão que pode ser vista pela necessidade de reorganizar o cotidiano, mas também por
uma necessidade de entender que ao migrar esses estudantes também entram em um cenário e contexto
em que participam de uma sociedade que tem uma história racista e xenofóbica, e o tanto de ações
que são necessárias de serem construídas em diálogo. Pensando então em um processo de
conscientização sobre essas dimensões, visto que um conjunto de questões vão aparecendo e precisam
ser redimensionadas e pensadas.
quanto ao processo migratório e o quanto este conjunto de reflexões pode se tornar importante para
a criação de ações e propostas de acolhimento tanto individual quanto institucional, trazendo
elementos que dão subsídios às ações em terapia ocupacional social e em contexto interdisciplinar,
no exercício da coabitação da diferença e, sobretudo, diante de situações de ruptura de redes sociais
e de suporte, que impactam na inserção social, econômica, política e cultural de estudantes em
mobilidade. (BARROS;GALVANI, 2016; MALFITANO, 2016)
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Referências
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Brasileirosde Terapia Ocupacional, UFSCar, São Carlos, 2016, v.24, n. 1, p. 91-103.
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ANEXO A
Antes de decidir se você quer participar, é importante que você entenda porque esta
pesquisa está sendo realizada, todos os procedimentos envolvidos, os possíveis benefícios,
riscos e desconfortos que serão descritos e explicados abaixo.
A qualquer momento, antes, durantee depois da pesquisa, você poderá solicitar maiores
esclarecimentos, recusar-se a participar ou desistir de participar. Em todos essescasos você não
será prejudicado, penalizado ou responsabilizado de nenhuma forma.
Em caso dedúvidas sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com o pesquisador
responsável, a Prof.ª. Dr.ª Débora Galvani no e-mail degalvani@gmail.com. Este estudo foi
analisado por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) que é um órgão que protegeo bem-estar
dos participantes de pesquisas. O CEP é responsável pela avaliação e acompanhamento dos
aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres humanos, visando garantir a dignidade,
os direitos, a segurança e o bem-estar dos participantes de pesquisas. Caso você tenha dúvidas
e/ou perguntas sobre seus direitos como participante desteestudo ou se estiver insatisfeito com
a maneira como o estudo está sendo realizado, entre em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de São Paulo, situado na Rua Botucatu, 740, CEP
04023-900 – Vila Clementino, São Paulo/SP, telefones
(11) 5571-1062 ou (11) 5539-7162, às segundas, terças, quintas e sextas, das 09:00 às 12:00hs
ou pelo e-mail cep@unifesp.br.
Todas as informações coletadas neste estudo serão confidenciais (seu nome jamais
será divulgado). Somente o pesquisador e/ou equipe de pesquisa terão conhecimento de
sua identidade e nos comprometemos a mantê-la em sigilo. Os dados coletados serão
utilizados apenas para esta pesquisa.
Após ser apresentado(a) e esclarecido(a) sobre as informações da pesquisa, no caso de
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aceitar fazer parte como voluntário(a), você deverá rubricar todas as páginas e assinar ao final
deste documento elaborado em duas vias. Cada via também será rubricada em todas as páginas
e assinada pelo pesquisador responsável, devendo uma via ficar com você, para que possa
consultá-la sempre que necessário.
✓ Justificativa para realização da pesquisa: Este projeto tem por objetivo elucidar a
importância da criação de políticas e projetos de apoio aos estudantes imigrantes recém
chegados ao Brasil, priorizando o acolhimento e o auxílio à compreensão das diferenças
culturais que envolvem o aprendizado do idioma e dos costumes do local de inserção.
✓ Objetivos da pesquisa: Identificar e sistematizar as principais dificuldades de organização
cotidiana enfrentadas pelos estudantes em mobilidade vinculados ao programa PRE PEC-G na
Unifesp;
✓ População da pesquisa: estudantes participantes do programa PRE PEC-G da Unifesp.
Consentimento do participante
Eu, abaixo assinado, declaro que concordo em participar desse estudo como
voluntário(a) depesquisa. Fui devidamenteinformado(a) e esclarecido(a) sobre o objetivo desta
pesquisa, que li ou foram lidos para mim, os procedimentos nela envolvidos, assimcomo os
possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação e esclareci todas as minhas
dúvidas. Foi-me garantido que eu posso me recusar a participar e retirar meu consentimento a
qualquer momento, sem que isto me cause qualquer prejuízo, penalidade ou responsabilidade.
Autorizo a divulgação dos dados obtidos neste estudo mantendo em sigilo minha identidade.
Informo que recebi uma via deste documento com todas as páginas rubricadas e assinadas por
mim e pelo Pesquisador Responsável.
Assinatura:
Local e data:
20
Declaração do pesquisador
Nome do Pesquisador:
Assinatura:
Local/data:
21
ANEXO B
Roteiro geral:
Roteiro específico:
Grupo de 2019
Grupo de 2020