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Roteiro de Física Experimental I

Experimento 1: Queda livre dos corpos

I. Objetivo
Estudar o movimento de queda livre de um objeto partindo do repouso, determinar
experimentalmente o valor da aceleração da gravidade local e compará-lo com o seu valor teórico.

II. Introdução
A queda de um corpo abandonado, próximo ao solo, foi um dos primeiros movimentos que os sábios
da Antiguidade tentaram explicar. Um movimento é considerado em Queda Livre, quando se considera
desprezível a ação do ar ou quando ocorre no vácuo. Galileo1 realizou uma série de experiências sobre a
queda livre dos corpos e chegou às seguintes conclusões:
• Todos os corpos, independente de seu peso ou massa, caem com a mesma aceleração. Próximos da
superfície da Terra, a velocidade de queda é proporcional ao tempo, isto é, a aceleração é constante.
• As distâncias percorridas pelos corpos abandonados em queda livre são proporcionais aos quadrados
dos tempos, isto é, a função horária y = f (t) é uma função de segundo grau. Se a aceleração é
constante e a função horária é do segundo grau, decorre que a Queda livre dos corpos é um
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado. Um lançamento na vertical só difere da queda livre
pelo fato de apresentar uma velocidade inicial vertical.

A aceleração de um corpo que cai livremente chama-se aceleração da gravidade e representa-se por
g. Seu valor é levemente variável com a latitude do lugar, e altitude. É menor no Equador que nos polos,
2 2
devido à rotação da Terra: no Equador, g = 9,78039 m/s e nos polos, g = 9,83217 m/s . O valor normal da
o 2
aceleração da gravidade é tomado ao nível do mar, a uma latitude de 45 : g = 9,80665 m/s .

1
GALILEO GALILEI (1564-1642). Considerado o fundador da ciência moderna, foi um grande físico, astrônomo e matemático.
Reformulou o princípio da inércia e estudou as leis do movimento pendular, queda dos corpos e lançamento de projéteis. Suas
provas brilhantes em favor da hipótese de Copérnico do sistema solar serviram para refutar o sistema de Ptolomeu e por essa
causa chamou sobre si a má vontade dos chefes da Igreja. Duas vezes foi chamado perante a Inquisição. Foi-lhe ordenado não
publicar nada que apoiasse o sistema de Copérnico e retratar-se publicamente dessas crenças. Foi durante um período de temor e
incerteza que escreveu seu diálogo sobre o movimento intitulado “Diálogos sobre duas novas Ciências”, não publicado senão
depois de sua morte. Este tratado pode ser considerado como o iniciador da ciência da dinâmica. O ano de sua morte coincide com
o ano do nascimento de Newton.
As equações do movimento retilíneo uniformemente variado, aplicadas ao movimento de queda livre,
podem ser escritas como:

1 2
y = y0 + g .t (1)
2
v = v0 + g.t
(2)
v 2 = v0 + 2.g.y
2
(3)

III. Materiais
• Cronômetros e chaves liga-desliga • Hastes, grampos e base suporte
• Esfera de aço (13 mm) • Trena, Prumo

IV. Procedimento experimental

• Verifique a montagem do equipamento e as conexões como se mostra na Fig. 1.

Figura 1 – Montagem experimental para determinação da aceleração da gravidade

• Verifique a posição inicial dos sensores (90 cm para o superior e 60 cm para o inferior).
• Coloque a esfera de aço no mecanismo de liberação.
• Colocar o cronômetro para medir tempo e a função no modo DUO GATE.
• Utilizando a bobina de indução, prenda a esfera no suporte, ative o cronômetro e libere a esfera
desligando a bobina.
• Determine o tempo decorrido para que a esfera percorra a distância entre os dois sensores. Para isso,
faça a leitura no cronômetro.
• Meça a altura Y (distância entre os dois sensores) e anote no Quadro 1. OBS: A medida das
distancias devem ser feitas a partir do centro do feixe de luz dos sensores
• Meça 5 vezes o tempo t, para a altura de queda Y e anote no Quadro 1.
• Repetir as medidas de tempo para Y variando de 10 cm em 10 cm, até o zero da escala.

Quadro 1: Dados experimentais


Medidas Y (cm) t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) t5 (s) tm (s)
1 20
2 30
3 40
4 50
5 60
6 70
7 80
8 90

Cálculos e Questões

1. Após o preenchimento das seis primeiras colunas do Quadro 1 com os dados experimentais, calcular
o tempo médio (tm).

2. Sabendo que a relação entre a altura (y) e o tempo de queda (t) para o movimento de queda livre é
uma função quadrática (veja Equação 1 neste roteiro), é necessário fazermos a linearização dos dados para
que a curva obtida no gráfico em papel milimetrado seja uma reta. Para isso, faça um gráfico de y em função
tm². Trace a reta média.

2.1. Esta reta passa pela origem dos eixos? Por quê? Caso negativo, o que este valor representa?

2.2. A equação da reta obtida pode ser escrita como y = A (t2), com A, o coeficiente angular da reta.
Calcule este coeficiente. Se compararmos com a equação do movimento retilíneo para a queda
livre dos corpos, y = (1/2) g.t2, com a equação da reta obtida, verificamos que A = (1/2) g.
Calcule o valor de g.

3. Se, por outro lado, olharmos novamente para a equação do movimento y = (1/2)g.t2, observamos que
temos uma função do tipo potência (y = k. xn, em que k = (1/2)g, e n = 2). Sabemos que é possível
representar (de forma linearizada, obtendo uma reta) uma função potência no papel dilog. Faça um gráfico
de y em função de t no papel dilog. Determine (graficamente) as constantes k e n. Reescreva a equação
obtida e calcule o valor da aceleração da gravidade novamente.

4. Apresente o erro percentual obtido nos dois casos (através dos dois gráficos):

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙


𝐸% = | | 𝑥100
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

Considere o valor teórico como sendo o valor de g = 9,8m/s². Considere como valor experimental, o valor obtido em
cada um dos gráficos.
5. Cite alguns motivos que possam justificar o erro percentual observado.

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