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258
Orlando tie Carvalho
___

implicam tão pouco uma Sltuaçao c ' SO


ncias
' - d e su)"elçao
- c orno as'I prmina
crere bre
obrigacionais do an, 414,0 e segs, M as ISSO
' mesm , nelas
o nos I u se na, ta
o verdadeiro conteúdo das preferências ex lege, Tambem a situaça
de direitos susceptíveis de violação - e, logo, que um e si rn-O
de sujeição - , derivando a Sua potestatividade aparente dO deiro
uro dir -
s el
pIes jogo do direi to de sequela: ou seja, de elas serem ver a eferên
tos das co isas, Claro que, ao invés das co nvencionaIs, as ClaS
terceiros,
legais não necessitam de registo para terem efi cácia em face e stO , pode
M I
fias se a seque a nao- so fre aI' para I'ISla
, por auscn , c ia de regI dcslg, n -
so re- ' Ia por OUtras CIrcunstancIas:
'" o d Irelto
" po d e vIr ão é, CO rnO
' a frustrar-se
a , UÇAO À POSSE (") (;)
INTROD
damente
d b por perda ou destruição da co isa, Ora a frusrraç tivo : se o
eve sa er-se, um facto incompatível co m o lI'eno P _ na eS
d" otesta [ ra
direito se exerce o efeito produz-se _ produz-se a alteraçao lienaçao le
')un'd'Ica de OUtrem, Por fi1m, as promessas reaIs ' de onera ça_ o ou a o rneS Sl
" ongem exclUSIvamente
tem , pactícia, derivando de contra toS-prsrn ' o
com
d (' " rea,I nos termos do an, 413 ,0, Pode m vIsar
ellCaCla , ' t i e issa
a rran sa' o'
a propned'd ad e ou a constItuI
, ,ção de um sImples
" JUS ln r, pote
como to a esta categon' a de"dIreItos,, denvaçoes_ da p,en' amre , arcrn LIstrna
c, nalguns casos, aproximações
ulten or alIenação) , muito exp lícitas (no caso de VIS

(l Posse, estao cm
------, da mIO ' que, 50 b o d[llloteDDr. Abílio Vassalo
á c1
. ha au[Ofla c nO do Ass isten o me se r imput v e I

- - às li çóes cu nom e do o lext " ica pura ,


(o) Introduç:lO diça-o sai cm m . além de to forma d ldact d co isas
- Essa c
vias de publicaçao, la se diz era a ve;
d tênCla"
Ab reu , mas, como nel 'vamcnte miO Ul .. õcs que
P,
O texto Vai'aSua d' 'to as
m para O I:el desde 1977
aze TI publicaçao
' - é exc USl As rem ISS C lfaJ, CI ,
esta tnt rodu çao enhumas. D ' eito das o . prudência,
portantoI. sem notas n'nhas hçocs
, - de " _ e de Juns
Legislaçao
em gera visa. m as 011 te na . ta de
RevlS J
)
(288 págs, , blicado origm en
, ariam3810 3811 e 3812,
(;) {NC: Texto pu 3792,3801, '
3780. 3781,3 786, 3787,

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1. A Posse e os Sistemas Possessórios

Residualmente,
.. . '
a posse é o poder de facto (<<pouvo'Ir dE' e lalt )) ,
«tatsachhche
I . Gewalt») exercIdo sobre uma coisa ) poder que e '
srncrono-
oglcamente na origem de todo o domínio e que, mesmo quando este
se autonomiza dessa raiz, continua a ser psicologicamente o seu móbil.
Se: como nos mostra a experiência jurídica tomana, o dominium era de
InICIO Inconcebível sem essa ligação homem-coisa, a possibilidade de
roubo ou furto é tão velha como a aptopriação, pelo que rapidamente
se percebeu que o direito pode ver-se subtraído do poder de faCto a que
tende, que o poder jurídico não é necessarIamente poder empírico e que
este, ao tornar-se autocéfalo, desenvolve uma força jurisgena (a mesma
que historicamente o impôs como direito, no começo da dominialidade)
que o levanta contra o poder jurídico simples (subtraído justamente da
posse), erodindo-o e virtua lmente substituindo-o. Daí que, além de
origem cronológica e de meta psicológica do direito, a posse seja, não
só a sombra deste, a sua projecção e aspiração, mas também uma COn-
tínua força de subversão e de contestação do direito real.
Paradoxalmente, porém, é este carácter de sombra simultaneamente
fiel e hosti l que predispõe a posse a, havendo brechas na ordenação
dOminial definitiva - a que realizam os direitos das coisas, a que, para
o O/do ordinans, é, neste p lano, o verdadeiro O/do ordinatttS -, por qual-
quer dúvida sobre a titularidade ou a identidade dos direitos, instituir
uma ordenação dominial provisória, co lmatando essas brechas e promo-
vendo, em campo tão sensível das relações sócio-económicas (que por
isso não tolera uma indefinição a longo termo), a necessária integração
do estaturo dos bens. O que faz precisamente através duma dupla imer-
venção, que rem a ver com a dupla face que acima assinalámos .
Coimbrn Editora"

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262
0trodução ir Posse
poder de f;' contudo, que a
Note-se Orlando de Carvl1lho
teo '
chamada Kont'lnuztats
'" th eorte,
' por opOslçao,- aquela
' Friedenstheorie ou
acm qu I pOsse - ,
se ntido estrim a quer nem n nao e, mesmo ' mona'Ida pa'z, A posse é um bem porque permIte " a continuIdade' patri-
a coisa p d da expressão' d ecessariamente reSIdualmente, um
Or nla que a lacuna do domínio 'interrompe, assegurando valores de
o é tamb o' e n-ao ser física e'' e co,ntacm físico Um po d er de facro nO
aganlzação
' que aI"
las se perd erram,
mente co 'em AI'em disso n- e eVld
h ente que n-com a COIsa, ' Até porque
' Se eu baseel' a mm 'h a exp IoraçãO ou
ntacta ' ao á ' ,ao o se d c mlllha empresa num prédio u.-bano ou rústico cuja propriedade em
ca
de dispon 'b'l' mos, A posse ' so posse de co'
I I Idad c' eXIste I
n o, o poder não
Isas co ' '
deno mom ento é d UVI'd osa, a nao - se proteger d es d e J3
" a mm ' h a sItuação
'
poderes e " e lactica ogo que a c ' m que emplfl - e possuidor, a minha exploração ou empreendimento ficará em ruínas,
a «entrad mpmc ' que so b re ela pod olsa ent ra na nossa órbita
c os, Heck te
resses», pa [actual d e uma co'm, poi s, razão qll emosd e xercer, querendo,
io . M", po'" O," ',p''''' om b,m qo' ,""lo. N, 'o, .'"
o ndsgena, aspira aO direito, tende a converter-se em direito, Daí que o
ade: não or OUt'
' ra vIa, a p Isa ,em an
cena órb' d o d e fime a posse corno n
rh enamento, nao_ somente a proteja,
' como a reco heça como um caml- '
ve/
d sem eu
esta lalmlllha
' r inten Ita' e sen h ono
poosse 1m pIca ' ou de inte-
n o para a autêntica dominialidade, reconstituindo , através dela, a
c'
[actica d quere-" porque asse o ob'jecto que dclonalid
' a d e ou voluntarie-
mÓ ",d,o'''" É" "06m'"' d' Coi' md,
, e um p , posse ' elxara
sua etimol ' otlS sedere ( e sempre ex m no meu auro - , ck Vislumbra no <<valor de conhecimento» (ErkenntntSWert) que a posse
Na Suaogla
c ' «senta r-se como dpressão d e uma au roridade
e" Estatisticamente, conclui-se que às posses correspondem em regra
que evite o runçã o d e estab I ono») ' con lorme
c
revela a direitos e que às mudanças de posse correspondem mudanças de domí-
du I colapso d e ecer um niO, A posse é assim um indício do direito, um valor de conhecimento
p o papel: c b a ordena - a ordena ã d " do direito, Donde não sÓ a presunção de direito que se liga à posse,
permite o tI" o re desde lo çao definitiva ç o omlmal provisória
_
çao, Dond anSlto para um d' go a, Iacuna, su,' ' a pos se d esempenha um mas também a admissão de que a posse, por certo lapso de tempo e com
e os d ' Irelto plJndo f; I cenas características, deve conduzir ao direito real que indi cia,
norma: o probl OIS probl novo, recol ' a a ta do direitO, e
,
camlllho p em d
a a tutel em as b' ,
aSICOS qu 1Stl tUI ' n d o aquela ordena- , . O",,, d";' p'" b "m". " lCO
, " p,;.
ara um a pos e susc nClrO, não o segundo, Na verdade, é o un que se nao pode recon-
Enquant , a autêntica d sessória e o !ta ao Direiro corno
o SItu _ om' , I' proble d d UZlr
' a outra área de questões, que Imp ' I 'Ica o re IevO da posse como
no ordo ord' açao de f Illla Idade ma a posse como
znatus acto q , fenómeno SI/i generis, A usucapião é, comO se sabe, urna forma de aqui-
dprotecção ,tem-E querido pel a Ie'ue permite d es d e I ' Sição originária de direitoS, designadamente do direito de propriedade;
e ser dessa tu I na em qual I, a posse t ogo cobnr a brecha
poderia, pois, tratar-se a propósito desta última, o que já não sucede
u'bl'Ica que d te a p ossessória quer U SIstema
' j' em 'd' de ter certa tutela oU
com a tutela possessória, que, não sendo a tutela da posse como faculdade

P o ca usa de esse m o d o se g ' m a teoria un ' ICO ' D'lScute-Se a razãO
conf]' arant ' mUlto COntida no direito, mas da posse como algo de autónomo , que não se
por co nseguin Itos, e a po e, As brech estendida, vê-a na paZ fudn a no d ireito real oU dele abstraI,, nao
- po d e obvlamente
' reconduzir-se
ra'zao
_ publicís te, ' m erece tUtel sse p e '
rmlte evit' I as na ord enação dominla ' I
ao estudo do jltS in re, Além dissO, se é absurdo falar-se da posse corno
da mentalment' tlca n-ao só porq a, M aIs ' realistl'a- os ' É,pOIS, ' um bem e,
fenómeno juridicamente relevante se nem sequer for obj ecto d e um
_, ou por q e Illd'IVI'd uais q ue p ouco coe came nte, Heck nega eSsa mínimo de tutela (ou, melhor, de efeitos jurídicos diferentes da usuca-
aI n d a porq ue, pa ssam os ' ue preSI'd em à rente com os interesses fun- pião), já se concebe que não conduza à aquisição do domínio, que esta
d e d omínioue Illtr'InsecamenIntel' públic regula mentação jurídico-civil
seja um efeito defectÍvel da , 'd
posse, por fim,I a usucapião requer qea
u
D aI' que vej'a' estará na preval 'te d,,SCUtIvel. ' A os nel a re Ievantes - , mas poss,e tenha certas caracterÍstlcas, que sep, e a gum modo , «digna» do
n o «valor de a raz-ao da tUt encla I d o direito paz p u'b l'Ica, num conflitO dIreito a que conduz, O que nela se homenageia, digamos, é menos a
orga nlzação»
' (O
e a da posse no ou Ina prevalência do factO?
,
rgan'lSatlOnswert) «va 01' d e continuidade»
' oU Coi mbra Etlilora o),

Coim bra Fd' que a posse realiza, t. a


Itora '!!

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264 Introdução lz Posse 265


Orlando de Carvalho

posse em si do que o direito que a mesma indicia, que a prefiguração " d R a O que e, ceI' tO é que o direiro canónico e o direiro , _
ClplOS e om, ' a progressiva ' pl «es 'rl'tualização» ou abstractlzaçao
do -direito a cujo título se possui, Donde a exigência, em qualquer SIS- comum praticaram um , ( b ngia não só cargos eclesiásticos
tema possessório, de uma posse em nome próprio, de uma intenção de d ctivo obJecro que a ra ,
da posse e o respe 'bl' e até meros estados pessoa is:
domínio - e uma intenção que não deixe dúvidas sobre a sua autentI- bI ' omo cargos pu ICOS d
e no i iárqulcos c d filh até há pouco fundamento a
de estado» e I o,
cidade, Ao invés, a tutela da posse tem em vista a valorização do simp,les recorde-se a «posse 'd d) descaracterizando gravemente o
facto desta, do interesse que em si mesma representa, sem ourta ulterIor ' ' -o de paterm a e , d 'd
acção de IIlvestlgaça d ' 'fi ção do direito romano, eVI a
' A obra e clentl lca I ' d
caracterização, Por isso é que acerca da tutela é que divergem os fenómeno possess ÓrIO, c ova e autêntica eltura os
-acurou razer uma n , d c h
sistemas possessórios que se defrontam nos ordenamentos de raiz conti- à Pandectística alema, pr ' r paralis no conceito e ",ae e e
d res unita co , I
nental europeia: o sistema subjectivo e o sistema objectivo, textos clássicos, retoman o a , 'Savigny deu, porém, partlcu ar
Ambos se baseiam na experiência jurídica de Roma, onde a posse regressando à pureza da possessto reI, 'anal sobre o momento factua l
, 'tual ou IIltenCl na
era concebida como o poder de facto exercido sobre uma co isa (que, ênfase ao momento esplfl defendendo que a posse roma
d , , sobre o corpus, sse exer-
para o 'Irelto romano, como sa b emos, era uma cOisa ' slmp
' I es e cor pórea, ou empírico, ao anlmus d c to sobre a coisa, mas e d '
- a res unita corporalis) em termos de propriedade ou pleno domíniO, "-
eXigia, nao apenas u m poder edrac " (<<Utl"domlllus»,
a n l m w oml-
Esta possessio ou possessio rei não era, pois, um mero exercício de poderes cício fosse em termOS de pleno
, de osse sistema su b'
omll1lO ' por força
'lectivo,
de facto, não era Uma simples detenção, implicando uma certa intenCiO- nandl) , Chamou-se a slstem: da
sta
nalidade e, justamente, a intenção de se haver a coisa para si, de a ter de tal elemento A Ih ing que entendia que a
como sua, O seu modelo era a pOsse do ladrão ou do usurpador (<<uCl geistigung des BeSltzes» ' ) opos-se er , , poder que tln 'h a, sem UVI a,,
dominus»), E, embora com o tempo se admitisse uma posse em termos Posse era o poder c a d f: cto sobre a COisa, '
uma intenclOna Iidade espeCl-
, ' nal mas sem r de um
de direitos reais limitados, de jura in re aliena (de usufruruári o, de de ser voluntário ou IIltenCIO , mos de domínio ou seque ' _
superficiário, de enfiteuta, de titular de um direito de servidão), e mesmo ' men te em ter , I/S e a ad mlssao
fica , sem ser necessarIa d" ção entre corpus e anzm título
de algum direito de crédito (de depositário de coisa litigiosa), esse ala;- jus in re, Donde uma nãf:0 Istln to a título de direito real como a nome
gamento - a que se chamou quasi possessio ou possessia juridica _ naO d der de acto tan d que se exerce em
como posse o po eguinte, tanto o Ih' (Fremdbe-
alterou a concepção inicial da possessio rei, visto que esses direitoS é que de direito d e cre lto,' d' e por cons
d e se exerce em no me a elo
se rdiI Icaram, e" que se equ ipararam a coisas, nos moldes a que p" a ludl- • , , (E b sitz) como o qu b' dvo
propno Igen e ' , tema sistema o 'lec ' I'd de dos dire itos
mos no direito das coisas em geral. Na Idade Média, se a posse germa- ' ) Ch se a este SIS genera I a ,
Sltz, amou- " r e v alente na d' -o civilístlca
nica (Gewere, saisine) era de início também incidível do domínio, breve o , subjectiVO e p se com a rra Iça ,
se ad " a re Ievancla
mltlu " da nuda possessio e, dado o carácter simbo' I'ICO do
empossa mento (vestitura), a tendência para a admissão de uma posse que
slstem.a ,- de Savigny encontrou-
modernos, pOIS a hçao d
fi fi I
rancesa, le aos u açOs e" um
a possessio reI tempera
ue além o po d der
r
da ela quasipossemo,
de racto
sobre a coisa,
lém de um
prescindia da disponibilidade empírica e era susceptÍvel de uma pluralI- ' ' passesstontS q , 'd pio - que, a
ou se)", de umJus , 'ai em senti o am 'Ies animus
d,ade de vestiturae, reduzindo_se a uma intenção de poder sem ' , -o domllll sto ao slmp
Implica uma II1tença, passidendi, conuapo d d' 'to de proprie-
' antmUS 'mos e Itel
fawco, Com o renaSCimento do direito tomano, os Glosadores corpus, imp IIca um O' ma ob)' ectivo
guem, n: possemo rei, O aspecto físico ou empírico (corpus) e a
d ' d
etznendi a mera
detcnçao,
d
_ mas tanto em tel
r
m jus in re fi te '
na slste
direito suíço
de domllllo (anzmus) e adm item ao lad d d a-o (posses sl dade como em termos AI eU ão de 1900, bem como ndo é quanto
, , ' o a mera etenç
corpore, passemo naturallS) , uma passe meramente intencional (possesst
'o
Corporizou-se no o c , digo em de diferença, con forme se Isse,
anzma, possessia civilis) , com consequências aberrantes em face dos pnn- e no direito brasileiro, A gran
Coimbra Editora ·
COimbra Editora k

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Introdução à Posse
Orlando de Carvalho
266 , I lma dos gnósticos, à aparência do facto. Mas não é essa
l1lve , como a a N- .
. . 'deia que emerge das fOPotes romanas. ao exISte
à tutela possessória, que, no sistema subjectivo, só existe na posse e não a sua Ideia correcta e a I I - b' ,
. . tiS sem corpus. Há uma re açao IUl1lVoca.
na mera detenção, ao passo que, no sistema objectivo, existe para quem corPus se m anzmus nem anzm d f 'ntende uma vontad e d e
quer que exerce poderes de facto intencionalmente, proprio nomine o u . ' exercício de poderes e acto que I . , . I
C ol'pUS e o . 'do I AnimltS é a intenção Jundlco-rea , a
alieno nomine. 5e A, possuidor em termos de propriedade, arrenda um d om111lO," d der Jun Ico-rea. ( h
e po . 1 d direito real que se exprime e oc
prédio a B, B, no sistema subjectivo, não exerce poderes a título de um . amo mu ar e um ' É
vonta d e d e agir C (d ) t actuação de facto. essa
direito real, mas de um direito de crédito; logo, n ão é possuidor, mas , . ível) em e cer a
sensu emerge ou e 111 er . 1251.0 De resto,
. " d ' cia que se acentua no arngo , .
mero detentor e, em princípio, não goza de tutela possessória. No SIS- 111ferencla ou correspon en d ção não deixa lugar a duvI-
ondo posse a eten , .
tema objectivo, tanto A como B são possuidores (A, possuidor em nome o artigo 1253.°, contra P . c I de possessio naturalis ou possemo
, - é legíumo la ar
próprio e, como está afastado da coisa, possuidor mediato - «mirrel- das. Por isso e que nao _ ' fictamente haverá uma posses-
etençao como so I
barer Besitzer» - ou possuidor indirecto, n a terminologia brasilelf a ; corpore acerca d a mera . d '
B, possuidor em nome alheio e possuidor imediato ou directo - «unm lr- sio civilis ou possessio ammo. . ' h ' h' cepcionalmente situações
Direito a OJe ex
telbarer Besitzer»). Ambos têm tutela possessória, mesmo contra o É certo que, no noSSO ' " É O caso do Iocata- '
d defesa possesso na.
eventual titular do direito (ou dominus) . A posse, no sistema objectivo, de mera detenção que gozam e . dor (arr. 11 25 .0, n.O 2), do
só se exclui no que possui m an ifestamente para outrem, como o m an- . 7 ° 2) do parceiro pensa 88 ° ° 2)
no (art. 103 .0, n . , o) do depositário (arr. II . , n. ,
darete ou o empregado doméstico, que se designa «serv idor da posse» comodat!rio (art. 1133.°, n. 2 e respectivamente, o loca-
c .d defesa mesmo con tra, - ., sim
(<<Besitzdiener») ou «detentor subordinado». Mas isso tem de resultar aos quais é com en a essa d e o depositante. Nao J" aS .
. " o como ante d '10
objectivamente da situação, pois, na dúvida, entende-se que h á posse. dor o parceiro propnetano, , I . 'dica' para o man atar ,
, . d que por utu o Jun . Já
No direito suíço nem esta distinção se faz . Todo o detentor é possuidor, para outrOS detentores a111 a d ócios, designadamente. .
ra o gestor e neg I âncla
excepto se a ligação com a co isa é meramente episód ica ou passageira; para o administra d ar, pa f Itativos c u por mera to er .
O direito português enquadra-se no sistema subjectivo, coma Ja não falando dos detentores por acu luir-se que o sistema de posse
- ode porem, conc . mas que
acontecia no Código C ivil de 1867. É o que resulta logo do artigo Daquelas excepções nao p ,_ d excepções objeCtlvas,
b' . o Sao ecertO,
do actual Código Civil: «Posse é o poder que se manifesta quando alg uem não é, entre nós, su Jecuv . , b'ectividade do sistema.
actua por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade confirmam, por isso mesmo, a su J sistema subjectivo é fruto de uma
ou de outro direito rea},>. Definição em que são sensíveis a nota do Criticamente, há que dizer que. o volu ntarístico-individualtsta, do
corpus «(quando alguém actua ... ») e a nota do animus «(por forma concepção individualista, e, dlepol s, vínculo formal de pertença das
sobreva onza o . _ d coisas Serve
respondente ao exercício do direito de propriedade o u de outrO direitO direito dos bens , que I ' efectiva utiltzaçao as .
I ) . E um anzmus
. . les. " lo desva onz a a . ndo na mesma
rea» quer dominandi, quer não. Enfim, um Slmp reservas de dom111 e . do capitaltsmo, esta ,
. d os 111teress es .. d' - na contlnua
animus possidendi, como o do sistema subjectivo, assimi lador da quaSI assim privilegia amente riedade-relvln Icaçao, .
possessio. Nem se diga que o que interessa é a mera actuação , ou o exer- lógica que já surpreendemos na prop dela da ptopriedade perfeita que
. I - de e para o mo . í' eSSOrltlm prm-
cício de poderes de facto, e que o sistema é, pois, objectivo. Realmente, circu lação-reClrcu açao I são do pnnc pIO tlCC ' _
d inial na exc u , . r preocupaçao
no texto do artigo 1251.°, o animus, como intenção ou elementO pSI- percorre o sistema om. ' b' ctivo traduz uma maIO .
que não ,avulta, numa como que pura cara cte:
, O sistema o Je e na l111ha con-
cIpale sequiwr, etC. b estando aparentement ,
nzaçao da actividade empmca. 50 que apenas pensará assim quem ten n c .
pela utilização eleCtlva
dos ens,
No roblema a usuca
d pião o sistema
,
do animus a ideia, errónea dos Glosadores e que ainda se detecra em - m absoluto. p
traposta. Mas nao e '
COImbra EdilOra )l
5avigny: animus como pura intentio, como puro logos avu lso, sobrepo-

Coimbra Edilora ll

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268
Orlando de Carvalho Introdução à Posse
269
objectivo também exige a poss
e em nome p' . (E' . .
em termos de um jus in re Al" _ ropno Igenbesttz), ou seja, Os detentores por acto /àcultativo, ou seja, os que se aproveitam da inér-
d' . Ias, nao se esq
Issemos no começo das g d c ueça o que a este propósito cIa do tltular do bem em causa - v. g., o que, do /àCto
d' . d ' ran es lormas d d -
Irelto as COIsas em geraI. e ar enaçao do domínio ' no de o dono de uma árvore contígua a um prédio rústico não proceder à
apanha dos frutos que caem nesse terreno, nos termos do artigo 1367.0
2. Noção de Posse do CódIgo Clvd, os apanha ele mesmo e deles se aptopria . Aos meros
detentores chama-se também possuidores precários ou possuidores em
Em direito POrtuguês ' a lhei.a (designação esta que só é precisa para os detentores por
. , posse e o e , . d
uma COIsa em termos de um d " xerClCIO e poderes de facto sobre titulo JurídICO, que usam de um direito conferido pelo dominus, mor-
Ponde nte a esse exercício) E Irelto I real (reet'IUS: d o d'ltelto .
real corres- mente os representantes ou mandatários dele) .
_ ' . . nVOve P
exercICIO de poderes de f: ' ortanto, um elemento empírico O possuidor, ou possuidor em nome próprio, pode agir por força
- e acto - e um I . do direito real de que é titular, caso em que a sua posse é uma projecção
m termos de um direito re I A . e emento pSIcológico-jurídico
ao segund' a . o pnme ' ou expressão de um jus in re existente. Tal posse não é então uma posse
o anzmus. Eleme Iro e que se chama corhUS e
relaça- b' , ntos, Como s d' . r autónoma, pois constitui uma /àculdade jurídica secundária do direito
O lunlvoca. e ISse, Interdependentes ou em
O poder de facto com " subjectivo. Chama-se a essa posse posse causal porque tem causa no
a coisa do .' . o Ja acentuámos ' direito. Mas o possuidor pode também agir sem direito real nenhum
'. que uma Imlssão d ' e menos um contacto com
d o sUjelt p esta na zon d d' (ou porql'e nunca intentou adquiri-lo , ou o intentou adquirir por acto
o. ostula-se uma cert b" a e Isponibilidade empírica
no tempo Ti d a esta llidad inválido ou inexistente), posto aja, mesmo assim, como se o tivesse. Tem
. . u o depende da arec _ e - mas não continuidade
praia, um terreno de COUt d taçao concreta do bem. Uma casa de então uma posse sem fundamento, sem causa, num direito dado, uma
ou tra Via a . _ a a, ImplIca .. posse autónoma a que se chama posse formal. É esta posse formal ou
, Illtençao de domí ' . uma utilização sazonal. por
tar-se e mu' nlO em sentid I . autó noma que constitui um fenómeno jurídico sui generis, fonte de
,. ItO menos por palavra O o amp o não tem de explicl-
propno mod d s. que' d Consequências de direito que não logram imputa,'-se senão a ela e só a
o e actuação ou d .. ImpOrta é que se infira o
ela. É o que se estuda aqu i, como é compreensível. Advirta-se, no
quanto aos termos em que se e utd lzação (lato semu). Na dúvida
POSSUI - sa b'd processa ao d' . entanto, que O titular de um jus in re pode igualmente invocar a sua
d omlnlO ,. I l oque é em termo d' Irei to em termos do qual se posse causa l como se fosse formal, abstraindo do direito com que se
p en d s e um d ' .
, o ou e uma deri _ IreltO real, em termos de titula. Nessa hipótese, subordina-se ao regime aqui exposto. É O que
que e em term d vaçao desse do ,.
a ló' d os e prOpriedade j'a' mllllO - , deve entender-se acontece, frequentemente, quando a sua posse é perturbada ou usurpada
« glca a cais ' que esta I d
' . a" e, por isso qual . envo ve no seu licere to a e ele quer beneficiar dos meios de defesa da posse, e não dos meios de
_ .
J a se VIU qu
, e, no nosso sistem
' q u e r tipo d ·
e manlfestaçáo empJrlca.
,.
çao, ISto e do e ,. a, a passe s d ' . defesa do direito, já que a prova deste é mais difícil do que a prova
sim I '. xerCICIO de poderes d f: e IStlllgue da mera deten- daquela.
p es anzmus d. ti d' e acto sem .
d' e nen I OU com d' anlmus possidendi: com A posse em sentido técnico, isto é, a posse formal ou autónoma,
e agir como b fi' " ' o IZ o art' 1 -
ene IClano do d·. . . Igo 253 .° sem «intença O não é evidentemente um direito, embora seja fonte de consequências
os que detêm .' . . lI elto" (jus i ' _
d 'd ' por titulo jurídico d ' n re). Detentores tantO saO jurídicas e até de direitos, se quisermos. É, sim, uma situação de facto
cdre l/.tO (art. 1253.°, a!. c), eSlgnadamente, a título de um direita juridicamente relevante, como ocorre a muitas outras no mundo jurídico
(I I ., fi . b) _ o os que «se ' , 'a
d este o to Iera V. g., o que passa aproveitam da toleran CI - mesmo sem cairmos no campo do ilícito ou da rel evância, negativa.
par Um pr ' d'
- , como, para us . e la alheio porque o dona Assim o casa mento putativo, a uniáo de facto, a ausência, etc. Sem
ai mos um n'
a ormula do Código de J 867,
Coimbra Editom k
Coimbra Edi lora<ll

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271
270
Orlando de Carval!!!!. Introdução à Posse • animus mtna ,
do ' ndi
- d . phcar um d em
dúvida que a tradição, sobretudo por obra dos Glosadores e ' 'nUS», OU seja, e 1m. ito de e, n ,
não tem de ser «UtI doml termoS de dlre aos direitoS reaiS
dores, tem divulgado uma terminologia que favorece a confusao , fa tO em , de gozO í '
nomenclatura: «jus possessionis», por exemplo. O grave, porém: e de ser um poder de Cd d os direitOS reaIS d' nibilidade emp rIca
todos os direitos real, 's es e lificarem uma ISpO. uspossidend:.'t,
quando se confundem as ideias a partir de um laxismo d a
' '- sao
e aquIsIçao, - aptOS ,a qu a integrarem um 'antm m termos de direitOS d
que é fruto, como se viu, de uma total desfiguração do fen6meno ' - ss6na - 6 se po de pOSSUIr e de dIreitoS "
como situação pos.,e reais e
posse, isto é, da sua desvinculação da disponibilidade empírica, que d 'do que s tia nem 'ea
Tem sido defen I . eais de garan " OU empínco _
- um aCI'dente mas a su bstância do seu relevo no Direito.
nao " Ao dizer.... se
o ' .. de direItOS r oder fáctlCO ( ) de fruIçaO
reaIS de gozo, nao 'orrectO se o p d de uso ou e der
que a posse e' um d"IreIto su b"JectIVO, con fiun d e-se a posse com o direIt O estana c m po er d er um po
aquisição. que sariamente uder tem, decerto, 'dees ossa
à posse, ou seja, a posse como fen6meno juridicamente aut6nomo com ' I'lca rosS,
r e neces
Posse Imp . Esse po. bre a COisa . que penor
a posse como racu r Idade de um dIreIto
' , real de CUJO" conteu d o Ia r ça parte,
do bem. Mas não e empínca :::a margem maior ou um
ou a posse com o direito , " a sua restltulçao
, '- ou a, sua nao - turba ção em , de facto, uma disponld a ter a título de ,u 'aI lato sensu), mas n,apossa
consequencla " , da tuteI a que'a mesma posse e, conrerlr 'da. M as convem .' ' deíd'co-real
e dom 1n1nsu, stricto, D a{que so
d Inferir-se uma (ou... c. o sobre
"
IStlngulr as" COisas, Não , so porque não tem sentido, r Iar-se d e dIreItO
Ia d ' "I'dade .' Jur _I 01Í (e) rr c. u1çao se
e dlspombll fi rem poderes de ract Ocorre
que é presunção de um direito (art. 1268.0) ou de direito que per: d . d utlhzaçao que con e . de gozo.
po er fáctlco e d J'ura in re direitos reaiS direito de
' adqUIrIr
mIte " ongInanamente
" , ' ( usucapIao:
OUtro d'lfeIto '- ar ts . 1287. POssuir-se em ter mos rree apenas co moSanda OU seja, , com o 'r o pacto
c segs.), como de um direito que s6 beneficia de tutela quando de a coisa, o que na"o oco d' eitOS reaiS , degar b rgo de nao .. se presumi
1 ue a coisa
fé (arts, 1269.° e segs.), ou quando pacífico e público (arts. 1267.0, n. , ' b' rtOS Ir 5 m em a 3) é c aro q ,
tam em com ce o
ençã , e 759 o n. , O nhoratíclo
1282.°, 1297.°, 1300. 0, n.O 1). E o pior é que a confusão termmo , 1o'gICa d' ' de ret
penhor e o lrelto 1 ° aI. b}, e
758 o e ., d redor pe
. ntor OU o c é entregue a
se reperCUte em perSistente " Inversão meto dI'
o ogIca
. e, em u'ltI'mo termO, d anticrético (arts. 67 d' 'empírica do reteuando no penho r 'o ou pelo
b d 'b IT1d a e754,0; mes mO qd credor pen,hora
em
d a sur as soluções. Poucos campos do jurídico, mesmo na ar • fica
( na disç onl " tíCI
' de ,posse
" d as COIsas,
' . , tão a bandonada a uma rotina . pardenta , tem 669 10 segs. e tante o A eXlstenCla
Ireltos
fi
Ja ac arts. '. e repres en sório»). fi ma ao esta-
'd d '
so fI o e um dIscurso tão acrítico e equívoco como o terreno a d posse. terceiro, este age corno rvidor po sses I é o que a 1el' con r ,relação à
seu «se 'dve, e ' d e usar, em
E fundamentalmente porque se não vê com os olhos com que se devem
f: menos, como s indls cu o direitO « , da que seja
s caso , ( 'o
I tem d osse, aln
ver os actos, porque se Insiste , em vê-lo com a perspectIva
' oedosi smm o s parece-nos, nesse enhorat c . das à defesa a P o r força dos
ecer
com que usamos ver os direitos não pondo de lado os preJulzo . , s e as bel
'
que o
enha a,
des r;;'
t1
( rt 67 ' ,
° aI. a}) - o que,
retentor.
se alegue
precompreensões próprios do raciocínio jurídico tradicional. Ora é uma COisa emp . dOlio» a· bém para o _ b'ectivas de que
d ' , I' 'eu
Outra IS CIp Ina metódica que aqui se busca segUIr cremose q com contra o próprIOo o 3, vale taIO mO nas excepçoes O! o retentor
1 d co
resu ta os quase dolorosamente inovadores para quem nao _ fOrCeja,
r . pouco arts, 758.° e 759: 'o tal o credor e erdadeira-
ou muito, pelos prestígios da originalidade na ciência, que o a lei dizer lss utro mO do ão são pOSSUidores v 'i
d
e e
falámos supra, qu 1 di' rei tO , queo eles n
argumentos ex ve rbis ou 1 en-a
ex SI

3. Direitos em termos dos quais se pode possuir não gozanam ' de ta d desses
carieda e I'" entre o artigo , 670 °
. , a, a), e2
mente, A mais ' da pre
en de lor
c. mu açao 1133 ° n,O 2 , e 1188 " ° nO.
.
O
tio observe-:se a difer ça2 1125.°, n. 2, destinadas à defesa da
Sendo a posse um poder de facto em termos .de um ce.no ,direit: dos' artigos 1037" o nO' '. de usar ... das acço
real, urge vermos quais os direitos das coisas (jura ln re) a cUJo titulo d're1tO , , '
Agora fala-se de « I Coimbra
pode Possuir. Pois, se, ao contrário da possessio rei, a posse moderna Já
Coimbra EditoraOt!

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273
272 ro
Orlando de Carvalho
0:. duÇiio ri Pone d róprio esrabeleci-
posse» e, nos últimos casos referidos, de «po d e usar... d os meios facul- econ ómico fora o p . . e [Orna
·urídico- . matenalS, o qu
VOs, ou seja, com relevo J . incluem valoles ,. sobre o com-
tados ao possuidor nos artigos 1276 .° e segs.» . À bon entendeur.;.. e l11ento , valores que quas e semple . 'cio de po d eres empIrlcos
Onde não há posse, evidentemente, é na hipoteca , nos prIvdeglOs . ,m iI o exelCI d
ainda l11enos inverosl o as obras e
nos direitos reaiS. d e aquIsição
. . - pe Io que nao
• se po d e pos suir em termoS uros com . .
..
d esses direitos. N a conslgnaçao
. I .
• d e ren d·Imentos e" posslveI estipular que plexo. bens incorpóreas p s desenhos industrl:!S
Aliás mesmo para os d los de utilIdade, o . de que não sao
os bens passem para o credor (art. 661.°, n .° 1, aI. b mas, co mo ba .el na
engenho, 'as invençoes,• os mo ércio,
e a comum doutn ' 0 grossei ra e po
d der
aí determina que o credor fica então «equiparado ao IacatarIa», ; . é Ó VI0 d . ..
e os sinais distintivos do com nosso ver, n uma noça cepção erró nea do
que a posse se exclui. Por isso na remissão do artigo 665 .0 não se alu e a
sUsceptíveis d e posse I·cpous , a odcr fíSiCO, . numa •conambém num a
ao artigo 670.°, pelo que, se o credor quiser valer-se da defesa da sua empírico, que se eqUl' . para a. . s do era ICD, se nao
p ' fi fc. t defectÍveI d a posse. •
detenção, tem de recorrer ao artigo 1037.0, n.O 2. mo obJcc[O s um e elto . der nao
que são esses bens co .• que é apena fi' ico: é, Sim, po ' I
fusão entre posse e uSU caplao, der IS , paSSive
4 . Objectos passíveis de posse essariamente po 'do o possível e so •
Pode r empírico nao • e' nee I 1ente forma I-J·UrI pICde, tratar-se d e acruaçoeso
. • Imp esn ma o . . _ com
Jurídico, isto é, nao s ladora da no r ., . de um dIrel[O '0
Passíveis de posse são rodos os bens passíveis de domínio, OU seja, u CIO
mediante a intervença • o reg d ercl
nceúdo o ex d ransformaçao e ,t> ÔS • de "es ta
.
e generIcamente, to d as as ·
COlsas. Na possessio rei, como sa bemos, SÓ o
que, em regra, entrein na co om OS po d eres 'e f'sico t nunca nln . guem Pisa
. , . Ies - as res unitae corpora l es _, mas
, a ' . ntece c e ate
eram as cOisas corporeas e slmp ordinarIamente aco , , .
. emplneo, .b· l·dade r,Knca dessa
1 , , .
d CD
. o,
sensibilidade dominial evoluiu, e hoje, salvo nos direitos alemão e SUIÇO, . araecel d· onl I I E [O avia,
de uma coisa, cUJo c . pliquem ISP relevances . '. o rcas
d q UC!ln . mentC. I ASSim, .
o conceito de coisa estende-se às co isas incorpóreas e complexas (mar. em causa. Des c possessa na a bnr as P .os
mente às coisas compostas funcionais, e m que se inclui o estabelecimentO Co nStituelTI . c açóes da ter d e matena. a e mpresa, lançar . pi _
mercantil). . • ode na ' oal de um
objecto em questao Pd s gerir o pess arketing, fiXai. h o.rárIos,[Oetc., ou
É certo que, a partir d a constrição do artigo 1302.°, já se quis que de um armazém de ven a 'produ [Os, fazer mb.c um esca beleClmcn . vel
0U
os bens incorpóreas puros e o próprio estabelecimento fossem insusccP- pectos sobre os serVI·Ç05 der emp! ','cosa 1
l l l. é algo que (m ecCC1ll1 d lima
cíveis de posse e, recentemente, Um la mentável parecer da procurado- são manifesta çoes• d e po concudo, e d per s ,
o usa de uma I fi rma, e lora-'
ria Geral da República navegou nesse pântano. Sem razão alguma. empresa m ercantl·1, qUC, to OCO(1·e com . nto. O u eom a exp . .
O estabelecimento mercantil, independentemente da Sua determinação O Icro tan beleClme bra de autOI,
tangi esse potesc». 1 insígnia de esca atente, de uma o in solidum
precisa, que é o seu grande problema, é visto universalmente coma marca, d e um nome e d· ·os de uma. p h do "duorum d .d
objecto de posse, de tal SO rte essa intuição do COmércio se impôs ao n{vel ção e a percepçao• d o s ré It's obras d e cngen amo o, já ex pI·IC ámos . ( eV. I do a-
etc. O argumento. q u a lltO ae non por c sÓ prova de !TI a iS pO IS ,..
jurídico. Outra questão é a de saber se a constituição de garantia sobre
ele deve, nos habitu ais termos do penhor de coisas, implicar o d esapos- dominium vel possess io em geral, não de uma erró nea co nfusao
. . d a s CO isas
mente no direito ·d ) como,. arranca científica e a o bra co mo I
sarnento do devedor. Entende-se que. não, visto que, para o pequeno e
. é
"dominium» nll1gu In dU V I a ,
de fruição es t-étIca ou -o
Direi[O é sÓ esta, e na ,'lque a,
médio comércio, que são os que mai S precisam dessa garantia rcal, o
entre a obra como fonte. Coisa para o '.ca _ claro que é sus-
estabelecimento é o instrumento de trabalho do comerciante e, por issO, . - óm lca. . • eco noml
fonte de frul çao econ de frulçao 'd di omnes a ,.lOS. N essa,
privá- lo da posse, era dos meios d e solver os seus d é bitOS. c csca - a obra co mo r.onte . . exc li en
dc u m JlIS
Acrescente-se que o estabeleCimento, co nstituIndo Um bem incorpó reo, ccprfvel d e um poder exclUSIVO, .,
coimbra r;dltorll
é um bem que assenta num lastro, maior ou menor, de valores ostensi-
Coi mbra Editora "

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274 Introdução à Posse 275


Orlando de Carvalho
. . a acidade neaocial, e fa le apenas de «uso
medida, será tão capaz de posse como de domínio. Diverso problema de exercício de dIreItos, ou a c P . da ;:enos exigente do que a que
é o de saber se essa posse deverá poder conduzir à usucapião. O , I à pnmelra vIsta aln d
da razão .. . Formu a _ ( 263 o. «capacidade de enten er e
não parece defensável, tratando-se de ob ras de engenho e de " d procuraçao art. . ., f: '1' .
utiliza em matena e " d . putabilidade de acto lICIto
contra o autor delas, pois o que a lei premeia com O reconhecimento o d em matena e 1m .
queren,) e, so bretu o, 488 o 1) parecendo que se desp reza aq uI
exclusivo é justamente a autoria . Contra os seus sucesso res, pelo menos (<<entender ou querec.... art ' .. " _ comportara" so o e Ieme n to
1" (015 a «razao») ,
inter vivos, já a solução é duvidosa. Quanto aos sinais distintivos de qualquer elemento vO ItIVO . P o caso. «Uso da razão .. não e
comércio, há que ter em Conta, além da ligação com a personalidade (se ão é eVIdentemente não só
cognitivo). O que n ndendo, na linguagem co mum e _ '
incluem uma patronímico), a qual pode obstar à usucapião, a depen- o mesmo que «razão .. , compree erer e de agir. As fórmula s sao , por
dência da sua aquisição da aquisição do estabelecimento, o que também um minI , . mo de capaCIdade
. I de qu s diferenças a que em cada no rma se
pode impedir esse efeito. . d 'eIs
conseguinte, f unglv , sa vas a I
Para as coisas em sentido amplo (diteitos coisificados) , nada Impe e, submete essa «capacl a. d de natura ... expresso na I' . '1 n o n .o 2 do,
el CIVI
igualmente, que sejam susceptíveis de posse em termos dos direitos que De aco rdo com um topos comum 'n ão têm uso da razão os men,ores
sobre elas podem incidi r, isto é, de usufruto e de penhor (já que a hIpo- 488 o resume-se que I em pnnclplO,
teferido artigo . ,p alia psíquica, pe o que, re'm
teca não supõe poder de facto) . Desde que se proceda factica menre .
de 7 anos e os Inter d'ItoS por anom
. . Imente posse. Trata-se 'po d,
como titular do direito (designadamente, quanto ao penhor de créditOS, - d rão adqulflr pessoa ° 2) não deven o
só eles é que nao po e, I . ris tanttlm (art. 350. '. ' I s lúcidos
cobrando os respectivos juros) e tenha o animus correspondente, não - elldlve ou JU m Inrerva o
de uma presunçao I'as psíquicas que consente 'dade de enten-
vê porque não se teconheça uma situação possessória. E, em matéria e esquecer-se que ha' anoma I. ciente d e ceHa capaC!
não pnvam o pa
usufruto, até para se adquirir o direito por u sucapião. e que algumas d e Ias . ção
der e de querer. _ para as COIsas . susceptívels de ocupapor-
d'dos)
5, Capacidade para adquirir a posse da razao d u per I ,
A lei dispensa o uso . sem dono, abandona os o 'd'lca (Realakt),
. m ó veIs ção }u'"
(arts . 1318.° e segs. . . I apreensão como opera torna o acto
S d . 1266.°, «podem adquirir posse rodos que te' m , uso I a slmp es . ( enas a que
egun o o artIgo . que, quanto a e as, de do sujeitO ap o o animlls),
da razão, e ainda os que o não têm, relativamente às coisas suscepnvels d · - da vonta 'fi carga com
com fru ste me Jaçao d ra de uma especl lca c' a de aquisição
de Ocupação ... - a porta o . é uma [orm
voluntário, mas nao isitos uI tenores, .. írica, sem uma
E I d - certOS requ 'eensao emp
. .
nvo ven o a posse, como VImOS, ..
no SIstema subJecnvo, o anim tl5
I verifi cados ou nao . bsurdo que a apl _ nduzisse à posse .
'd d' . . . rea,
POSSI en I, ou sep , a vontade de agir Corno titular de um dIreIto .'
. d d Ora sen a a d" e nao co ti
da propne a e. duzisse ao Irelto , bé na sucessão mar s
sem essa VOnta d e nao - há posse e, portanto , esta não se vem a a dqu ltlr. . I'fi d a co n
Intenção qua I Ica, da razão sera
' tam m,
. 2050.0, pa ra «
o
Tod avia, da natureza fáctica da posse res ulta que para a adq uirir pes' , 'a do uso . no artigo A .
I Excepção a regI . ão prescnta dispense. SSlln
soa m ente nao - ,e necessa, no
. Um especial amadurecimento d a von tade, ue a aceItaç, c ivamen te se
causa, o caso em q da herança .. , erect .
bastando que o sujeito tenha a capacidade natural de entender e de domínio e posse dos bens .0 , 3. ' . dio de ounem é f errel-
fi
querer su IClente
· para exercer os poderes de facto sobre a coisa, com. o" na hipótese do artIgo
90
da posse por JIltelmé bilidade de exerCICIO da
fosse titular de Um jus in re (ainda que em termos mais prático_jurídICos C laro que a aq uISlça ência da adm lSS I )) Será mesmo o
d " . 'doICOS, cam uma m e ra «representação globa I pra' rica» , consequ 1253.°, c . . d
o que tecJl1co-}un tamente paSSIvei, como 1252 .0, 1. e . . -o dos meno les c
d I .
ou « e e lgos» , como d ma
' . o Prof Manuel de Andrade: como se fos se passe em n o m e a IIleIO
. (arts.
:. incapacida d e d e aq ulslça
d I d se SUpJlI a
. lasse
« a no», ou a COIsa c «S ua» , etc.). Daí que a le i não exija a capaCl'dad c modo norma e Fd"lOr".
Co1tubra . L

Coimbr;1 Edilora II.

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Introduçáo à Posse 277


276 Orlando de Carvalho

a) Posse titlllada ou não titlllada


7 anos e dos inrerditos por anomalia psíquica (aquisição por representante
legal), bem como das pessoas jurídicas stricto , 1259 o 1 «diz-se titulada a posse Fundada em
titucional), Mas admite-se igualmente a aqulSlçao atraves de repres Segundo o arugo 'd'.' " d endenremenre quer do direito
d I "mo de a qumr In ep
tante volunrário e até de um gestor de negócios nomine alieno, qualquer mo O egltl 'd d b cial do negócio jurídico .. ,
, da vali a e su stan ,'
A capacidade para a posse é menos ampla do que a capacI'd a d e p ara do transmltenre, quer , , d aclaração, «Modo legitimo
" uívoca eXlgIn o d
adquiri r por usucapião, como há-de ver-se, É que a usucapião é um A fórmula d a Iel e eq _', posse se adquire por mo o
') A posse nao, pOIS ou a d "d
efeito jurídico, que a lei pode regular como entende, ao passo que a posse de adquirin> o que, , I nte ou toda a posse a qUIfl a
-o é posse re eva , d
,
é uma Situação de c
ractod ' pressupostos empmcos
e cUJos , ' a Iel' não pode legalmente irrelevante, e n a , fenómeno produtor e
é a única posse como , I
prescindir sem ficção, por modo relevante, que , ' I d não haveria posse sem tItu o,
consequênCIas , Jun"d'lcaS, sena tItU Ia a, emodo legítimo ' d e ad qUI'rir .. o
6, Caracteres da posse Logo, o que se quer d'Ize r é «qua quer der de facto, o d"Irelto a que o
direito em termoS d o qu ai se exerced o poum sistema d e tItU ' Io como O

Situação de facto juridicamente relevante, a posse tem maior oU animus se ordena, O que 'contu _ o, ndo em senti'd o teCIllC ' 'o (modus , _
,
português, 50 po e SI d 'gnificar, nao mo ,
di) uma Justa causa de atribUlçao ,
menor relevo jurídico conforme as características que assume e que, da J '

adquirendi}, mas tItU o I' , I ltitulus aaqmren,


d
,
ra em pnnclplO , a
, ' d quele efeito
,
perspectiva da lei, merecem um diverso tratamento, Têm elas que ver
' t 'n re pro uto,
com o nexo da posse com o direito em termos do qual se possui, com ou consti tuição d o )IIS , como se ,Infere d o res to do artigo, c
,' no entanto, d to se o lasse,
a consciência com que é adquirida, bem como com a pacificidade e a jurídico-real. «LegitimO.. , , noS procedente - e , I d que
cognoscibi lidade com que se adquire e exerce, Diz o artigo 1258 ,0: não quer dizer va I o e ' I'd mUito me
I - a posse autonoma
' o u rorma e
d _ funda
<<A posse pode se r titulada ou não titulada, de boa ou de má fé, pacífica h averia direito e posse c, ausa , nao d ma o nao
' existente ( e outro " aquele
ou violenta, pública ou oculta .. , Nos artigos 1259 ,0 e segs" a lei define está a tratar a leI.
'Q uer
dizer, Sim,
I bsrracto de aUl ulr
'b ' ou constituir
I é con-
essas características, mas de maneira frequentemente elíptica e alguma tíve em a d ' sas em gera,
co isa nenhuma) e susce P , no direito as COI ' I (bsrracta-
vez Incorrecta. d' , I' , orna VimOS Q Iquer tltU o a
IreltO (o que, a las, c , I ) Em suma:« ua , os se visa
Há duas observações preliminares a fazer. A identificação ou ava- d' , do tltu o ' I em cuJos term
lção da existênCia , ,_ do direito rea " fi que a posse
liação básica desses caracteres faz-se no momento da aquisição da posse qUISlçao , - slgnl Ica
Illente) idóneo para a a f dada .. da lei nao 'b' ão do direito
- o que, se implícito no artigo 1259,0 e explícito nos artigos 1260,0 d ' o « un de aUl UIÇ
Possuin" Sen o aSSim, í lo que é causa , a posse pro-
e 1261.°, parece contradizer-se no artigo 1262,0 Mas só parece, coma desse t tu, d se Em SI,
proceda geneticamente , _ quisição a pos " 'ginariamente
veremos na devida altura, Urge, porém, uma segu nda observação: se o 'b lçao ou a c u cna on
Illas não causa de atrl u , a trans1ere o 7) Mesmo a
ser a posse ou não titulada, e ser ou não de boa fé, são características , n'diCa que 'nh-a n,O ,
cede de outro facto Ju : ' -o da posse: v" t _ aSCe do tÍtulo
permanentes, ou seja, insensíveis a qualquer mutação ulterior _ fixam-se ( q Ulslça d' 'to nao n,
problema das formas d e a ndária do Irei , , ta integrante
em definitivo no momento da aquisição (salvo um ou outro relevo de Idade secu ando e no
passe causal, embora f:acu " r e , salvo qu ' no penhor
alterações sobrevindas, quanto à boa fé) _, o ser ou não pacífica e , , ' vo do Jus m , ' e m esentO,
cOnstitutivo ou atnbutl - o de moveiS 5 I'dade; só que
pública são características não permanentes , Além disso, as duas pn- d, na doaça _ , onsensua I ,
. ,. - , • .. 3- a aqUisição deste (coma ta excepÇoes a c " do direito, e Sim
melras caractenstlcas sao caractenstlcas absolutas _ valem em relaça o an
e nos títulos ao portador, enqu do título aquisltlVdo SSC) , O «fun-
quaisquer interessados - , ao passo que as segundas são características , e nasce , ' -o a po
ainda aqui não é a posse qu põe a aquISlça
relativas, valendo, em princípio, só em confronto do anterior possuidor, o títul ' " do direito que su
o aquisitivo , ,
Coimbra Editora 1l. Coil11brll EdllO ril

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278 279
Introdução à Posse
dada» d i . . . Orlal/do de Canlfl/ho
.. a el significa apenas - conheci da do declaratário: desde que se trate de reserva mental absol t
legltlmante d . que a posse tem 'd . O d . . ua
id ' ) d a sua aqUisição um t·t I d atras e SI, como causa u ,e reserva mental relanva em que o negócio oculto não seja um
oneoO o dire·lto, e, por isso,, se I diz II. ttsI a ql llren d 1 (a b stractamente negocIO absrractamente rranslativo ou constitutivo de direitos reais.
resto do artigo 1259 ° 1. . tltu ada ou Com título. O conhecimento efectivo (que é o que se exige na lei) da não seriedade
d.a transmlten ., . «lI1depend
te, quer da validad b entemente quer do direito da declaração faz com que o declaratário accipiens não tenha animus
cisa .também d e uma elucidação. e su stancial d O negocIo ' . jurídico» pre- Ao invés, se na simulação ou reserva mental relativa o negó-
restrIto,
É d em o utro 'e demasiado ampl
' pOIS se em cei.to aspecto é demasiado ' dissimulado ou oculto é abstractamente um titulw adquirendi de um
. . emaslado restrito o. JUS in re, aquele animus existe, e havendo atribuição de poderes de facto,
pnmelra parte é só ' porque sugere u e · .. haverá posse (independentemente de haver ou não direito e, por isso, de
legítim d . negocIo jurídic q o tztulus adqmrendl da
o e adqUirir ' o, quando o n - , Q d o n egócio oculto ser ou não válido; claro que, se só for substancialmente
n egócio ).u .'d. » e qualquer titz I d . ao e. « ualquer mo o
II ICO ou nã O I tIS a qUlrend· d d·· . inválido, haverá posse e posse titulada).
operações J. 'do o. s J·ura in . d 1 o IreltO, sep o
un lcas - le po e f. . Se, portanto, não pode dizer-se que todos os vícios substanciais do
ou resultarem d i . a ocupação, como·'. m ter ante em simples
a el (co d J3 Vimos a a - .- negócio-título não relevam para o tÍtulo da posse, menoS se poderá dizer
possui o di . d mo, e entre os d·· ' cessao, a cnaçao-'
reIto e r lreaos que todos os vícios não formais são desse ponto de vista indiferentes.
genericame . etenção, além do em termos dos quais se
l

nte, os di . s que pod Há casos p atológicos do negócio jurídico que nada têm a ver com a
o COntrato r I rei tos reais de goz) O em u sucap ir-se, como,
forma e que retiram o título da posse, posto não excluam esta última.
ünico Qu ea quoad 0Jectum ,n:;
ser' o . negOCIO ' · Jurídico,
· maxirnf
. anto a el , a o caso m . . É o que se passa com todas aS causas de inexistência do negócio
lei: a independ ' . e, contudo, é que I ais corrente, mas não o
encla do t' I va em as ob d Jurídico, desde a coação fís ica ou vis absoluta ao contrato sob nome de
e da invalidad b nu o da posse e f: servações segui ntes tea Outrem, às declarações jocosas ou não sérias, aO dissensO (Otal ou patente
e su St . I mace d d· .
vações há d. anCla do negó . o Irelto do transmiten
que Izer tod . CIO em que - S e, em geral, a todos oS casos de falta de vontade de acção, de falta de
ou dam causa ' aVia, que a ma· d stao. obre estas obser- Vontade ou consciência da declaração ou de fa lta completa de vontade
. m ser ta b '
negócio J. uríd . (
' IS e a fa l · d d· .
m em uma ra- - d . ta e Irelto do tra ens
d
ICO mas d zao e 111 I"d d d de efeitos ou vontade negocial (arts. 245.° e 246.° do Cód. Civil). 5:
tes razões d . . quo abundat va I a e su bstancial o bem que o aparente accipiens tenha poderes de facto sobre a ate
n
. lada H e' II1valldad e su b stancial non
titu _ nocet
. . . . ) , nem todas as resta - Vontade de se apropriar dela (o que sucede, em regra, na fIslca,
.
por consegu. a causas sub Stanclais . de· sao I.Indif.erentes para a posse ser se ele é o coactor, nO contrato sob nome de outrem, se ele e que se faz
o queInte, nem se quer se pode' II1va Idade que excl uem a posse e,
passar por outra pessoa por erro oU por fraude , e nas _declarações nao
É aCOntece co por o prob l d
acord o simulatór. m a simu laçã b ema o título . sérias se, sendo o declararáriO, não se apercebe da nao senedade da
. us
acclpiem não t 10entred
h ec Iarante e de Io a ,. saiu ta, que, supondo um declaração), m esmo, pois, havendo corp/lS e anim e, por consegu}nre,
I . en a qual c aratano f:
lap sido enrregu EI quer animus p ·d : az com que o pretenso posse, esta n ão é titulada porque, não eXlstllldo um negócIO Jundlco
e. - e n- OSSl end . d h
com a coisa é ao quer adqu· . I, aln a que a coisa I e abstractamente idóneo para se adq uirir o direito, falta o requisito do
. ' em termo d IrIr nenh d··
Si mulação relat. s e mera det _ um Ifelto real e, se fica
I Iva sempre ençao O artigo .1259.°,
d 1. s casos porém os vícios não formaiS. do negocIo
' . ou
rea quoad ef+"ect . que o negócio d . . mesmo ocorre com a
jJ' um, ainda Isslmul d . T tran
titulus
o este ' J
adquirendi não afectam o título da posse. Assim, :Iém da fa lta
parceria, com d ) que atributO a o não é um negÓCIO
o ato ou d IVO do g d de direito ou de legitimidade do tradens, todas as causas nao formaiS de
mandato, co ntrat d e poderes de c azo a coisa (locaçãO,
E_ I·d enti ca m ent o e. trab a Ih o, contrato laCto d a rbe a co isa (depósitO,
s invalidade não referidas: sejam causas de nulidade, como a VIOlação da
e, pai forç a d o artigo 244e °presta çao - d e serViçoS,
. etC..)
Coimbra Editora'"
. , 2, Com a reserva mental
COimbra Editora'),

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281
280 Orlando de COI'valho Introdução à Posse

não presumidamente) de má fé,


rovave Imente ( d d '
lei, da ordem pública o u dos bons costumes, certas Inca , paCI'd a d es de normalmente ocu Ita e P d ' a que não se proce en o as
, 1324 ° etermm ,
gozo e quase rodas as indisponibilidades relativas, sejam causas deanu- Para os tesouros, o artIgo, b ' Ih om a sanção do n,O 3, No fund_o,
lab ilidade, como o erro, o dolo, a coacção moral, a incapacidade aCIden- , " ' d
dIlIgenCias o n, , ° 2 havera es u o, c _ em sentI'd o proprIO ' ' e que nao
taI, as in capacidades de exe rcício e as ilegitimidades conjugais , , tudo depende de haver ou não da coisa, mas só naquela que
consiste em qua quer I captura ou apreen, não se houve nem po' d e haver-se
Os vícios de fo rma (não observância de formalidades ad substanttam:
pelos seus termos nao - revela que a coIsa 'd _ res nulbus , _, ou por se " ter
é que determinam, sem dúvida, a fa lta de títu lo da posse , como se ve
do artigo 1259 ,°, I , a contrario, Há que lembrar o que, no direito ( r nunca o ter tI o aso de anImaIs
como sem dono po , D esvio a isso é apenas o c h ' de
co isas em geral, se disse sob re as excepções à consensual idade em mate- b d
a an ona o - d res derebcta) , o) Em mat lia é" de acessão, a regra a- _
ria de negócios jurídicos, designadamente pa ra as coisas im óveis, , , ' (art 1321. ' I seus termos nao
foragidos e pengosoS " _o relevante quando pe os , de toda
Em concl usão: para haver posse titulada são precisos dois req uIsItoS, 5 , havera acessa , O que e o caso
ser a mesma , o , -o de coisa alheIa, a aces-
'd aproprIaça I - bem como, n
Um, posi ti vo, e que é a legitimação da posse através d a existê ncia de um pode ser ti a co mo h' óteses de avU sao, b fi' Só
titulus adquirendi do direito em termos do q ual se possui, OutrO, nega- a acessão natura,I me
smo nas Ip
de união ou con us
fi ão de oa e, b' ecto
' dos os casoS , de que o o J
tivo, e que é, se ndo esse título um negócio jurídi co, a não existência de são industrIaI , em to ' plicar o conheCimento I dono dele
'f,' 'to esta 1m " da pe o
vícios formais nesse mesmo negócio , C laro que se não há posse, co mO os casos de ma e, VIS - o não fO I autorIza I por
Ih ' a inco rporaça ões e exc uem,
no caso de simulação ou reserva mental nos moldes descriros, o problema enriquecido é a elO e ' m verdadeiras usurpaç _ cumprem
nem se põe, E se o negócio-título é inexistente, a posse , ainda que exista,
° 4) 'que cons[l(ue uanto nao se ,
(a rt. 1340" ,e C laro que, se e enq, , I a posse sera
não é titulada por falta do requisiro positivo , conseguinte, o [l(U ' lo da posse, .- - não a Ir h ' d' elto lea e , dade e
os requisitos da legltIm ''- .a apropIlaçao,
'd temente que ha' d'IreI'to de proprIe
O artigo 1259 ,°, I , não trata dos requisitos que a lei esta belece para , -o eVI en
o titulus adquirendi não negocial. Se este é a lei, pura e simplesmente, autónoma , Na CrIaça , 2 -o se presume,
co mo no direito de retenção, desde que a lei o dete rmine haverá dIreItO a posse é causal. diz na artigo 1 259 °
" . ' "na Exclu i-se
COlTIO se I ue a II1voca»). _
e a posse e,, em pnnCIplo," ' caI usa, Se é um a operação jun'd Ica,
' tudo O títUlo da posse, , ,ovada por aque e q , na imaginaçao
' ' nCla seI pr , e só eXIste ' d
depende do regime que a lei o rganiza, Na ocupação de res nu//ius, se deven do a sua eXIste 'vo ou sep , o qu m prin cípIO, a
' lo putatl , 'do r goza, e I
ass im o chamad o tltU
,0,:,
bem que haja de atender-se aos regimes especiais da caça e da pesca, o emo s o pOSSUI )' não equiva e a
, co mo ver , 268,0, 1 , ISSO
ap resa mento, nos artigos 1320,°, I , primeira parte, 1321.0 e 132 2 do pOSSUIdor, E se"d d do direito (art. 1 ,
' I l'l a e , os
co nfe re também a propriedade e posse causal. No caso do artigo 1320, , presunção da tltu a d sse, _ ' lada releva para van
2 - h a' verd a d eIra
' Ocu pação , m as sim esbulho, e pOI, isSO presu nção d o título a pOe titulada e posse nao artigos 1254,0',2,
' parece que nao ,
- , ' I d d
a posse nao e tltU a a, Sen o presumida de má fé, J á nos casos os a _ d rU- A distinção entre poss d s presunções lega IS ° 3' 3 o_para efeIto
efeiros: 1,° - par a efeIto,feito a do artlg , 0 1270" o 1299,0 " e 1300°2) " '
gos 1320 ,°, I , in fine, e 1322,°, antes do decurso dos dois dias, naO
e 1260,°, 2 e 3 ; 2 , o_pal a e 1294,0, 1 , ,296 ° 1298 , ,
haverá direito mas posse formal, titulada e presumida de boa fé, Para
, dos prazos de usucap ião (artS,
as cOIsas per d'd
I as, va Ie o artI' go 1323 ,°: se se souber qu em é o dono Oll
a própria co isa o identifi car, a apree nsão é verdadeira usurpação, e por
de mdfé d'
isso a posse fo rmal não tem títu lo e presume-se de m á fé, Se não. se b) Posse de boa e ' que "a posse Iz-se
so uber e se anun ciar o achado, nos termos do n,O 1, in fine, haverá d ireItO
°
o seu n, , "I escreve lesava o d"ueito
, 1260,°, q ue, n o adquIfl-la, que
d - (°4) Rege o artIgo 'd 'ianorava, a
e retençao n, , m as, passa d o um ano sem se reclamar a COIsa,
' d'rel
I tO OSS U! 0 1 l:)
d de boa fé quando o p ' Ed;"'"
' d d
e propne a e; se nao se anunCIar o ac 1ado, haverá posse tItula a, PostO
- ' I ' d COI mbrA

COllllbra Editora).

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283
282 Orlando de Carvalho Introdução à Posse

resultado da interrupção do prazo de usucapião


.
de outrem». Trata-se, por co nseguInte, d e um concelro
. puramen te PSI- gos (art. 1272.°), e em d C 'dl'go Civil (e do art. 481.°, a),
.
nos termos dos arugos 323 .° e segs. o o
co lógico e, logo, puramente fáctico de boa fé, residindo esta na pura
igno rância , ou ignorân cia efectiva, de que se lesam direitos alheIOS. do Cód. Proc. C ivil). d ' fé a mais do interesse para
e de boa e e ma , c 'd
5emelhantemente ao que ocorre nos artigos 243.0, 2, e 1340.°, 4, do A distinção entre poss d f e encargos já reten o,
. (E. do caso os rutoS .
Código Civi l, e diferentemente do que ocorre nos artigos 291.°, 3, a tutela possessóna ora. . d ela erda ou deterioração da cOIsa
e 1648 .°, 1. Nenhum padrão ético-jurídico se tem de tomar em linha lembrem-se o da responsablbda P IPptuárias _ art. 1275 .°), releva
o das benfel tonas vO u
de conta, o que está de acordo com o carácter de situação de facto da - art. 1269.° - e ( 1294 o e segs.).
'- arts .
para efeitos de usucaplao .
posse. D esta noção de boa fé resulta, como seu reverso, a noçao - de
má fé .
c) Posse pacífica e violenta .. d
Tal concepção puramente psicológico-empírica faz, porém, co m que
a prova da boa ou má fé seja extremamente difícil, pelo que a lei recorre 1 osse pacI'fiIca é a que foi adqulfl a
Segundo o artigo 1261.°, , 2 que se considera violenta a
a presunções: no artigo 126 0.°, 2, determina-se que «a posse titulada · acres centando 'd o n. _ f"ISlca, ou de coacçao
presume-se de boa fé, e a não titulada de má fé» . Compreende-se este sem violênCia», de coacçao
«quando para obte- a, • I o pOSSUI or usou
recurso porque, se a existência de título não é suficiente, de per si, para , d ' 0255.° 1. . I d remete-se
fundamentar a boa fé, constitui , no entanto , um sério indício de que se moral nos termos o arug 'oacção moral o legls a or ber
Como se o serva, b quan to a c d
C 'do o C ivil, fican o-s e assIm a sa , .,
julgou adquirir o direito e, por conseguinte , de que a posse se julgoU den te do o Ig a do exerCIC IO
. . sem prejUlZO
ad qUltlr . , para outrem. Afl ora aqui a já assinalada I'd ela' da para a norma correspon _ constitui coacção a ame.a ç Claro que
. 255 ° 3 que (<I1ao eneIa l».
posse co mo «valor de conhecimento», que a jUstifica como caminho para pelo artIgo ." . mples temor rever . C' I se diz
uma autêntica dominialidade. normal de um direito nem o Teoria Geral do DireIto b
tudo o que, . damente so r
Visto, contudo, o carácter falível dessa base , é evidente que as pre- urge ter em co nta coacção , deSigna . fi s Quanto
. d d meaça na I - melOS- ln .
- do artigo
. 1260.°, 2, são apenas juris tantum, ou seja, e I'd ' eiS so bre a ilicltu e a a fi ilicitude na re açao se ganharia
sun çoes I IV '1" d noS Ins e huma, nem
nos meios, I ICltu e te para norma nen _ evê também
mediante prova em contrário (como resulta, de resto , do art. 350.°, 2)· , f' . -o se reme d 'tuaçao se pr, .
a coacção 'ISlca, na . o 246.0,on e a SI . d' 'da doutrina
O que já não sucede com a presunção do arti go 1260.0, 3, segu ndo a · ., ue o arng .' na I e 111 Iscun
muito com ISSO, 1" q orém, a tradlClO _ f" é a que co loca
qual «a posse adquirida por violência é sempre cons iderada de má fé, C hece-se, p cçao ISlca
nada define. on. dsiva em que coa . do-lhe qualquer
mesmo _quando seja titulada». Vê-se claramente que se trata de VIS comp"
mamm . o retlfan .
da vis absoluta ou d bsoluto auro , I ' que os actuaIS
presunçao jlms et de Jure, abso luta o u inelidível, em que a lei manlfes . -o e a ) m a eltura
o seu desfavor pela posse violenta. o coacto em sltuaça a da morte , co . do-se à coacção
lha (mesmo . qUlparan
liberdade de esco . fazer: OU seja, e psicológica, co m
. Como todos os caracteres em exame, a boa ou má fé, co nforme se 'm ltam . I' a ou para
con hecimenros pel I oacção pSICO oglc ura de hipnose,
frISOU, avalia-se no momento da aq uisição da posse e como o título otl . bso uta c 's porvent, ,
físico- mecâ ni ca a a d de outrem (atrave , entanto (não ja,
não , rítu,lo, é ca racterística permanente da possessó n aé d von ta e concreto, no
tOtal co man d o a.
C'
) Para o eleIto . d' do art igo 1259 .0,
Porem, a alteraçao superveniente (de boa e 'c'·, o 'Inverso I ' nca etC. . . I dqUlren I
. ,. . m ma te , p que . ' '0 de co ndução te epa .' . ência do tttu us (/ I Código Penal.
Inveros lmI1, sa lvo se o possuidor aUto' nom . I do dlrel[ · . a Inexls t 56 ° 1 do actua
. o se torna tltu ar . 1- como é óbVIO, pala _ do artigo 1 " '_
. a noçao f mas de coa cçao , co m
o acontece no
- mas nesse momento é o direito que releva) atribuem-se excepClo na 1) , importa mais
dua s or
mente co nsequências jurídicas em dois pontos: quanto ao regime qu e coenvo lve aS
Coimbra EdilOr<! "
frutos (ans . 1270.° e 127 1.°) e, por extensão deste, ao regime dos encal
Coimbra Edilora '"

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285
Orlando de Carvalho Introdução à Posse
284
'd a algum deles nas
- a anteriores pOSSUI ores ou . Ui
artigo 1261.° do Código Civil: «Quem, por meio de violência, ameaça e todavia em relaçao . '0 de violêncIa. Exemp I -
" I a uma sltuaça . I
de violência ameaça de queixa criminal ou de revelação de um facro relações mediatas - , pro ong b coacção fís ica, por escrito partlcu ar,
, . - " de quemos. Em 1980, A doa a B, na osse do mesmo. DepOIS dISSO ,
atentatório da honta e da conslderaçao, ou ameaça com a pratIca
um ctime, constranger outrem a uma acçao- ou omlssao
. - ou a suportar um prédio urbano , entrando d Ih Pque se revela o que se passo u, o
uma actividade ( ... )>>(") Mesmo assim essa descrição não é nem pretende B continua a ameaçar A, dlzen 0- e s até 1984. Entretanto, em 1982,
" I do-se essas ameaça . I ansmite-Ihe a
ser exaustiva, e não só para efeitos civis (atente-se nas duas primeIras «lIquIda», pro ongan b' r escrito partlCU ar, e tr . d d
fórmu las : « .. . violência , ameaça de v io lência ... », que são conceltOS
B vende o prédio a C, tam em po . posse em termos de propne a .e,
. fa B ad qUlflU. alenta porque o b ti'd a po r coacçao
indeterminados), convindo lembrar ainda que a coacção pode ser exer- Posse. Pelo primeIro ,cto,
. e posse v w , .d termos
cida por terceiro, como se prevê no artigo 256.0 do Código Civil, e a pois tinha corpus e anzmus, C torna-se igualmente pOSSU I N e: ue não
ameaça «respeitar à pessoa como à honta ou fazenda do declarante oU física. Pelo segundo facto, é pacífica relativamente a B: s 1984
de terceiro» (art. 255.°, 2) . de propriedade, mas a suai ente a A, está sob violêllCla adte
re atIvam . . pOSSU I or.
Ao invés do que se defendeu ao abrigo do Código de 1867 e comO pode esquecer-se que, d B sobre o prImeIro de
as amenas e • o que a posse
resulta, aliás, da remissão para o artigo 255.0, a violência a que se refere altura em que cessam • d 'plice é que dizemos, na 'b'l'dade era
. sltuaçao u pOSSI I I ,
o artigo 1261.° tem de exercer-se sobre as pessoas, e não apenas sobre caracterIzamos esta ' b violência. Sem esta ais tarde.
ue esta so d falaremos m
as coisas que constituem um obstáculo à privação da posse. A ameaça, C é vio lenta m as q . 1300.°,2, e que . . de cessar
'. ., d' to no artigo adqUlflU po
como se disse, pode respeitar às pessoas ou aos bens, mas há.de exercer-se InIntehglvel O ISpOS . m que uma posse se terÍstica não
d · a violêncIa co . de uma carac .
sob re a pessoa do coacto . A violência Contra as coisas só é relevante se Além ISSO , _ Trata-se, pOIS, . • ossess ÓrIa .
e a lei dá relevo à sua cessaçaod' modo indelével a sltuaç: o PI300 .0, 1.
com eIa se preten d e .Intlml
. 'd ar, d'ltecta ou indirectamente, a vJtl
, 'ma da
'0 marca e 282 ° 1297. e
- d even d o, por ISSO,
. . c. permanente, que na . s 1267.°, 2, 1 '.' é uma questão
mesma, nao qualmcar.se como tal os meros ac toS .de . I' CIa cessa
É o que decorre d o s artigoto em que a vW en.. bJ'udice. Urge
destruição ou danificação desprovidos de qualquer intuito de influenCIar • do mom en . stanClas S1t
. I .
pSICO oglcamente o possuidor. Ou melhor: entendemos que a vJO e cla
. rn A determinaçao d rdo com as Clrcun C' exercido sobre a
. u ar e aCO d c. da o eleIto
de facro, a aveng I 'inda quan o " n . com o processo
sobre as coisas que estorvam a privação apenas relevará para este fim . que e a lJ . arIamente .
que se fnse apenas 'ao coincIde necess fi" 'em regra, Instan·
quando o agente usou, pelo menos, de dolo eventual, quando pre:VIIl, . e que n • ISlca e,
vontade da vítima A .m se a coacçao és de ameaças
n rma I consequencla
como O . . d a sua conduta, que iria constranger pSICO- . . em. s51 , 1 ar-se atrav
I . intimidatórIO de ong . t'lmidação pro ong
oglCamente o POSSUI ord
· · não se absteve de a assumIr,
e, todaVIa, . con for- ntu do a ln
mando-se com o resultado. tânea, pode, co , , dquirente da posse,
. Slsrentcs . actor e o a
mais ou m enoS ln esul ta que o co é necessariamente
A violência ou não violência, confo rm e se disse, constitui uma ostoS, r ue o coacto .)
,. I' qUe Dos termos ex P ceiro, mas, q , cebível o Inverso.
caraCteflStlCa re atlva e não permanente. Para qualificar a posse, o o. ' er um ter • 'porem, con
podendo tam b em s
In teressa é o momento da aquisição desta (am. 1261.0, 1 e 2, 1267, r' o que sofre a pnvaÇ
. ão OU us
urpação. Nao e , .
mprar-Ihe um
a COIsa, cas
o em que o coactor
) Co ncebível ,so
é '
2, in fine, e 1297.°). Só que uma posse pode adquiri r.se de modo pa C - 'a BaCO .. ns da posse. , .
Que, por ex., A coaJ aparente ace'p,e fi" aparente ace'pzens,
fico e, todavia, estar sob violência, com todas as inerentes consequênCIaS coacto o ão ISlca, o I d
será o tl'tldens e o do-se de coacÇ , 'dor por fa ta e
I - ao ex-possuI'd or, ou nas relações imediatas, é pacI'fica,
' Em re Iaçao rratan " 0 e pOSSU I
egals. que n essa hipótese, I'eg a da COIsa, na . lenta. E ainda que
. a a en t d posse vW
mesmo que a d mIt _ o problema e
. L go não se poe
anzmus. o , , b Edi IOn\<k
COl11l ra
(ii) [NC: vejavse o art. 154.°, n. o 1, do CÓdigo Penal de 1995J.

Coimbra Edilora '"

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287
286 Introdução à POIse
Orlando de Carvalho
exercício sempre haver um maior ou menor espaço temporal (salvo se a
o coacto queira depois ficar corra O ob ' " própria forma de aquisição pressupõe um certO exercício, como acontece
de coacção que se torna possu 'd jecto, p não é por força do acto
. I or, mas por o (d na aquisição paulatina, mas neste caso o conceito de p ublicidade não é
por Inverso do título de po ) .,., utra causa esignadamenre,
,. . . sse. lratando-se d - o do are. 1262.0) e de a posse, como se viu, não implicar actos de utili-
c Iasslca IdeIa de que coactl . e coacçao moral, dada a
. 's tamen voLult - d . zação ou de gestão, mas apenas a entrada da coisa na esfera de disponi-
ammus; o que não devem é ' nao po e dIzer-se que não há
. assacar-se-Ihe bilidade empírica do sujeito, a mais disto - que dá um indiscutível
que o vIo lentou. Por isso as consequências da coacção
bl ' os termos expos - . relevo ao carácter público ou oculto da aquisição em si, nos casos de
pro ema em análise e os ' . ros sao os únICos possíveis no
. Ulll COS com ' . aquisição instantânea _, lembre-se que o artigo 1300.°, 2, postula que
artigo 1261.0, 2. patlvelS com a lerra exp ressa do
o terceiro de boa fé adquiriu a posse publicamente, embora sob ocul-
A distinção entre posse pacífica e vi tação, e não que ele próprio a adquiriu ocultamente, em termos idênti-
para a presunção legal d ' olenta releva para vários efeiros:
cos aos que observámos quanro à violência ou não violência. Aliás, o
má fé)', para, em matériaode tutela1260.° ,presunçao
arngo 3( _JUrzs
. , et de Jure
. de
mesmo ocorre (a relevância do momento da aquisição é só dele), para a
(contagem da nova posse possessóna, o artigo 1267 ° 2 infine
I . C" ' no caso de . , , posse tomada publicamente, com os artigos 1267.°, 2, 1282.°, 1297.°
(c asslrlcação do esbulh . posse antagónica), o artigo 1279.°
d _ o como VIole ) e 1300.0, I, ou seja, com as demais normas em que esta característica
a acçao de manutenção o d nto e o artigo 1282.° (cadu cidade
para
. os . u e A1
1297.0 e 1300.0 restltulçã o ) ; em matéria de usucapião, justamente releva.
A publicidade, conforme resulta da lei, mede-se pelos da
cla ou nao VIOlência no m guns desses efeiros supõem a violên-
cognoscibilidade (<< ... de modo a poder ser conheCIda ... »), nao pelo
veIs a quaIquer alteração sobr
omento
. d da a " - e só nele, sendo insens í-
efectivo conhecimento. À semelhança da «doutrina da impressão do
d os arn gos 126 0.°,3, e 1279 eVIn
° O a ou .a aq ulslçao
.. - sob vioLência: é o casa
destinatário» que a lei acolhe em sede de declaração negocial (art.
a essa alteração so brev inda ' ,utros Implicam (admitem) e dão relevo pode dizer-se que a posse é cognoscível se um In t,eressado
gos 1287 . °, 2 , l n
. fi ne 1282ou a posse sob Vlo. L'encla:
. e, caso dos ar[l-
.
(medianamente di ligente e sagaz), colocado na poslçao real !l1tel.es-
1300 .,
° 2. , . 0 , 1297 .° , 1300 .° , 1, e, exemplarmente, . a'o C laro que se há registo do titulo aquISitiVO
sad o,. d e. Ia [Ivesse percepç . . . ,
s do qual se possui (tiwLlls adquzrendt), ha um forte
do IreI to em termo . . .
d) Posse públ'lca ou oculta 'ndd" d bl"d d da posse mas o efeito de publICIdade do regIsto
ICIO e pu ICI a e ' . , ' . . . a,
I
não pode estender-se sem mais à slwaçao emplflca, pOIS uma cOI: e
. . bl ' . tra coisa é a posse do bem. Do dIreIto so
De acordo com o artIgo
. 1262 °
mo d o a poder ser conhecida p i .' ,« posse pu' bl'Ica é a que se exerce d e d Irelto que se pu IClta, ou · (que a posse causal, é faculdade secundaria ' .
d ecorre
.. que se po d e pOSSUIr '
b" ) ' 'o decorre que efectivamente se possua. O thema
_ de posse oc
seu reverso ' a n oçao e osI mteressad os». Daqui d ecorre, coma
o
d d Irelto . su jec[lVO. , na ' de facto que sempre . ' a qua I'IrIcaçao
ImplIca C" ' da
O texto d a lei é .Inexacto e u ta. pro ban dI, na avenguaçao
esta característi ' bl ' é cognoscibilidade da aqulslçao da posse em SI.
.. ,
" d ca e' o momento nquanto
do sugere que o que importa para
slçao.. ,a posse . C Iaro que o que exercício'
l posse como , pu Ica, . ' ad O registo do ttttt/us. ad ' d'I d o d'Irelto
qlllren .
I ' e n ao o momento da aqu . - meSlna, nao constltUlO o entido (apenas um , . semlO . , [lCO
. para o
' mdlce
aqulSlçao , n ão o d o exercício ulte" re eva ,es
d d e Iogo, é o momentO d a
nen h uma presunçao nesse s
posse, adquirida ocultamente 1I0r. O que pode acontecer é que urna
julgador). , I ' .
clandestino da posse pode resultar da propna
caso há
'. ai ter açao
' d a característica d de f,orma pública; só que n este
' se exerça
a d qutrlu publ"Icamente. Nem ,sen b' o sem pre erróneo dizer-se que se
o caracter
e ocu
d to ou . s
'lsl'ção OU de factos praucado pelo agente para
a natureza d a lorma e aqu '
aq uando da aqu lslçao
. '" e irrelev se o jecte que a ' .
SImpl es caractel"ÍS[lC Coimbra EdilOfll "
ante. A mais de e ntre a aquls ..lçao
, e o
Coimbra Editora ).o

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289
288 Introdução à Posse
a encob. H ' Orlando de Carvalho
:er. pública em relação ao ex-possu idor. e prolongar uma
é o casonr. a for mas d e aquisição
da .Inversão
.
do título d da posse que excluem a publicidade: cultaçao previa. estar sob omltação. Se B se apodera indevidamente de
por acto IneqUIVOCO , do detentore posse
P por Oposlçao
. - .Impl ícita. ou seja. um relógio de A. sem este saber nem poder saber quem lho furtou e B
que nos refenm os. nao _ urge u m . ·or outra via • para o encobnmento . a o Ieva para parte incerta. onde o vende a C. a posse de C é pública• em
actum. o' facto
. ob ··
Jectlvo da oculparticular
_ ani mus cela 12 d·I; basta o celal1s ordem a B. mas. relativamente a A. é oculta. ou melhor. é uma posse
fi o exerCICIO. cla sob ocultação. não podendo deixar de ligar-se-Ihe os efeitos jurídicos
dcr. '.. ro que e' muito raçao.
dl·f' .1 Pelo q ue toca a, clandest111ldade
. .
Sem esta possibilidade era ininteligível o disposto no
si Itel10
p 'bl .seguro que permita . conclu·.ICI • se .nã· ,
o Imposs lvel. fixar-se um
ou• cland.
u ICO ou ocul to. podendo um IIfaccomd n gor quan d o um facto é. em artigo 1300 .°.2.
Além disso. esta característica é uma característica não permanente.
se verifll estlno CD nsoanre o lugar o m to a me sma natureza ser público
A clandestinidade da posse desaparece se esta vier a exercer-se de modo
sendo t-cou . Os Imovels , . dific ilme
• omento ou / e as condições em que
público (o inverso é possível. mas irrelevante. porque. se a posse se
clássicosaoo rara um a c Iandestinidadente se prest I am a uma posse ocu lta. adquiriu publicamente. ainda que se exerça de modo clandestino. o
prestam- s exempl
. os apontados pel d natura .qu e se po d em have r comO ex-possu ido r teve ensejo de a conhecer e é. por conseguinte. pública em
se mais fac· 1 a Oumna O ,. .'
não se oc I I m ente à oculta _ . s moveis. ao inVes. relação a ele: daí as formulações dos arts . 1267.°. 2. 1282.° e 1297.°) .
ainda qu u dta com·Igua I facilidade u çao. Me smo aSSIm . h á diferenças:
A le i atribu i efeitoS. também aqui . a essa alteração superveniente. como
an o a n m a utom ' I 2
conhecim d atureza do obJ·ecto c .1. ove ou um livro. Porém. se observa das normas referidas. bem como do artigo 1300.°. . Claro
ento a su raCl Ite a s -
for exercid a posse. nem po . onegaçao ou dificulte o que a clandestinidade cessa já porque a posse passa a exercer-se publica-
a com a . r ISSO esta d· ,
coisa Q extenorização elxara de ser pública se mente. já porque o actual possuidor a leva. de qualquer modo. ao
.
transfor uem poss . .
UI um bvro não p.. correspond ente a' normal utilização da
·
con h ecimento dos interessados oU ela se lhes torna por qualquer modo
mar a sua b·b!" leclsa. para h . d
utilização d I. I 10teca numa b.bl. que ap publicidade. e
o IVro s I 10 teca 'b l· cognA oscfvel.
distinção entre posse pública e oculta releva para fin s de tutela
com os us . .' e comporte não d pu lca . Basta que. r na
uals cnrér. " e um m o d · d possessória _ artigos 1267.°.2 (contagem da nova posse. no caso de
sem fazer n h lOS emplficos exibo d o espeCial. mas de aco aso
tando-s c en uma d·Istlnção . cm• reI 111_ o-o n as oporrunidades própn. • posse antagónica) e 1282.0 (caducidade da acção de manutenção OU de
de o escone orno
d natu ra Imente o fa ria açao aos outros; em suma. compor' restituição) _ e para fins de usucapião - artigos 1297.° e 1300.° De
o
O car ' er. quem nã o tivesse
. qualquer intença- qualquer dessas normas decorre que. na posse que se adquiriu publica-
mente. o carácter público subsiste mesmo que a posse se exerça depois
acter ou o I
característica reIatlva
. cue nto
-ao da posse e' • como d· a ocu ltas; na adquirida ocu ltamente. é que a sob revi nd a a lteração
çãO
I.d ade é ap perma Isse mos. també m uma
Icírculo socO Ienas em nente ReI . • . tem relevo . sem prejuízo do que já se disse para a posse sob ocul,ta .
co nfronto do . . auva porque a cognoscibl-
la onde a s Interessad d 0300.°.2). Para o registo da mera posse também se eXige posse publICa
consenso púb!". posse se locali- _ os. e não das pessoas o
.
mela. que o suO .
ICO. bast za. Nao '
a que o in teres d
.
e por ISSO necessário um há. pelo m enos. cinco anos (arr. 1295.°. 2) .
e então Jeito
' pos SUl. a coisa sa o ve n h a a saber por qualquer
rO
d • o caracte r • para qu - • . 7 . Formas de aquisiçãO da posse
conheciment r . oculto da pos e nao logre opor-lhe. a pa [
mun s (teleob..o erectlvo • mesmo que se . A co gnosc ibilidade absorve o
co Eis uma matéria em que o dispositivo legal é particu larmente incor-
JeCtlvas d · a este se ch
ou oculto é . d • etectlves privad cgue por processos in ' recto e lacunoSO . já quando faz o elenco das formas d e aqui sição
r a111 a relati os. etc) M ' bl· o
Oferecer uma d I vo porque tI · · as o carácter pt! IC C0l 111br., Editora -
up a face.. uma posse• pod a como o ca . ra cter vIO lento. po de
, .
etersid o tomada publica mente •
C01mbra FdHora "

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/ntroduçáo à Posse 291


290 Orúmdo de Carvalho
como
tenh a se sabe, um
"d corpus e um animus) M esmo que uma
(a eXIsti o (como acontece em d , posse anterior
e rt, 1263
1265 o) ,o) • J"quando
"POIS
"
Justamentetenta
est'definir a Igumas delas (arts, 1264,0 d d ' to os os casos de us - )
o a qUlrente não provém dela , nao_ tem causa nel urpaçaod, a posse
esprendermo- nos d a tradicional
' e eSl'um
St dos ' urge
dtend "pontos em que mais contra ela ou apesar dela, a, mas a quire-se
O I ao
o em atenç- os f:actos si e por ' e termmologia
emanca' jurídica.
São formas de aquisição originária:
e enco do art , 1263 0 n - , SI, b
,ra qualquer
_ ' razao _ para que ,ao
o f, e, o viam ente, taxanvo ' nem se vislum-
b I - a ocupação;
VISto
o casonaod mi ' f,ormas de aquisiçã
C Ulr osse, Que o nao - ,e resulta da própria lei,
II - a acessão;
esbulho a sucessão' por morte, reconh o que'desta expressamente reconhece: III - a usurpação :
se adml't, reconhecld o nos arts, 1276 °eCl o no art, 12 55,°, e o caso do
a} a prática reiterada ou aquisição paulatina (art. 1263,°, a});
coisa em am t Outras f,ormas de aquisi , _ e segs d ' N a d a obsta assim a que
b} a mversão do título de posse (am , 1263,°, d). e 1265,°):
das pela dermos' de um d lrelto " real çao
I e pod er empmco ' ' sobre uma
outnn a ' a gumas de d h " '
reconhece ' como a traditi b ' s e a multo reconhecl- 1_ por oposição (explícita ou implícita);
sistema r porque " '
prancamente p o "revI m anu, outras que importa
possessono U 2- por acto de terceiro;
teria qual , m numerus OSS c'- lvelS e companvels
' ' com o nossoo
quer razão d UlUStts das f, d ' ' -
aquisição d ' , e ser, pois não' ormas e aquIsição na a e) o esbu lho
se disse sob os lura I n re (I embre-se o eXiste ,omoc' Vimos, para a própn'
nem seria
te a pret
ensa taxatividad d
que no d " ' '
!leito das COlsas em gera
I
lrn I- A ocupação
,
SItuações dcoerente com o intuito dI e os' c oatosn treais
r ' quoad eJfectt ) ,
eh e posse a utonoma • va
a el de I ' onzar e regular todas as , , É uma forma de aquisição da propriedade de coisas móveis sem dono,
amand o a aten - ' p porque nunca o tiveram (res nullius). já porque foram abandonadas (res
f,
ormaI que curamo çao
(donde não I d' s aquI, e não quepara da éc das f,ormas aquisitivas de posse derelictae). já porque se perderam (res desperditae), ou esconderam ou
a u Irmo ' I s lOrmas ' , , I enterraram, não podendo sem mais determinar-se a quem pertencem,
aquis ição ex l s a ei como f, aqulsltlvas de posse caUsa
'
lreito de ege• atoveltando
p' orma de aquIsição
' , ' a
originária pOIS A sua apropriação dá-se pela simples operação jurídica de ap resamento
, retenção um poder de f:acto anterior - v,' g,.nse ou apreensão material, o que sign ifica que nesse acto a coisa entra na
dquencia dest ) - , I'19a-se sem' na
_ e , prop pre a aqu' ' - d disponibilidade fáctica do sujeito, Se não se preenchem os requisitos
çao entre ' , omos o seg , lSlçao o direito e é co tlW-
aquIsição'
,p, se conhece , umte elen estabelecidos pela lei . nos artS, 1318,0 e segs" para a aquisiçãO da pro-
d onglnária e aq " co, que tem por base a dis ' pnedade, claro que, havendo, como há, corpus e animus, estamos perante
a aqU1S1Ção
" de direitos o d envada,
U1S1Çã ' que reproduz o qUe
posse formal ou autónoma, Se. porém, a apreensão é tal que a co isa não
A) A " ' se houve nem podia ter-se havido como sem dono, deu-se verdadeira
qUlSIção originária Usurpação do domínio e aí a aquisição da posse não é a ocupação, Con-
tudo, se se verificava o inverso, a aquisição da posse é a ocupação, que
Aquisição ori ' "
_ ex novo na esh
surge gmana de posse é aque! constituindo um tittdus adquirendi. em abstracto, do direito, fú com que
nao depende g , era de disponib'I'd a em que a posse do adquirente
o qL1 a posse seja titulada: assim, como se disse, noS casos dos artS , 1320,°, \ ,
, '
tencla , nem q enetlca mente de um I 1 ade empmca do sUJ'eito, p r e
' '
ln fine. 1322,0.2, antes de decorridos OS dois dias, e 1323,°, J, 2,a parte,
, . de incidêuanto
arca ') ao'am b ito ou a pOsse anterior (nem quantOnsao à 's-
nCla ; de pende apenas
conteúd
d , o, nem quanto à exte - ofllti
' , '
o facto aqUlSltlVO (que , ra '
lnteg
Coi mbra Ed Itorak
'

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293
292 Orlando de Carvalho Introdufão à Posse

, . Na acessão ln' d uscna


' l, um a vez
se e enquanto não se anunciar o achado . Recorde-se, de todo o modo , d · 'bilidade f:aCtlca. der de
estar já na sua ISpODl . adJ'untor exerce sempre po
o que escrevemos supra, n . 6, a!. aj. . · m
que esta imp IlCa . d u' strIa humana, o b e o objecto enrIquecI
" do (quando
Por força do art. 1266.°, a aquisição da posse por ocupação dIspensa . ou, pelo menos,
facto sobre as COIsas d so b r como na espeCl'fiIcaçao - ), pelo
· - é fundamentalmente e o ra , . or não preenchimento
o uso da razão, conforme já vimos. A fórmu la da lei é infeliz porque a a d Junçao . d d não se ad qUIra p . _ h '
parece sugerir que o requisito da capacidade para a posse se dispensa pa:a que, mesmo que a p roprIe. a e d a intenção d e aprop rIaçao . avera
.
as coisas susceptíveis de ocupação, e não só para a aquisição por ocupaçao . se m terce er
dos requisitOs Iegals, Claro que, como p . , se frisou , só eXIste
. so posse. , Ih' ou que o seu
da posse dessas coisas. Teríamos então que qualquer coisa móvel que se corpus e animus e, por IS _' ber que o objecto e a elO 339 ° onde,
oferecesse como sem dono poderia ser possuível por um infante ou u; d · ror nao sou do art 1 .,
acessão se o a Jun d' - o (excepto no caso . fi ura uma
interdito através de qualquer forma de aquisição da posse, mesmo e dono nao - autorIza
. a a Junça. d . d o so lo , se con Ig
. mazla - e
'ncíplO a prI
em homenagem ao prI . . d cessão verdadeIra, . h averá usurpaçao
aquisição derivada. Não é esse, evidentemente, o sentido da lei _ que,
a I·las,
, a b"rIna uma grave contra d'lção I ' Ianva
eglS . com as regras e m matérIa
_ venda diferida). Não eXI.sfitln o a terá fonte naquela.
ão
de capacidade de exercício. O que se pretende dizer é que a ocupaça o a posse forma I que se verI Ique n
dessas coisas dá posse independentemente de animus relevante; e, mesmo
. , nao
aSSIm - porque se prescm . d a d es te, mas porque este esta' com o que tn III - A usurpação . . " de posse
. Por esse motivo" e que, Contra o que po d ena. mlenr-se
. C· d a norma, . . - OrIgInarIa
re Ipsa.
- eXlgencla
' , . d e prova d e animus nos parece valer, na ocupaçao, - mesmo UI. to d as as formas de aquISlçaO
_ m apenas um interesse
a nao . Abrangemos aq 'd O que nao te . d t 1267.0, 2,
d pOSSUI or. arm o ar .
para os nao- menores de 7 anos nem interditos por anoma I'la pSI'qUIca._ COntra a vonta e ao d d Cesa da posse, a p _ d sse de outrem,
ras a ell . çao a po é
O simples facto da apreensão material confere posse, ainda que seja pos, sistemático. As reg d esses modos de prIva aliás, esbulho
. I' e a to os . I Icamente, b
' I exc I'
slve C·
ulr esse eleIto provando-se que a apreensão ou apresame ntO e Inclusive, ap lcam-s bulho. Etlmo og e o termo es u-
· , luda ao es M convém qu 'fi
·c .
manlrestamente .
para outrem, tendo o agente funCIonado como u m «ser-
. ainda que a Iel so a . usurpar. aS cesso especI ICO,
é spolrar OU fi ura um pro
'd , . (' Ih
VI or possessono» a seme ança do que vimos ocorrer no SIstema . obJe C- spolium, esbulhar e ça-o que não con Ig f:'_1 mos a seguir.
tivo: criado que caça ou pesca para o amo, por exemplo) . _ lho se reserve para a usurpa
. f, nómenos d e que aJa
· rimelro s e
As . . , . . na o ao invés dos d OIS P
COIsas Imovels são msusceptíveis de ocupação, pois as que. ,_
. . . - paulatina
da ou aqulSlçaO
tenham dono conhecido revertem automaticamente para o patflmO
mo. d o Esta d o, am
. d a que sobre elas não se exerça um efecnvo
. d om ínlo a) Prática reItera . . ão da posse «pela
(art. 1345 .° do Código Civil). . 63
arr. 12 ., '
° a)- AquISIÇ
.. S correspon e
d ntes
revistO no os matenal . e
É o fenómeno p bl" cidade, dos acr d s mais antlgos:-:- '
om pu I dos mo o d umr a
II - A acessão prática reitera d a, c . Trata-se de um . ó eis _ de se a q d
. d
ao exercíCIO o 11 d ' ·eltO».. em materI " a de 1m v . d
inolog la OS ti ' pos '.
e
porventura, o m
ais antIgo '1
para Utl lZar
' mos a
,.
term . _
da aquislçao po
ssess órIa.
É também uma forma de aquisição do direito de propriedade, tantO
b , . como so b" posse sobre os b ens ' ou, r' bilden OU a rquetlpOS .
so re moveIS re Imóve IS, e que decorre da adjunção, pOI. obra-) . I I'nquo S ur se dIsse
um dos maIS ong d o que anteS
da natureza ou por obra do homem, de uma coisa (obJ' ecto enriquecedol
. (b' d do .als' Recorde-se tu o pírico. É o
a outra COIsa o }ecto enriquecido) . Na acessão natural, a entra ;e de matert . .Vo elemento em
1) Prática de actoS eJ' a, do respectl
bem adjunto na area de dlspombIlldade empírica do sUJ'eito depen posse, oU s
b· " do, que é propriedade daquele, estar na sua P osse, acerca do corpuS na . brB Edilora.j'\
o o Jecto ennquecI C0 l1 11

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295
Introdução à Posse
294 Orlando de Carvalho
. desenvolvimento de uma relação activa
exercício de actos susceptíveis de integrarem esse corpus que aqui se exige cerro grau de desfrute da COIsa, o " a possibilidade permanente de
b d em pnnclplO, d
- e não mais nem menos do isso. Trata-se, pois, de actos que expnmam com ela, não astan o, essoas beneficiarão essa pos-
tas vezes, outras p 'd
essa factualidade, esse poder de facto, o que não significa, como já vimos, acesso, até porque, mUI b' releva naturalmente o conteu o
d ' r do o Jecto, .
necessariamente actos materiais ou físicos e sem que se esqueça que a 51'b'1l'd
I ad e. Além o caracte . a OSSUlf. . Sen d o a posse como VImos,
J

posse e antes uma relação estancial - de imissão da coisa em certa esfera do direito em cujos termos se vLls P 'dl'co a impressão digital de uma
. d m Icere JUrl, ,. ' , .
de senhorio ou de interesses , em certa esfera de disponibilidade fácnca- o equivalente empÍnco e u dida desse liare é o unlco cmerJO
do que uma relação de contacto corpóreo ou semelhante. O que se intenção d e d · ·
Irelto, claro que . a me substanCIa . a posse . Sobre
aferidor da prática slgm Ica
. .fi nva que con
. 4)
.
_
exclui, como também se acentuou, são simples manifestações de um poder
isto porém, maIs e
. d tidamente, mfra, .
d ser necessariamente
. contínua. Nao
.
form al-jurídico, só exequíveis ou possíveis através da intervenção regu-
' d - tem e . o mmo
ladora da norma. Anote-se, todavia, que, se não se excluem actoS que A prática reitera a I egulares de harmoma com _ d
só admite a eXlstenCIa. , . de tnterva os r, compatíve I com'ln terrupçoes
. .o
traduzem poderes de direito desde que traduzam igualmente poderes de
.' - do bem, mas e , . normaIS tranSI-
facto, excluem-se, porém, actos que traduzem poderes de facto que não da normal unllzaçao das por circunstancIas a h ano
b' ecto provoca . ' eis a acto um
co nstituem manifestações de autoridade empírica sobre a coisa ou que contacto com o O! d I _ desde que não Imputav 'nico ou
apenas a implicam intencio nalmente (não efectiva e actualmente). AsSIm, toriamenre impeditivas e e. te de um poder empírico
actos de dispos ição da titularidade da coisa, ou de poderes jurídicos sobre intenciona Imente conStltutn , dessa prática V.Isa ap ossar-se aos Tudo
I d . que atraves . _ d esmos act .
e a, es d c que presctn
. dam actua mente
i dessa
· cOIsa (e, a fi'"
ortwrt, SIm pies conAltuanre com o _ é repençao os m Nos direitos
promessas ou anúncios). . - também nao conforma.
Relteraçao . ' a cUJ'a imagem se 'd d será de regra,
· do dIreIto . _ 'dentl a e
2) Reiteração. Esta forma de aquisição não é instantânea, mas depende do Ltare d' 'tOS de servldao, a I no de pleno
o os IreI . damente
paulatina, pelo que não basta um acto para a posse se adquirir. Exige-se menos densos, com. is densos, desIgna d
s direitos ma plexida e. . d
uma repetição ou reiteração, o que não significa actuação ininterrupta ao passo que no , a diversidade ou a. com im orfa referir atn a
ou continua ou sequer uma periodicidade determinada. domínio , a regra ser: . dos actoS d Pcaso concreto, o
C . , .ao tn'b una,I em cada caso, aplicar regras prudentem nce , c. equenCla . 'nclas o .,'
, . ompetlra e Quanto a Ir . _ d s clrcunsta . aquI, e maIs
d vanaçao a conSIderamoS .
na a:altação da natureza, intensidade e frequência da acum ul:: que, mau gra o a _ da osse, que é o que ecessidade que o adqul-
ç:o SIgnIficatIva dos actos necessá rios ao surgimento da relação posse momento da aqulSlçaO p continuação, pela n d u poder empínco
d sua mera .VOCidade e se I de
sana, tendo em COnta, designadamente, a especificidade do objecto em exigente que o a fi mar a inequI I d exercer sobre e a,
questão, o conteúdo do direito real em cujos termos se visa possu ir e aS rente sempre te m de a .Ir r possibl'I'd I ad e actua e erante to d oS os que
.
sobre a COIsa, a s ua maIO I 'vo poderes de facto, . p Sendo óbvIo . q ue o
particulares cIrcunstâncias do caso sub judice. Assim, deve atender-se, exc USI, I génel e. . d' I
desde logo, ao carácter móvel ou imóvel e dentro dos móveis, corpóreo modo privativo ou.' um pape con , mais impresctn Ive
Iranam a . a e tanto b ão
• J
ou tncorpóreo, do objecto discutido, já que os actos significances na
"'0 nesse momenro asp , icos sobre a COIS .. tentativas de tur aç
dres emplr c presumll . anvO
têm naturalmente a mesma natureza num b' . I m obJ'ectO exercício de po e _ d mesma laça ' lo de poder» pnv
. . o Jecco macena e nu quanto maIs a SItu. . açao a de outrOS, e d sse «clrcu
Imatena} e, dentro dos objectos materiais, a mesma complexidade nu fll . - por parte
ou de substitutçao, _ neste caso, d a nota
bem e num bem imóvel. Enquanto para um móvel basca, efll . . I acentuaçao, . vês das
regra , a SImples apreensão empírica para " I e se que se ou exclUSIVO. I uma parncu ar Com efeito , ao ln
, um Imove requer- Da reI. teraça-o resu.dta elo cO/pus n a posse.
torne ostensivo o senhorio sobre ele pois e . I' mais que o
, x natura Imp Ica d e esta b I'l I'd ad e requen a p . b'
homem se aproxime da co isa do que a coisa do homem, exigindo ufll Col111 r,

Coimbra Edi tora '),

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296
Orlando de Carvnlho Introduçiio à Posse
297
formas de aquisição insramânea a a .. _
, qUlslçao p I · -
esse requisiro se implica ' . au anna pressupoe que riameme não titulada. Porém, se é de boa ou de ma' 11,ce' p aCl'fiIca ou
na pranca necessári ,.. . _ •
da qualidade de possuidor N- , a para a propna aqulslçao vlOlema, pública ou oculta, depende dos requisitos de que ameriormeme
. ao e, por conseguin' , .
d a posse: é caracrerísrica da ' . c . re, so uma caracrensnca se fa lou.
propna racrual ld d
Daí que haja que ser rida e a e em que a posse se funda. 4) Con-espondêl1cia dos poderes de focto ao exercício do direito. Sendo
m coma - e fa I
anres e para efeiros da aqu· . - d crua meme comprovada - a aquisição paulatina uma forma de aquisição da posse que assema,
ISlçaO a mesm
3) Publicidade N- a posse. dIgamos, numa pré-posse, numa verdadeira experiência pré-possessória,
. ao se rrara do c . .,
ou seja, de uma das caracrerl'. d oncelro,)a referido, do arr. 1262.°, tem de específico, como vimos, não só uma prefiguração de corpus - a
D o que se rrara aqu i é de srICas ' a. posse (posse pública ou oculra). prática reirerada de actos empíricos - , como uma prefiguração de al1i-
. que a pranca d d
COIsa se processe publicam . ' I e po eres empíricos sobre a mus - uma imenção de direito, a inten ção de exercer um direito real.
. I enre, a uz de . .
sacIa em que o domí . quamos parnclpam no círculo É o que põe em evidência o trecho com que rermina a a!. a} do
' bl" nlo se exerce Co Fc .
pu ICO (ou o ponro de· d·. m e eno, é segundo o consenso art. 1263.°: «(actos materiais) correspondemes ao exercício do direito».
h VIsta om ln
sc auung») aí esrabelecido anre no rráfico _ «Verkehrsan- A primeira vista, pode parecer que não é assim, que não é ao animus
dos p d ' . que se há-de afi . , .
o eres empmcos so b . amar e credItar o exerClClO que aí se alude, pois o animus, conforme se disse, é a intenção , ao
N re a cO Isa
ormalmenre, a publ" ·d d . exercerem-se poderes de facto sobre a coisa, de agir como titular de um
ab ICI a e ness ' I
sorve a publicidade-cogno .b.l . e Clrcu o de imeresses preenche e jus in re. É um elemento psicológico-jurídico, não nuamente um ele-
arr. 1262 o · , SCI I Idade e c d · d memo jurídico. Ora aquela fórmula fa la apenas da simples correspon-
. , Isro e, em face d m face os lJ1reressa dos o
adquire . as pessoas c dência objecriva dos actos ao conteúdo de um direito, parecendo excluir
, POIS esras pertence.- onrra quem a nova posse se
rem d · lao, em regr
e ser aSSIm. Pense-se a, a esse círculo social. Mas não toda a projecção psicológica, toda a adesão da vontade do agente a essa
Iocado d I nUm propri , . .
aque a zona geográfi. etano-emIgrante, há muiro des- direcção ao jurídico, em suma, a intenção qualificada (in terminis jUrls)
camo pró . Ica . Um prédi ' que o animus é. Não se trata, porém, disso. Como se frisou, animus c
pno, ou atravessad o seu pode estar a ser [ruldo
Ourra pess . o cama se hou . . . corpus estão numa relação biunívoca: não há animus sem corpus nem
oa, essa frUIção vesse um dlrelro própno por
conheci me d ou atravessam ' corpus sem animus, pois nem um se reduz à mera factualidade exrerna
. nto as pessoas que I· h b. enro processar-se com pleno
nunca VIr a h a I a Itam nem o outro à mera intencionalidade interna. O facto «intende» o dIreIto
, con ecer ou a dever ' e, rodavia, o dono ausente
Por ulrimo , ad· Vlrta-se q conhecer o que OCorre com o pre'do!O. e a intenção de direito reflecte-se no facro. Esta interdependência
art. 1263 ° ) _ . ue o conse ,. Um pouco subril não é fácil de rraduzir-se numa fórmula da leI e o
. I . , a , nao Implica que
é onruardod·· . nso publr co a que se refere o
se cne a . arc. 1263.°, al. a), infine, não é mais canhesrro do que o art. 1251. °
Irelro que os p d convIcção de que o exercen te
nenhum o eres em , .
- b consensus populi de ritul·d p ln cos in culcam. Não se ex ige Com a atenuante de não estar, como este, a definir a posse, mas apenas
nao usca h an ade d d· . . a por, as noras maIs.salIentes
. c d e aqUls· ição . Arnda que
de uma sua rorma
é . nen Uma legitimação d o Irelto. A publi cidade aqUI
mUIto - a cl d . . e Posse B .., até por isto _ por estar a definir uma forma de aquisição - se ver que
A .. an es tInldade da r'. . usca apenas exclUIr - e )a , . .. 'ue a posse se
d pub lI CIdade da prática I - P atIca reiterada em que ela assenta. e do animus que fala. Porque no momento aqulsltlVO e q , . .
a posse para Fc· d 1ao slgnlfi ., d r I . . d I n modo pre-ex lste. e
. e eltos o art. 1262 ° . ca, Ja o vimos, a publicida e eVe a, maxime adqulflndo-se porque e a gUI .
POI esta forma d . . Por IS , d d f:
P re-existe como posse, ou seja, como po er e ac to sobre uma COIsa em
e aqUIsiÇão o . . so, Uma vez adquirida a posse
ca racteríst· ngln á· -
. Icas nos termos cam fia, Poe-se o prob lema das suas termos de um direito real. . o há pouco
I
pau atma Um t"t I un s. Clar - .. -o ' . b· . d ·nus ao ammllS, ou, com
I li us adquirendi d d. . o que, nao sen do a aqulslça A correspondenCla o lectIva o COlr .. e aqui uma
e IreI tos . a- Se d · . .. d· - de dIreIto, assum
rea IS, esta posse é necess ISse, a Impressão dlglral a rntençao
COimbra Edirora ll
Coimbra EdilOra'"

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299
Introdução à PosS(
298 Orlalldo de Carvalho
fU fundamento: ou sequer título de posse, no sentido de posse titulada.
importância
. • especialíssima ' porque ao i ' d apenas a razao pela qual se actua. E que a inversão não t .
Instantanea, não tem esta outros " d' as formas de aquisição nenh I . em aquI
um a cance precIso - de retorno ou colocação ao conrrário, do
em termo s d e que 'direito é ln Ices alem d os f:actos para se saber
ponro de vista de qualquer ortopedia mas apenas de alteração ou
ace'ssao, a I '
óglca da vida que se quer pOSSUir.
. Na ocupação e na
com ' e, nas outras fo d transformação. Anote-se, aliás, que a intaversio latina era um étimo
. o esta se processa, se não d i . ' rmas e usurpação, o modo
mais rico, pois intervertere significa desviar, subtrair, o que ilumina o
ajudam a c aa 'rntentio J'lIris ec ataçoes e n egoClaçoes
ptar " .
Intercedentes,
,os poderes e mpmcos' . exercidos' aob passo .que n a aqUISIção
.. paulatina é sentido usurpatório do fenómeno em exame.
d . É uma forma de aquisição origin ária e instanrânea de posse. Ori-
çao emana . (cl aro que não se exclso re. a cO Isa ,so
e 'd e Ies, que essa inten- ginária porque a posse antecedente apenas precede, mas não causa, a
que, contudo, só r I UI a poss ibilidade de declarações e posse do inversor _ que, ao invés, se adquire apesar dela e contra ela.
d'Izaçao Últo sens.) ' . D onde tamb' .
cevam enquan to .mtegram actoS de uti- Instantânea porque se adquire IIno actII, quer dizer, na preciso momento
. acerca da f:actua I'Idade equí em o Inrere sse d e se evocar o que foi
lto em que se verifica O processo de inversão. Este tem, como vimoS, dois
Inrenção Ide
acarácte vaca. NaI d'
d se exercer um direito (UVI. d a, sendo seguro que há pressupostos: que O inversor já esteja antes numa situaçãO de detenção
das p r. rea o dI relto . que os factos rea. sobr e ISto,
. ou seJ'a, sobre o que exerça sob re a coisa uma autoridade empírica que lhe permita
, aIs a au'
cluir-se . total de animllS P
sencla «Inrend
'd em», não pode haver dúvi- modificar a razão pela qual actua e actuar, em termos dessa nova razão,
n
que se q u e ' em ter
r possuIr d endi e' Insupnvel),
OSSI . , deve co - sobre a mesma coisa (seja uma mera detenção fundada em título jurídico,
b) mos e di relto. d e propriedade.
ou em simples tolerância ou em acto facultativo); que passe a agir (ou
melhor: que o seu processo psicológico configure um agir) em termos
Inversão do títttlo de posse
de um direito real, ou de um direito real mais densa do que aquele em
termos do qual agia, e essa intenção seja não sÓ inequívoca como sindi-
É o fenómeno .
A lei não o d prevIsto nos am. 1263 o 0
cável. Na verdade, o inversor pode já ter anres um jus in re, ou possuir
modalidade ( efine, como se obs I'" aI. d), e 1265. em termos de umjus in re, e praticar a Ínversão. Basta q ue o direito em
. m qualqu s d art. 1265i ' o) , d e forma cerva, Imitand o-se a rerenr c .
as suaS
er e as c d ' amo vere ' cujos termos actua, atribuindo-lhe embora poderes de facto, não seja o
E
posse por act d ' Onru o, trata-se d mos, nao muito correcta.
o o pró . d a conver' direito de propriedade. por exemplo: tenha um direito de usuftuto , ou
sobre uma' pno etenror AI' sao d e uma detençáo em aja em termos de usufruto, sobre uma coisa; inverterá se quiser exercer
precário) con CO Isa com SImples
. .
animlls guem q ue exerce poderes de factO
d' em termoS de proprietário. Dir-se-á que aqui falha o pressuposto da
verte a s d etmendi (d .d
com animll . ua etenção e etentor ou pOSSUI ar mera detenção, visto já possuir em termos de usufruto. Só que se esquece
undamentalm s pOSSldend'J ou verdadeiro m verdade'
. Ira posse, passando a agIr .
que o direito de usufr uto, se lhe atribui uma autoridade empírica prati-
f stituição d enre psic o Ioglco
su ' . (con ammus ' . 11rata-se d e um processaus camenre plena, não lhe atribui uma plena autoridade jurídica; ora na
b'Ireito obrig' e um ani versao de
mus por OUtro) . d
.
ammus em anim , oUa margem de autoridade empírica não coberta pela autoridade jurídica,
(d aClonal o ,am a qu • . . d'
real) e obv ' ' U mera tolerân . e com referenCIa Jurf Ic ele tem apenas uma detenção, não tem uma posse.
, lamenre e . Cla, ou i , . . . .
da substitul'ç' .' m condIções de s . . nercla de tItular -> dIreItO Estas observações possibilitam-nos acentuar um aspecto que é essen-
res, ou com aoI pSlcol'oglea . da razão a er smd . ' I Em resumo: trata-se
leave. cial para a caracterização desta figura. É que só há inversão quando
, a guma elo ( cUJo títul da alguém tem _ e na medida em que tem - , como antes se disse, uma
se possui (rect' . d Ipse e alguma 'I o se exercem esses po e-
lUSo o t' I ncorre ' ) I autoridade empírica sobre a coisa que lhe permita, não só modificar a
possuindo) D' !tu o pelo qual eçao , do título pelo qu
. . aI o no I se actua ues.5
rnversão do t' I d me atino int . ' anres detendo e depol Coimbra EdilOra "-
ltu o e p asse. Sabend erverslO p ossesslOnis e o portug • ..
'
o-se que tít Io não é aqui documenta,
u
Coimbra Edilorall

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301
Introdução à Posse
300 Orlando de Ca rvalho
. - é no fundo, um
( não se esqueça que a OpOSlçaO ,
declaração de vontade e
razão pela qual actua, mas actuar, em termos dessa nova razão, sobre a
acto declarativo).
referida co isa . Se alguém se arroga a propriedade, ou outro dIreIto real,
sobre um objecro, e não tem senhorio empírico do mesmo , não inverte
ex) Oposição explícita
o título de posse . Pois, co nforme se viu, o processo é psicológico, m:s . d' s e levada ao
não só psicológico. A intentio há-de repercutir-se ao nível da sltuaçao meios notiilcatlvos Irecto
t uma opos ição formal, por acompanhará actoS que conilr-
empírica do bem e por isso, e só por isso, é que releva no plano posses-
conhecimento do possuidor. traduzir na prática efectiva da
só rio. A arrogação de que falámo s acima, sendo empiricamente irreper- . d d propomo - têm outra
mam a sua sene a e, o " da co isa, mas actoS que nao . d d
cutível, pode dar lugar a dúvidas no plano do direito, dar ensejo, inclu- .. _ d' i ão empltlca c ão da sen e a e
utlhzaçao ou ISpOS ç 'ndice ou conrlrmaç
sive, a acções de direito, m as não releva no plano do facto, que é o p lano . lé dessa' de se rem I Ó I até porque na
essen cialidade a m ._ , que é importante, e s e a, r aso do
d a posse. No fundo , é o mesmo m o tivo que nos levou a in sistir na " A declaraçao e . uívoco s. c o c
interdependência animus-corpus: pois a intenção que caracteriza a inver- do propOSlto. I mentares senam eq cusa ao
. toS comp e . I da ou se re
sua ausênCIa os ac . e da COIsa oca d '_
são como processo psicológico é, no fundo, o animus (animus possidendi, - erml te o exam . , .o ou comO ara
arrendarário que naO p do mandarário, deposlran d I ração de
que substitui o animus detinendl), e da sua directa projecção fáctica, da da como o Sem a ec a
pagamenro d a ren, . extinta a relaçãO, etC. . umprimenro.
sua coetânea transformação do facto em corpus, em facto que «intende» . - d olve a COIsa, d mero Inc
no que nao ev d ' m constiruir actoS e eriedade do
um direito real, é que resulta o relevo da interversio possessionis co mo
oposição esses acro s po enaI' c embora eIes tra duzam a s
aquisição origi nária posse de um bem. , os qua IlIca,
A declaração e que , . . do poss uidor
Este fenómeno, como se diz no art. 1265 .0, pode ass umir duas , . adito no. Il heclm enro
modalidades: propOSItO conu d levada aO cO _ ) e não apenas
- tem e ser . d 'ecepçao, .
A declaraçao o da teona a I e a própna
f ncionamenr I' mas para qu
(ainda que com u . se)'a púb lca, . osse. O que
1) Oposição do detentor ao possuidor do IIlverso r . adqUIra a p
para que a posse . co nsegulllre, se ,ccativo _ notttm
·C e e pOI . OU notlrl .
inversão se venrtqu , am ento declaratiVO . Só que a notl-
Ressalvando que oposição do detentor ao possuidor há em qualquer . d om port d I uma CO Isa. . I
resulra da ideIa e c hecimento e a g . menos presencIa .
das modalidades da inversão do título de posse , a nomenclatura da leI ém o con . d e muitO
focere: levar a a Igu . dividualtza a . lar que se remete
justifica-se, mesmo , assim, porquanto aqui há apenas a oposição pura ue ser ln , duma clrcu 'd
fi cação não rem q feita atraves e . clus o o pOSS UI or
e si mples . Oposição que pode dar-se aos mais variados propósitos , nte ser d d pessoas, tn
Pode, nomea d ame , eno S alarga o e d xigir-se, contra o que
que tem de assum ir um carácter inequívoco de arrogação de uma pOSI- a um círculo maIS OU m Também não tem _ele não seja repelida pelo
ção real (de um jus in re), ou de uma posição real mais densa do que enrante. . . (opOSlçao e
ou o seu repres
. que a
contradlCtlO
. _
I'd eficazmente , a poss
repe I a
aquela de que já se vinha usufruindo _ o propósito sério de a fazer diziam os antigos, a opOslçao or d tirular da posse usur-
valer e de a exercer co nsequentemente. Não que haja de aguardar-se . CI q ue se sen o o .
poss uIdor. aro _ em a perder-se, .. -o originána de posse,
um co mporramento futuro conforme, pois trata-se de uma aquisição . vers v aO . da aqulSlça 267 °
adquirida por III Mas OS efeItoS I d) do n.O 1 do art. 1 .. ,
instantânea. O que se acentua é que tem de ser uma oposi ção séria pada restituído a ela. ntagem do ano da ado deixar de prodUZIr-se
(não um acto lúdico) e traduzindo um propósito inequívoco d e se fazer designadamente P
ara a co
t 1282. , n
° ão po em
nO do ar .
valer. bem como d o a
Essa oposição pode ser explícita ou implícita _ di stinção que a imediatamente. Coimbrll EditoralJl.
doutrina tradicional não efectua, mas que decorre de toda a teor ia da
Coi mbra Editora "

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303
Introdução lz Posse
302
Orlando de Carvalbo o ser a posse de A uma posse
factos e com as necessidades de regime.
- ada de absurdo.
Oposição implícita instantânea nao tem n

É, dissemos, uma possibilidade que não foi considerada pela dou- 2) Inversão por acto de terceiro
trina, que, por isso mesmo , nunca conseguiu explicar de modo bastante . l" ) provocada. Um
. , (e oposição Imp Ima ,
a seguinte facto: A, arrendatário ou usufrutUário do prédio x, vende, Trata-se de uma h ' relação possessória - à relaçao
. . , SUjeito estran o a nsegu1l1te,
proprio nomine, esse prédio a B. Como é que B se torna possuidor, se terceiro, ISto e, um d bem em causa - e, por co
'd detentor o . ou sem
a coisa lhe vier a ser entregue? Por aquisição derivada? Impossível, pOIS entre o pOSSUI ar e o do-se por qualquer motiVO ,
asse arrogan . . re que o
A não tinha posse uti dominus e não faz. oposição explícita ao verdadeiro alguém que não tem p . ' ro riedade ou outra JltS tn . .
poss uidor, adquirindo-a originariamente. Por aquisição originária? ele, a titUlaridade da COisa (a pPratica), transfere ou constitUI um
mente ao acto nClpar em ta l
Como, se B não era detentor e, portanto, não podia inverter COisa legitime abstracta " d eferido detentor, que, ao par d -se
nenhuma, além de ser visível que B não pode possuir mais do que A e, direito real em beneflcto o _r me essa posição real, colo ean o
por consequência, sem nexo de derivação? O ptoblema resolve-se natU- transferência ou constltUlçao, aS:: da posição do possuidor: brevt::
. d gónlCa e usurp ora amemo em q
ralmente se esta poss ibilidade for reconhecida. numa amU e anta . ' dá-se J'ustamente no m b titui
A Inversao mento su s
Há, oposição implícita se através de um acto inequívoco o detentor dictu, da sua posse. trl'butivo pois nesse mo ndo-se
.' o acto a ' 'd d' arroga
revelar que se arroga uma posição jurídica real, ou uma posição mais o detentor partiCipa n . d' r animuS pOSSI en I, do
. tIS dettnen I po . h de todo em to ,
densa do que aquela de que já d es fruta . Não há, pois, declaração ipso focto o seu t1ntm, . h (J' á porque não a nn a oposição
., 1que nao tln a observa, uma
nenhuma, no sentido de uma declaração por meios notificativos directoS. uma poslçao rea 1 medida) . Como se que descre-
., ' tinha naque a fronto com a
H á, porém, um ou vários factos concludentes e até , ao invés do que se . Ja porque. a u implícito, que, em con d elo acto do terceiro
exige na declaração de vontade dcita (em que basta uma concludênCia por acto mequl vOCO o . 1 ter sido provoca a p tante e não
" de especla 'ção a mo n ,
probabilisticamente segura), factos absolutamente concludentes. Esses vemos arras, so tem d' s como uma OpOSI deram daquela
. m Igam o , los que se
factos podem ser facros empíricos - v. g., a aposição de marca ou (e oferecer-se, assl , mo nos exemp
. , a J' usante, CO
próprio - , como factos jurídicos e factos judiciários. É o caso da alie- como uma opOSlçao
nação da coisa por quem não está legitimado para isso mas se assume mesma oposição).. mplos:
um tes exe
como dono dela, ou de quem transige judicialmente sobre a ptopried ad :, Vejam-se os seg

_____
ou o usufruto, ou um diteito de se rvidão , em condições idênticas as \ 976 B
anteriores. Claro que se houver apenas abuso ou falta de represe ntação,
não haverá inversão do título de posse. arre ndamento \ 980
A .
qUi, se o nexo d" .,
e Impli cação da intentio no facto é decisivo, Jl n cI entrega da cOIsa

assim o conhecimento directo. Co ntrariamente à oposição explícita, em 'lenda (ou doaç.í.o,


ou legado, etc.)
que a posse é naturalmente pública (pelo menos para O ex_possuidor), a
oposição implícita pode dar origem a uma posse clandestina, com as . B entregando-lhe
consequências que se co nhecem. nto o prédto x a , . pois B
d' de arren d ame .dor proprio nomtn e,
Nestes termos, o dilema de há pouco fica resolvido: no instante em Em 1976, A a ti' nua como pOSSUI
que vende, A inverte por oposição implícita o título de posse e, por issO ' ·
o m esmo pré d lO.
A co n
B adquire derivadamente dele. É a úni ca exp licação co mpatível Com as
Coimbra Editora'k'

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305
304 InlTodução à Posu
é mero poss u' d l' Orlando de Carvalho Veja-se a seguinte
.
coincide ' nem tem d e COlOCI
. 'd'Ir, com o iter do direito.
1 or aleno n . .
a essa
em 19relação
80 a Be que, portanto,
omzne, nãoISto
temé, po
mero d etentor. C, que é alheio h Ipótese:
, , que ao .. sse nenhu I' 1977
tar a doação I' participar na al iena - ( ma, a lena o prédio, 1975
.Inverte o dt ou "" C
I od egado) ' .Inverte a razão çaoI ao co mprar ou ao acei- A----------"""" B - - - - - - - - -
priedade u o e poss e, passando a pe a. qual agia
. so b re a coisa, arrendamenro
. possUidor em termos de pro- venda cI enrrega da coisa cI entrega da coisa
(escrito particular)
1980
1976
A-----:-- : - - - -c _ ?
1
doação
constituição de B
c I entrega
.
USurruto
da coolSa Com a entrega do prédio x a B, em consequência da venda, B pas-
( escmo particular) sou a possuidor proprio nomine em termos de propriedade. Quando
1980 arrenda o prédio a C, este fica possuidor em nome de B, ou seja, mero
c detentor, estabelecendo-se a relação possessória s--c. A, que permanece
venda (ou doaç-ao, o proprietário, visto que o AB é nulo por vício de forma, perdeu,
ória
Mutatis mui d' ou legado, etc.) cOntudo, a posse, ficando alheio à relação possess . Ao doar a G.
an IS se desencadeia no detentor a inversão do título de posse, pois G. aO aceitar,
usu . em b ene f"ICIO de
ne ófTUtO passam
B as colsas
. se A em 1 opõe-se implicitamente ao seu possuidor B, usurpando a posse dele.
g . CIO. A constitui ã ' entregando-Ih ' ?76, constituir um O que acontece mesmo que o acto AG. a doação, obedeça a escritura
eXigida por lei: esc' ç o é, porém, nula e o predio x, objecto do
pública e, por conseguinte, C adquira o direito. Uma coisa é ter o direito,
de pública (iii). B, não obedeceu à forma
prtedade _ da ' COntinuando A c aVia, fica como possuidor em OUtra ter a posse. E do que se aqui é da aquisição da posse, não
da aqu isição do direito. O próprio A, tendo transferido a posse para B
à qu a I B e' mero detent
nua propri ed ad e ou propried
omo possuid or em termos de pro-
em consequência de negócio nulo, para a readquirir tem de mover os
a esta relação A-B or, ou possuidor . ade da raiz - , em ordem
mecanismos de direito, designadamente a acção de nulidade, e, obtido
, a B,provoca a ce, por conseguinte nomzne
este na- alieno. Quando C, alheio
titulo d ompra o . '
. e posse, substit . d u aceitação de B o possuid or d o predlO,
" . na
alte ganho de causa, a execução da sentença.
Advirta-se ainda que o direito que o terceiro atribui ao detentor, se
rum. ' e Iogo o seu ani Uln do o seu animus p ' ou'd seJa, a sua .Inversão d o
fi tem de caber, como é óbvio, no direito com que o terceiro se titula, não
adnzmus possidendi em mus etinendi em te OSSl endi em termos de usu- tem de ser o mesmo j/Is in re. O excesso de um em relação ao outrO é
omí . .
010 termo s d e propricdad
rmosI de nua propriedade, por
possessoriamente irrelevante, pois nem a eventual invocação do direito
_ AdVlrta-se
. que o . e pena ' em termos de pleno
mais denso, por parte do terceiro, acarreta qualquer pos-
nao tem posse o terceiro, se é alheio' sessória para ele _ essa arrogação, como Já. se fl"lsou, _nao havendo
abs t I.acta mente,p incl
de eventual mente ter oad"relação possessoria
' e portantO,
, uso o direlto
' . de propriedade
Irelto re aI com que se
' legitima autoridade em írica sobre a coisa, não constl(lil opOslçao - , nem o
. O lter da posse não excesso, em fa:e do jus in re atribuído, lhe confere poder de
facto sobre o bem (e pela mesma razão que se aduz!ll) . Altas , o terceiro
nem tem de invocar qualquer qualidade - o que tem é de proceder de
(I ii)
[NC: vide ar!. 22 . ' , almea
. a) , d o OL n. ' 116/2
008, de 6-79J
COimbra Ed Hora
' .. .

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306 Introdução à Posse 307


Orlando de Carvalho

modo a não a excluir in limine sob d de se considerar ligado ao possuidor, para passar a ligar-se ao terceiro.
cadear seriamente a . _ d' , pena e o seu acro não poder desen- O acro do tercei to, como vimos, enquanto arrogação de titularidade
Inversao o titulo de po
A . - d sse. sobre a coisa, não lhe confere posse alguma - o mesmo acontecendo
poslçao o terceiro, conforme '. .
dor por nenhum tít I b . temos InsIstido, é a de não possui- com a adesão do detentor ao acto obrigacional, adesão que é insusceptível
u o e, o vlamente t b' d
isso, a fórmula da lei no 1265 .' am a e não detentor. Por de conferir ao terceiro uma posse que ele não tinha. Se, em consequên-
an. o znfi
capaz de transferir a poss " ,. ne - " ... por acro de terceiro cia, o detenror passar a tratar o terceiro como possuidor (pagando-lhe
e» - e maO/E< .
por definição, não tem estamente errónea. Se o terCeIro, rendas, prestando-lhe contas, etc.), o que pratica são violações da relação
posse, o seu acto d fi .
transferir posse algum D . ,por e Inlção, não é capaz de que o liga ao possuidor em cujo nome possui, fazendo o terceiro even-
. a. e lesro se ho C · .
tratar-se-Ia, por parte d d ' uvesse transrerenCla de posse, tualmente cúmplice dessas violações.
_ o etentor, de u .. - .
e nao da aquisição origl' ,. ma aqulslçao denvada da mesma, O acro do terceiro faz deflagrar o processo psicológico de inversão
. nafla que é a . - d '
a leI quer dizer _ isso s. , Inversao o titulo de posse. O que na medida e só na medida em que o detenror o assume seriamente. Por
. 1m - e "por a d .
d e atribuir o direiro re I ' Cto e terceIrO capaz, em abstracro, isso, se for um acto absolutamente simulado ou com reserva mental
VISto que - h
quoad effictum a muta a», _ . ' se nao ouver um negócio real absoluta conhecida do declaratário-detentor, não desencadeia a inversão
. ' çao pSIcológica d .
conseguInte não h' .. _ e ammus não se verifica e por do título de posse, O mesmo sucede se for relativamente simulado ou
. ' a aqulslçao de os ( , " Id reservado
maIs denso jus in re)
.
p se ou de posse em termos de um
por parte do dete M . com reserva mental relativa, desde que o acro d Isslmu a o ou
uma Incorrecta perspecti d f: ntor. aIs uma vez a lei exprime _, " I d .{f;cN'm
e Para que o processo se
.acontece no art. 1259.0,val. o acto ,co fu d' d
n nInO-o com o direito, como
nao constItua um ,negocIO . rea équoa 0J '" . . acto válido Uma vez
desencadeie não e preCISO, por m, que sep um "
O acto do terceiro tem d que tenha seriedade bastante para o detentor crer que o terceÉlro se
atribuir (transferir ou co . . e) ser um acto abstractamente capaz de , , ' ã o do tÍtulo de posse, aquI
fa Cto so b re a coisa te dnstltulr um d"Irelto real
. que confira poderes de VIncula, é susceptlvel
,
de provocar a mvers , -
, c 'd d que o terceIro nao desmInta,
'
ó . ' m e ser um n " . . que enrra a neceSSIdade, atras relen a, e, Se a desmente, o deten-
gat fiO, um negócio real d egoclo translatlvo-real ou real-obn- in limine a sua legitimidade para o praticar, I - '
negó .
d CIO que não sofra de nenh
quoa effictum
d - e um negócio existenre, um tor não romar a sua declaração senão como dec araçao Jocosa ou
e VIsta Jurídico: de falta d uma as causas de inexistência do pontO
cons clencla
" . d a declaração ou e vontade não séria , . acro do terceiro, na inversão do título de
d f: I d e acção, ou de vonrade ou de
aSSIm que a posse do inversor. , Ape-
vontade de efeitos (como 'na e : ta ,total de vonrade negocial ou de
Contrato b coacçao pOsse, nao causa ou funda, d ' na mutação pSIcológIca do
é so nome de Outrem e d ' frsic a, nas d eclarações jocosas, nO nas a desencadeIa,
, A . . -o e posse esta
aqulSlça d ma aquisição originária,
n , . , e l o que se trata e u ,
esta: é que a inversão por a t dO Issenso total ou manifesro). A razão
anImo de quem mver re , P , d o plano J'urfdico-genétIco,
ou faça defl agrar a mutação psc o' eló'
terceIro supoe - um acto que provoque lta Indepen ente, n
quando o acto e' Juridicament'
. ICO glca sendo a posse que d eIa resU 'd espoliado contra a qual se
. no d etemor, o que não acontece ' r d do pOSSUI or '
vontade e 'd e IneXIstente (porque não há declaração d e d e qualquer posse anteno : a actual terceiro, se alguma vez
. m senn o estrito) ou ' h' 'd porventura, o ' '
a d qUlre, e da que ap tI o, , " ou seJ'a da medida emplflca
tranamente Idóneo para a . qbuando, eXIstindo, não é um meio abs- , ' d facro aqUISItIVO, ' " '
amb' d atn Ulção d '. . a teve, Depende tao-SO o logicamente COInCIdIrá com a
,. UI ao etentor um dir . b' e um JUs ln re. Se o terceIro ' o r assuI1le e que ' ' -
do jus' in re que o mvers 'b' P outra via, é uma aqulslçao
ClonaISImp
solIdo d o que o que titulav elto o nga' ' les, ainda que maIs. . Ih am UI. or .
d o dIreiro que o terceIro e c dois com o antm1l5 reve-
comodatário)
'. - h averá efei
,nao a a sua
. detençã o (arren d amemo fei to a uI1l , ' o se cOOlorma ep
Instantânea. Se o inversor na , ou menos efémera, mas a
subjeCtiva q ue a aIguns pode to fiInversor ne n h um, nem sequer a invers ao
' dele pode ser maIs
I fveI - deixar o detentOr
a Igurar-se paus Iado na inversão, a posse
Jl
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309
308 Introdução à Posse
Orlando de Carvalho
. d . B-C q uanto ao usu fr uto, e A C, quanto
inversão produziu-se
. com o reI 'p, sa I"lentamos acerca d a.oposição
evo que .' Possesso"n a e' asS I'm bifurca a . , 'dO C A trans fiere- Ih e d env
. adamente
sopre 10 a ,
A exigência de um como que prazo de viabilidade não tem aqUl .sentldo, raiz. Ao vender sem reserva demos em seguida) a sua posse em
omo estu ar . _ do
salvo para efeitos probatórios da própria verificação da inversão (interesse (traditio brevi manll, c fi to provoca-o a uma lnversao
dos comportamentos ulteriores enquanto indícios ex post). . quanto ao usu ru , . um ter-
termos de raiZ, mas: a B A, portanto, funCIOn a ,
De se tratar de um acto meramente desencadeante, e não fundante, tírulo de posse relatlvamente '1 da inversão. A frase ,.oao e pos-
. h e na atura , em
da aqu isição da posse, deriva que o acto do terceiro nunca tirula a posse ceiro e, todavia, tln a poss assim sentido a marg d
do inversor, para fins do art. 1259 .0 A posse do inversor é sempre não suidor a nenhum só tem ue a inversão contende, a do;
tiru lada, porque a inversão não é um meio abstractamente idóneo de d domíniO com q . o inversor e o pOSSUI
de poderes . e o na relação posses sóna de usufruto, a relação
aquisição de direito real, não é um titulus adquirendi. De resto, é o que
poderes em Jog fi d' no exemplo, os po A -o o é de maneira
acontece com toda a oposição, explícita ou implícita, do detentor ao que a inversão de o possuidor nesses termos, napróprio nem em
poss uidor. Mesmo no caso extremo, a que há pouco nos referimos, de B-C E r ISto· se e ai m em nome d
. po . I nem form ,ne de poderes, po e
o terceiro ser o verdadeiro dominus (ou o titular do direito real que se em causa, . a margem .
nenhuma - n termos OU seja, noutr I _ s possessórias blfur-
arroga) e transferi r o domínio (ou esse direito) para o detentor. A nome alheio. NoutroS 'ça-o porque as re açoe
ex interversione é sempre usurpação e, por isso, sem título . Para conseguir sê-lo. Há que ter ISto .
. em aten
d) são muito reque
fi ntes
.
"
cadas (e ate trI ou P oltfurca as
uma posse com título o detentor teria de discutir o direito , de provar
que adqu iriu este último e, consequentemente, de usar d os meios legais
para se fazer restituir. Com o que a sua posse seria uma posse causal, e c) Esbulho , d osse de outrem
não a posse formal da inversão do título de posse. açao a pd do pOSSUI'd or
.
d' e Visa-se aqui a usurp a vonta e
Urge esclarecer ainda um ponto. Disse-se acima que o terceiro, por Como já, se ISS, de outrem contra 'o J'á referidas: na
" da posse d usurpaça .
definição, não é possuidor a nenhum título. Isto só é exacto com certa
preci são. Suponhamos esta hipótese:
- privação iltclta fi . aS específicas e t por co nseguiOte,
- não enquadrável nas . 0 1m ão do tÍtulo de posdse . 'rpação não espe:
. na lnvers sos e usu b. aa
1980 aquisição paubtlna e ue engloba todos os ca ácter residual que o n g
1981 l
A - - - - - - - - - - ; ; , . , . . B - -_ _ _ _ _ _ _ _ " C uma noção resldua , q t J'ustamente esse car ação é sempre priva ção )
consütuição de usufruto,
vistos. . se a usurp " o latino,
cificamente pre · de ilicitude, POIS, ambiante do etlm í lo de
c/ entrega da coisa arrendamento ' d Id ela Ih u esse c , do t tU
acentuaçao a guês só reco e . da e da inversao " s que
(escrilO particu lar) cI ent rega da co isa P°rtU " reitera ess ,
ilícita (o termo la lei da pratica I para efeitos poss bono lho nos
. en tO pe lega, o es u
1985 o reconheclm formas um estatuto bém acontece com a enas uma
posse dá a essas n heeer. O que tam , é apenas negatiVO, Ptividade e
venda do prédio se não pode deseo _ o seu estatuto nao Imen te posi tivo: tax: . , I, d),
sem reservas 276 o e segs. I mas Igua I art. j Z 7 o I
arts. I . I'd de possÍve, 'b'llidade, pe o' 'ndiscutíve
. diga I a c pOSSI fere a I
fronteira a e . de deres a , que lhe eon . 1 : _ mas,
Depois do usufruto, como sabemos, A ficou possuidor da raiz e B d d s meios valecer, o . , riglnalla ,
caducida e o dor vir apre 'd de aquislçao o ' o específicas,
pOSSUidor em de usufruto e detentor (possuidor em nome de A)
de a posse do ma reco nheCI a tra volllntllten1 na
em termos de raiz. Com o arrendamento, C torna-se detentor (pOSSUI- d ma ror . óes con
categoria e u todas as prlvaç
dor em nome de B e, através deste, em nome de A). A sua relação Como nele entra m coimbra EdilOraJ

Coimbra Edil or,1k

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.,1

31 1
310 Orlando de Carvalho Introdução à Pone d
de ficar com a coisa em termos e
ão se excluíssem as pnvaçoes
. - I"ICltas (expropnaçoes,
. - .
nacionalizares, ão de fi car com a posse de rivando outrem dessa mes,ma POSI-
se n
ap reensões . res[J[ulçoes
J'udiciais, as própnas ' . _ por força d a acçao _ dI recta
'fi direiro real (animlls possldendi), Pder uma autoridade emplflca que
do art. 1277.°), criaríamos um concelro . que, era vez d e aJu
. d ar a' clan I- - E se a tal intenção domínio fáctico da coisa,
çao. 'd d jundlca, um .' a conStl-
cação dos regimes, seria causa de confusão e dislogia. . «intende» essa auton a e d' ibilidade fáctica do sUJeIto, _ .
De rodo o modo , se a exclusão das privações lícitas, a maIs das 'rbita de Ispon . co tempo nao Inte-
entrada desta na o 'al Se por mUIto ou pa u d aquisição
especificamente previstas, nos permite definir o âmbiro do esbulho ' I -o estanCI . lém e uma
tuição dessa re aça d sse por esbulho, que, a I como toda
forma de aquisição originária de posse ou como modalidade resIdual Ie . ição a po C aro que,
ressa para a aquls .. _ instantânea de posse. d oi ncidir com a
usurpação, não é a essa forma e só a ela que a lei se refere quando fa ea . . , . , a aq Ulslçao d -o tem e c .
ongmana, e um do esbulha ar na d' de incidêncIa,
de esb ulho nos am. 1267.°,2, e 1276.0 e segs. O esbulho da leI abrang , . . " a posse os e area
a posse ongmana, Pode ser menor em Tudo depende do facto
como já atrás se disse, toda e forma de murp:ção _ , e, Posse do esb ulhado. mos de comeudo. não há gestos
isso, das formas descntas, a aqUlslçao paulanna, a mversao do nrulo ar em ter b Ih em que
como maior ou men I' r-se que no es u o, rime é particu-
posse, bem como as formas aparentes de ocupação e de acessão que se aquisitivo, d even do sa lenta I' _ da factuah'd ade que o exp
a ava laçao ,
ofereçam co mo usurpatórias, além, evidentemente, do esbulho em sen- P ré-configura d os, entido eS[flto,
tido estriro da nossa terminologia _, pois não teria senrido que as larmente relevante. _ a totalidade, dos .es bu lhosI em geral s - o furto , o
privações ilícitas não fossem igualmente reguladas e sancionadas, , D e I'd d se nao d' o pena ,
A genera I a e, . quer do Irelt d . as imóveIs _ ,
res to, é essa ideia abrangente ou englobante que resulta da sistem aClca . de cnme, ão e caIs
preenche tipos lega Is d confiança, a usurpaç contrafacção, em
da lei, que, no art. 1263.°, ao indicar as formas de aquisição de roubo a burla, o a buso e . I _ a usurpaç ão ou a o própno . es bu-
não inclui o esbulho, que, todavia, bem conhecia (isso acontece tambem ' I especla . I De resto, . a
quer do direito pena . dade indusUla . 'sição paula[lna n
com a sucessão mortis causa, mas aqui a razão pode ter sido ser a suces- . . da propne
matéria de dlrelro d caber aI,, com o a aquI no abuso de con-
são havida como mera continuação de uma posse anrerior, sem autono- I po e , I d posse h 'a
lho em sentido amp a I'nversão do [lru o de criminal para que adJ
mia, digamos, entre as modalidades aquisitivas) e, nos artigos em que d . 'VCIS e a '1 Cl ru e ' nClas a
usurpação e Imo 'ecessária essa I I d 'em as conseque
do esbulho se fala, não define este nem pouco nem muiro. O que inculca . ão e n d enca el
fiança. Todavia, n lato senSII e se es , ' _ o
que o esbulho se vi u co mo uma característica geral que virtualmen te
Usurpaçao - ou esbu lh o d tela pos sesso na .
afecta várias formas de aquisição e até fenómenos não especificamente
defesa da posse. . tarde para o esrudo b lhoa tUcomo lar c ma de aquI-
previstos (esbulho em sentido estrito), desde que porradores d a mesma d ra maIS . d do es u
sintomarologia. Deixan o pa c a f:a lemos al n a anta-
deles , a posse
No esbulho propriamente dito, ou como form a autónoma, entrarão, problema dessa urge como um d as for-
. . men te s a ta as
. - I'1!CItas
pOIS, ro d as as pnvaçoes
. " d a posse de Outrem, co ntra a vonta de do slção. ele cria originana de restO, é do art. 1267.0,
POSS UI'd or, nao- espeCI'fiIcamente previstas na lei. Não serão iI íCltaS
' as A posse que b Ihado (o que, d'da a prevlsao é que o
do es u me I , . por m,
privações com consentimento prévio do possuidor _ que já não seriam gónica da posse . egrando , nessa a lei permIte, . (do a esta,
-o) wt m ano, c reS[l tU
usurpató rias, por haver esse mesmo consentimento (<<consenrienri non mas de usurpaÇa C'· 'I Durante u d asse e, se lor pau como
fi " ' ) 'd' IVI ' d f, sa a P se usur
It lJ1Jufla» - ou as que trad uzem o exercício de um direiro (<<fecI,' dse 1, d), do Co Igo
. elos m
eios dc e e '
eCI da e
a posse que f:
o acro '
de verifi-
esbulhado reaja p não aco _ nt ceiro como d c sa durante
jure fec i»), Por Outro lado , só há aquisição de posse por es bulho se se co mo
h ' a usurpação tcm- (. 1283.°. . ) Este el"
r suscepdve I de ele
ouver ammus e corpus, como se sabe, nos termos a que repetidam en
nu nca interromp .Ida a(t·sição da V([l ma se
se aludiu . Só se houver animus spoliandi por parte do esbulhador, inten-
cando-se o esbulho, a po , b" Edilo,, -
C Olnl •
Coimbra Editora'lf

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312 Orlando de Carvalho

um ano, levou, dado o princípio (e o facro) de sobre a mesma coisa e


com a mesma densidade não poderem incidir duas posses antagónicas
(<<duorum in solidum dominium vel possessio esse non potest»), a que se
entendesse que o esbulhado não perdia a posse e, por conseguinte, o
esbulhador não a adquiria a não ser esse ano volvido. O que é um res-
quício daquela concepção medieval a que já nos referimos e que distinguia
uma possessio animo ou possessio civilis e uma possessio corpore ou possessio
naturalis. O esbulhado ficaria justamente com essa possessio.

A DA PROPRIEDADE.
PARA UMA DO TER (*)
DO PROBLEMA D

, comemoratiVo
. das Bo das de Ouro do
J num ero
(*l
. ESlllaO
publica do ,n
S -
C· bra Coimbra, 195 1.
d olln · , f J
C . A.D' c., Imprensa c .
, i publicado, e
m 1952, em separa a.
{NC: Este texto o

Coimbra Editora Il

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