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Aula:


Etapas do projeto arquitetônico

Parte da disciplina de Graduação AUT 0520



Prática Profissional e Organização do Trabalho

Prof. Gil Barros - FAUUSP


Parte 01

Visão geral das etapas de


projeto
Etapas de projeto (segundo Tabela de Honorários do CAU/BR)

Etapas Preliminares

LV-ARQ: Levantamento de dados

PN-ARQ: Programa de necessidades

EV-ARQ: Estudo de viabilidade

Etapas de Projeto

Etapas Complementares ao Projeto


Etapas de projeto (segundo Tabela de Honorários do CAU/BR)

Etapas Preliminares

Etapas de Projeto

EP-ARQ: Estudo preliminar

AP-ARQ: Anteprojeto

Projeto

PB-ARQ: Projeto básico

PE-ARQ: Projeto para execução

CO-ARQ: Coordenação e compatibilização de projeto

CE-ARQ: Coordenação de equipe multidisciplinar

Etapas Complementares ao Projeto


Etapas de projeto (segundo Tabela de Honorários do CAU/BR)

Etapas Preliminares

Etapas de Projeto

Etapas Complementares ao Projeto

AS-ARQ: Assessoria para aprovação de projeto

AE-ARQ: Assistência à execução da obra

AB-ARQ: “As built” (desenho conforme construído)


Diagrama das etapas de projeto segundo a

Tabela de Honorários do CAU/BR

Preliminares Projeto Comple-


mentares
Projeto

LV PN EV EP AP PB PE AE AB

CO AS

CE
Origens
Normas NBR 13.531/95 e NBR 13.532/95

NBR 13.531/95 - Elaboração de projetos de edificações - Atividades


técnicas

Geral para construção, traz visão do projeto como um todo

NBR 13.532/95 - Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura

Específico para arquitetura

Atualmente normas foram substituídas pela NBR 16.636/2017

Três partes: Diretrizes/terminologia, Arquitetura e Urbanismo



Definições mais específicas

Separa EV de empreendimento e de arquitetura



Projeto Completo: Arquitetura e complementares
Etapas das atividades técnicas e siglas (NBR 13.531/95)

Levantamento (LV)

Programa de necessidades (PN)

Estudo de viabilidade (EV)

Estudo preliminar (EP)

Anteprojeto (AP) e/ou pré-execução (PR)

Projeto legal (PL)

Projeto básico (PB)

Projeto para execução (PE)


Atividades técnicas da construção e siglas (NBR 13.531/95)

Topografia (TOP)

Sondagens de reconhecimento do solo (SDG)

Arquitetura (ARQ)

Fundações e estruturas (EST)

Instalações elétricas (ELE)

Instalações mecânicas (MEC)

Instalações hidráulicas e sanitárias (HID)

Luminotécnica (LMT)

Comunicação visual (CMV)

Paisagismo (PSG)

Arquitetura de interiores (INT)

Impermeabilização (IMP)

Outros
Etapas das atividades de arquitetura (NBR 13.532/95)

LV-ARQ: Levantamento

PN-ARQ: Programa de necessidades

EV-ARQ: Estudo de viabilidade

EP-ARQ: Estudo preliminar

AP-ARQ: Anteprojeto (e/ou pré-execução, PR-ARQ)

PL-ARQ: Projeto legal

PB-ARQ: Projeto básico (opcional)

PE-ARQ: Projeto para execução


Anexo A da NBR 13.531/95

Exemplo de fluxograma esquemático para projeto de edificação.

Arq

LV
PE
Arq

LV

PE
Arq

LV
PE
Anexo B da NBR 13.531/95

Exemplo de cronograma físico-financeiro para projeto de edificação.


Parte 02

Produtos
Levantamento (LV)

Coleta das informações sobre condições preexistentes

Pode incluir:

Físicos (planialtimétricos, cadastrais, geológicos, hídricos,


ambientais, climáticos, ecológicos, outros)

Legais e jurídicos

Técnicos

Sociais

Ergonomia

Segurança contra incêndios, intrusão e vandalismo

Informática e automação predial

Outros

LV PN EV EP AP PB PE AE AB CO CE AS
Programa de Necessidades (PN)

Exigências de caráter prescritivo: como deve ser



Exigências de desempenho: necessidades e expectativas dos
usuários (e cliente)

Estudo de Viabilidade (EV)

Análise e avaliações para seleção e recomendação de alternativas



Buscar melhor adequação entre LV e PN

Viabilidade técnico-legal, e financeira

Início da volumetria e dimensionamentos

Muitas destas informações são fornecidas ou conseguidas com o


cliente.

Normalmente em situação acadêmica o projeto começa com o EV.

LV PN EV EP AP PB PE AE AB CO CE AS
Estudo Preliminar (EP)

Concepção e representação inicial e aproximada da



configuração da edificação

Inclui informações técnicas iniciais

É comum incluir soluções alternativas

Anteprojeto (AP)

Concepção e representação provisória para inter-relacionamento


de atividades técnicas (inclui projetos complementares)

Deve permitir estimativa melhor de custos e prazos de obra

Inclui documentação para aprovação do projeto pelas autoridades
competentes para construção: "Projeto Legal" (PL)

Comum em situação acadêmica o projeto termina no AP.

LV PN EV EP AP PB PE AE AB CO CE AS
Projeto Básico (PB) - Opcional, só existe por causa da Lei 8.666/93

Informações técnicas ainda não completas, mas suficientes para


licitação de obra correspondente

Pode servir para auxiliar os processos de compatibilização

Também chamado de pré-executivo, mas não é adequado, pois na
NBR 13.531/95 pré-executivo é sinônimo de anteprojeto

Projeto para Execução (PE)

Concepção e representação final das informações técnicas



Da edificação e de todos os seus elementos, instalações e
componentes

Deve ser completa, definitiva e suficiente para execução de obra

LV PN EV EP AP PB PE AE AB CO CE AS
Assistência à Execução da Obra (AE)

Verifica se execução da obra obedece fielmente projeto e


especificações técnicas

Não deve ser confundida com gestão, gerenciamento, execução ou
fiscalização de obra

Vide glossário da Tabela de Honorários do CAU/BR

"As Built" (AB)

Revisão do projeto de acordo com o que foi executado



Pode ser feito durante e após a conclusão de obra ou serviço
técnico

Objetivo: regularidade do edifício e facilitar sua atualização e
manutenção

LV PN EV EP AP PB PE AE AB CO CE AS
Coordenação e Compatibilização de Projetos (CO)

À partir do AP, consolida projeto com “complementares”

Coordenação de Equipe Multidisciplinar (CE)

Gerenciamento das atividades técnicas desenvolvidas por


profissionais de diferentes formações profissionais

Também chamada de “gerenciamento de projetos”

Assessoria para Aprovação de Projeto (AS)

Apoio técnico para aprovação de projetos, em qualquer momento



Órgão de controle, fiscalização ou financiamento

Normalmente envolve profissional especializado

LV PN EV EP AP PB PE AE AB CO CE AS
Para cada etapa, a tabela de honorários traz diretrizes para:

O que usa como base



O que deve produzir

O que deve apresentar

Serve como um guia de escopo para cada uma das atividades.


Manual de Escopo de Projetos e Serviços de Arquitetura e
Urbanismo - AsBEA

Também é referência útil para escopo e produtos



Mais detalhado e específico

Serviu de base para Tabela de Honorários do CAU/BR

Disponível em: http://www.manuaisdeescopo.com.br/Manuais
Parte 03

Considerações sobre etapas


de projeto
Coordenação de equipe

Três modos de coordenação

Implícita: ágil e simples, mas sem sincronia nem registro



Via arquitetura: adequado para sistema sequencial, conhecido

Especializada: melhor para sistema colaborativo, inovador

Coordenador precisa ser o arquiteto?

(Fabricio 2007)
Zanettini Arquitetura, Projeto ampliação CENPES - Petrobras 2010

30 empresas, 258 pessoas, 6.357 documentos

Envolvimento de especialistas e cliente desde o início,



não é prática comum

(Zanettini 2016)
Importância da coordenação de equipe

Coordenação: competências técnicas e gerenciais

Técnicas: integração interfaces, compatibilização



Gerenciais: técnicas e ferramentas de planejamento e controle,
habilidades interpessoais

É necessário ter ambas as competências para uma boa coordenação

Problema da ruptura entre necessidade e solução

Arquiteto pensa em necessidade do usuário e gera especificação


técnica

Outro projetista detalha ou constrói à partir de especificação técnica
pode não compreender necessidade original

Ocorre ruptura entre necessidade original e solução final

Importância do acompanhamento do projeto até o final


Licitações

Lei de Licitações, Lei 8.666/93

Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes,


com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou
serviço, …, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado
tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos
e do prazo de execução…

Lei 12.462/2011

Regime diferenciado de contratação (RDC)



Contratação Integrada: inclui projeto básico até entrega final

CAU defende modalidade de concurso para licitações



CAU, IAB, Confea, SINAENCO e outras defendem obra com projeto
completo
Concursos

Vale a pena entrar em concursos?

Muito trabalho e alto risco



Cliente recebe este trabalho “de graça”

Oportunidade de prêmio/visibilidade

Exercício de uma prática diferente

Risco/benefício deve ser calculado e computado

Possibilidade de melhorias, como na França

Obras menores apenas arquitetos mais jovens



Etapa inicial simples, etapas seguintes contratadas

Concursos públicos sempre devem ser oportunidade para se


discutir e refletir sobre arquitetura
Diversidade de projetos de acordo com clientes e demandas

Programa de necessidades como “planta em powerpoint”

Projeto completo ou detalhamento sob demanda



(casa Dona Dalva)

Equipe de comunicação visual logo no início do projeto:



caso CENPES

Conceito de “interfaces” (Baltazar, Kapp 2016)

Ferramentas que permitem usuários trabalharem melhor com


acompanhamento do arquiteto à distância

Arquiteto projeta as interfaces e é um consultor

Usuários ganham maior autonomia e compreensão
Referências e fontes
BALTAZAR, Ana Paula and KAPP, Silke, 2016. Assessoria técnica com interfaces. In:
IV ENANPARQ, Estado da Arte [online]. Porto Alegre: PROPAR/UFRGS. 2016.
[Accessed 15 April 2017]. Available from: https://
enanparq2016.files.wordpress.com/2016/09/s22-01-baltazar-a-kapp-s.pdf.
FABRICIO, Márcio Minto, 2007. O arquiteto e o coordenador de projetos. In: Pós.
Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP
[online]. 2007. Vol. 0, no. 22, pp. 26–50. [Accessed 20 May 2015]. DOI 10.11606/
issn.2317-2762.v0i22p26-50. Available from: http://www.revistas.usp.br/posfau/
article/view/43530.
ZANETTINI, Siegbert, 2016. Siegbert Zanettini - Prática Profissional e Organização
do Trabalho [online]. MP4. Sao Paulo, SP, Brazil: FAUUSP. 27 October 2016.
[Accessed 4 May 2017]. Available from: http://intermeios.fau.usp.br/midia/
4416790.

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