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gimenes@infosolda.com.br
Fatec- SP Junho/2016
1 - INTRODUÇÃO:
O conhecimento da função de cada gás e como poderá influenciar sobre o processo de soldagem
que está sendo aplicado poderá beneficiar muito o desempenho da produção. O gás de proteção
tem um efeito significativo sobre vários parâmetros do cordão de solda como exemplo podemos
citar que: é determinante na velocidade de soldagem e no perfil de penetração e aspecto do
cordão, além de influenciar no aporte térmico, quantidade de respingos . Os gases de proteção
fornecem uma vantagem competitiva na redução dos custos de fabricação e através do aumento
da produção reduzindo taxas de rejeição e melhoria da qualidade.
Muitos profissionais que trabalham com soldagem não conhecem as contribuições vantajosas
dos gases de proteção para o processo de soldagem. Os gases de proteção podem influenciar
também no modo de transferência metálica, no teor de liga, na geração de fumos e em muitas
outras características.
A seleção adequada do gás de proteção para o processo MIG-MAG (GMAW), ou soldagem
com arame tubular (FCAW), e com TIG (GTAW) pode trazer melhoria na velocidade de
soldagem, na qualidade do cordão de solda, bem como na taxa de deposição (kg/h).
Foto1. Soldador TIG em aço inox. com proteção gasosa em Argônio puro 99,99% de pureza.
A mistura gasosa está ligada principalmente á quantidade de respingos, na formação do perfil do
cordão, na penetração, no conteúdo de liga adicionado e na aparência superficial do cordão de
solda.
2 – Objetivos da Pesquisa
Têm-se como objetivos da pesquisa identificar a influência dos gases de proteção no processo
de Soldagem, demonstrando através de relatórios e da confecção de amostras de corpos de
provas realizadas no laboratório de soldagem do departamento de soldagem da FATEC-SP, a
qualidade dos cordões de solda, quantidade de respingos.
Os gases puros são utilizados para proteção do arco elétrico para a soldagem. Os principais são:
Argônio, Hélio e Dióxido de Carbono. Estes gases podem ter efeitos tanto positivos como
negativos no arco de solda.
Este gás tem uma condutividade térmica e potencial de ionização baixo, essas propriedades
resultam em uma baixa transferência de calor para as zonas externas do arco, isso forma uma
coluna estreita no arco elétrico proporcionando dessa forma um perfil de penetração profundo e
relativamente estreito veja Figura 1. No processo GMAW o argônio puro promove a
transferência tipo spray.
Hélio: O gás He é também um gás inerte monoatômico, mais comumente usado para TIG
(GTAW) nos USA em materiais não ferrosos. Em contraste com Argônio, o Hélio tem um
elevado potencial de ionização e condutividade elétrica. O Hélio fornece um perfil de cordão
com maior largura, boa molhagem na margem da solda, e promove um aporte de calor mais
elevada do que Argônio puro.
O alto potencial de ionização pode criar dificuldades para se iniciar o arco elétrico, dessa forma
indica-se o uso de alta frequência ou capacitiva para abertura de arco no TIG (GTAW). Devido
ao baixo peso atômico do Hélio e consequente mais leve que o ar, é recomendado vazões de gás
ligeiramente mais elevadas, porque o gás tende a elevar-se acima do ar. O gás Hélio puro
promove uma transferência globular e é raramente usado para MIG/MAG (GMAW), com a
exceção da soldagem do cobre puro.
Para aplicações MIG/MAG (GMAW), o CO2 puro é incapaz de produzir transferência spray em
fontes convencionais, e promove a transferência globular, o que pode causar uma grande
quantidade de respingos.
Oxigênio: O gás O2 é uma molécula com dois átomos, geralmente é adicionado como
componente ativo no gás de proteção utilizado no processo MIG/MAG (GMAW), e as misturas
têm concentrações de O2 com menos de 10 por cento.
O oxigênio tem um aporte de calor maior; pois é o resultante da sua energia de ionização e sua
energia de dissociação (energia liberada pela divisão da molécula em átomos individuais no
arco). Por este motivo o oxigênio promove uma melhor penetração, menos profunda, mas com
maior largura de cordão, devido ao seu elevado aporte de calor na superfície.
A explicação para esse fenômeno é que uma vez que a geração de calor é mais intensa a tensão
superficial do metal em fusão tende a ser reduzida.
Com a geração de calor mais intensa, a tensão superficial do metal em fusão tende a ser
reduzida e a transferência por spray é facilitada, dessa forma o cordão fica mais espalhado e
plano.
A aplicação mais comum para o uso da mistura Oxigênio/Argônio para o processo MIG/MAG
(GMAW) em aço carbono é necessidade de perfil de penetração mais larga. O oxigênio é
também utilizado em misturas ternarias em pequenas porcentagens junto com CO2 com o
objetivo de melhorar a molhagem do cordão e pulverização das gotas em modo spray.
O Oxigênio pode também ser utilizado como gás de assistência no corte a laser para melhorar a
superfície de corte.
Nitrogênio.
O N2 é pouco usado em proteção gasosas, este é usado principalmente para promover a
formação de austenita e melhorar a resistência à corrosão em aços inox duplex e aços inox
superduplex; pois o processo de soldagem e devido as caraterística do ciclo térmico sempre
tende a formar mais ferrita, por ser um gás relativamente mais barato que o Argônio em
algumas circunstâncias ele é usado como gás de proteção na raiz de soldas do processo GTAW,
em aços inox, porem da mesma forma que ele induz a formação de austenita e também pode
inibir a formação de ferrita, sabe-se que a soldagem com menos de FN 4 deve ser evitada pois
há a propensão de trincas a quente em aços austeníticos.
GMAW - Aço carbono: a maioria das misturas mais comuns utilizadas para este material
consiste de Argônio/CO2, Argônio/O2, ou todos os três gases juntos.
Nas misturas de Argônio/CO2, o teor de CO2 varia de 5% a 25%. Mistura com pouco CO2
geralmente são usados para transferência em spray para grandes espessuras ou quando a entrada
de baixo calor ou a penetração rasa é para espessuras finas. Alto teor de CO2 promove a
transferência por curto-circuito e pode fornecer a ação de adicional limpeza ou refino da poça de
fusão e penetração profunda em espessuras elevadas. No entanto, o aumento do teor de CO2,
também significa um aumento da taxa de oxidação e perda de elementos de liga. Tabela
Comparativa de Misturas Gasosas para aços:
Mistura Gasosa
Ar CO2 O2 Aplicação
Abaixo segue cordões de solda com vários perfis com penetração e aparência de cordão:
Cordões feitos com Curva Característica Macrografia Cordões feitos com Curva
Convencional Programa 11 POWER Característica Pulsada
WAVE 350 Programa 140 POWER WAVE 350
Podemos analisar nas fotos acima que há diferenças no processo pelos cordões feitos com curva
caracteriscas convencional e curva caracteriscas pulsada. Observando os cordões quanto a
variação gasosa podemos verificar:
O CO2 pode ser usado sozinho para aplicações no processo GMAW como gás de proteção. O
CO2 é um gás reativo, dissocia-se em monóxido de carbono e oxigênio livre no calor do arco. O
Oxigênio, em seguida, combina-se com elementos de transferência através do arco para formar
óxido sob a forma de escória, e também ajuda a gerar uma grande quantidade de fumaça.
Embora o CO2 seja um gás ativo e produz à oxidação do material de solda, a aparência das
soldas pode ser obtida de forma consistente com a seleção cuidadosa do metal de adição.
O gás CO2 é geralmente utilizado para soldagem de aço carbono, porque é prontamente
disponível e produz boas soldas a um baixo custo. Contudo, o baixo custo por unidade de gás
nem sempre é traduzido para o menor custo de solda depositada. Outros fatores, como menor
eficiência de deposição é devido à perda por respingos, geram altos níveis de fumo de solda,
produzindo soldas pobres por conta de perfil do cordão e redução da força de tração que podem
influenciar o custo de soldagem final, e deverá ser cuidadosamente considerada.
Peças soldadas podem necessitar de uma operação de limpeza antes da pintura, que pode mais
do que compensar o menor custo do gás de proteção CO2. As vantagens de gás CO2 são:
- boa profundidade e largura da fusão e a obtenção de propriedades mecânicas aceitáveis.
O gás CO2 não é apropriado para transferência de spray, está restrita ao curto-circuito e modos
globulares. Uma grande desvantagem de CO2 na transferência de metal globular é com a seus
respingos característicos. A superfície de solda, resultante do uso de gás de proteção CO2 é
fortemente oxidada. Um eletrodo com maior quantidade de elementos desoxidantes, tais como
manganês e silício são necessários para compensar a perda de elementos de liga em todo o arco.
O modo de transferência de metal é determinado por muitos fatores, incluindo a corrente de
funcionamento, diâmetro do fio, comprimento de arco ou tensão, potência características de
abastecimento e gás de proteção.
A vazão do gás nos processos GMAW refere-se à quantidade em litros de gás protetor
espalhada por minuto em volta da poça de fusão, em função da intensidade de corrente. Assim,
quanto mais elevada é a intensidade de corrente, maior deve ser a vazão do gás e maior o
diâmetro do bocal da tocha. Como podemos observar os parâmetros obtidos pelos relatórios
obtidos pela soldagem das amostras:
Misturas ternárias com O2 e CO2 variam entre 2% a 8%, estas misturas operam bem em
transferência spray ou em curto-circuito e pode ser usado em uma boa faixa de espessuras de
materiais. O oxigênio tende a promover a transferência spray em tensões baixas, enquanto os
CO2 melhora a penetração. As misturas ternária contendo Ar+CO2 e O2 permitir a transferência
de curto-circuito e spray em tensões relativas mais baixas do que somente a mistura binária
Ar/CO2.
GMAW com Aço inoxidável. Os gases mais comuns para soldagem de aço inoxidável são
misturas de Ar/O2 e Ar/CO2. As misturas de Ar/O2 tem cerca de 2 por cento de oxigênio e
promove bom desempenho na transferência spray, caso seja tolerado se alguma descoloração no
cordão de solda.
Misturas ternárias pouco comuns no Brasil por terem adição de Hélio que devido a inexistência
de produção nacional são muito mais custosos por ter que serem importados, para efeito de
conhecimento dessas, elas são: He 90%+ 1% de CO2 e o restante de Argônio e são utilizados
para transferência por curto-circuito, a adição de uma quantidade de Argônio é para melhorar a
estabilização do arco e pouquíssima quantidade de CO2 para melhorar a penetração e de
limpeza. Misturas com aproximadamente 80% de Argônio e cerca de 1% a 2%de CO2 com o
resto de hélio. Misturas com maior parte de argônio são tradicionalmente utilizados para a
transferência spray, como o alto conteúdo de argônio permite a transferência spray com tensões
relativamente baixas, e a adição de o hélio dá uma boa molhagem, perfis de cordões planos.
GMAW de Alumínio: Alumínio pelo processo GMAW geralmente é realizado com Argônio
puro, mas em caso de espessuras muito grandes pode-se adicionar Hélio até 75%. O hélio
permite melhorar o molhamento do que o argônio puro e proporcionar uma poça mais fluida
que permite dar um tempo para as impurezas, principalmente os compostos ricos em Hidrogênio
que causam porosidade.
FCAW para aço carbono e aço inoxidável. Misturas mais comuns para o processo Arame
tubular utiliza as mesmas misturas para GMAW com 20% a 25%de CO2 com o restante de
Argônio, a mistura permite o bom desempenho do processo ao passo que uso de CO2
proporciona maior penetração e uma melhor formação de escória, enquanto que a adição de
argônio promove uma redução nos fumos. Indica-se a substituição do CO2 por hélio para reduzir
ainda mais os fumos de soldagem.
Para a soldagem dos aços inoxidáveis da série 300, há misturas de gases com 2% até 7% de
hidrogênio. Esta adição faz com que cordão de solda tenha uma aparência muito melhor.
3 - Sistemas de Abastecimento
Problema comuns na utilização de processos com proteção gasosa, como o controle correto da
vazão, nos cilindros ou em sistemas de fornecimento de gás centralizado, podem afetar a
qualidade do gás numa série de problemas.
Foto 8 - Manometro
Cilindros de gás comprimido normalmente têm o maior potencial para contaminação porque são
esvaziadas até a pressão atmosférica que pode contaminar seu interior principalmente com
umidade do ar. Alguns fornecedores de gás estão atualizando seus cilindros com válvulas de
retenção para minimizar os problemas de contaminação e melhora dessa forma a pureza do gás.
Além disso, pode solicitar os gases comprimido com os níveis de impurezas tais como umidade,
oxigênio, e hidrocarbonetos, purezas comuns são da ordem de 99,99% ou seja, 4 noves.
1. Os cilindros têm sua pressão reduzida com o uso do gás chegando a um ponto onde não se
retira mais gás do cilindro, fazendo com que entre 5% e 10% do gás contido no cilindro não seja
utilizado;
2. Quando o arco elétrico é interrompido, a válvula solenoide da máquina fecha a passagem de
gás, porém o regulador de pressão continua liberando gás, até que a mangueira entre o regulador
e válvula solenoide atinja uma pressão de equilíbrio, que geralmente é em torno de 3,5 bar.
Quando o arco elétrico é reaberto, essa sobre pressão formada é expulsa instantaneamente, o que
gera grande desperdício de gás e pode ainda gerar inclusão de gás na poça de fusão.
Tanques com gases liquefeitos geralmente fornecem gás de melhor qualidade, uma vez que o
produto não é vaporizado, comprimido e enchido em cilindro.
Gases líquidos a tendem a ter a mais pureza, porque eles vêm diretamente de uma unidade de
produção para armazenamento no local de utilização.
Fornecimento de misturas. Algumas misturas de gases mais comuns usados para a soldagem
tais como de Argônio/CO2, Agonio/O2, podem ser fornecidos por cilindros de gás comprimido
ou por uma combinação de sistemas de armazenamento, a escolha deve ser bem planejada pois
uma variação do consumo demanda demorados modos de rearranjo do sistema ou alugueis de
instalações sub utilizadas.
Sistemas de abastecimento com líquidos geralmente tem um evaporador para gaseificar o gás e
depois passa por um misturador de gás industrial para fornecer a mistura adequada reduzindo o
potencial de contaminação.
Tubulação. A qualidade da tubulação que leva o gás a partir do ponto de alimentação para a
tocha de solda é muito importante para a manutenção da pureza do gás. Em certas aplicações
críticas no processo GTAW, 20 a 30 ppm partes por milhão de umidade ou oxigênio pode criar
um cordão inaceitável. Para este tipo de aplicação, por exemplo, na soldagem de aço inoxidável
o ideal é ter acessórios para proteção de raiz para manter a qualidade do cordão.
Para obtenção de uma boa qualidade e livre de contaminação de uma solda Brasagem com ligas
de cobre, utiliza-se a purga com nitrogênio. Vários sistemas de contenção de gás na purga de
raiz estão disponíveis no mercado são muito fáceis de instalar e consomem pouco gás, pois as
vazões indicadas são de 1 a 3 litros por minuto. Para tubulações de aço carbono geralmente não
se emprega gás de purga desde que se possa limpar seu interior, já em aços ligados é necessário
a purga com argônio puro pois a oxidação é muita intensa e a perda de elementos de liga pode
afetar a propriedades físicas da solda.
4 - Testes de sanidade
Uma forma econômica e rápida para verificar porosidade em cordões de solda provocados por
proteção gasosa inadequada é realizar um teste de fratura no cordão de solda, a maioria dos
códigos prevê esse tipo de ensaio e normaliza como deve ser executado e suas dimensões. a
figura 7 mostra a sequencia de ensaio.
Conclusão:
”Cada aplicação deve ser considerados individualmente para garantir que se maximize a
rentabilidade.”
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Gás Especiales para Instrumentación Analitica - Catalago Praxair - LABGAX -
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Stargold - Welding Gas Mixtures Catalago Praxair
Tabela Periodica
Three dimensional modelling of arc behaviour and gas shield quality in tandem ... -
M Schnick, G Wilhelm, M Lohse, U F¨ussel, A B Murphy
Welding Consumables - - Catalago 2015 Lincoln Electric