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LACUNA
U M A R E V I S TA D E P S I C A N Á L I S E – I S S N 2 4 4 7 - 2 6 6 3
“
Reimpresso e traduzido da The Psychoanalytic Quarterly, vol. XIII, n. 2, abril de
1944. Escrito antes para a San Francisco Psychoanalytic Society, 17 de Abril, 1943. [1]
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A teoria da pulsão com a qual Freud iniciou a sua pesquisa analítica teve assim um
pensamento em comum com a teoria concluída por ele: o princípio do dualismo reflete a
dinâmica entre duas energias pulsionais opostas.
Este artigo é uma tentativa de avançar outra teoria relativa à teoria das pulsões, a qual se
diferencia em certo grau da visão de Freud.[4] Sustenta-se que a visão de Freud sobre o
conflito fundamental que vincula e rompe a vida extraindividual é também responsável
por todos os transtornos intraindividuais. É o eterno conflito entre os princípios
construtivos e destrutivos: o conflito ambivalente entre amor e ódio. Porém, desviamos
de Freud ao passo que discutimos sobre a essência da libido, e sua função no conflito
entre os dois supracitados princípios.
Antes que alguém possa aceitar a asserção de que não há uma real contradição entre
estes dois postulados, é preciso brevemente revisar o desenvolvimento das teorias da
libido e da pulsão de Freud. O próprio Freud finalmente ampliou o conceito de libido
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para tal extensão que não temos dificuldades práticas ou teóricas em incluir energias
destrutivas dentro da natureza libidinal da pulsão de autoconservação.
Ademais, Freud caracteriza a pulsão sexual como uma pulsão cuja meta específica é
prover um prazer orgânico para determinadas zonas erógenas do corpo. As principais
zonas erógenas da infância são a boca, o ânus e os genitais. A experiência das sensações
aprazíveis nestas zonas, lograda no contato com o objeto, estabelece as relações de objeto
da criança, apesar do caráter sexual destas zonas ser reconhecido como tal apenas mais
tarde, quando as zonas erógenas forem organizadas sob a primazia da zona genital,
dispostas a serviço da função da reprodução.[7]
Freud sempre destacou o ponto que no início da vida, as pulsões sexuais infantis
“veiculam-se apoiadas pelas pulsões de autoconservação”[9]. É evidente que Freud
considerou o estágio oral da libido, a tendência para a destruição canibalística e as
manifestações das pulsões de autoconservação como idênticas ou, ao menos,
coordenadas. Estes três termos estão postos lado a lado, como preparativo para uma
nova teoria; para demonstrar que, na descoberta de um novo campo, nada mais foi feito
além de atravessar a porta a qual Freud abriu sem tê-la cruzado.
Freud frequentemente enfatizou que as duas principais forças reinantes sobre o mundo
são a fome e amor. Porém, enquanto se concentrou sobre o estudo da psicodinâmica das
neuroses de transferência, não esperava que a comparação entre estas duas forças
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biológicas iria ajudá-lo de alguma forma. Ele nos disse que a investigação psicanalítica
acerca das pulsões de autoconservação teria de esperar até que nós tivéssemos reunido
mais conhecimento sobre o próprio eu, ou no tocante ao que acontece dentro do eu,
quando, em obediência à realidade, ele tem que recolher suas demandas libidinosas e
sexuais. Freud não nos deixou esperando por muito tempo. Ele estendeu sua pesquisa às
derivações do eu nas neuroses narcísicas e psicoses, fornecendo-nos uma profunda
compreensão do fato de que o eu “em todos os seus conflitos, não pode ter outra
tendência além que manter a si mesmo”. Isto nada mais significa que o eu deve lutar
para manter seu equilíbrio libido narcísico interior.
A formulação de Freud: “o eu, em todos os seus conflitos, não pode ter outra tendência do
que se manter a si mesmo” pode ser interpretada, portanto, nos termos do princípio de
prazer-dor. A angústia é o sinal para o eu que está prestes a sucumbir à frustração de
uma necessidade pulsional vital. Angústia é uma manifestação da dirupção do equilíbrio
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A maturidade do eu normal pode ser descrita com base no desempenho efetivo de seu
supereu. O supereu é uma formação de compromisso. A realidade objetiva externa e a
realidade psíquica pulsional interna pactuaram em estabelecer um representante
comum interno do eu, pela proposta de uma arbitragem nos conflitos entre as demandas
da realidade e as demandas das pulsões. O supereu auxilia o eu a avaliar a intensidade
libidinal das necessidades pulsionais e as possibilidades de satisfação mediante os
objetos. A efetividade do supereu determina a capacidade de um eu maduro em perceber
uma situação de tensão, como um perigo e reagir a ele com o medo da morte. (O medo da
morte é uma antecipação a uma final e irreparável dirupção do equilíbrio da libido
narcísica.) Se a avaliação revela uma condição permanente e absoluta de desamparo,
pois o objeto — “a coisa pela qual a pulsão atinge o seu objetivo” — está e permanecerá
fora de alcance, então, ainda resta a possibilidade de evitar o medo da morte, por meio
de uma nova distribuição da libido narcísica entre o eu e o seu próprio supereu. O
supereu é capaz de tomar o lugar do objeto e se vincular a libido objetal frustrada, depois
da transformação desta em libido narcísica[10]. Um supereu eficaz pode prover ao eu
uma segurança pulsional temporária, como protótipo paterno, e então agir de forma
preventiva contra o medo da morte. Parece ser este o significado da observação de Freud
feita certa vez, na qual “o medo da morte diz respeito a uma interação entre o eu e o
supereu”[11]. Assim, um homem maduro se torna capaz de morrer sem medo em virtude
de um supereu em bom funcionamento[12].
Em retrospecto, nós podemos dizer que o conceito original dualístico de Freud sobre a
autoconservação do eu versus as reivindicações pulsionais do id, fundamentalmente
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O conflito ambivalente do amor e ódio que subjaz todos os transtornos psíquicos surge
em uma nova luz, quando admite as energias da pulsão dotadas apenas de qualidades
destrutivas. Como nós podemos aplicar a teoria da pulsão de morte não-libidinal para as
teorias geralmente aceitas da neurose e psicose? Esta suposição não implicaria uma
revisão da metapsicologia dos transtornos psíquicos? O próprio Freud não empreendeu a
tarefa de revisar a teoria das neuroses sob a sua nova perspectiva dualística. E,
aparentemente, as tentativas feitas por outros psicanalistas nesta direção não
produziram resultados satisfatórios.
Freud obviamente achou essa hipótese desnecessária. Ele considerou a luta pela
autoconservação explicável nas bases de energias libidinais da pulsão sexual, que agora
se tornou Eros. As complicações encontradas nesta luta, Freud as ponderou devido ao
funcionamento antagonístico de uma pulsão isolada para a autodestruição.
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autoconservação seguindo o método utilizado por Freud para estudar a pulsão sexual.
Todas as manifestações da vida amorosa foram reduzidas para uma pulsão sexual
fundamental. A pulsão de autoconservação tem abundância de manifestações,
variedades e derivações, e em todas também se pode remeter às demandas de uma zona
orgânica única. Ademais, a pulsão de autoconservação tem uma significação particular
para o estabelecimento de um perfeito equilíbrio da libido narcísica, resultante em um
repouso completo da pulsão.
A origem é a pulsão de devorar. Sua fonte orgânica é o trato gastrointestinal[13]. Sua meta
é remover o estímulo oriundo do trato gastrointestinal e seu objeto é o alimento. A
finalidade ulterior, representada apenas em nosso inconsciente mais profundo como um
tipo de conhecimento pulsional inconsciente, é a meta de autoconservação e
autodesenvolvimento. Isto pode ser contrastado com a meta final da pulsão sexual, que é
a reprodução. No último conceito de libido, Freud abandonou sua ideia original da não
existência de uma meta final da pulsão sexual. Quando ele definiu libido como “a
energia manifesta da pulsão de Eros, que luta pela “síntese de substância vivas em
entidades de maior tamanho”, ele certamente incluiu a reprodução.
A definição abrangente de Freud sobre a libido permite reconhecer a minha tese sobre a
destruição como uma manifestação da autoconservação do eu, com seu ponto de vista de
que as pulsões do eu são de natureza libidinal.
Há razões válidas para supor que todas as variações da agressão e das tendências
destrutivas que podem se desenvolver no curso da vida derivam de exigências primitivas
da zona gastrointestinal.
Libido é, em primeiro lugar e sobretudo, libido narcísica. Deste seu reservatório, a libido
pode ser enviada e trazida de volta. Ela adquire o caráter de libido objetal apenas
mediante uma mudança de vínculo.
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O trauma do nascimento, como Freud formulou, consiste em uma ruptura total com o
equilíbrio narcísico pré-natal infantil. É através do ato de alimentação, após o
nascimento, que o bebê retoma seu equilíbrio narcísico e se torna inconsciente
novamente, isto é, ao cair no sono. Esta é a satisfação da zona gastrointestinal — a
representante da pulsão de autoconservação — o que gera este repouso pulsional
completo. Então a preservação do eu [self], desde o tenro início da vida, associa-se em
nossa mente com a tendência a preservar ou recuperar o repouso completo da pulsão.
Nos termos da teoria da libido, nós podemos dizer: durante o processo de alimentação no
pós-natal, a libido narcísica deixa o seu reservatório e retorna a ele sem ser submetida a
nenhuma alteração de qualidade. De fato, ela alcançou um objeto, mas a satisfação que
este objeto provê serve apenas à necessidade de restaurar o equilíbrio narcísico da
libido. É justamente esta constelação psicológica resultante do ato de nutrição pós-natal
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Com razão, Freud pôs ênfase particular na eficácia do princípio de Nirvana em nossa
vida psíquica. No entanto, na relação entre o princípio de Nirvana e nossas energias
pulsionais destrutivas, não parece haver uma tendência de autodestruição como há pela
destruição do objeto; pois a destruição do objeto serve ao propósito de autoconservação,
isto é, à preservação ou restabelecimento do equilíbrio narcísico do eu.
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Para resumir: a primazia genital de nossa organização libidinal é precedida por uma
primazia pré-genital gastrointestinal. Operando como agente primitivo de nossa libido
do eu, a primazia gastrointestinal nunca cessa de exercer seu poder pulsional. Um
conflito contínuo entre as duas primazias pulsionais persiste por toda a vida. A primazia
intestinal se torna subordinada da primazia genital no processo de amadurecimento do
indivíduo: na ascensão da relação primitiva de objeto, governada pelo ódio, até uma
relação de objeto civilizada, governada pelo amor. O conflito da ambivalência reflete o
conflito entre estas duas primazias pulsionais.[19] Está subjacente a todos os fenômenos
normais e anormais da vida psíquica, tanto na profundeza psíquica quanto nas relações
interpessoais.
Esta teoria pode nos fornecer uma compreensão mais abrangente da teoria da neurose,
no que concerne ao conflito da ambivalência. Grosso modo, a teoria das psiconeuroses e
psicoses estaria: em todas as experiências traumáticas, baseadas na frustração do objeto
de amor, o eu tende a abandonar a primazia da libido genital em uma troca pela
primazia da libido gastrointestinal. O trauma fundamental da castração nada perde em
sua significância, já que coloca em perigo justamente a zona do órgão que, sob a
primazia genital, estabelece o contato com o objeto.
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Como nós sabemos, o histérico é capaz de amar seu objeto apenas sob a condição de
excluir de seu amor os órgãos genitais. O que isto significa? Significa que ele restringe as
suas intenções inconscientes de devorar para o órgão genital de seu objeto, o foco de seu
ódio. Ele logrou localizar seu ódio para uma parte do objeto ambivalente, e pode então
preservar seu amor pelo objeto como um todo. O histérico dessexualiza sua relação com
o objeto: seja pela fantasia inconsciente de ter destruído introjetivamente as genitais de
seu objeto, seja defendendo-se contra este desejo. O globus hystericus indica que o falo
odiado foi interrompido em seu caminho até o trato gastrointestinal. A anestesia vaginal
da mulher frígida é um meio de defesa contra a tendência devoradora da vagina, cujas
demandas inconscientemente se fundem com as demandas da boca.
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Poucas afirmações podem ser feitas sobre o conflito de ambivalência nas psicoses
esquizofrênicas, quando visto por meio da perspectiva do funcionamento da primitiva
pulsão gastrointestinal. Teoricamente, o estado maníaco da neurose narcísica pode ser
considerado uma transição para a psicose esquizofrênica. Esta conclusão é alcançada
pela aplicação da teoria desenvolvida acima ao fato bem conhecido que o estado
maníaco representa a fusão do eu e do supereu. Esta fusão é o resultado das tendências
devoradoras do eu, dirigidas contra o supereu. Num processo esquizofrênico, o supereu
divide a tendência de regressão com o eu e eventualmente assume a significância do
objeto maternal primitivo. No estágio final da regressão, o eu tende a encontrar o
repouso pulsional pela devoração do supereu, que lhe serve como uma mãe substituta.
Neste sentido, livra-se de seu próprio remorso, ou seja, de ser atacado pelo seu próprio
supereu. No entanto, ele também perdeu o mediador entre si mesmo e a realidade
objetiva. Assim, o eu torna a se transformar no id, para o qual todo objeto externo é um
objeto materno. O fato de que em suas relações em direção ao mundo objetal o
esquizofrênico toma todas as coisas como substitutas do objetivo maternal primitivo,
determina em grande parte sua inabilidade final em testar a realidade. Ele sente a si
mesmo ligado ao mundo a sua volta apenas através de reviver a fase mágica,
alucinatória de onipotência.[21] A agressividade do indivíduo esquizofrênico indica a
tendência a incorporar o objeto externo a fim de retornar a condição do narcisismo
primitivo, isto é, para o repouso pulsional completo.
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Assim, o processo descrito não é nada mais que a solução final do conflito do Édipo por
meio da identificação. Citando Freud: “quando o complexo de Édipo é deixado para trás,
a criança deve renunciar o investimento objetal que se formou em direção a seus pais, e
— para compensar esta perda de objeto — suas identificações com os seus pais, que
provavelmente há muito tempo estão presentes, tornam-se ainda mais intensificadas”.
[22]
“Essa identificação tem sido comparada, não inapropriadamente, com a incorporação
oral canibalística da outra pessoa”.[23]
É importante entender como a mais alta realização da psique humana — sua consciência
— surge sobre o desejo animalesco de devorar nossas criaturas irmãs. Para tentar tal
entendimento nós teríamos que estender nossas investigações psicanalíticas do
desenvolvimento ontogenético do supereu e do complexo da culpa até as considerações
filogenéticas e especulações concernentes à ascensão do supereu além do culto totêmico.
Em Totem e Tabu, Freud nos deu uma pista da evolução do conceito ontogenético da
culpa, tal como se desenvolveu a partir da filogênese. A ontogênese do problema merece
algumas observações em relação às duas faces do conflito de Édipo da criança, que se
finda no processo de identificação.
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O complexo de castração não perde nenhum significado nesta suposição. Somente a tese
muito contestada da inveja do pênis ganha um novo aspecto. O falo da mãe representa
ao inconsciente da criança a redescoberta do seio materno, expressado nos termos das
demandas da primazia genital que, por conta da frustração do conflito do Édipo, produz
a primazia gastrointestinal.
Estas teorias são o produto de vinte anos de observação clínica, este artigo é apenas um
resumo abreviado. Sua intenção é apresentar que há uma pulsão de devorar no homem,
estreitamente associada com sua necessidade de autopreservação. O processo de
identificação, ao por fim no complexo de Édipo, é o caminho normal para a liquidação
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Antes de concluir, quero enfatizar que este artigo se preocupou apenas com a
investigação das energias pulsionais destrutivas até onde pudemos detectá-las na psique
do indivíduo, afetando seus conflitos intrapessoais e interpessoais. Intencionalmente
omiti toda especulação que se estende sobre o campo da biologia.
No entanto, se a morte não tivesse o encontrado, eu acredito que Freud teria chegado às
minhas conclusões, mais cedo ou mais tarde. Pois ele resumiu a essência do conflito da
ambivalência da seguinte forma: “O eu não está à vontade consigo mesmo — tendo que
sujeitar seu próprio ser às tendências destrutivas, das quais muitas agressões ele gostaria
de empregar contra os outros. É como um deslocamento ao campo psíquico do dilema
que rege o mundo orgânico: ‘Devorar ou ser Devorado’”.[28] ♦
REFERÊNCIAS
FERENCZI, Sándor, “Stages in the Development of the Sense of Reality”. In: Contribuitions
to Psychoanalysis. London: Hogarth Press, 1916.
_____. (1916-17) Introductory Lectures on Psycho-Analysis. London: Allen & Unwin, 1933.
_____. (1920) Beyond the Pleasure Principle. London: Int. Psa, Press, 1922.
_____. (1923) The Ego and the Id. London: The Horgarth Press, 1927.
_____. (1933) Neue Folge der Vorlesungen zur Einführung in die Psychoanalyse. Viena. Int.
Psa. Verlag.
_____. (1933) New Introductory Lectures on Psychoanalysis: Anxiety and Instinctual Life.
London: Hogarth Press, 1933.
_____. (1930) Civilization and Its Discontents. New York: Jonathan Cape and Harrison
Smith, 1930.
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[1]
Apresento os créditos e a permissão de publicação sem fins comerciais ao New Center
for Psychoanalysis de Los Angeles (NCP-LA), ao Arquivo online, à Direção e ao Comitê
Histórico desta instituição. Os arquivos podem ser encontrados no endereço <www.n-c-
p.org/Archival_Collections.html>. Agradeço especialmente ao Dr. V. Melamed pelo apoio
e mediação com o NCP-LA. Agradeço a revisão cuidadosa de Letícia Neumann.
[2]
Freud: Conferências Introdutórias sobre Psicanálise. Parte III. Algumas ideias sobre
desenvolvimento e regressão – etiologia (XXII). In Edição standard brasileira das obras
psicológicas completas de Sigmund Freud. Vol. XVI. Rio de Janeiro: Imago. 2006 [1916-
1917], p. 354.
[3]
Ibid., (conferência XXVI, p. 415). O que aparenta que Freud esteve inclinado a assumir
que o conflito entre duas categorias de pulsões apontava para um último conflito entre
autoconservação do indivíduo, por um lado, e a reprodução como preservação da
espécie, por outro. No entanto, ele enfatizava que este antagonismo biológico lhe parecia
sem importância, já que não era aplicável ao estudo das neuroses de transferência.
[4]
Eu apresentei minhas teorias em vários encontros da German Psychoanalytic Society e
na International Psychoanalytic Association, já em 1921. Resumi-as no encontro em
Innsbruck, enviei um artigo sobre o tema a Repressão Primária (Urverdrängung) e a
Libido Intestinal, e mais tarde em Wiesbaden em 1932, sob o cabeçalho Primazia
Pulsional Pré-genital e a Organização da Libido. Estes estudos tratados com a vicissitude
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[14]
SIMMEL, Ernst, Repression, Regression and Organic Disease (apresentado no encontro
semi-anual de Analistas da California, São Franciso, 1940) e Die Psycho-physische
Bedeutsamkeit des Intestinalorgans für die Urverdrängung (A significância psicossomática
do trato intestinal para a repressão primária, lido no 8º Congresso Internacional
Psicanalítico, Salzburgo, 1924; resumo publicado Int. Ztschr. F. Psa., 1924, X, p. 217-223).
[15]
Cf. KLUGE, Friedrich, Etymologisches Wörterbuch der deutschen Sprache. Strassburg:
Verlag Von Karl I. Trubner, 1910.
[16]
Freud: Além do princípio de prazer. In Edição standard brasileira das obras
psicológicas completas de Sigmund Freud . Imago. Rio de Janeiro.Vol. XVIII, 2006, p.66.
[17] Talvez por isso na vida tardia o inconsciente inversamente poderia funcionar como
uma defesa contra os impulsos agressivo-destrutivos. Fenômenos como desmaios,
narcolepsia, etc., encontram assim uma possível explicação como fenômeno regressivo.
[18]
O termo serial killer (assassino em série) foi criado apenas em 1974 — guarda
algumas semelhanças ao assassino em massa citado por Simmel. (N. de T.)
[19]
Este conflito surge cedo na vida infantil, primeiro sobre uma base biológica, como
Lipschütz descobriu (Lipschütz, Alexander: Die Pubertätsdrüse und ihre Wirkungen.
Berne: Bircher, 1919, citado Freud: Três ensaios sobre a teoria da sexualidade). “A porção
intersticial da glândula sexual, os fatores que determinam o impulso biológico específico,
desenvolvem-se cedo na infância — denominada como ‘fase intermediária da
puberdade’”. Isto ocorre no momento em que a primazia gastrointestinal está ainda em
plena floração. Neste período, a libido genital é de importância secundária e permanece
assim até a maturidade das gônadas, estas vêm a dotar o órgão genital como guia do eu
na busca do contato com o objeto, afastando as zonas terminas do trato gastrointestinal
— o ânus e a boca”.
[20]
Em português, temos o “remoer”, que possui a mesma origem latina. (N. de T.)
[21]
Ferenczi, Sándor: O desenvolvimento do sentido de realidade e seus estágios. in Obras
completas: Psicanálise II. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. .
[22]
Freud: Novas Conferências Introdutórias. A dissecação da personalidade psíquica –
XXXI. Op. Cit. p. 69.
[23] Ibid., p. 68. (Itálicos meus)..
[i]
Na tradução de Renato Zwick, “consciência moral” e não apenas “consciência”. Nota de
rodapé adicionada após a publicação do texto em 12/12/2021.
[24] Freud: Mal-estar na cultura. (trad. Renato Zwick). Porto Alegre: L&PM Pocket. 1930
[2019], p. 154-155.
[25]
Ibid., p. 172. (Itálicos meus)..
[26]
Ibid., pp. 156. (Itálicos meus).
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[27]
Ibid., pp. 172-173. (Itálicos meus).
[28]
Freud: Novas Conferências Introdutórias. Ansiedade e vida instintual – XXXII. In
Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Vol. XXII.
Rio de Janeiro: Imago. 2006[1932], p. 112
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