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FICHAMENTO
I – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
II – CITAÇÕES
“Um conceito fundamental, convencional a essa maneira e até agora bastante obscuro,
mas do qual não podemos abrir mão na Psicologia, é o da pulsão. Procuremos, pois,
preenchê-lo com conteúdos, partindo de diferentes lados.” (p.30)
“Em primeiro lugar: o estímulo pulsional não advém do mundo exterior, mas do interior
do próprio organismo. Por isso, ele atua de modo diferente sobre o anímico e requer
outras ações para sua eliminação. Além disso, toda a essência do estímulo está na
suposição de que ele atua como um impacto único, podendo, então, ser também
neutralizado através de uma única ação adequada, cujo modelo estaria na fuga motora
em face da fonte estimuladora.” (p.30)
“A pulsão, por sua vez, jamais atua como uma força momentânea de impacto, mas
sempre como uma força constante. Como ela não ataca de fora, mas do interior do
corpo, nenhuma fuga é eficaz contra ela. Uma denominação melhor para o estímulo
pulsional seria “necessidade”,14 e para o que suspende essa necessidade,
“satisfação”.15 Ela pode ser alcançada somente através de uma modificação adequada
da fonte interna de estímulos.” (p.30)
“Podemos, então, discutir alguns termos que são utilizados em correlação com o
conceito de pulsão, a saber: pressão, meta, objeto e fonte da pulsão.” (p.32)
“Por pressão de uma pulsão entende-se seu fator motor, a soma de força ou a medida da
exigência de trabalho que ela representa. O caráter impelente é uma característica geral
da pulsão, sua própria essência.” (p. 32)
“A meta de uma pulsão é sempre a satisfação, que só pode ser alcançada pela suspensão
do estado de estimulação junto à fonte pulsional.” (p.33)
“O objeto de uma pulsão é aquele junto ao qual, ou através do qual, a pulsão pode
alcançar sua meta.” (p.33)
“Para ambos os exemplos de pulsões aqui observados vale a consideração de que sua
transformação por uma reversão da atividade em passividade e por um retorno em
direção à própria pessoa nunca empenha, de fato, todo o montante de moção pulsional.
“(p.39)
“O desenvolvimento pulsional se tornaria mais inteligível considerandose a história de
sua evolução e a permanência das fases intermediárias. De acordo com a experiência, a
medida de ambivalência demonstrável varia consideravelmente entre indivíduos, grupos
humanos e raças.” (p.40)
“O amar admite não apenas uma, mas três formas de oposição. Além da oposição amar–
odiar há também outras: amar–ser amado e o amar e o odiar tomados em conjunto, em
oposição ao estado de indiferença ou desinteresse.” (p.42)
“As três polaridades anímicas estabelecem as mais significativas conexões umas com as
outras. Há uma situação psíquica primordial na qual duas delas coincidem. O Eu se
encontra originalmente, bem no início da vida anímica, pulsionalmente ocupado,40
estando, em certa medida, em condições de satisfazer suas pulsões em si mesmo.
Denominamos essa condição de narcisismo, e tal possibilidade de obter satisfação, de
autoerótica.” (p.43)
“Quanto aos objetos que servem à conservação do Eu, não se costuma dizer que alguém
os ama; em vez disso se destaca o fato de que alguém necessita deles, e o expressa por
outro tipo de relação ao utilizar palavras que indicam um amor bastante atenuado, como
querer, gostar de ver, achar agradável.” (p.45)
“(…) a palavra “amar” se desloca cada vez mais para a esfera da pura relação de prazer
do Eu com o objeto e se fixa, finalmente, nos objetos sexuais no sentido mais restrito e
naqueles que satisfazem as necessidades das pulsões sexuais sublimadas.” (p.45)
“A história da origem e das relações do amor nos faz entender como ele tão
frequentemente se apresenta como “ambivalente”, quer dizer, acompanhado de moções
de ódio contra o mesmo objeto. Esse ódio mesclado ao amor provém em parte das fases
preliminares, não totalmente superadas, do amar; de outra parte, fundamenta-se também
nas reações de repúdio das pulsões do Eu que, nos frequentes conflitos entre os
interesses do Eu e os do amor, podem evocar motivos reais e atuais.” (p.46)
III - CONCLUSÃO
No texto em questão, Freud apresenta uma teoria que de conta do que ele chama
de pulsão, o desejo de satisfação. O autor localiza a pulsão entre somático e psíquico,
uma força constante que tem como fundamento de seu funcionamento um circuito
pulsional onde localiza-se a satisfação. Localiza, ainda, amor e ódio nesse circuito
pulsional, enquanto um importante par de ambivalência de afetos em que o primeiro é
originalmente narcísico e o segundo parte de um repudio ao Eu narcísico diante do
mundo externo e seus estímulos.
Para Freud, esses objetos tem relação direta com a vida sexual, e aponta que não
apenas amor e ódio se aplicam as relações das pulsões com seus objetos – em busca de
satisfação, que é sempre parcial – mas de uma relação do Eu-total com os objetos. De
maneira resumida, aponta que os destinos das pulsões, em seus enlaces com o amor e o
ódio, estão sob três grandes polaridades da vida anímica. Dentre essas polaridades,
destaca a da atividade – passividade como a biológica, a do Eu – mundo externo como a
real e, finalmente, a do prazer – desprazer como a econômica.