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PROGRAMA DE TEORIA E PRÁTICA DO DESIGN

I- INTRODUÇÃO

A disciplina de Teoria e Prática do Design, destina-se a fornecer uma


base informativa e crítica, no âmbito da criatividade e edificar uma
consciência crítica relativamente ao mundo envolvente.
Para elaboração do presente programa tomou-se em conta:
- O carácter teórico e prático da disciplina.
- O nível etário dos alunos e a sua preparação anterior.

O processo de design desenvolve-se mercê a uma constante


avaliação de situações de ideias e a escolha de alternativas.

A detecção de uma necessidade humana despoleta o processo de


detecção dos “erros” de design motiva a criatividade, na tentativa de
encontrar alternativas que as superem.

A capacidade de avaliar, o design de objectos é fundamental para o


designer, pois permite-lhe modificar e melhorar as ideias, desde a sua
origem até ao ponto final.

Avaliar em design, é comparar o que se vê, com o que pensamos


que deveria ser.

Para avaliar necessitamos estabelecer critérios de avaliação. A


procura desses critérios vai determinar a metodologia e as estratégias a
seguir, os conteúdos a explorar e os objectivos a atingir nesta disciplina.

O aluno adquiriu, nesta altura do percurso escolar através da


disciplina de Educação Visual e Plástica no 1º ciclo do Ensino Secundário,
hábitos de resolução metódica de problemas e analisou o processo de
design como uma forma particular para projectar “objectos” suportes de
comunicação e a organização do espaço.

Através da análise e avaliação dos produtos de design e posterior


projecção de objectos, colocando-se na posição de utilizador de fluidos, o
aluno vai adquirir uma visão global, mais ampla e profunda do design no
circuito de produção, da diversidade de factores que o design terá que ter

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em conta para desenvolver as suas ideias, e as suas responsabilidades como
interveniente na promoção da qualidade de vida.

Pretende-se igualmente que se tenha presente um pensamento sobre a


existência humana e a sua relação com os espaços envolventes. A
disciplina deverá contribuir para ajudar a construir ambientes em que os
humanos se respeitem mutuamente, e preservando a natureza em geral.

A implementação de novas realidades plásticas, a produção de


objectos, a criação de espaços relacionais novas práticas de construção e
evoluciona as vivências.

Assim, deverá ser realçado que os modelos centrados na economia


do desperdício, se contraponham modelos que assentem em energias
renováveis, apontando para a redução, reutilização, reciclagem e evitando
constantes ameaças à estabilidade do mundo.

Sendo este um programa teórico e prático, deve ser desenvolvido na


procura da interrogação, contrariando a aceitação de conceitos pré-
estabelecidos.

O caminho da pesquisa que se propõe e a reflexão sobre elementos


teóricos, reflectir-se-ão no desenvolvimento da unidade sobre campos de
actividade do design. Será nesta última unidade que se abordarão os
aspectos de ordem prático-operativa, as metodologias e práticas do design
adaptado às realidades locais.

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Objectivos Gerais da Formação de professores

Os objectivos gerais do Subsistema de Formação de professores são:


a) Formar professores com perfil necessário à materialização
integral dos objectivos gerais da educação;
b) Formar professores com sólidos conhecimentos cientifico-
técnicos e uma profunda consciência patriótica de modo a que
assumam com responsabilidade a tarefa de educar as novas
gerações;
c) Desenvolver acções de permanente actualização e
aperfeiçoamento dos agentes de educação.

II- OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINA

- Compreender critérios de avaliação para a prática do Design.

- Compreender técnicas de representação.

- Compreender a contribuição de outras disciplinas para o


Design.

- Possibilitar o desenvolvimento teórico/prático do


conhecimento do Design.

- Conhecer os antecedentes do Design através de uma


perspectiva histórica das transformações sociais, económicas e
culturais que contribuíram para o seu aparecimento como
disciplina autónoma.

- Analisar ou compreender o papel do Design, como


interveniente na promoção da qualidade de vida.

- Conhecer as necessidades humanas, colectivas e pessoais, na


procura da melhoria da qualidade de vida.

- Conhecer a dominante conceptual do desenho de projecto.

- Compreender atitudes de autonomia e cooperação, tanto no


trabalho individual como no trabalho de grupos.

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III- ARQUITETURA E GESTÃO DO PROGRAMA

Neste caso, pressupõem-se um grau de abordagem mais aprofundado


dos conteúdos; cria-se também dentro das cargas lectivas previstas, mais
tempo para trabalho de pesquisa e visitas à exposições, que
complementarão as aprendizagens.

Conteúdos Programáticos
I- Função e Funcionalismo
1º Trimestre
II- Noções de Design – Processo e produto

III- Factores Humanos


2º Trimestre
IV- Factores Económicos

3º Trimestre V- Factores Ambientais

VI- Campos de actividades

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A Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário deverá
ser subdividido os conteúdos programáticos por semestres, dentro das três
horas semanais previstas.

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TEMAS/ESPECIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS

1º Trimestre

I- Função e Funcionalismo
1.1. Forma/Função/Produção
1.2. Função principal e função secundária
1.3. Revolução industrial. Clima social e teorias de arte no Séc.
XIX.
1.4. A modernização artística na Europa e nos Estados Unidos da
América.
1.5. O papel da Bauhaus.
1.6. Crítica ao funcionalismo. Os homens e os objectos.

II- Noções de Design – Processo e produto


2.1. Análise do processo
2.2. Análise do produto
2.3. Papel criativo da avaliação
2.4. Critérios
2.5. Factores a considerar no design
2.6. Equilíbrio entre factores

2º Trimestre

III- Factores humanos


3.1. Noção de utilizador
3.2. Noções de Ergonomia
3.3. Métodos de Ergonomia
3.4. Modos de representação
3.5. Sistema humano de processamento de informações
3.6. Antropometria
3.7. Influência do meio no comportamento humano
3.8. Critérios não utilitários para a avaliação de um objecto

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IV- Factores Económicos

1.1. Produção e venda


1.2. Custo, preço e venda
1.3. Mercado concorrência e publicidade
1.4. Necessidades básicas e secundárias
1.5. Criação artificial de necessidades básicas e secundárias
1.6. Papel do Designer gráfico
1.7. Objecto de comunicação visual
1.8. Critérios para avaliação de um objecto da comunicação

3º Trimestre

V- Factores Ambientais

2.1. Defesa dos recursos naturais


2.2. Redução, reutilização, e reciclagem
2.3. Poluição

VI- Campos de actividades – Sectores de Actividade do Design

3.1. Design visual


3.2. Design industrial
3.3. Design gráfico
3.4. Design de pesquisa
3.5. Re-design

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TEMA: 1 – FUNÇÃO E FUNCIONALISMO

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões


Metodológicas
Pretende-se que o aluno compreenda o 1. Função e Funcionalismo Observar, entre os
funcionalismo como necessidade de objectos que possui,
considerar na concepção da forma dos aqueles de que mais
objectos, sobretudo o seu destino 1.1. Função principal e gosta. Fazer uma
funcional e os modos de produção. função secundária; listagem dos aspectos
que mais agradam
Pelo estudo e discussão dos 1.2. A renovação industrial nesses objectos e tentar
acontecimentos históricos, inferem: transformações explicar o porquê
sociais, Económicas e (critérios de avaliação).
- Os antecedentes do design Culturais;
como disciplina autónoma; Ler textos, observar
1.3. Caracterização imagens, discutir no
- A evolução e funcionalismo; estético-funcional dos grupo/turma o material
produtos artesanais e analisado.
- A ergonomia como dos primeiros
necessidade de organizar o produtos industriais. Em pequenos grupos,
trabalho fabril; As grandes exposições investigar determinados
do séc. XIX; sua temas, apresentando-os
- A diferença entre artesanato importância de seguida, para
e produção industrial; Económica e Cultural; discussão no grupo
turma.
- As características do 1.4. Ruskin, Morris e o
processo de produção movimento “Artes e
industrial; Ofícios” os principais
movimentos artísticos
- O papel da máquina e a na Arquitectura e nas
necessidade da prévia Artes Plásticas;
concepção dos produtos;
1.5. “Bauhaus”;
- A noção de protótipo; funcionalismo; os
principais movimentos
- A noção de produção em antifuncionalistas (pop
série; e Pós-Modernismo)

- A noção de estandardização;

- A modificação do papel e da
imagem do artista-artesão;

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- O papel do projectista
inserido no processo da
produção industrial;

- Os movimentos anti-
funcionalistas, enquanto
reacção aos excessos do
funcionalismo.

TEMA: 2 – NOÇÃO DE DESIGN

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões


Metodológicas
Expressão, generalizando o 2. Noção do Design Recolher, observar e
entendimento que faz da estrutura do 2.1. Conceito analisar de forma
termo. 2.2. Objectivos crítica, exemplares
diversificados de
Observar as semelhanças entre os 2.3. O designer objectos concebidos por
métodos de resolução de problemas, 2.3.1. Formação Designers.
que interiorizou durante o seu Estética
percurso escolar, e o processo de 2.3.2. Formação Breve reunião das
design, tornando mais consciente a Técnica principais fases e seu
atitude racional e sistemática de 2.3.3. Deontologia desenvolvimento.
equacionar um problema e concretizar
o projecto da sua solução. 2.4. Análise do processo Sugere-se:
(revisão) - O levantamento de
Compreender o papel criativo da dados para a
insatisfação face ao produto final de 2.5. Análise do produto definição de critérios,
design (re-design) e dentro do 2.5.1. O papel criativo primeiro através do
“circulo” da criação e produção de da avaliação registo de
objectos (continua) 2.5.2. Critérios de dificuldades pessoais
avaliação sob o no uso de
Tomar consciência do âmbito da ponto de vista determinado objecto,
investigação do designer das do utilizador seguido de
condicionantes do seu trabalho. 2.5.3. Factores a levantamento de
considerar no dados através da
Ter consciência que só por razões design de um observação e registo
metodológicas não está a considerar produto de dificuldades de
outros critérios, tais como o preço a 2.5.4. Equilíbrio entre outros.
aparência, a facilidade de factores

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manufacturação, etc. e ainda outros - Poderá ainda ser
pontos de vista: o do produtor, o do delineado um método
técnico, o do ecologista, etc. para a realização
destes levantamentos
Organizar estes vários aspectos em que inclua: qual o
termos de factores a considerar, tais ponto de vista do
como, os técnicos, económicos, observador, a
ambientais, humanos, etc. definição dos limites
da observação e as
Compreender a inter-relação de todos variações do contexto
os factores como essência do design. (horas do dia,
diferenças
Reconhecer, a necessidade da climatéricas, etc.) e
formação técnica e estética, específica registo de impressões
de Design e entende a sua acção em positivas e negativas.
preciso contexto social.
- A discussão dos
Entender ou compreender a conceitos de
importância do design como forma “compromisso”
correcta de satisfazer as necessidades versos “síntese”
estéticas, técnicas e sociais presentes através de análise de
na produção de objecto. objectos em que é
evidente a
preocupação em
relação a um dos
factores em
detrimento de outros
(exemplo: o excesso
de funcionalismo.

- Suscitar contactos
com Designesis
diversificada
formação e
estabelecer com eles
diálogo que
proporcione à
posterior análise e
aplicação.

- O estudo de objectos
dotados de cargas
ornamentais,

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ensaiando a
evidenciação da sua
estrita
funcionalidade-
discussão do Sryling
e do Kitsch como
fenómeno à margem
do design.

TEMA: 3 – FACTORES HUMANOS

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões


Metodológicas
O aluno deverá compreender que: 3. Factores Humanos O aluno poderá:
3.1. Ergonomia
O objecto de um design tem de ter em 3.1.1. Noção de utilizador. Representar o “ciclo de
conta não quem o vai utilizar, mas vida” de um objecto
vários outros “utilizadores”. 3.1.2. O ciclo da vida de desde a sua
objecto da sua manufactura à sua
O aluno inferirá os aspectos em causa, manufactura à sua reciclagem (passando
analisando as várias fases da evolução reciclagem e as pela samblagem,
da ergonomia como disciplina pessoas que com ele transporte, instalação,
autónoma – desde o seu surgimento, integram manutenção e remoção)
como necessidade de harmonizar o fisicamente. e imaginar os
trabalho fabril, passando pelo movimentos e esforços
objectivo de rentabilizar o trabalho, 3.1.3. Utilizadores de quem actua sobre o
protegendo o operário, estendendo-se primários, objecto em cada um
posteriormente à defesa do secundários e desses movimentos;
consumidor. terceários.
Listar todos os
utilizadores,
3.1.4. Objectos e campos destinatários ou não, de
de aplicação; um determinado objecto
contribuição de (exemplo: cabina
outras disciplinas. telefónica – o que
telefona, o que recolhe
as moedas, o que utiliza
a cabina como abrigo,
atc);

Encontrar e analisar
objectos em que os
factores humanos estão

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comprometidos a favor
de outros.

O aluno poderá:

Observar o ambiente
em que trabalha,
analisando a
iluminação, o contacto
físico com as
superfícies dos
materiais, do
equipamento e esforços,
etc;

Visitar locais de
trabalho fora da sala de
aula, dentro e fora da
escola (oficinas,
fábricas, etc.)

TEMA: 3 – cont.

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões


Metodológicas
Habituado a levantar dados de uma 3.2. Métodos em O aluno poderá:
forma não sistemática baseada ergonomia:
sobretudo no senso comum, o aluno - Analisar um trabalho
vai agora contactar com formas 3.2.1. Análise de várias de ergonomia que
científicas de obter esses dados. Não fases para a envolva:
se pretende que ele faça o trabalho avaliação de um
ergonomista, mas sim, que para além produto - A definição do
dos conhecimentos dos métodos e 3.2.2. Identificação do problema, objectivos
seus problemas, saiba utilizar os produto e critérios;
resultados desses trabalhos e 3.2.3. Identificação do
compreenda ainda como foram utilizador - A representação do
obtidos. (amostragem) utilizador
3.2.4. Identificação do (amostragem);
O aluno vai deparar com várias formas critério de avaliação
de representar: equações, gráficos, 3.2.5. Selecção da técnica - Formas controladas
diagramas, esquemas, esboços, de avaliação de fazer as medições:
fotografias, maquetas, modelos, etc. apropriada.
- Escalas

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Deverá compreender que a forma de 3.3. Condição de controlo
representação se deve adequar às das experiências - Construir um modelo
finalidades de: 3.3.1. Experiências antropométrico.
laboratoriais.
- Comunicar, desenvolver e ou 3.3.2. Experiências no - Construir diagrama
organizar ideias; local de trabalho dos movimentos para
- Testar determinados 3.3.3. Simuladores utilização de
aspectos. determinado
3.4. Modos de equipamento ou
Deverá ainda verificar que a representação em espaço entre
representação implica sempre uma design e ergonomia equipamentos, etc.
mudança de material, escala e/ou 3.4.1. Representação
linguagem. simbólica - Observar várias
3.4.2. Representação representações
icónica utilizadas em
3.4.3. Representação ergonomia e design e
análoga. analisá-las em
3.4.4. Exemplo de relação à finalidade,
representação linguagem, etc.
icónica o modelo
antropométrico.

TEMA: 3 – Cont.

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões


Metodológicas
O aluno deverá ter o conhecimento 3.4.5. Sistema humano de - Analisar painéis de
do resultado de alguns estudos em processamento de informação e de
Psicologia nomeadamente: informações; controlo, por
exemplo, os de um
- De um esquema simples do 3.4.6. Processo sensorial, automóvel,
sistema humano de processar processo central e começando por
informações; processo motor. critérios de
avaliação:

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- Das consequências da interrogação 3.4.7. Órgãos sensoriais
ou distorção, a qualquer nível do (receptores) - Do mostrador –
fluxo: in put – processo sensorial – visibilidade,
processo central – processo motor 3.4.8. As memórias clareza, precisão,
– motor ou put; etc.;
3.4.9. Estereótipos =
- Das funções dos vários níveis da movimentos - Dos controlos
memória; preferenciais. posição, facilidade
de utilização,
- Da noção de “movimento 3.4.10. Sequências de respeito pelos
estereotipado” e sua importância movimentos movimentos
na concepção de controlos. estereotipados, etc.;
3.5. Antropometria
Analisar o processo através de - Propor alternativas
exemplos: 3.5.1. A antropometria como para a sua
estudo parcial da superação;
Aprofundar os seus conhecimentos ergonomia.
acerca dos órgãos receptores (órgãos - Desenvolver
processadores sensoriais), 3.5.2. Vantagens e esquemas de
começando, por exemplo, pela visão limitações dos dados consequência
(acomodação, visão da cor, acuidade de antropometria. movimentos
visual etc.). (exemplo:
3.5.3. Dimensões estruturais movimentos e
Deverá ser capaz de analisar a e dimensões percurso numa
sequência dos movimentos para a funcionais. cozinha,
utilização de determinado dispositivo movimento numa
e ainda de representar essa 3.5.4. Influência do meio no cabina telefónica,
sequência. comportamento etc.);
humano:
O aluno vai conhecer vários estudos - Ler textos com
parciais em ergonomia, - Condições físicas e padrões
nomeadamente a antropometria, a psicológicas antropométricos;
influência do meio no - Temperatura;
comportamento humano de - Humidade; - Observar
processamento de informações. - Vibração; esquemas,
- Ruído; diagramas,
O aluno deverá compreender quando - Iluminação modelos, tabelas e
a inter-relação das capacidades, gráficos;
necessárias e limitações humanas
foram um todo tão complexo e as - Observar todos os
limitações e vantagens desta movimentos
simplificação. posições que várias
tomam para utilizar

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o mesmo
equipamento
exemplo: gaveta
inferior de um
armário);

- Observar peça de
equipamento que se
adapte a várias
posições (exemplo
peça de vestuário,
os aros dos óculos,
etc.).
TEMA: 3 – Cont.

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões


Metodológicas
Compreender a antropometria como - Stress; Observar e discutir
fonte de dados para a ergonomia sobre - Fadiga; gráficos e outras
as formas e medidas de parte do corpo - Pressa; representações análogas
humano, a amplitude, espaços e - Monotonia; do comportamento
velocidade dos movimentos, centros - Sobrecarga, etc.; humano.
de gravidade das diferentes partes do - A necessidade de
corpo, força e resistência muscular, espaço. - Seleccionar um ou
etc. dois objectos actuais
3.6. Critérios não- e analisá-los como se
Pretende-se também que reconheça: utilitários para a tivessem sido
avaliação de um descobertos naquele
- Os limites da aplicação prática dos objecto: momento, relíquias
dados estruturais; de uma sociedade a
3.7. Valores individuais e que pertenceria:
- A necessidade de rigor destes dados sociais atribuídos à
e do seu tratamento científico; um objecto. - A função a que se
exemplo: determinação de pontos destinaria;
fixos que servirão como referência
na medição de distâncias - O avanço tecnológico
interarticulares em diferentes e os processos de
indivíduos (estatística); manufactura dessa
sociedade;
- A dificuldade de determinar as
dimensões funcionais e a sua - As atitudes face ao
relativa inexactidão. trabalho;

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O aluno deverá ter consciência da - Recursos;
importância das condições físicas e o
estado psicológico em que um produto - Os aspectos não-
é utilizado. utilitários
considerados –
Pretende-se que o aluno conheça acabamento, forma,
trabalhos resultantes de estudos das etc.;
relações entre as condições ambientais
e o comportamento humano. - Os valores não-
utilitários do seu
O aluno deverá: possuidor ou da
sociedade a que
- Distinguir a medição objectiva das pertenceria;
funções utilitárias de um objecto do
julgamento subjectivo do seu valor. - Os valores
simbólicos que
veicula;

- O tipo de sociedade –
rica ou pobre, culta
ou ignorante,
imaginativa ou
trivial, hierárquica ou
democrática, etc.;

- Seleccionar objectos
pessoais e analisá-los
do ponto de vista
antropólogo: a
maneira como são
utilizados ou
agrupados, os valores
que transmitem ou os
significados culturais
que comunicam, etc.

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TEMA: 3 – Cont.

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões


Metodológicas
- Considerar as decisões do designer
não apenas como determinantes da - Considerar a moda, o
forma física dos objectos, mas, kitsch e o styling
também, de características às quais como fenómenos
o comprador vai atribuir valores sociais e a sua
pessoais; ligação com os
aspectos estudados.
- Compreender o consumo como
parte integrante do sistema social;

- Compreender que os bens são


utilizados como sinais para
comunicar socialmente;

- Compreender que os produtos


escolhidos por um indivíduo ou
uma sociedade, transmitem
implicitamente os valores desse
indivíduo ou sociedade;

- Compreender que os valores sociais


e individuais se materializam nos
objectos, na maneira de os agrupar
ou relacionar nas ocasiões em que
são utilizados.

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TEMA: 4– FACTORES ECONÓMICOS

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões Metodológicas


Ao fazer a escolha de produto, os 1.1. Factores - Analisar produtos num
comprados faz juízos de valor. Faz Económicos supermercado: os aspectos
juízos de valor entre os adquiridos. do design dos vários
1.1.1. Produção e produtos de uma que os
Os juízos de valor são comparações venda distinguem dos outros e
entre objectos, ou entre objecto(s) e como conjunto:
um conjunto de critérios que derivam 1.1.2. Custo, preço e
de informações. valor - Comparar embalagens de
produtos com as mesmas
O preço de um produto situa-se entre 1.1.3. Mercado funções;
o custo da sua produção (material, concorrência e
equipamento e mão de obra) e venda publicidade - Analisar os meios
(distribuição, armazenagem, utilizados para acentuar a
publicidade) e o seu valor para o 1.1.4. Necessidades qualidade do seu
comprador (funcional, estético- primárias e conteúdo;
afectivo e social). secundárias
- Reflectir sobre a relação
As decisões tomadas no design 1.1.5. Criação forma conteúdo em
afectam o preço ao influir no custo e artificial de embalagens (ou sua
no valor, tornando-se elemento chave necessidades representação) despidas
na produção de um produto. secundárias de todo o texto imagem,
cor, forma, etc.;
Pretende-se que o aluno ao abordar os 1.1.6. Papel do design
conteúdos propostos: gráfico - Analisar anúncios
publicitários (revistas,
- Destinga os conceitos de lucro, jornais, cartazes, rádio,
custo, preço e valor; televisão, etc.);

- Relacione a publicidade com a - O que é que veiculam


concorrência no mercado; explicitamente;

- Conheça alguns meios utilizados - O que é que veiculam


para atrair compradores; implicitamente;

- Destinga necessidades primárias - Que motivos aparecem


das secundárias; mais rara ou

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frequentemente;
- Conheça os meios utilizados pela
publicidade para criar necessidade - Os personagens: seus
nos consumidos (presente e futuro); papéis e relações
(autoprojecção);
- Compreenda a importância do
design na comercialização de um - Ideias que veiculam e
produto; utilizam (necessidades
secundárias);
- Compreenda o papel do design
gráfico na criação de objectos de - A quantidade de
comunicação visual (publicitários informação que dão
ou não). (necessidades de
informação);

- Que promessas de
vantagens
complementares;

- O público a que se
destina, etc.

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TEMS: 5 – FACTORES AMBIENTAIS

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões Metodológicas


- Fundamente os critérios para Objectos de - Que promessas de
avaliação de objectos de comunicação visual. desvantagens
comunicação visual. complementares;
Critérios para
avaliação de um - O público a que se
objecto de destina, etc.;
comunicação visual.
- Listar critérios de
avaliação para o designer
gráfico como produtor de
suportes de informação
publicitária
(posicionamento,
estratégia, ideia,
apresentação formal,
verdade, simplicidade,
poder de dinamização,
comodidade de
interpretação, etc.)

Analisar a influência do som


e do texto nos anúncios com
imagens e som: trabalhar
diferentes acompanhamentos
sonoros (música e texto)
para a mesma imagem;

- Observar suportes de
comunicação cuja função
principal não é a
publicidade por exemplo:
livros – capa, paginação,
imagens, dimensões,
filmes, etc.);

- Como estratégia de
desenvolvimento /
enriquecimento;

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- Fazer a ligação dos
estudos da percepção
(psicologia da forma, da
disciplina da psicologia)
com os aspectos tratados
nesta unidade;

- Desenvolver na disciplina
de psicologia, como tema
de investigação, a
psicologia da publicidade.

TEMA: 5 – Cont.

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões


Metodológicas
Pretende-se que o aluno reflicta nas - Pensar face a um
responsabilidades do Design como Factores ambientais objecto:
factor de intervenção no ambiente (Design e Ambiente)
natural e artificial, considerando: - Nas consequências
- Defesa dos recursos (positivas e ou
- As alternativas na escolha de naturais; negativas) da
materiais (exaustão dos recursos utilização de
naturais, destruição do ambiente - Reciclagem; materiais
natural...); alternativos;
- Poluição.
- A necessidade de incluir no - Qual o destino desse
processo de concretização de um objecto deixar de
produto a sua reciclagem; “funcionar”;

- A importância dos objectos e - Quais as


equipamentos como factores modificações
estruturais do ambiente e das possíveis para a sua
relações sociais directa ou reciclagem;
indirectamente influenciados por
eles. - Analisar e registar
ideias para a

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reestruturação de
ambientes artificiais;

- Listar factores de
poluição;

- Apreciar o tempo de
auto-regeneração de
zonas destruídas.

TEMA: 6 – CAMPOS DE ACTIVIDADE

Objectivos Específicos Conteúdos Sugestões Metodológicas


Avaliar a importância da acção Campos de Actividade - Pesquisar e recolher
interventiva do Design pela(Ssectores de imagens que utilizem
compreensão do amplo sector de Actividade do Design) variados suportes e
criatividade humana onde é chamado sirvam variadas
a intervir. Design Visual e de finalidades;
Pesquisa
- Verificar a função de transmissão - Ordenar e sistematizar o
de informação através de imagens; Objectivos material recolhido;

- Explicar fenómenos de Função e relações de - Utilizar livros, textos e


comunicação no quadro da referência que as registos gráficos;
realidade quotidiana; imagens mantém com
os objectos; - Aplicar as premissas
- Caracterizar as funções que as indispensáveis como a
imagens exerce e os seus conteúdos Representação utilização de um método
de utilização; Símbolo signo de compreensão que
Dimensão do signo possa reunir diferentes
- Referir a organização das relações Semântica sectores socio-
estruturais entre conteúdos e a Pragmática e Sintáctica económicos e culturais,
expressão; cujo conteúdo possa ser
Design Industrial assimilado por qualquer
- Dominar os elementos clássicos destes; criando
para a estruturação dos aspectos Objectivos motivações formais, de
fundamentais que devem ter em apoio a linguagem
conta na concepção destes meios do Os meios do Design visual.
Design gráfico, industrial; Industrial

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- Desenvolver capacidades criativas Design gráfico
interpretativas de qualquer tema
aplicados aos recursos expressivos Objectivos
que exigem, cartazes, publicações,
folhetos, fotografias; Os meios do Design
gráfico
- Conhecer as diferenças no aspecto
de comunicação que se estabelecem Re-Design
entre estes meios;
Objectivos
- Dominar os elementos clássicos dos
aspectos fundamentais que devem
ter em conta a reciclagem e
preciclagem.

SUGESTÕES METODOLÓGICAS

A recolha bibliográfica e documental deve constituir o ponto de


partida para o desenvolvimento programático em cada conteúdo proposto.

Destacam-se neste âmbito os elementos visuais que ilustrem e


contextualizem as introduções de cada tema utilizando o material didáctico
de modo a que o aluno se aperceba, duma maneira concreta, da
problemática proposta.

Gradualmente, as aulas devem ser orientadas para o debate e para a


participação crítica dos alunos e a consequente recolha de conclusões.

O trabalho de exterior, enriquecerá certamente os trabalhos de


pesquisa que deverão ser propostos aos alunos.

Recomenda-se, entre outras, as seguintes práticas de ordem


didácticas sempre que possível:

- Trabalho interdisciplinar como disciplinas tais como processos


Tecnológicos e Atelier, etc.;

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- Visitas de estudos;
- Realização de trabalhos práticos adequados de acordo com as
sugestões de trabalho indicadas.

AVALIAÇÃO

A avaliação em teoria e prática do Design, tem como referência os


objectivos da disciplina e será contínua, formativa e sumativa, estimulando
o sucesso educativo:

 Avaliação formativa /qualitativa – deverá regular e aperfeiçoar


o processo de ensino/aprendizagem;
 Avaliação surmativa /qualitativa – deverá certificar as
aprendizagens adquiridas no final de cada unidade de trabalho.

PARÂMETROS

 Selecção relevante de ideias e informações;


 Utilização coerente e sistemática das informações e das
técnicas de avaliação e de representação adquiridas;
 Compreensão do âmbito e objectivos dos trabalhos propostos;
 Capacidade expressiva e criativa;
 Domínio da linguagem plástica;
 Na interpretação, por palavras próprias, das informações
recolhidas dos dossiês;
 Na capacidade de avaliação do ambiente construído;
 Na apreciação verbal (escrita e ou oral) de objectos do design;
 Nas representações bi e tridimensionais necessárias para
observação registo e comunicações de ideias e dos objectos
realizados;
 Organização e sistematização do trabalho;
 Envolvimento e capacidade de trabalho individual e integração
em grupo.

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PROCESSOS

Para que o processo de avaliação faça parte de um todo na


aprendizagem do aluno, é necessário clarificar os objectivos a atingir com
os trabalhos propostos, o(s) método(s) a seguir e os parâmetros de
avaliação. As críticas e sugestões deverão ser individualizadas mas, no
entanto, entendidas por todo o grupo/turma.

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PROGRAMA

DE

TEORIA E PRATICA DO DESIGN 10ª CLASSE

LUANDA 2009

INSTITUTO NACIONAL DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

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