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PROGRAMA

DE
TEORIA E
PRÁTICA DO
DESIGN
12ª Classe
Formação de Professores do
1º Ciclo do Ensino Secundário

Disciplina de Educação Visual e Plástica


Ficha Técnica

Título
Programa de Teoria e Prática do Design - 12ª Classe
Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário
Editora
Editora Moderna, S.A.
Pré-impressão, Impressão e Acabamento
GestGráfica, S.A.
Ano / Edição / Tiragem / N.º de Exemplares
2013 / 2.ª Edição / 1.ª Tiragem / 2.000 Ex.

E-mail: geral@editoramoderna.com

© 2013 EDITORA MODERNA


Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução desta obra por
qualquer meio (fotocópia, offset, fotografia, etc.) sem o consentimento
escrito da editora, abrangendo esta proibição o texto, as ilustrações e o
arranjo gráfico. A violação destas regras será passível de procedimento
judicial, de acordo com o estipulado no código dos direitos de autor.
ÍNDICE

Introdução ----------------------------------------------------------------------- 4
Objectivos Gerais da Formação de Professores ------------------------------- 6
Objectivos Gerais da Disciplina ------------------------------------------------ 7
Arquitectura e Gestão do Programa ------------------------------------------- 8
Temas/Especificação dos Conteúdos ------------------------------------------- 9
Desenvolvimento dos Conteúdos --------------------------------------------- 11
Sugestões Metodológicas ------------------------------------------------------ 24
Avaliação ----------------------------------------------------------------------- 25
Bibliografia --------------------------------------------------------------------- 26

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12ª CLASSE

INTRODUÇÃO
A disciplina de Teoria e Prática do Design destina-se a fornecer uma base
informativa e crítica, no âmbito da criatividade, e edificar uma consciência crítica
relativamente ao mundo envolvente.

Para elaboração do presente programa tomou-se em conta:

›› O carácter teórico e prático da disciplina;


›› O nível etário dos alunos e a sua preparação anterior.

O processo de Design desenvolve-se graças a uma constante avaliação de


situações de ideias e a escolha de alternativas.

A detecção de uma necessidade humana despoleta o processo de detecção dos


“erros” de Design e motiva a criatividade, na tentativa de encontrar alternativas
que as superem.

A capacidade de avaliar o design de objectos é fundamental para o designer,


pois permite-lhe modificar e melhorar as ideias, desde a sua origem até ao ponto
final.

Avaliar em Design é comparar o que se vê com o que pensamos que deveria


ser.

Para avaliar necessitamos estabelecer critérios de avaliação. A procura desses


critérios vai determinar a metodologia e as estratégias a seguir, os conteúdos a
explorar e os objectivos a atingir nesta disciplina.

O(a) aluno(a) adquiriu, nesta altura do percurso escolar, através da disciplina


de Educação Visual e Plástica no 1º Ciclo do Ensino Secundário, hábitos
de resolução metódica de problemas e analisou o processo de design como
uma forma particular para projectar “objectos” suportes de comunicação e a
organização do espaço.

Através da análise e avaliação dos produtos de design e posterior projecção


de objectos, colocando-se na posição de utilizador de fluidos, o(a) aluno(a)
vai adquirir uma visão global, mais ampla e profunda do design no circuito de
produção, da diversidade de factores que o design terá que ter em conta para

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PROGRAMA DE TEORIA E PRÁTICA DO DESIGN

desenvolver as suas ideias, e as suas responsabilidades como interveniente na


promoção da qualidade de vida.

Pretende-se, igualmente, que se tenha presente um pensamento sobre a


existência humana e a sua relação com os espaços envolventes. A disciplina deverá
contribuir para ajudar a construir ambientes em que os humanos se respeitem
mutuamente, preservando a Natureza em geral.

A implementação de novas realidades plásticas, a produção de objectos,


a criação de espaços relacionais, novas práticas de construção evoluciona as
vivências.

Assim, deverá ser realçado que a modelos centrados na economia do desperdício


se contraponham modelos que assentem em energias renováveis, apontando para
a redução, reutilização, reciclagem e evitando constantes ameaças à estabilidade
do mundo.

Sendo este um programa teórico e prático, deve ser desenvolvido na procura


da interrogação, contrariando a aceitação de conceitos pré-estabelecidos.

O caminho da pesquisa que se propõe e a reflexão sobre elementos teóricos


reflectir-se-ão no desenvolvimento da unidade sobre campos de actividade do
design. Será nesta última unidade que se abordarão os aspectos de ordem prática
e operativa, as metodologias e práticas do design adaptado às realidades locais.

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12ª CLASSE

Objectivos Gerais da Formação de Professores


Os objectivos gerais do Subsistema de Formação de professores são:

›› Formar professores com perfil necessário à materialização integral dos


objectivos gerais da educação;

›› Formar professores com sólidos conhecimentos cientifico-técnicos e


uma profunda consciência patriótica de modo a que assumam com
responsabilidade a tarefa de educar as novas gerações;

›› Desenvolver acções de permanente actualização e aperfeiçoamento dos


agentes de educação.

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PROGRAMA DE TEORIA E PRÁTICA DO DESIGN

OBJECTIVOS GERAIS DA disciplina


›› Compreender critérios de avaliação para a prática do Design;

›› Compreender técnicas de representação;

›› Compreender a contribuição de outras disciplinas para o Design;

›› Possibilitar o desenvolvimento teórico/prático do conhecimento do Design;

›› Conhecer os antecedentes do Design através de uma perspectiva histórica


das transformações sociais, económicas e culturais que contribuíram para o
seu aparecimento como disciplina autónoma;

›› Analisar ou compreender o papel do Design, como interveniente na


promoção da qualidade de vida;

›› Conhecer as necessidades humanas, colectivas e pessoais, na procura da


melhoria da qualidade de vida;

›› Conhecer a dominante conceptual do desenho de projecto;

›› Compreender atitudes de autonomia e cooperação, tanto no trabalho


individual como no trabalho de grupos.

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12ª CLASSE

ARQUITECTURA E GESTÃO DO PROGRAMA


Neste caso, pressupõem-se um grau de abordagem mais aprofundado dos
conteúdos; cria-se também dentro das cargas lectivas previstas, mais tempo para
trabalho de pesquisa e visitas a exposições que complementarão as aprendizagens.

1º Trimestre

Tema 1 - Função e Funcionalismo.


Tema 2 - Noções de Design - Processo e produto.

2º Trimestre

Tema 3 - Factores Humanos.


Tema 4 - Factores Económicos.

3º Trimestre

Tema 5 - Factores Ambientais.


Tema 6 - Campos de actividades.

À Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário deverá ser


subdividido os conteúdos programáticos por semestres, dentro das três horas
semanais previstas.

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PROGRAMA DE TEORIA E PRÁTICA DO DESIGN

TEMAS/ESPECIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS


1º Trimestre

Tema 1 - Função e Funcionalismo:


1.1. Forma/Função/Produção.
1.2. Função principal e função secundária.
1.3. Revolução industrial. Clima social e teorias de arte no Séc. XIX.
1.4. A modernização artística na Europa e nos Estados Unidos da América.
1.5. O papel da Bauhaus.
1.6. Crítica ao funcionalismo. Os homens e os objectos.

Tema 2 - Noções de Design - Processo e produto:


2.1. Análise do processo.
2.2. Análise do produto.
2.3. Papel criativo da avaliação.
2.4. Critérios.
2.5. Factores a considerar no design.
2.6. Equilíbrio entre factores.

2º Trimestre

Tema 3 - Factores Humanos:


3.1. Noção de utilizador.
3.2. Noções de Ergonomia.
3.3. Métodos de Ergonomia.
3.4. Modos de representação.
3.5. Sistema humano de processamento de informações.
3.6. Antropometria.
3.7. Influência do meio no comportamento humano.
3.8. Critérios não utilitários para a avaliação de um objecto.

Tema 4 - Factores Económicos:


4.1. Produção e venda.
4.2. Custo, preço e venda.
4.3. Mercado concorrência e publicidade.
4.4. Necessidades básicas e secundárias.
4.5. Criação artificial de necessidades básicas e secundárias.
4.6. Papel do Designer gráfico.

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12ª CLASSE

4.7. Objecto de comunicação visual.


4.8. Critérios para avaliação de um objecto da comunicação.

3º Trimestre

Tema 5 - Factores Ambientais:


5.1. Defesa dos recursos naturais.
5.2. Redução, reutilização, e reciclagem.
5.3. Poluição.

Tema 6 - Campos de actividades.


Sectores de Actividade do Design:
6.1. Design visual.
6.2. Design industrial.
6.3. Design gráfico.
6.4. Design de pesquisa.
6.5. Re-design.

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PROGRAMA DE TEORIA E PRÁTICA DO DESIGN

DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS


Tema 1 - Função e Funcionalismo.

Objectivos específicos:
Pretende-se que o(a) aluno(a) compreenda o funcionalismo como necessidade
de considerar a concepção da forma dos objectos, sobretudo o seu destino
funcional e os modos de produção.

Pelo estudo e discussão dos acontecimentos históricos, inferem:

›› Os antecedentes do design como disciplina autónoma;


›› A evolução e funcionalismo;
›› A ergonomia como necessidade de organizar o trabalho fabril;
›› A diferença entre artesanato e produção industrial;
›› As características do processo de produção industrial;
›› O papel da máquina e a necessidade da prévia concepção dos produtos;
›› A noção de protótipo;
›› A noção de produção em série;
›› A noção de estandardização;
›› A modificação do papel e da imagem do artista-artesão;
›› O papel do projectista inserido no processo da produção industrial;
›› Os movimentos anti-funcionalistas, enquanto reacção aos excessos do
funcionalismo.

Conteúdos:
1. Função e Funcionalismo:
1.1. Função principal e função secundária;
1.2. A renovação industrial transformações sociais, Económicas e Culturais;
1.3. Caracterização estético-funcional dos produtos artesanais e dos
primeiros produtos industriais. As grandes exposições do séc. XIX; sua
importância Económica e Cultural;
1.4. Ruskin, Morris e o movimento “Artes e Ofícios”, os principais
movimentos artísticos na Arquitectura e nas Artes Plásticas;
1.5. “Bauhaus”; funcionalismo; os principais movimentos anti-funcionalistas
(pré e Pós-Modernismo).

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12ª CLASSE

Sugestões metodológicas:
Observar, entre os objectos que possui, aqueles de que mais gosta. Fazer uma
listagem dos aspectos que mais agradam nesses objectos e tentar explicar o
porquê (critérios de avaliação).

Ler textos, observar imagens, discutir no grupo/turma o material analisado.

Em pequenos grupos, investigar determinados temas, apresentando-os de


seguida, para discussão no grupo turma.

Tema 2 - Noções de Design - Processo e produto.

Objectivos específicos:
›› Expressão, generalizando o entendimento que faz da estrutura do termo.
›› Observar as semelhanças entre os métodos de resolução de problemas que
interiorizou durante o seu percurso escolar e o processo de design, tornando
mais consciente a atitude racional e sistemática de equacionar um problema
e concretizar o projecto da sua solução.
›› Compreender o papel criativo da insatisfação face ao produto final de
design (re-design) e dentro do “círculo” da criação e produção de objectos
(contínua).
›› Tomar consciência no âmbito da investigação do designer das condicionantes
do seu trabalho.
›› Ter consciência que só por razões metodológicas não está a considerar outros
critérios, tais como o preço a aparência, a facilidade de manufacturação, etc.
E ainda outros pontos de vista: o do produtor, o do técnico, o do ecologista,
etc.
›› Organizar estes vários aspectos em termos de factores a considerar, tais
como, os técnicos, económicos, ambientais, humanos, etc.
›› Compreender a inter-relação de todos os factores como essência do design.
›› Reconhecer, a necessidade da formação técnica e estética, específica de
Design e entender a sua acção em determinado contexto social.
›› Entender ou compreender a importância do design como forma correcta de
satisfazer as necessidades estéticas, técnicas e sociais presentes na produção
de objecto.

Conteúdos:
2. Noção do Design:
2.1. Conceito.

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2.2. Objectivos.
2.3. O designer:
2.3.1. Formação Estética;
2.3.2. Formação Técnica;
2.3.3. Deontologia.
2.4. Análise do processo (revisão).
2.5. Análise do produto:
2.5.1. O papel criativo da avaliação;
2.5.2. Critérios de avaliação sob o ponto de vista do utilizador;
2.5.3. Factores a considerar no design de um produto;
2.5.4. Equilíbrio entre factores.

Sugestões metodológicas:
Recolher, observar e analisar de forma crítica, exemplares diversificados de
objectos concebidos por Designers.

Breve reunião das principais fases e seu desenvolvimento.

Sugere-se:

›› O levantamento de dados para a definição de critérios, primeiro através do


registo de dificuldades pessoais no uso de determinado objecto, seguido de
levantamento de dados através da observação e registo de dificuldades de
outros;
›› Poderá ainda ser delineado um método para a realização destes levantamentos
que inclua: qual o ponto de vista do observador, a definição dos limites da
observação e as variações do contexto (horas do dia, diferenças climatéricas,
etc.) e registo de impressões positivas e negativas;
›› A discussão dos conceitos de “compromisso” versos “síntese” através de
análise de objectos em que é evidente a preocupação em relação a um dos
factores em detrimento de outros (exemplo: o excesso de funcionalismo);
›› Suscitar contactos com Designers de diversificada formação e estabelecer
com eles diálogo que proporcione a posterior análise e aplicação;
›› O estudo de objectos dotados de cargas ornamentais, ensaiando a
evidenciação da sua estrita funcionalidade. Discussão do Sryling e do Kitsch
como fenómeno à margem do design.

Tema 3 - Factores Humanos:

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12ª CLASSE

Objectivos específicos:
O(a) aluno(a) deverá compreender que:

›› O objecto de design tem de ter em conta não quem o vai utilizar, mas vários
outros “utilizadores”;
›› O(a) aluno(a) inferirá os aspectos em causa, analisando as várias fases da
evolução da ergonomia como disciplina autónoma, desde o seu surgimento,
como necessidade de harmonizar o trabalho fabril, passando pelo objectivo
de rentabilizar o trabalho, protegendo o operário e estendendo-se,
posteriormente, à defesa do consumidor.

Habituado a levantar dados de uma forma não sistemática, baseada sobretudo


no senso comum, o(a) aluno(a) vai agora contactar com formas científicas de
obter esses dados. Não se pretende que faça o trabalho ergonomista, mas sim que
para além dos conhecimentos dos métodos e seus problemas, saiba utilizar os
resultados desses trabalhos e compreenda ainda como foram obtidos.

O(a) aluno(a) vai deparar-se com várias formas de representar: equações,


gráficos, diagramas, esquemas, esboços, fotografias, maquetas, modelos, etc.

Deverá compreender que a forma de representação se deve adequar às


finalidades de:

›› Comunicar, desenvolver e ou organizar ideias;


›› Testar determinados aspectos.

Deverá ainda verificar que a representação implica sempre uma mudança de


material, escala e/ou linguagem.

O(a) aluno(a) deverá ter o conhecimento do resultado de alguns estudos em


Psicologia nomeadamente:

›› De um esquema simples do sistema humano de processar informações;


›› Das consequências da interrogação ou distorção, a qualquer nível do fluxo:
in put – processo sensorial – processo central – processo motor – motor ou
put;
›› Das funções dos vários níveis da memória;
›› Da noção de “movimento estereotipado” e sua importância na concepção
de controlos.

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Analisar o processo através de exemplos:

›› Aprofundar os seus conhecimentos acerca dos órgãos receptores (órgãos


processadores sensoriais), começando, por exemplo, pela visão (acomodação,
visão da cor, acuidade visual etc.).
›› Deverá ser capaz de analisar a sequência dos movimentos para a utilização
de determinado dispositivo e ainda de representar essa sequência.
›› O(a) aluno(a) vai conhecer vários estudos parciais em ergonomia,
nomeadamente a antropometria, a influência do meio no comportamento
humano de processamento de informações.
›› O(a) aluno(a) deverá compreender quando a inter-relação das capacidades,
necessárias e limitações humanas foram um todo tão complexo e as
limitações e vantagens desta simplificação.
›› Compreender a antropometria como fonte de dados para a ergonomia
sobre as formas e medidas de parte do corpo humano, a amplitude, espaços
e velocidade dos movimentos, centros de gravidade das diferentes partes do
corpo, força e resistência muscular, etc.

Pretende-se também que reconheça:

›› Os limites da aplicação prática dos dados estruturais;


›› A necessidade de rigor destes dados e do seu tratamento científico; exemplo:
determinação de pontos fixos que servirão como referência na medição de
distâncias inter-articulares em diferentes indivíduos (estatística);
›› A dificuldade de determinar as dimensões funcionais e a sua relativa
inexactidão.

O(a) aluno(a) deverá ter consciência da importância das condições físicas e o


estado psicológico em que um produto é utilizado.

Pretende-se que o(a) aluno(a) conheça trabalhos resultantes de estudos das


relações entre as condições ambientais e o comportamento humano.

O(a) aluno(a) deverá:

›› Distinguir a medição objectiva das funções utilitárias de um objecto do


julgamento subjectivo do seu valor.
›› Considerar as decisões do designer não apenas como determinantes da forma
física dos objectos, mas, também, de características às quais o comprador vai
atribuir valores pessoais;

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12ª CLASSE

›› Compreender o consumo como parte integrante do sistema social;


›› Compreender que os bens são utilizados como sinais para comunicar
socialmente;
›› Compreender que os produtos escolhidos por um indivíduo ou uma
sociedade transmitem implicitamente os valores desse indivíduo ou
sociedade;
›› Compreender que os valores sociais e individuais se materializam nos
objectos, na maneira de os agrupar ou relacionar nas ocasiões em que são
utilizados.

Conteúdos:
3. Factores Humanos:
3.1. Ergonomia:
3.1.1. Noção de utilizador;
3.1.2. O ciclo da vida de um objecto desde a sua manufactura à sua
reciclagem e as pessoas que com ele interagem fisicamente;
3.1.3. Utilizadores primários, secundários e terciários;
3.1.4. Objectos e campos de aplicação; contribuição de outras disciplinas.
3.2. Métodos em ergonomia:
3.2.1. Análise de várias fases para a avaliação de um produto;
3.2.2. Identificação do produto;
3.2.3. Identificação do utilizador (amostragem);
3.2.4. Identificação do critério de avaliação;
3.2.5. Selecção da técnica de avaliação apropriada.
3.3. Condição de controlo das experiências:
3.3.1. Experiências laboratoriais;
3.3.2. Experiências no local de trabalho;
3.3.3. Simuladores.
3.4. Modos de representação em design e ergonomia:
3.4.1. Representação simbólica;
3.4.2. Representação icónica;
3.4.3. Representação análoga;
3.4.4. Exemplo de representação icónica: o modelo antropométrico.
3.4.5. Sistema humano de processamento de informações;
3.4.6. Processo sensorial, processo central e processo motor;
3.4.7. Órgãos sensoriais (receptores);
3.4.8. As memórias;
3.4.9. Estereótipos = movimentos preferenciais;
3.4.10. Sequências de movimentos;

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3.5. Antropometria:
3.5.1. A antropometria como estudo parcial da ergonomia;
3.5.2. Vantagens e limitações dos dados de antropometria;
3.5.3. Dimensões estruturais e dimensões funcionais;
3.5.4. Influência do meio no comportamento humano:
›› Condições físicas e psicológicas;
›› Temperatura;
›› Humidade;
›› Vibração;
›› Ruído;
›› Iluminação;
›› Stress;
›› Fadiga;
›› Pressa;
›› Monotonia;
›› Sobrecarga, etc.;
›› A necessidade de espaço.
3.6. Critérios não-utilitários para a avaliação de um objecto.
3.7. Valores individuais e sociais atribuídos a um objecto.

Sugestões metodológicas:
O(a) aluno(a) poderá:

›› Representar o “ciclo de vida” de um objecto desde a sua manufactura à sua


reciclagem (passando pela montagem, transporte, instalação, manutenção
e remoção) e imaginar os movimentos e esforços de quem actua sobre o
objecto em cada um desses movimentos;
›› Listar todos os utilizadores, destinatários ou não, de um determinado objecto
(exemplo: cabine telefónica – o que telefona, o que recolhe as moedas, o que
utiliza a cabina como abrigo, atc);
›› Encontrar e analisar objectos em que os factores humanos estão
comprometidos a favor de outros.
›› Observar o ambiente em que trabalha, analisando a iluminação, o contacto
físico com as superfícies dos materiais, do equipamento e esforços, entre
outros;
›› Visitar locais de trabalho fora da sala de aula, dentro e fora da escola (oficinas,
fábricas, etc.).
›› Analisar um trabalho de ergonomia que envolva:
• A definição do problema, objectivos e critérios;

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12ª CLASSE

• A representação do utilizador (amostragem);


›› Formas controladas de fazer as medições:
• Escalas;
›› Construir um modelo antropométrico;
›› Construir diagrama dos movimentos para utilização de determinado
equipamento ou espaço entre equipamentos, etc.;
›› Observar várias representações utilizadas em ergonomia e design e analisá-
las em relação à finalidade, linguagem, etc.;
›› Analisar painéis de informação e de controlo, por exemplo, os de um
automóvel, começando por critérios de avaliação:
• Do mostrador – visibilidade, clareza, precisão, etc.;
• Dos controlos posição, facilidade de utilização, respeito pelos movimentos
estereotipados, etc.;
• Propor alternativas para a sua superação;
›› Desenvolver esquemas de consequência de movimentos (exemplo:
movimentos e percurso numa cozinha, movimento numa cabina telefónica,
etc.);
›› Ler textos com padrões antropométricos;
›› Observar esquemas, diagramas, modelos, tabelas e gráficos;
›› Observar todos os movimentos e posições que várias pessoas tomam para
utilizar o mesmo equipamento exemplo: gaveta inferior de um armário);
›› Observar peça de equipamento que se adapte a várias posições (exemplo
peça de vestuário, os aros dos óculos, etc.);
›› Observar e discutir gráficos e outras representações análogas do
comportamento humano;
›› Seleccionar um ou dois objectos actuais e analisá-los como se tivessem sido
descobertos naquele momento, relíquias de uma sociedade a que pertenceria:
• A função a que se destinaria;
• O avanço tecnológico e os processos de manufactura dessa sociedade;
• As atitudes face ao trabalho;
• Recursos;
• Os aspectos não-utilitários considerados – acabamento, forma, etc.;
• Os valores não-utilitários do seu possuidor ou da sociedade a que
pertencia;
• Os valores simbólicos que veicula;
• O tipo de sociedade – rica ou pobre, culta ou ignorante, imaginativa ou
trivial, hierárquica ou democrática, etc.;
›› Seleccionar objectos pessoais e analisá-los do ponto de vista antropólogo: a
maneira como são utilizados ou agrupados, os valores que transmitem ou os
significados culturais que comunicam, etc.

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›› Considerar a moda, o kitsch e o styling como fenómenos sociais e a sua


ligação com os aspectos estudados.

Tema 4 - Factores Económicos:

Objectivos específicos:
Ao fazer a escolha de produto, os compradores fazem juízos de valor. Faz juízos
de valor entre os adquiridos.

Os juízos de valor são comparações entre objectos, ou entre objecto(s) e um


conjunto de critérios que derivam de informações.

O preço de um produto situa-se entre o custo da sua produção (material,


equipamento e mão-de-obra) e venda (distribuição, armazenagem, publicidade)
e o seu valor para o comprador (funcional, estético, afectivo e social).

As decisões tomadas no design afectam o preço ao influir no custo e no valor,


tornando-se elemento chave na produção de um produto.

Pretende-se que o(a) aluno(a), ao abordar os conteúdos propostos:

›› Destinga os conceitos de lucro, custo, preço e valor;


›› Relacione a publicidade com a concorrência no mercado;
›› Conheça alguns meios utilizados para atrair compradores;
›› Destinga necessidades primárias das secundárias;
›› Conheça os meios utilizados pela publicidade para criar necessidade nos
consumidos (presente e futuro);
›› Compreenda a importância do design na comercialização de um produto;
›› Compreenda o papel do design gráfico na criação de objectos de comunicação
visual (publicitários ou não).

Conteúdos:
1.1. Factores Económicos:
1.1.1. Produção e venda;
1.1.2. Custo, preço e valor;
1.1.3. Mercado concorrência e publicidade;
1.1.4. Necessidades primárias e secundárias;
1.1.5. Criação artificial de necessidades secundárias;
1.1.6. Papel do design gráfico.

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12ª CLASSE

Sugestões metodológicas:
›› Analisar produtos num supermercado: os aspectos do design dos vários
produtos daquilo que os distinguem dos outros e como conjunto:

• Comparar embalagens de produtos com as mesmas funções;


• Analisar os meios utilizados para acentuar a qualidade do seu conteúdo;
• Reflectir sobre a relação forma e conteúdo em embalagens (ou sua
representação), despidas de todo o texto, imagem, cor, forma, etc.;
• Analisar anúncios publicitários (revistas, jornais, cartazes, rádio, televisão,
etc.);
• O que é que veiculam explicitamente;
• O que é que veiculam implicitamente;
• Que motivos aparecem mais rara ou frequentemente;
• Os personagens: seus papéis e relações (auto-projecção);
• Ideias que veiculam e utilizam (necessidades secundárias);
• A quantidade de informação que dão (necessidades de informação);
• Que promessas de vantagens complementares;
• O público a que se destina, etc.

Tema 5 - Factores Ambientais:

Objectivos específicos:
›› Fundamente os critérios para avaliação de objectos de comunicação visual.

Pretende-se que o(a) aluno(a) reflicta nas responsabilidades do Design como


factor de intervenção no ambiente natural e artificial, considerando:

›› As alternativas na escolha de materiais (exaustão dos recursos naturais,


destruição do ambiente natural...);
›› A necessidade de incluir no processo de concretização de um produto a sua
reciclagem;
›› A importância dos objectos e equipamentos como factores estruturais do
ambiente e das relações sociais directa ou indirectamente influenciados por
eles.

Conteúdos:
Objectos de comunicação visual.
Critérios para avaliação de um objecto de comunicação visual.
Factores ambientais (Design e Ambiente)

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PROGRAMA DE TEORIA E PRÁTICA DO DESIGN

Defesa dos recursos naturais;


Reciclagem;
Poluição.

Sugestões metodológicas:
›› Que promessas de desvantagens complementares;
›› O público a que se destina, etc.;
›› Listar critérios de avaliação para o designer gráfico como produtor de
suportes de informação publicitária (posicionamento, estratégia, ideia,
apresentação formal, verdade, simplicidade, poder de dinamização,
comodidade de interpretação, etc.)
›› Analisar a influência do som e do texto nos anúncios com imagens e som:
trabalhar diferentes acompanhamentos sonoros (música e texto) para a
mesma imagem;
›› Observar suportes de comunicação cuja função principal não é a publicidade,
por exemplo: livros – capa, paginação, imagens, dimensões, filmes, etc.);
›› Como estratégia de desenvolvimento/enriquecimento;
›› Fazer a ligação dos estudos da percepção (psicologia da forma, da disciplina
da psicologia) com os aspectos tratados nesta unidade;
›› Desenvolver na disciplina de Psicologia, como tema de investigação, a
psicologia da publicidade.
›› Pensar face a um objecto:
• Nas consequências (positivas e ou negativas) da utilização de materiais
alternativos;
• Qual o destino desse objecto quando deixar de “funcionar”;
• Quais as modificações possíveis para a sua reciclagem;
• Analisar e registar ideias para a reestruturação de ambientes artificiais;
• Listar factores de poluição;
• Apreciar o tempo de auto-regeneração de zonas destruídas.

Tema 6 - Campos de actividades.


Sectores de Actividade do Design:

Objectivos específicos:
Avaliar a importância da acção interventiva do Design pela compreensão do
amplo sector de criatividade humana onde é chamado a intervir:

›› Verificar a função de transmissão de informação através de imagens;


›› Explicar fenómenos de comunicação no quadro da realidade quotidiana;

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12ª CLASSE

›› Caracterizar as funções que as imagens exercem e os seus conteúdos de


utilização;
›› Referir a organização das relações estruturais entre conteúdos e a expressão;
›› Dominar os elementos clássicos para a estruturação dos aspectos
fundamentais que devem ter em conta na concepção destes meios do Design
gráfico, industrial;
›› Desenvolver capacidades criativas, interpretativas de qualquer tema,
aplicadas aos recursos expressivos que exigem, cartazes, publicações,
folhetos, fotografias;
›› Conhecer as diferenças no aspecto de comunicação que se estabelecem entre
estes meios;
›› Dominar os elementos clássicos dos aspectos fundamentais que devem ter
em conta a reciclagem e pré-reciclagem.

Conteúdos:
Campos de Actividade (Sectores de Actividade do Design);
Design Visual e de Pesquisa;
Objectivos;
Função e relações de referência que as imagens mantém com os objectos.
Representação:
Símbolo signo;
Dimensão do signo;
Semântica;
Pragmática e Sintáctica;
Design Industrial;
Objectivos.
Os meios do Design Industrial:
Design gráfico;
Objectivos.
Os meios do Design gráfico:
Re-Design;
Objectivos.

Sugestões metodológicas:
›› Pesquisar e recolher imagens que utilizem variados suportes e sirvam
variadas finalidades;
›› Ordenar e sistematizar o material recolhido;
›› Utilizar livros, textos e registos gráficos;

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PROGRAMA DE TEORIA E PRÁTICA DO DESIGN

›› Aplicar as premissas indispensáveis como a utilização de um método de


compreensão que possa reunir diferentes sectores socio-económicos e
culturais, cujo conteúdo possa ser assimilado por qualquer destes;
›› Criando motivações formais, de apoio a linguagem visual.

23
12ª CLASSE

SUGESTÕES METODOLÓGICAS
A recolha bibliográfica e documental deve constituir o ponto de partida para o
desenvolvimento programático em cada conteúdo proposto.

Destacam-se, neste âmbito, os elementos visuais que ilustrem e contextualizem


as introduções de cada tema, utilizando o material didáctico de modo a que o(a)
aluno(a) se aperceba, duma maneira concreta, da problemática proposta.

Gradualmente, as aulas devem ser orientadas para o debate e para a participação


crítica dos alunos e a consequente recolha de conclusões.

O trabalho de exterior enriquecerá, certamente, os trabalhos de pesquisa que


deverão ser propostos aos alunos.

Recomenda-se, entre outras, as seguintes práticas de ordem didáctica sempre


que possível:

›› Trabalho interdisciplinar como disciplinas, tais como processos


Tecnológicos e Atelier, etc.;

›› Visitas de estudos;

›› Realização de trabalhos práticos adequados, de acordo com as sugestões


de trabalho indicadas.

24
PROGRAMA DE TEORIA E PRÁTICA DO DESIGN

AVALIAÇÃO
A avaliação, em Teoria e Prática do Design, tem como referência os objectivos
da disciplina e será contínua, formativa e sumativa, estimulando o sucesso
educativo:

›› Avaliação formativa /qualitativa – deverá regular e aperfeiçoar o processo


de ensino/aprendizagem;
›› Avaliação surmativa/qualitativa – deverá certificar as aprendizagens
adquiridas no final de cada unidade de trabalho.

Parâmetros

›› Selecção relevante de ideias e informações;


›› Utilização coerente e sistemática das informações e das técnicas de
avaliação e de representação adquiridas;
›› Compreensão do âmbito e objectivos dos trabalhos propostos;
›› Capacidade expressiva e criativa;
›› Domínio da linguagem plástica;
›› Na interpretação, por palavras próprias, das informações recolhidas dos
dossiers;
›› Na capacidade de avaliação do ambiente construído;
›› Na apreciação verbal (escrita e/ou oral) de objectos do design;
›› Nas representações bi e tridimensionais necessárias para observação,
registo e comunicações de ideias e dos objectos realizados;
›› Organização e sistematização do trabalho;
›› Envolvimento e capacidade de trabalho individual e integração em grupo.

Processos

Para que o processo de avaliação faça parte de um todo na aprendizagem


do(a) aluno(a), é necessário clarificar os objectivos a atingir com os trabalhos
propostos, o(s) método(s) a seguir e os parâmetros de avaliação. As críticas e
sugestões deverão ser individualizadas mas, no entanto, entendidas por todo o
grupo/turma.

25
12ª CLASSE

BIBLIOGRAFIA
GUI Boniepe, “Teoria e Prática del Diseño Industrial” – Ed. Gustavo Gili.

J.C. Christopher Jones, Métodos de Diseño” – Ed. Gustavo Gili.

L. Veiga da Cunha, “Desenho Técnico” – Ed. Fund. Calouste Gulbenkian.

ROCHA de Sousa/H. Baptista, “Para uma Didáctica Introdutória às Artes


Plásticas”.

D. A. Dondis, “La Sintaxis de la Imagem” – Ed. Gustavo Gili.

A. Marcoli, Teoria del Campo” – Ed. Gustavo Gili.

A. Betâmio de Almeida, “A Educação Estética – Visual no Ensino Escolar” – ED.


Livros Horizonte.

WOLFGANG Kohler, “Psychologie de la Forme” – Ed. Gallimard.

JEAN Piaget, “Le Structuralism”.

ANTOINE Laville, “Le ergonomie” Col. Que sais-je?

FRITZ Schider, “An Atlas of Anatomy for Artists – Third American Edition.

JOHN Croney, “Antropometria para diseñadores – Ed. Gustavo Gili.

HENRY Dreyfuss, “The Measure of Man/Human Factors in Design” – Whitney


Library of Design.

R.L. Gregory, “A Psicologia da Visão” – Biblioteca Universitária Inova.

A. Almeida Júnior, “Elementos de Anatomia e Fisiologia Humana” – Companhia


Editora Nacional.

G. Selle, “Ideologia y Utopia del Diseño – Ed. Gustavo Gili.

WALTER Grapius, - Témoins et Témoignages “Atualité” Apollou dans la


Démocratie la Nouvelle Architecture et le Bauhaus la Connaissance Bruxelles –
Exclusivité Weber.

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PROGRAMA DE TEORIA E PRÁTICA DO DESIGN

MUNARI, Bruno – “Fantasia, Invenção, Criatividade e Imaginação” – Colecção


Dimensão/a, Presença, 1998.

MOLES, Abraham – “Pedagogia da Bauhaus” – Ed. Martins Fontes.

RIBEIRO, Milton – “PlanejamentoVisual Gráfico”, Linha Gráfica, 1993.

GREEN, Peter – “Design Education, Problem Solving and Visual experience”, BT,
Batsford and Limited.

ADORNO, TW – “A Teoria Estética”.

ARNHEIM, Rudolf – Arte e percepção Visual”.

BAUDRILLARD, Jean – “A Sociedade de consumo”, “Crítica da Económia Política


do Signo”, Le Systeme des Objects.

BENEVOLO, L. – “A Cidade e o Arquiteto”, “O Último Capítulo da Arquitectura


Moderna”.

BERGER, John – “Modos de ver”.

CALABRASE, Omar – “A Idade Neo Barroca”.

DONNE, Marcella – “Teorias sobre a Cidade”.

DORFLES, Gillo – “A Moda da Moda” “Elogio, da Desarmonia”, Novos Ritos,


Novos Mitos”, “Tendência da Arte de Hoje”.

ECO, Humberto – “A Definição de Arte, Obra Aberta”.

EDHOLM ºG., – “A Biologia do Trabalho”.

FRANSCASTEL Pierre – “Arte e Técnica”.

FUSCO – “Renato de A Idade da Arquitectura, História da Arte Contemporânea


História do Design”.

GALBRAITH, – “A. A Sociedade da Abundância”.

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12ª CLASSE

GUILLAME, – “La Psicologie de la Forme”.

ITTENS, – J. “Design and Form”.

KEPES, – “Dir. Signe, Image, Symbole”.

MARCUSE, H. – “Eros e Civilização”.

MORIN, Edgar – “O Espírito do Tempo”.

MUNARI, B. – “Das Coisas Nascem Coisas, Design e Comunicação”.

PIGNATARI, Décio – “Informação, Linguagem, Comunicação”.

PORTHOGHESI, Paolo – “Depois da Arquitectura Moderna”.

SELLE, G. – “Ideologia y Utopia del Diseño”.

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