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O presente trabalho versa sobre a Fases do Processo de Investigação-Acção, diante deste tema
é importante realçar que uma investigação que não produz nada se não livros é inadequada,
assim a investigação-acção é um forte instrumento para mudar e melhorar ao nível local e a
combinação de acção e investigação, que a investigação-acção nos remete, contribuiu para a
atracção de investigadores, professores, académicos e a comunidade educacional. Esta
investigação-acção pode ser utilizada em qualquer contexto onde há problemas envolvendo
pessoas, tarefas e procedimentos que exigem solução, ou onde algumas mudanças são
necessárias para aumentar os resultados.
Observando o nome que aqui se arrola (investigação-acção), podemos dizer que esses ternos
são uma metodologia que tem o duplo objectivo de acção e investigação, no sentido de obter
resultados em ambas as vertentes: Acção, que é responsável pela obtenção de mudança numa
comunidade ou organização ou programa; e, investigação, que no sentido de aumentar a
compreensão por parte do investigador, do cliente e da comunidade.
Objectivos
Geral:
Específicos:
Explorando a metodologia
Coutinho et al. (2009) afirmam que no contexto da educação a prática e a reflexão são
interdependentes. Com efeito, o campo educativo coloca àquele que aí desenvolve o seu
trabalho, nomeadamente professores e líderes, um conjunto de problemas para resolver
e de questões às quais importa responder. A prática conduz à necessidade de uma
reflexão intencional e sistemática que tomará possível encontrar soluções dirigidas à
resolução dos problemas. Neste contexto, os profissionais tomam-se investigadores e a
investigação que realizam tem a particularidade de subordinar a intenção explicativa à
intenção de agir. Se em si mesma, a afirmação de que no contexto educativo a prática e a
reflexão são interdependentes está de acordo com o princípio do investigar para agir
próprio da Investigação-Ação, o facto do processo reflexão ser levado a efeito pelo
próprio profissional, é uma afirmação de princípio do profissional investigador.
Segundo Ferrance (2000), esta rotina é guiada por um conjunto de cinco fases que se
passam a enunciar: (1) identificação de um problema, que pode estar focalizado em
alunos que pertençam a uma determinada turma, mas também pode estar focalizado em
várias turmas ou ainda na própria escola, numa área específica se se pretende mudar
uma dimensão particular, como por exemplo incrementar a leitura num grupo de alunos
(Calhoun, 2002). É neste contexto que surgem vários tipos de Investigação-Ação:
individual, colaborativa, e envolvendo a escola; (2) recolha e organização de dados; (3)
interpretação dos dados recolhidos; (4) ação baseada nos dados recolhidos; (5) avaliação
dos resultados. Os conhecimentos obtidos influenciarão os passos seguintes, (6) next
steps, gerando aquilo que Coutinho et al. (2009) designou de espiral autorreflexiva de
conhecimento e ação.
Encontrando a fundamentação
Por outro lado, quando se tem presente que a Investigação-Ação pode envolver vários
grupos de alunos e até a escola enquanto coletividade, importa referir que ao recorrer a
esta metodologia se está a favorecer a colaboração entre os diferentes atores educativos,
desenvolvendo a colegialidade entre professores e entre estes e o líder. Pode dizer-se que
a Investigação-Ação pode envolver em si uma nova abordagem da liderança da escola.
Como refere Salazar (2006) nos finais dos anos 70 e durante os anos 80, a ideia que
vigorava a propósito da liderança no domínio da educação era a de uma liderança
instrutiva articulada em tomo de cinco ideias (Murphy, 1990): (i) definir a missão e
estabelecer metas escolares direcionadas ao sucesso dos alunos; (ii) gerir a função de
produção educativa; (iii) promover um clima de aprendizagem académico; (iv)
desenvolver uma cultura forte na escola caracterizada por um ambiente seguro e
ordenado; (v) oportunidades para a implicação significativa de alunos e para a
colaboração e coesão fortes.
A crítica que é dirigida a este estilo de liderança tem a ver com o facto de se tratar de
um entendimento acerca de uma liderança centrada no líder não dando valor à
iniciativa e à formação didática dos profoores (Escudem, 1997). É um estilo de liderança
que não é partilhada pela comunidade.
A partir dos anos 90 do século XX foi-se acentuando, cada vez mais, a ideia de que a
liderança educativa tem uma dimensão ética e que as facetas morais, simbólicas e
culturais se constituem como elementos chave na organização escolar e no modo como é
vivida pelos elementos que a integram e, consequentemente, nos resultados alcançados.
E, daí, tal como refere Sergiovanni (2004b) "os líderes escolares têm de dedicar especial
atenção aos aspectos informais, mais subtis e simbólicos, da vida escolar" (p. 24).
Leithwood (1994), por sua vez, considera que mais do que uma eficácia escolar, agora
são necessárias estratégias de compromisso que implicam uma cultura do todo e do
trabalho colaborativo. Portanto a uma liderança centrada nos interesses do sujeito deve
seguir-se uma liderança da intersubjetividade e da interação, orientada por uma visão
proposta e defendida pelo líder.
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Antes disso, a teoria e a prática não eram percebidas como partes integrantes da vida
profissional de um professor, e a investigação-acção começou a ser implementada com a
intenção de ajudar aos professores na solução de seus problemas em sala de aula,
envolvendo-os na investigação. Por exemplo, possibilitava avaliar empiricamente o
resultado de crenças e práticas em sala de aula. Neste sentido, este tipo de investigação é,
sem dúvida, atractiva pelo fato de poder levar a um resultado específico imediato, no
contexto do ensino-aprendizagem
que utiliza técnicas de pesquisa consagradas para informar a ação que se decide tomar
para
melhorar a prática” (Tripp, 2005, p.447). Uma das características mais marcante da I.A
é
critérios e métodos, onde faz inferência teorias sobre a ação educativa, que segundo
ação”.
cíclico da I.A, uma vez que vários autores Kurt Lewin, Kemmis, Elliott, e Whitehead
(apud Latorre, 2003), partilham desta visão que se estruturam pela forma de uma
espiral.
conjunto ordenado de fases que, uma vez completadas, podem ser retomadas para
servirem
sucessivamente.
e melhorá-las.
entanto, depois da leitura dos autores referenciados, concluímos que a maior parte dos
trata-se de um discurso orientado para o que deve e como deve ser feito.
prática, ou seja, o modus operandi das orientações teóricas, quais as suas adaptações
efetuadas perante a realidade dos diversos contextos, o impacto que a teoria teve e quais
as
suas vantagens.
problemática nuclear da I.A. A autora desenvolve esta ideia, como se pode constatar no
seguinte parágrafo:
Manion (1990) e Antonio Latorre (2003), dando especial destaque a este último.
(questionário);
arquivos, estatísticas).
Cohen e Manion (1990, p. 279) consideram que, as várias fases do processo de 5.1.
TÉCNICAS BASEADAS NA OBSERVAÇÃO
As notas de campo são uma das formas mais usadas nas metodologias
tal como se apresentam diante de si, de uma forma direta e imediata, sem mediações ou
preparações prévias.
O diário do investigador é uma técnica narrativa que permite recolher
a sua prática.
cujas respostas são apresentadas por escrito e permite obter informação básica ou
avaliar o
do seu autor pode não ser coincidente com o objetivo do investigador e em documentos
sugeridos pelo investigador, em que este, solicita que as pessoas escrevam sobre as suas
experiências pessoais. Este tipo de técnica tem sido muito utilizada na Investigação -
Ação,
e às histórias de vida.
auditivo da realidade estudada e, assim, detectar fatos que porventura lhe tenham
escapado
Ação. Esta tem sido considerada o “parente pobre” no campo das ciências sociais. O
mesmo autor refere que dela pouco se fala, sendo insuficientemente praticada, tendo em
fora dos círculos restritos que utilizam os seus resultados. Sobretudo, é muito escasso o
Desde que, Kurt Lewin, em 1948, lançou a ideia da action research, tal
Talvez porque vinha a contra corrente da história das próprias ciências sociais,
metodologias.
situacional e específica, pois conta com uma amostra de representividade reduzida, além
de
possuir pouco ou nenhum controle sobre variáveis independentes, tornado desse modo a
I.A a escassez de estudos neste campo que validem empiricamente a Investigação - Ação
forma didática e não reflexiva por parte dos alunos, não o preparando para assumir
outras
formação acadêmica é outro fator que leva a incredibilidade. Por ser um processo
coletivo
não esperados de uma avaliação, o que pode demonstar falta de planejamento, e por fim,
e
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização deste trabalho infere-se que a partir dos três últimos decénios
sociais.
fazendo desse modo a I.A perder sua credibilidade como uma metodologia credível.
modus operandi das orientações teóricas, quais as suas adaptações efetuadas perante a
realidade dos diversos contextos e o seu impacto, foi possível evidenciar e aprofundar os
Segundo Latorre (2003, p. 54) “as técnicas de recolha de dados são muito
variadas. Optando-se por utilizar umas ou outras, tendo em conta o grau de interação
do
investigador com a realidade e o problema que está a ser investigado”. Neste sentido,
Por parte dos adeptos da pesquisa tradicional frequentemente são feitas algumas
objecções à investigação-acção. Segundo Cohen e Manion as mais frequentes são as
seguintes:
É verdade que a investigação-acção pode ter limitações, sobretudo quando praticada por
pessoas com pouco embasamento em métodos de investigação, mas, mesmo assim, é um
instrumento útil, ao qual o professor deve recorrer. Por um lado, ela é uma abordagem
científica para a solução de problemas e, portanto, a mudança introduzida numa
situação social por seu intermédio é, sem dúvida, muito melhor do que eventuais
mudanças introduzidas com base na alegada eficiência de procedimentos não
previamente testados. Sem dúvida, as mudanças introduzidas com a investigação-acção
constituem também uma solução melhor do que deixar a situação problemática no
estado em que se encontra, sem mudanças. Por outro lado, é verdade que a solução de
problemas educacionais exige pesquisas de carácter mais amplo, para o desenvolvimento
de teorias que tenham implicações para muitas salas de aula ou muitas escolas, e não
apenas para uma ou duas. No entanto, considerando as limitações actuais da teoria
educacional, a investigação-acção leva a soluções imediatas para problemas educacionais
urgentes, que não podem esperar por soluções teóricas.
Numa primeira fase, procede-se à planificação. Para tal, deve-se definir o problema e o
projecto (ou seja, os métodos a seguir e as técnicas de recolha e análise de dados que mais se
adequam à situação estudada). Nesta fase, o investigador deve seleccionar, inicialmente, um
tema que seja do seu interesse e cujo estudo seja pertinente. De acordo com o tema e a
abordagem pretendida, o investigador escolhe o método de investigação e elabora os
instrumentos de recolha de dados que devem ser submetidos a validação antes de serem
aplicados. Deve também decidir, antecipadamente, as técnicas de tratamento de dados
recolhidos que pretende utilizar.
A terceira (mas provavelmente não última) fase é a fase da reflexão. Nesta fase, o
investigador deve reflectir sobre a situação estudada, avaliá-la e decidir o caminho a seguir.
Se o investigador considerar que não há mudanças a executar, termina a investigação-acção,
se não, o ciclo reenicia-se e irá reeniciar-se tantas vezes quantas as necessárias até que os
objectivos do investigador sejam atingidos.
O grande objectivo desta metodologia, é pois, a reflexão sobre a acção a partir da mesma. Por
outras palavras: a sua finalidade consiste na acção transformadora da realidade ou, na
superação da realidade actual. (Cembranos, 1995).
Brown e McIntyre (1981) citados por Chagas (2005), apresentam a Investigação-acção como
uma metodologia bastante “apelativa e motivadora” porque se centra na prática e na melhoria
das estratégias utilizadas, o que leva a uma eficácia da prática muito maior.
Ana Terence, citando Haguete (1999) fala de pesquisa acção. Para esta autora pesquisa-ação
é, muitas vezes, tratada como sinônimo de pesquisa participante ou pesquisa colaborativa.
Tanto a pesquisa-ação quanto a pesquisa participante têm como origem a psicologia social e
as limitações da pesquisa tradicional, dentre as quais se evidencia o distanciamento entre o
sujeito e o objeto de pesquisa, fator que ressalta a necessidade de inserção do pesquisador no
meio e a participação efetiva da população investigada no processo de geração de
conhecimento.
Características da Investigação-acção
responsabilidade e envolvimento;