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2. Quais foram os acontecimentos sociais e políticos mais marcantes do início do século XX?
O início do século XX é um tempo marcado pela Primeira Guerra Mundial e pela crise geral dos sistemas
liberais e democráticos, pela industrialização e pelo êxodo do campo para a cidade.
A questão da heteronímia
Poesia do ortónimo
O fingimento artístico
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A dor de pensar
4. Que características do sujeito podemos inferir perante a aspiração expressa em alguns poemas de
desejar ser inconsciente?
A partir da manifestação do desejo do sujeito de ser inconsciente podemos inferir que o eu se debate entre a
inconsciência e a consciência, entre o sentir e o pensar, numa tentativa de ultrapassar a infelicidade e
angústia originadas pelo pensar.
5. Quais são os poemas que constituem uma reflexão sobre a dor de pensar?
Os poemas “Ela canta, pobre ceifeira” e “Gato que brincas na rua” são textos que apresentam o desejo do
sujeito de ser inconsciente para poder atingir a felicidade.
Sonho e realidade
3. Qual é o poema que constitui uma reflexão sobre a oposição entre o sonho e a realidade?
O poema “Não sei se é sonho se realidade” constitui um momento de reflexão sobre a oposição entre a ilusão
do sonho e a amargura da realidade.
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A nostalgia da infância
3. Os poemas em que surge uma reflexão sobre a nostalgia da infância são realidade ou ficção?
Quando lemos um poema ou qualquer outra obra, entramos sempre num universo mais ou menos ficcionado.
Não se pode esquecer que, aquando da apresentação do seu fazer poético, o sujeito referiu que o “poeta é um
fingidor”.
1. Por que razão se considera que a poesia ortónima está próxima da poesia tradicional?
A poesia ortónima versa temas complexos em poemas formalmente muito simples, recorrendo a estruturas
rítmicas tradicionais como a quadra ou a quintilha e o verso de redondilha.
2. Qual é recurso expressivo presente quando dois versos são iniciados pela mesma expressão?
O recurso expressivo presente quando dois versos são iniciados pela mesma expressão designa-se anáfora.
3. Qual é o recurso expressivo utilizado quando está presente uma oposição semântica?
O recurso expressivo utilizado quando está presente uma oposição semântica designa-se antítese.
4. Quando o sujeito interpela um destinatário real ou fictício, a que recurso expressivo recorre?
O sujeito recorre a uma apóstrofe quando interpela um destinatário real ou fictício.
7. Qual é o recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são
assemelhadas, atribuindo-se à primeira uma qualidade pertencente à segunda?
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O recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são assemelhadas, atribuindo-se
à primeira uma qualidade pertencente à segunda designa-se metáfora.
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2. Em que medida se pode considerar que o imaginário urbano e o quotidiano estão presentes no Livro
do Desassossego?
O Livro do Desassossego constitui um retrato vivo da cidade de Lisboa, onde a evocação do real banal e
quotidiano é feita através de imagens e não tanto de factos. Os aspetos mencionados nestes textos
fragmentários sugerem mais do que descrevem.
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2. Que autor que estudaste no 11.º ano assumia uma postura idêntica?
Cesário Verde, nos seus poemas, no final do século XIX, assumia também uma atitude de deambulação,
descrevendo múltiplos aspetos da cidade de Lisboa, mas transmitindo sempre a sua impressão de real. O
sujeito poético adotava a postura de observador acidental, ora descrevendo o real ora transfigurando-o.
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No Livro do Desassossego transparece um fascínio pela cidade de Lisboa, mas a cidade adquire as
características do observador e confunde-se com ele.
2. Que característica assume o observador acidental que deambula pela cidade de Lisboa e regista em
prosa o que vê e o que sonha?
O observador que deambula pela cidade, embora partindo de um fragmento de realidade que lhe prende a
atenção, foge constantemente à realidade e transfigura-a.
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2. Que característica formal apresenta o Livro do Desassossego que revela a sua natureza fragmentária?
Formalmente, o Livro do Desassossego está dividido em textos datados que o aproximam do texto diarístico.
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1. Em que medida os heterónimos de Fernando Pessoa estão relacionados com o fingimento artístico?
A heteronímia é uma forma de fingimento artístico. Cada heterónimo constitui uma forma de fingimento.
Assim, Alberto Caeiro encarna o poeta “bucólico”, Ricardo Reis, o poeta “clássico”, e Álvaro de Campos, o
poeta da modernidade.
5. Em que medida a poesia de Alberto Caeiro concretiza um exemplo de que “o poeta é um fingidor”?
A poesia de Alberto Caeiro resulta de um ato de fingimento artístico: o sujeito finge ser o mais sensacionista
dos poetas, no entanto, sob a capa da espontaneidade, os seus textos refletem uma profunda reflexão e
intelectualização.
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3. Até que ponto a poesia de Ricardo Reis é influenciada pelos clássicos gregos?
A poesia de Ricardo Reis é efetivamente influenciada pelos clássicos gregos. A nível temático, Ricardo Reis
recupera dos gregos a consciência da instabilidade e efemeridade da vida, aceitando com elevação o Destino
inflexível. As suas odes seguem o modelo horaciano, mas são ainda mais complexas.
4. Quais são os princípios filosóficos clássicos por que se rege Ricardo Reis?
Ricardo Reis, na sua poesia, apresenta características do estoicismo, nomeadamente na recusa de afetos e
emoções e valoriza a tranquilidade da alma, à maneira epicurista. O carpe diem surge também nas suas odes,
através da valorização da fruição moderada do momento presente.
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2. Como se atinge a felicidade seguindo os ideais estoicos e epicuristas presentes na poesia de Ricardo
Reis?
A felicidade é atingida pela procura dos prazeres simples da vida e pelo domínio das paixões que oprimem a
alma. A vida deve ser vivida de forma equilibrada, aceitando a ordem universal.
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3. Por que razão podemos considerar que Ricardo Reis é o poeta da autodisciplina?
Ricardo Reis, atormentado pela passagem do tempo, consciente da morte iminente, escolhe viver de forma
tranquila, sem afetos nem emoções, para evitar o sofrimento.
1. Que características apresenta a poesia de Álvaro de Campos que permitem designá-lo como poeta da
modernidade?
A poesia de Álvaro de Campos apresenta um sujeito angustiado, atónito, abatido e descontente. O eu poético
debate-se frequentemente entre a dualidade inconciliável do sentir e do pensar, revela-se consciente do
fingimento poético e do abismo que afasta o eu dos outros.
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Nostalgia da infância
1. Que características apresenta Álvaro de Campos na sua poesia que o levam a evidenciar, como
Fernando Pessoa, nostalgia da infância?
Álvaro de Campos evidencia, muitas vezes na sua poesia, tristeza, melancolia, solidão e cansaço. Esta
angústia existencial leva-o a sentir saudades da infância e aproxima-o de Pessoa ortónimo pela dor de pensar.
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2. Qual é o recurso expressivo presente quando dois versos são iniciados pela mesma expressão?
O recurso expressivo presente quando dois versos são iniciados pela mesma expressão designa-se anáfora.
4. Quando o sujeito interpela um destinatário real ou fictício, a que recurso expressivo recorre?
O sujeito recorre a uma apóstrofe quando interpela um destinatário real ou fictício.
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A personificação é um recurso expressivo que se caracteriza pela atribuição de propriedades humanas a uma
coisa, a um ser vivo ou a uma entidade abstrata.
8. Qual é o recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são
assemelhadas, atribuindo-se à primeira uma qualidade pertencente à segunda?
O recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são assemelhadas, atribuindo-se
à primeira uma qualidade pertencente à segunda, designa-se metáfora.
O Sebastianismo
O imaginário épico: natureza épico-lírica da obra, estrutura da obra, dimensão simbólica do herói,
exaltação patriótica
2. Por que razão dizemos que a Mensagem apresenta uma natureza épico-lírica?
Não é fácil classificar a Mensagem, pois nesta obra confluem características épicas e líricas. A retoma dos
feitos históricos portugueses e a glorificação do herói português constituem marcas épicas, mesmo no sentido
etimológico da palavra, uma vez que se narram eventos históricos. O lirismo da obra surge configurado no
discurso analítico e crítico, na presença de inúmeros símbolos e na subjetividade dos poemas. De um modo
geral, a obra reflete sobre a matéria épica, introduzindo imagens simbólicas sobre as quais o sujeito se
exprime liricamente.
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Linguagem, estilo e estrutura: estrutura estrófica, métrica e rima, recursos expressivos – a apóstrofe,
a enumeração, a gradação, a interrogação retórica e a metáfora
2. Como se pode caracterizar a estrutura estrófica, rimática e rítmica dos poemas da Mensagem?
Os poemas da Mensagem apresentam uma estrutura estrófica e rimática regular. Os versos apresentam
geralmente um ritmo cadenciado e musical.
3. Quando o sujeito interpela um destinatário real ou fictício, a que recurso expressivo recorre?
O sujeito recorre a uma apóstrofe quando interpela um destinatário real ou fictício.
7. Qual é o recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são
assemelhadas, atribuindo-se à primeira uma qualidade pertencente à segunda?
O recurso expressivo que consiste na fusão de duas realidades diferentes que são assemelhadas, atribuindo-se
à primeira uma qualidade pertencente à segunda designa-se metáfora.
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Contos – Linguagem, estilo e estrutura
O conto: unidade de ação, brevidade narrativa, concentração de tempo e espaço, número limitado de
personagens
A estrutura
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O conto regista geralmente um momento, apresentando um caráter episódico, em que a descrição é muitas
vezes substituída pela narração e pela introdução de pequenos momentos de diálogo em discurso direto ou
indireto. Apresenta uma estrutura tripartida (introdução, desenvolvimento e conclusão) característica do texto
narrativo, com um momento inicial que nem sempre dialoga com a conclusão. Após a leitura de um conto,
geralmente, conseguimos extrair uma mensagem por vezes de caráter moralizador.
5. Todos os contos apresentam momentos de discurso direto?
Cada conto utiliza o relato de discurso de uma forma particular. Na contística do século XX, são quebradas
muitas das regras que associávamos ao conto tradicional. Assim, podemos encontrar contos que são um
monólogo na íntegra, outros que recorrem ao discurso direto ou indireto de forma intercalada com a
narração.
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3. Que relação se pode estabelecer entre o conto e a obra do pintor Edvard Munch?
Edvard Munch é um pintor referido no conto e autor de um quadro intitulado As Quatro Idades da Vida.
Nesta pintura surgem as figuras de quatro mulheres em fases diferentes da vida. Estas figuras pintadas
equivalem à visão da protagonista apresentada no conto em três momentos distintos da vida: Gi, George e
Georgina.
4. Por que razão podemos considerar que no conto se faz um balanço do percurso de uma vida?
Podemos considerar que no conto se faz o balanço de uma vida, uma vez que Gi e Georgina são duplos de
George e os seus diálogos configuram o cruzamento de diferentes tempos: a juventude, a idade adulta e a
velhice.
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O diálogo entre realidade, memória e imaginação
1. Em que medida é que no conto se enceta um diálogo entre realidade, memória e imaginação?
O diálogo entre realidade, memória e imaginação surge no conto configurado de duas formas: na aparição de
Gi e no respetivo confronto com a juventude e no diálogo com Georgina e no confronto com a velhice. A
marcha do tempo é, assim, sintetizada no afastamento progressivo da infância e na aproximação à velhice da
protagonista, George, uma pintora reconhecida e conceituada.
1. De que modo este conto constitui uma reflexão sobre a complexidade da natureza humana?
Este conto constitui uma profunda reflexão sobre a complexidade da natureza humana: sobre o fracasso do
amor, sobre a separação, sobre a dificuldade de atingir a realização profissional, sobre a condição feminina,
sobre a efemeridade da vida, sobre a solidão e a morte. Reflete ainda sobre a intemporalidade da arte e a
imortalização do artista.
2. Por que razão podemos considerar esta narrativa breve um momento de reflexão sobre a natureza
humana?
Este conto, através do desdobramento da protagonista e também pela duplicidade do seu nome (entre
feminino e masculino) permite uma reflexão sobre as diferentes fases da vida e sobre os caminhos que o ser
humano trilha, umas vezes por opção outras por imposição das circunstâncias que o rodeiam.
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Solidão e convivialidade
2. Como podemos explicar o título do conto e a relação que estabelece com o texto?
O título do conto anuncia um novo meio de comunicação que vai mudar a vida de uma população deprimida,
no contexto da Segunda Guerra Mundial. O título apresenta uma relação de contraste com o texto, uma vez
que a chegada do rádio que a ação relata vai permitir a quebra da solidão de uma população esquecida.
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1. Que aspetos marcam a contística de Mário de Carvalho?
As duas características mais marcantes da obra de Mário de Carvalho prendem-se com a reescrita da
História, a atenção ao real quotidiano e o recurso à ironia e à paródia.
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1. Por que razão neste conto não se pode estabelecer uma ligação entre o início e a conclusão?
O caráter inesperado da conclusão contribui para o facto de aparentemente o início e a conclusão do conto
não estarem articulados.
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Poetas contemporâneos
1. Quais foram os acontecimentos mais marcantes do século XX que condicionaram a forma de o
Homem ver o mundo?
As duas guerras mundiais transformaram de forma determinante a visão do Homem e do mundo. Em
Portugal, a implantação da República, a Ditadura e o 25 de Abril foram acontecimentos muito importantes.
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Representações do contemporâneo
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Tradição literária
Figurações do poeta
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Arte poética
1. O que significa o facto de comummente se afirmar que a poesia do século XX valoriza a reflexão
sobre a Arte poética?
A reflexão sobre a Arte poética é uma constante na poesia do século XX. Quando o sujeito analisa a sua Arte
poética significa que analisa o seu fazer poético, exibe a forma como constrói o poema.
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2. São apenas os poetas do século XX que apresentam nos seus poemas uma reflexão sobre a Arte
poética?
Desde a lírica trovadoresca que os poetas apresentam reflexões sobre a Arte poética. Podemos relembrar, a
título de exemplo, o poema de D. Dinis “Proençaes soem mui bem trobar”.
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2. De que forma o contexto social e político do final do milénio influenciou o contexto literário?
O século XX foi um momento de rutura a vários níveis. A partir das duas Grandes Guerras, o mundo mudou
e a relação entre História e verdade foi abalada e passou a entender-se o relato histórico como uma versão
dos acontecimentos geralmente ligada ao poder. A História deixou de ser considerada um “armazém de
verdade” e o texto histórico é encarado como uma maneira parcial e pessoal de abordagem. O romance da
segunda metade do século XX recorre ao discurso histórico, reescrevendo-o e apresenta, muitas vezes, factos
que reconhecemos, sob um ponto de vista novo.
4. Por que razão se refere que a obra de Saramago revela um grande fascínio pela História?
A ficção do século XX, em geral, revela um grande fascínio pela História. Nos romances de José Saramago,
o discurso da ficção e da História entrelaçam-se. O passado torna-se presente ao ser reescrito, num outro
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momento, e a História deixa de ser considerada um repositório da verdade. Assim, a conceção de História
como um todo acabado cai e passa a valorizar-se o discurso histórico com marcas do “eu” e do momento da
sua escrita, como um tecido rendado onde os vazios também têm significação.
1. Por que razão se pode considerar que neste romance se cruzam várias viagens?
Neste romance, há várias viagens que se entrecruzam, apresentando uma perspetiva invertida da heroicidade
das viagens marítimas portuguesas. Assim, a viagem pela cidade labiríntica, pelos acontecimentos políticos
do início do século XX, a própria viagem de Ricardo Reis do Brasil para Portugal apresentam mais traços
dececionantes do que gloriosos.
2. Por que razão se pode denominar esta obra como um romance de luz e sombra?
Esta obra pode ser considerada como um romance de luz e sombra, na medida em que se entrelaçam no texto
momentos do passado glorioso de Portugal com o presente decadente.
3. Que diferentes tempos se cruzam neste romance pela voz do narrador ou das personagens?
Este romance localiza a ação no ano de 1936 (Ricardo Reis regressa a Lisboa a 30 de dezembro de 1935) e,
partindo de factos históricos, mistura acontecimentos presentes, passados e futuros pela voz das personagens
ou do narrador.
4. Em que medida a primeira e a última frase do romance condensam uma mensagem histórica para
Portugal?
Ao lermos a primeira e última frase deste romance, somos confrontados com uma reflexão sobre a aventura
marinheira de Portugal de que Camões é eco e com a forma de desconstruir /reconstruir o novo projeto
cultural português. As duas frases, colocadas estrategicamente no início e no fim do romance, desdobram o
verso da estrofe 20 do Canto III de Os Lusíadas: “Onde a terra se acaba e o mar começa”. O novo texto
responde: “Aqui o mar acaba e a terra principia” e “ Aqui onde o mar se acabou e a terra espera”, invertendo
o movimento da cultura, pois já não se crê no mar como saída para a pequenez e a subalternidade, pois é na
terra, na pátria que existe o verdadeiro tesouro escondido que constituirá o alicerce da história portuguesa.
5. Em que medida estão presentes neste romance várias representações do século XX?
Saramago recupera um tempo − 1936 − , um poeta – Ricardo Reis − , uma poesia – Fernando Pessoa −, um
contexto de amizade e de especulação intelectual entre Ricardo Reis e Fernando Pessoa, sem deixar de lado a
ficção e as profecias para o futuro de Portugal.
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sucesso, a sua conquista unificaria as colónias italianas no chamado “chifre da África”; 1936-1939 e a
Guerra civil espanhola; 1939 e a Segunda Guerra Mundial.
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1. Por que razão podemos associar, neste romance, deambulação geográfica com viagem literária?
Neste romance, a deambulação de Ricardo Reis pela cidade de Lisboa cruza-se simbolicamente com uma
viagem literária pelos escritores emblemáticos da literatura portuguesa.
2. Por que razão a deambulação da personagem por Lisboa pode ser considerada um percurso
labiríntico?
A deambulação por Lisboa é labiríntica assim como a poesia pessoana. A figura de Camões constitui-se
como o guia orientador dos poetas em geral e de Ricardo Reis em particular, na sua deambulação através da
cidade.
6. Em que medida é que a estátua do Adamastor constitui uma encruzilhada simbólica no romance?
No romance, a estátua do Adamastor é, assim como a estátua de Camões, um marco norteador dentro do
labirinto da cidade de Lisboa. Geograficamente, o Adamastor encontra-se num ponto de cruzamento de
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caminhos. O Adamastor, símbolo de todos os obstáculos, no passado, torna-se, no presente, a rosa-dos-
ventos que anuncia o novo roteiro do povo. Assim, nas coordenadas do texto, sendo a confluência das oito
direções cardeais, ilumina duplamente o horizonte de expectativas humanas e anuncia um mundo novo.
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Representações do amor
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Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa
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Saramago elabora um texto polifónico composto por vários textos que percorrem a literatura de Camões, a
Pessoa, a Garrett, a Cesário e a tantos outros.
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