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RESUMO:
“O TEXTO NA TV” DE VERA PATERNOSTRO
(CAPÍTULOS 7, 8 E 9)
POR
KAIAN CASTRO NOGUEIRA
SÃO LUÍS – MA
2022
O TEXTO ESCRITO PARA SER FALADO
Esse é o objetivo a ser cumprido por quem está escrevendo. Se a informação não é
transmitida, pode-se dizer que, em suma, o redator fracassou em sua missão. Partindo
daí, é possível entender a diferença entre o texto de um jornal impresso e o texto de um
telejornal. Apesar de o conteúdo da informação passada (o “quê”) muitas vezes ser o
mesmo para ambos, a forma de transmitir a informação (o “como”) não poderia ser mais
diferente. Maneiras distintas de produzir informação, mas com o mesmo objetivo.
Diferentes formatos, mesmo conteúdo. Ao escrever em uma lauda de telejornal deve-se
ter em mente que o texto será lido em voz alta e captado de uma só vez.
Tendo isto em mente, uma dica importante ao redator é que sempre faça a leitura
em voz alta do texto. É só assim que conseguirá descobrir problemas fonéticos que
outrora passariam despercebidos, por exemplo, em uma leitura mental; é desta maneira
que o redator irá perceber o que está faltando e o que pode ser mudado. Afinal, a
primeira pessoa a entender o texto redigido deve ser o próprio redator.
Esses detalhes só ficam evidentes com a leitura em voz alta do texto. Uma vez
desenvolvido o hábito, as ocorrências tornam-se cada vez mais fáceis de serem
localizadas e solucionadas. É essencial que o jornalista repasse o texto, se vestindo de
apresentador por um momento, para que perceba a força das palavras usadas. O texto
deve ser lido e relido em voz alta por diversas vezes antes de ser considerado pronto.
São nestes momentos que os erros grotescos, porém não raros, podem ser corrigidos –
frases sem sentido, informações incorretas, palavras mal colocadas, palavras que
quebram o ritmo. Ouvindo sua própria voz, o redator pode refletir sobre o texto que
acabou de escrever, percebendo o raciocínio e encadeamento e só assim terá uma noção
mais completa do conteúdo. Tudo pode ser melhorado.
A pontuação vem para dar maior embalo e fluidez às palavras do redator. Não
podem faltar vírgulas, dois pontos, reticências, pontos finais e parágrafos; estes sinais
devem sempre ser usados nas laudas do telejornalismo. Quando bem colocada, a
pontuação dá o tom do texto. Como qualquer bom remédio, se bem dosada garantirá a
saúde do texto. É ela que vai possibilitar os intervalos, as pausas e controlar a entonação
da voz; fatores estes que ajudarão na respiração do locutor e na compreensão do texto.
O locutor precisa respirar enquanto fala. Se o texto não for pontuado da maneira
correta, o apresentador ficará sem fôlego e pode acabar parando no meio de uma frase,
na pior das hipóteses alterando todo o sentido da informação.
Vale ressaltar que todos esses detalhes só poderão ser percebidos com o hábito da
leitura em voz alta. O redator deve ler, reler e ler novamente, quantas vezes forem
necessárias em busca do texto perfeito. Havendo a possibilidade, é bom inclusive que
uma segunda pessoa venha a ouvir o texto em voz alta, com atenção à naturalidade do
discurso, como a verdadeira e simples linguagem televisiva. É de grande ajuda consultar
uma segunda, terceira, quarta opinião (tudo isso, claro, em uma redação ideal onde não
há sobrecarga de trabalhos nem demandas urgentes e sobre-humanas). Por conta da
acumulação de funções, o redator deve ser seu maior crítico – afinal, muitas vezes
terceiros não terão o tempo de fazê-lo em seu lugar. A grande preocupação deve ser
com a compreensão do telespectador, sem risco de dúvidas. O autor reforça que um
jornalista só é completo quando escreve corretamente. Desse modo, o estudo das regras
gramaticais não deve ser menosprezado; pelo contrário, o jornalista deve sempre buscar
aprimorar seu conhecimento ao longo de sua carreira.
Escrever para televisão, então, é escrever para ser ouvido. Como já foi dito, o
texto de TV é, em suma, escrito para ser falado. A ideia principal para ter em mente é
que o principal objetivo do texto repousa em ser compreendido pelo telespectador. É
imprescindível que a informação seja de compreensão instantânea, levando em
consideração que o público não tem a possibilidade de “rebobinar” a informação
naquele momento. O redator não está escrevendo para um jornal impresso ou uma
revista, onde usam-se frases mais elaboradas e palavras mais rebuscadas. Ao redigir
para a TV, a regra é evitar frases mais longas e intercaladas; afinal, os parênteses são
vilões para a compreensão rápida. O redator deve buscar frases curtas e pausadas,
sempre lendo-as em voz alta quantas vezes for necessário para avaliar a sonoridade e o
ritmo de seu texto. Mesmo que considerado pronto, deve ser relido. Palavras com a
mesma terminação, por exemplo, devem ser evitadas por causa de seu efeito sonoro;
devendo-se optar por sinônimos, sempre com atenção aos cacófatos. O ritmo deve ser
priorizado, sempre com frases e palavras curtas e diretas, além da pontuação correta – as
regras gramaticais são as maiores amigas do jornalista.
O TEXTO E A IMAGEM
O TEXTO COLOQUIAL
Neste último tópico a autora ressalta que um texto coloquial é simples, natural e
espontâneo como uma conversa cotidiana entre duas pessoas. Ainda assim, as regras
gramaticais devem ser obedecidas. Gírias não cabem aqui, nem coloquialismos. As
frases devem manter sua ordem direta, ainda que simplificadas. O redator deve buscar
palavras adequadas ao que se quer dizer, sempre fugindo de casos que comprometam a
compreensão instantânea – como o uso de palavras em excesso. O texto deve ser preciso
e conciso, sem redundâncias com a imagem e em si próprio. Deve ser objetivo e
coerente, sem misturar ideias ou informações. Assim, o jornalista deve procurar uma
unidade de pensamento, mantendo sempre um raciocínio claro e coerente para contar
uma história com começo, meio e fim.