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SPINUZZI, 2016.

The
Metodology of Participatory

Spinuzzi, C. (2005) The Methodology of Participatory Design. Technical


Communication, 52, 163-174.

É difícil achar uma explicação metodológica para o design participativo,


tende-se a pensá-lo enquanto uma abordagem menos rigorosa e
sistematizada.

Uma forma de entender o design pelo fazer, ou seja, enquanto os


caminhos utilizados pelas pessoas para realizar suas tarefas cotidianas e
como estas tarefas podem ser moldadas para serem mais produtivas.

Spinuzzi descreve neste artigo o escopo do design participativo:


paradigma, metodologia, pesquisa em design e métodos, além de
discutir algumas aplicações práticas.

Design participativo é pesquisa (p. 163).

Design participativo é baseado na abordagem da pesquisa ação


participativa, embora se valha de outros métodos para construir
iterativamente os resultados pretendidos. A escolha por múltiplas
abordagens assegura que o máximo de pontos de vista diversos seja
incorporado no processo.

O design participativo começou na Escandinávia através da parceria


entre acadêmicos e sindicatos, interessados em estimular a democracia
num ambiente de trabalho que começava a lidar com a incorporação da
tecnologia e da automação nos processos produtivos. Tem evoluído à
medida em que incorpora e reflete as mudanças sociopolíticas do
contexto onde atua, mas, em suma, mantém sua intenção inicial de
examinar de forma cooperativa os aspectos tácitos e às vezes invisíveis
da atividade humana, de forma que contribuam para um entendimento
mais amplo destas atividades.

Uma ponte entre os saberes tácitos e científicos.

O trabalho do design participativo não é feito "em nome" dos usuários, é


feito "com" os usuários.

O objeto de estudo do design participativo é o conhecimento tácito


desenvolvido e utilizado por aqueles que trabalham com tecnologias (p.
165)

Esta abordagem pragmática envolve tanto elicitar o conhecimento


tácito, quanto refletir criticamente sobre ele.

Designers que optam pelo design participativo costumam estar


orientados à "perspectiva da ferramenta", ou seja, em como materializar
os resultados de sua intervenção em ações práticas de melhoria do
trabalho realizado.

PARADIGMA: construtivista (conhecimento ocorre através da


interação de pessoas, práticas e artefatos)

METODOLOGIA: derivada da pesquisa ação participativa -


investigações intervencionistas e práticas, simultâneas a
reflexões teóricas paralelas.

RESEARCH DESIGN: Primeiro estágio: exploração inicial do


trabalho. Segundo estágio: descobrir processos. Terceiro estágio:
prototipagem.
MÉTODOS: Primeiro estágio: métodos etnográficos (observações,
entrevistas, visitas organizacionais e exame de artefatos),
geralmente num dia comum de trabalho. Segundo estágio: jogos
organizacionais, role-playing, storyboarging, workshops de
futuro, modelos de fluxo de trabalho. Terceiro estágio: mockups,
prototipagem cooperativa. Estágio final: compartilhamento dos
resultados (e avaliação).

LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA: não leva a mudanças radicais;


tende a focar no empoderamento funcional e não no
democrático, especialmente quando atua no contexto de países
em desenvolvimento.

LIMITAÇÕES DO MÉTODO: observações etnográficas realizadas


superficialmente;

LIMITAÇÕES PRÁTICAS: exige muito tempo, recursos e um


comprometimento institucional. Os trabalhadores detém grande
parte do controle do processo visto que precisam estar
continuamente participando criticamente dele;

tem uma orientação ético-política explícita: empoderar trabalhadores a


ter controle sobre o seu trabalho. [...] Sendo iterativo, permite que
trabalhadores e pesquisadores examinem criticamente os impactos
destes redesigns incrementais em progresso (p. 167).

the design artifact both encapsulates the


research results (as the material trace left by the design
efforts) and elicits them (both during design sessions and
afterwards, as it is introduced into the environment to be
used as a stable work artifact) (p. 169)

O rigor, no design participativo, é visto como uma meta desejável, mas,


subordinada ao controle e às aspirações dos usuários.

Spunizzi afirma que o objeto de pesquisa em propostas de design


participativo tende a ser expresso em uma "declaração de propósito" ao
invés de uma pergunta de pesquisa.

Avaliação do design participativo: Critério 01 - qualidade de vida


dos trabalhadores (trabalhadores refletem sobre suas próprias
práticas, organização do trabalho e ferramentas);
Critério 02 - desenvolvimento colaborativo (reforça a coleta e
análise de dados sendo realizada em conjunto com os demais
participantes);

Critério 03 - processo iterativo (requer uma série de


oportunidades de checagem contínua dos resultados com os
participantes).

Blomberg, J., J. Giacomi, A. Mosher, and P. Swenton-Wall. 1993.


Ethnographic field methods and their relation to design. In
Participatory design: Principles and practices, ed. D. Schuler and
A. Namioka. Hillsdale, NJ: Lawrence Eribaum Associates, pp. 123-
156.

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