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Imigração

Considera-se como imigração o movimento de entrada, com ânimo permanente ou


temporário e com a intenção de trabalho ou residência, de pessoas ou populações, de um
país para outro.

O imigrante nunca deve ser confundido com:

 o nômade, aquele que se desloca entre uma ou mais fronteiras, sem fixar
residência;
 o emigrante, aquele que sai de um país com ânimo permanente ou temporário e
com a intenção de buscar trabalho e/ou residência em outro país;
 o colono, aquele que se desloca para uma região geralmente pouco povoada de
seu país de origem, ou de um território dominado por este país, com o intuito de
ali fixar residência e produzir economicamente. Esta colonização também pode
se revestir de um caráter político de ocupação, dominação ou exploração de um
território por um governo.
 os escravos, banidos, deportados ou exilados, aqueles deslocados de seus países
de origem compulsoriamente.
 os refugiados, aqueles deslocados temporariamente em razão de guerras ou
catástrofes naturais em seu país de origem.
 os expatriados, aqueles trabalhadores transferidos de empresa transnacional para
trabalhar em outro país.

A imigração em geral ocorre por motivos pessoais ou pela busca de melhores condições
de vida e de trabalho por parte dos que imigram, ou ainda para fugir de perseguições ou
discriminações por motivos religiosos ou políticos. Foi o principal motivo dos
movimentos migratórios ocorridos da Europa e da Ásia para as Américas no século XIX
e também no início do século XX (muito embora houvesse também o interesse na
entrada de imigrantes, por razões demográficas ou para o "branqueamento" de sua
população, por parte dos países de acolhimento). Esse processo também pode ser
incentivado por governos de países que queiram aumentar o tamanho e/ou a
qualificação de sua população, como ainda fazem, por exemplo, o Canadá e Austrália
desde o século XX.

Durante o século XIX e início do século XX, a situação econômica e política em países
da Europa como a Itália, a Alemanha, a Espanha e a Irlanda, e de diversos povos e o
domínio dos impérios austro-húngaro, russo e otomano produziu grandes levas de
imigrantes. Por outro lado, nações do Novo Mundo com rápida expansão econômica na
indústria ou agricultura (Estados Unidos, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile)
necessitavam aumentar sua mão-de-obra para continuar sua expansão. O resultado foi
uma grande imigração europeia para as Américas, principalmente de:

 Italianos, que se estabeleceram principalmente nos Estados Unidos, Brasil,


Argentina, Uruguai e Chile.
 Espanhóis, que se radicaram na Argentina, Chile, Brasil e Cuba;
 Portugueses, que se fixaram nos Estados Unidos, Brasil, Canadá e, Venezuela;
 Alemães, que se dirigiram para os Estados Unidos, Brasil, Argentina e Chile;
 Croatas, se dirigiram para Chile, Argentina e Brasil.
 Eslavos, Poloneses, Russos e Ucranianos, que se radicaram nos Estados Unidos,
Canadá, Brasil,Argentina e Chile

Alguns desses povos ou grupos eram vítimas de discriminações e perseguições em seus


países de origem, como os judeus da Europa Oriental, e os armênios que viviam no
Império Otomano. Nos países de acolhimento muitos encontraram tolerância, liberdade
religiosa e condições de prosperarem economicamente. Um exemplo foi o pintor
expressionista Lasar Segall, judeu de origem russa, que emigrou para o Brasil e tornou-
se um dos mais destacados nomes da arte moderna do país.

Do Oriente Médio para as Américas pode-se especialmente destacar a corrente


imigratória de povos árabes, principalmente palestinos, sírios e libaneses, que se
fixaram no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e outros, incluindo tanto cristãos
quanto muçulmanos. Os imigrantes árabes fixaram-se principalmente nas grandes e
médias cidades e dedicaram-se em geral ao comércio. Também vieram numerosos
contingentes de japoneses, chineses, indianos (estes em geral se fixaram nas colônias
inglesas, como a Guiana) e, a partir do século XX, coreanos.

O fluxo da Europa Ocidental para as Américas reduziu-se com o início da Primeira


Guerra Mundial, principalmente os oriundos de países como Itália e Alemanha, que se
envolveram naquele conflito. Por outro lado, a imigração de povos minoritários dentro
dos impérios russo e otomano, tais como os poloneses e ucranianos no primeiro e os
armênios no segundo, cresceu.

Imigração asiática

Para o Brasil, uma expressiva imigração japonesa iniciou-se a partir de 1908, quando
aportou no país o navio Kasato Maru trazendo as primeiras famílias, e seguiu até o
governo de Getúlio Vargas, que criou cotas de imigração de acordo com o país de
origem. O fluxo de japoneses se estancou com o início da Segunda Guerra Mundial e
foi retomado no pós-guerra, mas em escala menor. Os chineses de Taiwan seguiram a
rota da emigração japonesa para o Brasil a partir dos anos 60. Após a Guerra da Coreia
começaram a chegar ao Brasil os primeiros imigrantes coreanos e, mais recentemente,
com crescimento após os anos 80, chineses do continente.

A Europa já foi um continente mais aberto às imigrações, principalmente em momentos


dos pós-guerra, que serviram como uma maneira de haver uma “reposição” de pessoas e
também servir como mão-de-obra barata para sua reconstrução.

Hoje, esta abertura não está mais liberada assim como era e certos países, como os
Países Baixos, França, Alemanha e Reino Unido já estão criando leis para dificultarem a
entrada de imigrantes que não provenham de países da União Europeia.

Essas políticas são postas em prática, tanto por governos da extrema direita, mas
também, mais recentemente, a esquerda também vem cedendo a pressões dos eleitores.

O controle está sendo elaborado focando uma maior rigidez no momento que o
imigrante chega ao seu destino com relação ao fato dessas pessoas terem ou não
qualificação profissional, isto é, como se o imigrante qualificado fosse roubar as vagas
nos empregos do próprio país.
Outro fator que é evidenciado é o de pertencentes a certos grupos religiosos, habitantes
de países em guerra, países em extrema situação de pobreza ou países com fama de
"exportadores de drogas" terem maiores dificuldades em obter vistos de moradia ou
trabalho em certos países da Europa, havendo um rigor maior na checagem e controle
de desembarque destas pessoas nos chamados países de primeiro mundo.

Por outro lado, países como Alemanha, Países Baixos, Reino Unido e França entre
outros, começam a vislumbrar problemas futuros relacionados à falta de trabalhadores,
principalmente imigrantes, dada a diminuição da natalidade nesses países. O problema
futuro fica na questão da aposentadoria e da falta de futuros trabalhadores que
contribuam com os encargos tributários.

Diretiva do retorno

No dia 18 de junho de 2008 o Parlamento Europeu aprovou em Estrasburgo, França, a


Diretiva do Retorno, polêmica lei que vai harmonizar as regras dos países europeus para
a repatriação de imigrantes ilegais.

O voto favorável da assembleia ocorre duas semanas após um acordo ser alcançado
pelos ministro do Interior dos 27 Estados-membros do bloco, encerrando um processo
de negociações que se prolongou por anos. A está em vigor desde 2010.

Contrariando as expectativas de votação apertada, o texto foi aprovado por ampla


maioria, com 369 votos a favor, 197 contra e 106 abstenções, sem nenhuma emenda.

As bancadas de esquerda do Parlamento Europeu, incluindo os grupos socialista e


comunista, haviam apresentado várias emendas ao documento, e bastava que uma fosse
reprovada pela maioria dos eurodeputados para que todo o processo de negociação
retornasse à estaca zero.

No entanto, os votos do Partido Popular Europeu, a principal força política da


assembleia, e dos Liberais determinaram a adoção do texto tal como ele foi apresentado
pelo Conselho de Ministros da União Europeia.

Esta foi a primeira vez que o Parlamento Europeu teve poder de co-decisão em matéria
de imigração no bloco.

Entre os principais pontos da diretiva está o estabelecimento de um prazo máximo de


detenção de imigrantes ilegais, que será de seis meses, ampliáveis a 18 em casos
excepcionais.

O prazo de seis meses não vai alterar a legislação dos países que adotam limites
menores de detenção, como Portugal, cuja lei da imigração estipula 60 dias como tempo
máximo de permanência na prisão.

Contudo, diversas organizações de defesa dos direitos humanos e movimentos políticos


de esquerda consideram a lei "desumana", condenando o prazo de detenção de
imigrantes ilegais sem culpa formada e a disposição que permite a detenção e a
expulsão de menores não acompanhados.

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