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1. Introdução

Os projectos consistem na materialização dos sonhos, da expectativa, do atendimento do


que está sendo demandado. Bomfim (2004, p. 61) compreende projecto como “um
conjunto de hipóteses acerca de uma situação problemática e das estratégias de solução,
de forma que o futuro seja diferente da situação presente”. Para Kelling (2002), um
projecto concentra um trabalho, ou conjunto de actividades inter-relacionadas, a serem
realizadas com prazo determinado, em um esforço temporário, contando com recursos
preestabelecidos, tendo em vista o alcance de objectivos específicos.

Os projectos podem apresentar diferentes formas e tamanhos. Alguns são de curta


duração e dependem de recursos mínimos; outros, de médio e longo prazo, exigem
maior volume de recursos, e uma estrutura (física, humana, administrativa) mais
complexa para sua realização. De acordo com Kelling (2002), os projectos têm com
características comuns: são empreendimentos independentes com propósitos e
objectivos distintos e de duração limitada. Podem contar, ainda, com data para início e
fim, recursos e estrutura administrativa própria.

A participação de todos os envolvidos com a organização e seus projectos, equipe


gestora e executora, apoiadores, público-alvo, é de extrema relevância para que se
alcancem os fins propostos. Armani (2004) destaca que a participação do público-alvo
ou cidadão beneficiário do projecto na sua gestão pode ser considerada um fim em si
mesmo, uma vez que não podem ser considerados resultados positivos aqueles que
acontecem sem que haja o devido envolvimento e participação dos potenciais
beneficiários das acções do projecto. Para tanto, são necessárias as construções de
consensos, a realização do planeamento participativo em todos os níveis da organização
e do projecto, a definição e distribuição de papéis e responsabilidades entre todos os
envolvidos e o estabelecimento de uma atitude dialógica que permita espaços de debate
de reflexão.

Com base nesta abordagem apresenta-se aqui o estimado trabalho que ira falar dos
métodos participativos. Com isso, Será visto aqui um referencial teórico para
direccionar melhor a leitura e explicar as várias técnicas utilizadas por esta geração.

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1. Tema: Métodos participativos

Problematização

A curiosidade que este trabalho tenta esclarecer num sentido amplo é: como os
computadores vieram evoluindo até o que temos nos dias actuais e as suas perspectivas
futuras, Pois trata-se de uma história com necessidade de uma explicação coerente e
precisa.

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral

 Compreender sobre métodos participativos de uma forma mais


complexa e ampla.

1.1.2 Específicos

 Identificar 5 métodos participativos demostrando suas vantagens e


desvantagens;

 Ilustrar os procedimentos de cada método participativo;

 Fundamentar as ideias do estudo com base em teorias científicas


validas.

1.2 Procedimentos metodológicos aplicados na pesquisa

1.2.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa deste estudo é qualitativa, visto que faz o estudo e fornece informações
colectadas em diferentes manuais, de forma a compreender e explicar o tema em estudo.

1.2.2 Método de pesquisa

O método usado neste estudo é indutivo pois conclui-se uma verdade científica depois
de se considerarem casos particulares deste tema.

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Métodos participativos

Quando se usa o termo “metodologia participativa”, fala-se de um conjunto de métodos


com características semelhantes usados para atingir o mesmo objectivo, baseado no
princípio fundamental da participação.

Na metodologia participativa se juntam vários métodos usando diversos instrumentos


específicos, e constitui-se num convite à acção e ao aprendizado conjunto,
possibilitando maior acesso ao poder decisório (empoderamento das pessoas envolvidas
e da organização).

O verbo “participar” significa tomar parte de um processo e os indivíduos são sujeitos


deste processo. É um princípio e uma conquista básica da democracia, que possibilita
que as pessoas tenham uma intervenção activa e importante em todas as decisões que
influenciem suas vidas.

Segundo ARMANI (2004, p. 29), a contribuição mais relevante do elemento


participação no desenvolvimento de projectos sociais seja o questionamento da visão
tradicional segundo a qual apenas a organização que promove e projecto pode definir os
termos e julgar seus resultados sociais. Se a participação de beneficiários e de outros
atores dá-se de forma efectiva, ela fará com que os parâmetros de condução e de
avaliação de um empreendimento social dêem-se pela construção colectiva a partir das
várias visões e interesses de todos os atores envolvidos e não por apenas uma entidade
de forma exclusiva.

PRETTY (1995: 67) classifica o conceito de participação em sete níveis:

 Participação passiva
 Participação informativa – quando a comunidade se limita a responder as
questões colocadas pela equipa de intervenção e não têm oportunidade de se
expressar;
 Participação por consulta
 Participação por incentivos – reflecte a participação feita em troca de recursos
materiais;
 Participação funcional
 Participação interactiva – quando a comunidade participa na análise que
conduz aos planos de acção e fortalecimento das instituições locais existentes. O
grupo leva o controlo sobre as decisões locais e a comunidade mantém as
estruturas e práticas locais;
 Auto – mobilização – a comunidade participa na tomada de iniciativas,
independentemente das instituições locais ou externas para mudanças
sistemáticas.

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Participação funcional

Segundo PRETTY (1995: 67) A participação funcional ocorre quando a comunidade


participa na formação de grupos de trabalho para alcançar objectivos predeterminados,
comunidade não envolvida no processo de planeamento, sendo que maior parte das
decisões são tomadas pelos promotores do projecto;

Segundo KUMMER (2007, p. 69-71), este processo de participação acontece em


grupos, e vai dar certo a partir do momento em que cada envolvido se sentir responsável
pelo trabalho de seu grupo, projecto ou programa e, assim, pelo processo auto-
determinante de desenvolvimento (ownership). As pessoas que se motivam ou são
motivadas a participar activamente no processo de alcançar os objectivos previstos
mostram, a depender do grau da sua motivação, que são mais participativas e integradas
no processo.

A participação é democrática porque as pessoas podem e devem, se habilitar a participar


das decisões, sejam elas na área política (eleições, aquisição e distribuição do dinheiro
público), económica ou financeira.

Características da participação funcional

 Todos são responsáveis pelo êxito do grupo;


 O evento é conduzido por um moderador, preferivelmente externo;
 Não se respeita a hierarquia, as ideias é que são respeitadas;
 Procura-se conjuntamente soluções, de forma aberta e transparente;
 Cada participante fala na sua vez, tentando ser breve e objectivo;
 As conclusões, propostas e decisões representam um consenso;
 As discussões são registadas visualmente, escrevendo de forma legível com
apenas uma ideia em cada tarjeta;

Procedimentos da participação funcional

 Determinar os objectivos e a pauta com os passos e instrumentos metodológicos


a serem usados;
 Ver as responsabilidades pela moderação, gerenciamento e encaminhamentos
finais;
 Escolher e preparar um lugar adequado;
 Distribuir as responsabilidades para a logística, compra e preparação do
material, equipamento e disponibilização dos documentos necessários.

Vantagens da participação funcional

 O consenso corresponde a um aprendizado em que respeitamos a opinião do


outro, mesmo sendo diferente da nossa e, ainda, trabalhamos conjuntamente com
um objectivo em comum.

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 As perturbações existentes são administradas;
 Não se respeita a hierarquia, as ideias é que são respeitadas;

Desvantagens da participação funcional

 O consenso adquirido não significa unanimidade, é um compromisso para a


acção!
 Pelo facto de todos serem responsáveis pelo êxito do grupo, a falta de dedicação
de alguns elementos do grupo afectam significativamente no progresso do
projecto.

Participação Passiva

Segundo PRETTY (1995: 67) A participação passiva ocorre quando a participação é


unilateral onde a agência de intervenção limita-se dizer à comunidade o que pretende
fazer ou está acontecendo sob administração do projecto;

Segundo Peruzzo (2003) define a participação passiva, que prevê a participação do


pesquisador no cotidiano dos sujeitos pesquisados, sem a necessidade de qualquer
retorno dos resultados da pesquisa a estes. Esse seria o método clássico da antropologia,
sugerido por Malinowski e aperfeiçoado ao longo do século passado. Mesmo que essa
proposta, actualmente, pressuponha algum retorno dos pesquisadores aos grupos
pesquisados, o mais importante a destacar nessa proposta metodológica e que a
diferencia das outras é que não há qualquer participação dos grupos pesquisados nas
decisões sobre como a pesquisa está sendo conduzida. O retorno aos sujeitos
pesquisados, quando ocorre, é para apresentar resultados.

É aconselhável buscar a presença de autoridades durante a abertura, visualizando os


objectivos do encontro.

A pauta prevista deve ser apresentada, adaptada e confirmada pelo grupo presente.
Além disso, é aconselhável fazer um acordo de convivência com o objectivo de facilitar
o convívio do grupo por meio de regras negociadas e visualizadas.

Participação por consulta

Segundo PRETTY (1995: 67) a Participação por consulta ocorre nos casos em que a
comunidade é consultada mas não tem oportunidade de tomar decisões;

Segundo KUMMER (2007, p. 75-76), o método básico de trabalho em grupos é a


colecta e estruturação de ideias, que pode ser chamada também de “chuva de ideias”
(Brainstorming) e tem como objectivo que cada participante reflicta sobre uma
pergunta, individualmente. É um factor psicológico importante: deixar tempo e espaço
para cada indivíduo poder formar a sua própria opinião. Apenas depois o indivíduo se
comunica com os outros e visualiza a sua opinião. Se não fizer deste jeito, corre-se o
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grande risco de que as pessoas mais comunicativas influenciem e manipulem a
formação da opinião dos outros integrantes, dificultando a participação activa de todos.

Procedimentos

Passo 1 - A Tempestade de ideias:

 As ideias são registadas em fichas;


 Em cada ficha se coloca uma única ideia;
 As fichas são recolhidas pelo moderador do grupo, sem querer saber qual a
origem delas;
 As fichas são fixadas no painel.

Passo 2 - Ordenação:

 As fichas são agrupadas, segundo critérios estabelecidos pelo próprio grupo;


 As ideias repetidas são eliminadas, registando-se a quantidade delas.

Passo 3 - Avaliação:

 As fichas são lidas, esclarecidas, discutidas, avaliadas e complementadas;


 São discutidos os pontos em comum, contradições e divergências.

Passo 4 - Conclusão:

 O grupo discute e escolhe um título para cada agrupamento;


 As conclusões são fixadas no painel;
 O relator prepara a apresentação.

Na plenária, os resultados alcançados pelos grupos diferentes são apresentados por um


representante de cada grupo, num retrato autêntico do desenvolvimento do trabalho nos
grupos, visualizando as suas conclusões. Depois da discussão, sistematização e
sintetização são elaboradas as conclusões gerais. Há algumas recomendações para a
apresentação dos resultados na plenária.

O apresentador deve:

 Demonstrar confiança e segurança;


 Estabelecer um contacto com a plenária para captar a atenção, esperando que a
plenária fique em silêncio;
 Ler todas as fichas falando devagar e em voz alta, porque a visualização não fala
por si só, além de mostrar as fichas ao afixá-las;
 Coordenar a visão e a audição;

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 Certificar-se de que está sendo compreendido pela plenária, perguntando e
observando suas reacções;
 Evitar comentários longos e pessoais e apresentar somente resultados do grupo.
Não apresentar o que o grupo não fez ou gostaria de ter feito;
 Perguntar aos integrantes do grupo se têm alguma complementação a ser feita;
 Responder a todas as dúvidas da plenária.

Vantagens:

 Contempla uma alta dispersão geográfica;


 Atinge um grande número de indivíduos;
 Permite uma análise por amostragem

Desvantagens:

 Há resistências (falta de tempo no preenchimento;


 Existe uma baixa interacção durante a comunicação;
 Não é permitida a verificação da seriedade/atenção com que o pesquisado
respondeu as questões;
 A dificuldade na escrita é um elemento que pode atrapalhar o desempenho da
resposta.

Em Moçambique as comunidades locais devem ser envolvidas nas decisões


relacionadas com a gestão dos recursos naturais através de consultas (Governo de
Moçambique, Lei no.10/99 de…).

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2. Conclusão

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3. Bibliografia

BOMFIM, Leila, Elaboração de projetos para o terceiro setor: entre a criatividade e a


lógica, p.59-75. In: VOLTOLINI, R. (organizador). Terceiro Setor: planejamento e
gestão. 2ª ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.

KEELING, Ralph. Gestão de projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva,
2002.

BAPTISTA, Myrian Veras. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação.


2ª ed.¬ São Paulo: Veras, 2002.

ARMANI, Domingos. Como elaborar projetos? - Guia prático para elaboração e


gestão de projetos sociais. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2004.

KUMMER, L. Metodologia participativa no meio rural: uma visão interdisciplinar.


conceitos, ferramentas e vivências. - Salvador: GTZ, 2007.

PRETTY et al. 1995. Participactory Learning and Action. London. International


Institute For Enviroment and development. (IIED). Problems; an Unofficial View, word
development,Vol.20,N6.

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