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Saúde e Sociedade IV

Atividade 2 - síntese do filme “E a Vida Continua”

Ananda Gimenez Oberthir - RGA: 202011510001

O filme “E a Vida Continua” apresenta os anos iniciais da epidemia da Síndrome da


Imunodeficiência Adquirida (AIDS). No início dos anos 80, época na qual o movimento pelos
direitos da comunidade homossexual se desenvolvia, homens gays começaram a adoecer por
infecções oportunistas e doenças consideras raras. Em apenas alguns meses desde os
primeiros casos, a doença se tornou presente em vários estados dos EUA, com maior
incidência entre homossexuais. Diante desse contexto, o Centro de Controle de Doenças
(CDC) dos Estados Unidos foi responsável por uma das primeiras investigações
epidemiológicas sobre a nova síndrome. O grupo do filme era composto por diferentes
profissionais, como cientistas, epidemiologistas e sociólogos - interdisciplinaridade
importante na vigilância para estudar os diferentes fatores envolvidos nas doenças. A
vigilância da época apenas se concentrava na quantificação de dados epidemiológicos;
diferente da atualidade, na qual o órgão também busca a elaboração e implementação de
medidas de intervenção. As primeiras ações da equipe envolveram contatar e levantar dados
dos departamentos de saúde dos grandes centros, médicos, doentes e pessoas de seu convívio.
Em seus estudos, pesquisadores do CDC buscaram, por meio de relatos, entrevistas e
investigação da vida pessoal, uma ligação ou algo em comum entre os pacientes doentes e
falecidos, levantando dados como: idade, sexo, estilo de vida, hábitos sexuais, dieta. Os
pesquisadores perceberam que os doentes apresentavam históricos semelhantes,
principalmente, terem tido relações sexuais com outros homens que posteriormente
adoeceram, o que indicou a transmissão da doença pelo sexo. No filme, um dos fatores
considerados de risco para a contaminação pelo agente viral era frequentar saunas gays,
conhecidas por serem locais onde homens realizavam sexo desprotegido entre si. Embora
membros do CDC tivessem alertado para a necessidade do fechamento desses locais, a fim de
controlar a transmissão do vírus desconhecido, os donos e parte da comunidade gay foram
contra a atitude. Os pacientes também apresentaram células T destruídas, corroborando para a
hipótese de uma doença que afeta o sistema imune. Ao começarem a identificar casos em
outros grupos populacionais, como usuários de drogas intravenosas, haitianos e hemofílicas,
evidências epidemiológicas indicaram que a síndrome era uma doença infecciosa transmitida
não somente por relações sexuais, mas assim como pela exposição a sangue ou produtos
sanguíneos contaminados. Nessa conjuntura, a AIDS era considerada uma sentença de morte,
cuja mortalidade chegou a 100%. A síndrome também foi denominada “doença gay” e,
devido ao preconceito, negligenciada pela imprensa, políticos, entidades governamentais e
população. Antes da ascensão da AIDS, os grupos sociais mais atingidos pela doença já eram
marginalizados pela sociedade e, durante a epidemia, se tornaram mais vulneráveis, uma vez
que a maioria dessas pessoas não tinha acesso à assistência à saúde e nem seus direitos
respeitados. O Governo Federal e outras organizações de saúde ignoraram os estudos da CDC
e tampouco se interessaram ou disponibilizaram fundos financeiros suficientes para pesquisar,
prevenir e assistir os doentes. Nesse contexto, não foram implementadas medidas de
intervenção e nem destinou recursos financeiros para a realização de ações de promoção à
saúde e prevenção da transmissão da doença.

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