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Questão 1
om
l. c
PROPOST A DE REDAÇÃO
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A Aids não é mais a mesma? Por que diminuiu o medo da doença?
gm
Em 1989, quando o cantor Cazuza assumiu estar com Aids, o Brasil ainda não sabia muita coisa
sobre a doença. Assustada, a população precisou discutir abertamente assuntos como fidelidade,
comportamentos sexuais, drogas, transfusão de sangue, e tomar atitudes de precaução contra o mal
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que destruía famosos e anônimos por todo o mundo. Com o passar dos anos, as discussões sobre
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Aids perderam o destaque, em parte pelo surgimento de drogas que prolongam a vida dos doentes,
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em parte pelo distanciamento temporal entre a juventude atual e as primeiras vítimas fatais. Hoje, o
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governo declara que a situação está estabilizada, mas a cada ano, cerca de 35 mil brasileiros se
infectam. Estima-se que, no país, haja mais de 600 mil infectados, dos quais cerca de 230 mil não
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sabem, ainda, que são soropositivos. Apesar disso, muitos jovens descuidam-se, principalmente em
relação às práticas sexuais desprotegidas, pois declaram não ter medo da Aids. Como entender esse
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comportamento? O que falta à população para entender os riscos que essa doença ainda representa?
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ELABORE UMA DISSERT AÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:
Há 30 anos, o mundo ouvia falar pela primeira vez de uma doença poderosa, que derrubava as
defesas do corpo e desafiava os médicos. Os cientistas deram a essa doença o nome de Aids (sigla
em Inglês de Síndrome da Imunodeficiência Autoadquirida). Logo, descobriram que era causada por
um vírus e começaram a desenvolver remédios e buscar uma vacina.
A vacina até hoje não existe. Já os remédios ajudaram a fazer da Aids uma doença controlável,
embora ainda grave. Trinta anos depois, como será que uma nova geração que não testemunhou o
sofrimento dos primeiros pacientes encara a Aids? Como esses jovens de hoje se protegem da
contaminação?
[...]
O combate à Aids é um marco na história da medicina. Os primeiros casos apareceram em 1981. Três
anos depois, já se conhecia o vírus e havia um teste para identificar seus portadores. Apesar dessas
descobertas, assim que a doença se instalava o sofrimento e a morte eram inevitáveis. Em 1995,
surgiu um coquetel, com medicamentos altamente eficazes contra o HIV, e a realidade mudou.
Apesar de o número de casos ter parado de aumentar, a cada ano, 35 mil brasileiros se infectam.
Apesar de mais bem-informada do que as outras gerações, os jovens de até 24 anos ignoram o
preservativo por não terem medo da Aids e por confiarem no parceiro.
Para começar, duas notícias, uma boa e uma ruim. A boa é que os jovens de até 24 anos compõem a
faixa etária que mais usa preservativo no Brasil. A ruim é que eles abandonam cada vez mais rápido
o artefato de látex. A desistência da camisinha acontece aos primeiros sinais de um relacionamento
sólido. Segundo dados do Ministério da Saúde, 60% dos jovens usam a proteção na primeira relação
e apenas 30% quando o parceiro se torna fixo. O preservativo também vem sendo deixado de lado no
sexo casual. O descuido pode ser sentido no aumento em 2% no número de casos de Aids nessa faixa
etária em 2009. Embora tenha diminuído o número de infectados no geral, nas faixas entre 13 e 24
anos e acima de 60 anos, os casos cresceram.
" O grande problema que se enfrenta ainda hoje no que diz respeito à prevenção é que os
adolescentes e jovens adultos só usam a camisinha nas primeiras relações e, assim que ganham a
confiança do parceiro, abandonam" , destaca Pedro Chequer, representante da Unaids, braço da
Organização das Nações Unidas (ONU) para a Aids, no Brasil. " Para ajudar a piorar, o conceito de
parceiro fixo mudou muito. Hoje os parceiros fixos mudam a cada mês." Essa confiança adquirida,
que envolve um jogo silencioso de fidelidade e culpa, é o que Maria Helena Vilela, diretora do
Instituto Kaplan, especializado em sexualidade, chama de " pseudoexclusividade" . " Um acha que
tem o outro sob controle por causa do amor e ainda acredita que a confiança é maior que os desejos
e as oportunidades" , destaca.
[Revista ISTOÉ]
Os números são de campanha da Secretaria de Estado da Saúde, que realizou 36 mil exames em 309
municípios. Jovens começam a fazer sexo cada vez mais cedo e adiam exame que detecta vírus da
Aids, segundo especialistas.
Aos 23 anos, o universitário Lucas perdeu a conta de quantas parceiras sexuais já teve. " Acho que
foram umas 30 ou mais" , gaba-se. Em " quatro ou cinco" relações sexuais, ele diz não ter usado
preservativo. " Estava bêbado demais" . Ele ainda não fez nenhum teste de HIV.
Lucas não é um caso isolado. Levantamento com base em questionários aplicados a 36 mil pessoas
que fizeram testes rápidos de HIV revela que 56,8% fizeram o primeiro exame que detecta o vírus da
Aids após os 30 anos.
[...]
Ao menos nove pessoas morrem a cada dia no Estado de São Paulo vítimas das complicações da
Aids. No Brasil, 630 mil pessoas estão infectadas com o vírus HIV. Desse total, cerca de 230 mil
ainda não sabem que são soropositivos. A maioria ainda tem diagnóstico tardio.
[Folha de S. Paulo]
Observações