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Arquitetura e Urbanismo - UNA Bom Despacho

UC - Projeto de reabilitação, conservação e restauro

Carta de
Atenas
1931

Profs.
Guilherme Araújo - Lucas Lima,
Miguel Andrade - Viviane Braga

Brenda Natielly Maysa Bessas


Jonas Martins Nayane Teixeira
Marcela Marcondes Wry Souza
Imagem 1 kr / IISG / Crea
Fonte: Flic
INDENTIFICAÇÃO:

- Le Corb
NOME: Carta de Atenas (1931)

usier na Í e Commons
CIDADE: Atenas, Grécia
DATA: Outubro, 1931

tiv
ndia, em 1
955.
Foi fruto de uma reunião cientíca
organizada pelo Escritório Internacional
de Museus da Sociedade das Nações
(estrutura do Comitê Internacional de

Fonte: Google Im , Grécia.


Cooperação Intelectual), sendo aprovada

agens
também na instância da Assembleia da

enas
Sociedade das Nações.

Te v e a i n  u ê n c i a d e v á r i o s Imagem 2 - At
arquitetos urbanistas internacionais do
séc. XX, entre eles se destacava Le
Corbusier. A carta foi redigida como
conclusão do Congresso Internacional de
Arquitetura e Técnicos de Monumentos
Históricos.
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A carta de Atenas de 1931, surgiu em
Atenas na Grécia, a partir da preocupação
em relação à arquitetura em um período de
grande crescimento urbano, o que também
deu início ao movimento Moderno.

Foi criada com o intuito de estabelecer


uma serie de recomendações internacionais
de conservação, manutenção e utilização do
bem cultural.

Mas para entendermos o que de fato


foi a carta de Atenas e qual sua importância
histórica, primeiro devemos entender os Atenas
acontecimentos sociais e econômicos que a Imagen 3 - Parternon,
Fonte: Google Imagens
antecederam..

Durante esse período, principalmente na


Roma Antiga, os saques de bem culturais
era uma prática considerada licita
durante as guerras, o vencedor como era Idade Média
de costume, destruía a propriedade de
Antiguidade seus inimigos, saqueava seus bem
culturais, tal como aconteceu com
Partenon em Atenas em 480 a.C.

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Com o renascimento e posteriormente
com o Iluminismo, surgiram as
séc. primeiras questões sobre a proteção
contra os saques dos bens culturais
séc.
XVI durante as guerras, devido à valorização
do caráter histórico e artístico. XVIII

Então, nesse momento a curiosidade e interesse pelas descobertas


arqueológicas de Pompeia, iniciam-se as primeiras escavações na Grécia, das
importantes esculturas e arte antiga, e surgem os primeiros museus como sinal da
importância da história.

Mas foi a Revolução Francesa que ocorreu


em 1789 que apressou o interesse publico pela
proteção dos monumentos, visto que
aconteceram diversos atos de vandalismo,
degradação e o desaparecimento de numerosos
monumentos de documentos do passado.

A partir disso, a nação Francesa passa a


discutir meios de proteção para os
monumentos, como a criação de documentos e
legislações próprias de salvaguarda. Imagem 4 -“A liberdade guiando o povo”, pintura de Delacroix.
Fonte: Google Imagens
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Ocorre a Primeira Guerra Mundial, que se
estende até o ano de 1918, a guerra foi resultado
1914-1918 de inúmeros fatores como a rivalidade
econômica e questões nacionalistas. As perdas
materiais também foram enormes, foram
destruídas estradas, pontes de cidades inteiras,
além de vários monumentos.

Ela também constatou a inecácia dos documentos internacionais redigidos até


o momento como medidas protetivas para o bem cultural, como exemplo
emblemático do incêndio da biblioteca de Leuven na Bélgica, que destruiu
aproximadamente 3 mil livros, 808 nablos e mil manuscritos.

Imagens 5 e 6 - Bibliotéca de Leuven, Bélgica, 1914.


Fonte: Google Imagens

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A década de XX foi marcada pela
repercussão dos países destruídos na
Primeira Guerra Mundial, o crescimento
acelerado das Cidades e ao nal da década
PÓS-GUERRA por uma crise econômica, a queda da Bolsa
de Valores, toda essa situação coloca
novamente o patrimônio histórico edicado
e as cidades como protagonistas da
O Pós-guerra resultou na criação preocupação de Arquitetos e Urbanistas.
da sociedade das Nações, atual ONU, cujo
papel principal seria o de assegurar a paz, Tudo isso coincide com o período de
no anteprojeto da sociedade das nações formação do movimento modernista que
em 1919, constavam politicas de proteção almejavam igualar o acesso da população
do patrimônio cultural que em moradias de qualidade e padronizar as
posteriormente foram adotados em edicações, visando economia de tempo e
outros tratados e convenções. dinheiro, onde apenas monumentos de
valor notório seriam mantidos.

Imagem 8 - Plano Voisin


Imagem 7 - Primeira Assembléia Geral da ONU. Paris, Le Corbusier.
Fonte: Google Imagens Fonte: Flickr, Gaynoir
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1931 o inicio..
Se realiza a primeira conferencia internacional
relativa à conservação dos Monumentos Históricos,
organizada pela sociedade das nações e pelo escritório
internacional dos museus.
O que ocasionou o surgimento da primeira carta
especica da área de patrimônio, a carta de Atenas de 1931.
Visava estabelecer diretrizes voltadas para a
proteção e conservação do patrimônio cultural, a
conferência categorizou as diretrizes em 7 itens
principais.

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1 DOUTRINAS E PRINCÍPIOS GERAIS:

A carta estabelece doutrinas e princípios gerais que visam assegurar a conservação dos
edifícios através de uma manutenção adequada e regular do patrimônio edicado, também é
recomendado que se respeite a obra artística e histórica do passado sem prejudicar seu estilo
original.

2 ADMINISTRAÇÃO E LEGISLAÇÃO DOS MONUMENTOS HISTÓRICOS:


A conferencia recomenda a proteção dos monumentos históricos artísticos ou cientícos
pertencentes a diferentes Nações através de legislações, e que sejam adaptadas as
circunstâncias locais e a opinião publica de modo a encontrar a menor oposição possível,
também foi aprovado o direto da coletividade em relação a propriedade privada.

3 A VALORIZAÇÃO DOS MONUMENTOS:

A conferência recomenda respeitar o caráter e a sionomia das cidades, sobretudo na


vizinhança dos monumentos antigos do que se refere a construção de ovos edifícios, evitando
assim, publicidades, industrias duvidosas e a presença abusiva de postes e os, a m de
conservar sua natureza antiga.

4 OS MATERIAIS DE RESTAURAÇÃO:

A conferencia aprovou a utilização adequada de materiais modernos, especialmente de


concreto armado, para a consolidação de edifícios antigos, com a condição de que não sejam
alterados o aspecto e o caráter do edifício ao ser restaurado.
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5 A DE TERIORAÇÃO DOS MONUMENTOS:

Das condições da vida moderna os monumentos estão casa vez mais ameaçados pelos
agentes atmosféricos, e por isso a conferencia recomenda a colaboração de arquitetos e
conservadores para obtenção de métodos aplicáveis para cada problema especico.

6 TÉCNICA DA CONSERVAÇÃO:

Na reconstrução de monumento a conferencia recomenda anastilose, ou seja, a


recomposição dos elementos existentes ou a utilização de novos materiais caso partes originais
não estejam disponíveis, os elementos da integração devem sempre ser reconhecidos.

7 A CONSERVAÇÃO DOS MONUMENTOS E A COLABORAÇÃO INTERNACIONAL:

A conferencia recomenda a cooperação técnica e moral entre os Estados, am de


favorecer a conservação dos monumentos de arte e história.

Obs: É importante notar que nessa reunião foram


predominantemente destacados os aspectos
relativos ao restauro do edifício individual.

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EXEMPLOS DE UTILIZAÇÃO
DA CARTA DE ATENAS:

Em 1975, o Paternon passou por um


processo de restauração das colunatas e dos
peristilos, as técnicas e ferramentas
utilizadas para os trabalhos de restauração Imagem 9 - Restauro da Acrópole de Atenas.
são semelhantes as dos antigos artesãos, Fonte: Sapo Viagens
enquanto o mármore branco usado para
completar os elementos arquitetônicos
eruditos foram ex traídos da mesma
montanha da antiguidade.

Também foi empregado o uso


adequado do concreto armado como
re v e s t i m e n t o d e s u a s u b s t i t u i ç ã o ,
mantendo o aspecto e caráter original do
templo, como é recomendado no item 4 da
Carta.

Imagem 10 - Detalhe das colunatas


Fonte: Sapo Viagens

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A Carta de Atenas foi utilizada como apoio para a restauração da Igreja Nossa Senhora
do Carmo da Antiga Sé do Rio de Janeiro, visto que foram preservada toda a história do
monumento, foi restaurada a técnica da pintura, respeitando o método executivo da
construção no século XIX, além da marmorização das fachadas e dos interiores.

Imagem 11 - Fachada da Igreja - ANTES Imagem 12 - Fachada da Igreja - DEPOIS


Fonte: IBGE Fonte: IBGE

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A carta também foi utilizada como
a u x i l i o n a re s t a u r a ç ã o d a e s t a ç ã o
ferroviária de Joinville, que tinha por
objetivo principal o resgate das
c a r a c te r í s t i c a s o r i g i n a i s d o p ré d i o
construído em 1906, e ampliado entre 1917-
1919.

A pintura externa do prédio foi


efetuada na mesma técnica de sua primeira
pintura, todas as camadas de tinta acrílica
foram removidas com soprador térmico,
dessa forma uma equipe de 5 restauradores Imagem 14 - Ferroviária de Joinville 1910.
descobriu além da cor da tinta original, Fonte: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
pinturas e murais em todos os ambientes e
interiores da estação.

Imagem13 - Ferroviária de Joinville 1906. Imagem 15 - Ferroviária de Joinville 2022.


Fonte: Google Imagens Fonte: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
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Outros
patrimônios
Além dos patrimônios citados a Carta de Atenas
serviu pata diversos outros monumentos ao longo dos
anos.
A carta serve de apoio para prossionais que
trabalham na área de patrimônio, como arquitetos,
arqueólogos ou ate mesmo prossionais de outras áreas
com interesses voltados a história, visto que trazem
recomendações importantes relacionadas a proteção do
bem cultural

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Imagem 16 - Cristo Redentor - RJ.
Fonte: A voz dos Municípios Fluminense

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ANTES

DEPOIS

Imagens 17 e 18 - Monumento à Independência .


Fonte: Assembleia Legislativa do Estado de SP

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Imagem 19 - Monumento Júlio de Castilho
Fonte: VaConferir

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Conclui-se que, a carta de Atenas é de extrema
importância nos dias de hoje para os arquitetos e
urbanistas, servindo como referência e base em projetos
na área de restauro, cujo o foco principal é restauração e
conservação de monumentos históricos com a intenção de
CONCLUSÃO
preservar seus traços originais.
Pois o intuito da carta de Atenas é justamente
restaurar e conservar estes a partir de legislações e
métodos de construção como a restauração, conservando
seu estilo original, técnica de recomposição dos elementos já
existentes, além de manutenções adequadas para que todos
os traços originais dos monumentos sejam mantidos.
Porém, um ponto negativo é que na carta, foram
destacados aspectos de restauro visando apenas o edifício
individual, não levando em consideração a relação entre os
campos do restauro e do planejamento urbano.
Por fim, ela também é importante para conservar a Imagem 20 - Desenho de Partenon, Atenas
história e cultura do local, pois no decorrer dos anos muitos Fonte: Google Imagens
monumentos que passaram pelo processo de restauração,
tiveram algumas ou todas de suas características originais
alteradas, desconfigurando todo o edifício e sua história.

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Referências
CARTA DE ATENAS. Iphan, [S.1.], p.1-6. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/cknder/arquivos/Carta%20de%20Atenas%201931.pdf.
Acessado em 28 de setembro de 2022.
CARTA DE ATENAS. Infopédia, [S.1.]. Disponível em:
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$carta-de-
atenas#:~:text=A%20Carta%20foi%20redigida%20como,Gr%C3%A9cia%2C%20em%20outubr
o%20de%201931. Acessado em 28 de setembro de 2022.
A DIMENSÃO URBANA DO PATRIMONIO DA CARTA DE ATENAS DE 1931. Vitruvius, [S.1.].
Disponível em:
https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.179/5531#:~:text=Foi%20fruto%20de
%20uma%20reuni%C3%A3o,Sociedade%20das%20Na%C3%A7%C3%B5es%20(1). Acessado
em 28 de setembro de 2022.

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