1. Como o capitalismo mudou as relações de trabalho do feudalismo?
Inicialmente, falando sobre as mudanças nas formas de trabalho no
capitalismo, temos o trabalhador assalariado, livre para escolher a empresa na qual vai trabalhar e no feudalismo tínhamos os camponeses preso à terra, devendo obrigações ao senhor feudal, em trabalho, impostos e taxas. A transição do feudalismo para o capitalismo ocasionou não somente a retirada forçada de terra, mas, sobretudo, o agravamento das diferenças sociais e a fragilização das relações coletivas. No feudo, o trabalho realizado visava à subsistência e a divisão da organização do trabalho entre homens e mulheres. e priorizava o uso dos recursos naturais para a manutenção familiar. Com o desenvolvimento do capitalismo, estabeleceu-se nova divisão do trabalho: aumento do trabalho individual e a produção de excedentes, com geração de lucro, modificando a relação do campesinato com a natureza e entre si. Outras mudanças que não poderiam deixar de ser citadas é que a economia capitalista utiliza dinheiro, prevalecendo o sistema visando o lucro, acúmulo de capital e enriquecimento, enquanto no feudalismo as relações econômicas eram principalmente, baseadas em trocas de produtos e serviços com pouco uso de moedas, sendo a agricultura o principal setor da economia com a prevalência do sistema de subsistência. O capitalismo tem o sistema de produção baseado no uso de máquinas e o feudalismo tinha o sistema artesanal de produção de mercadorias.
2. O que a política neoliberal tem a ver com o lucro e com a precarização
do trabalho?
O Neoliberalismo tem como princípio a mínima intervenção
do Estado na economia. Esse primeiro princípio é o que rege a doutrina neoliberal, - o Estado precisa estar fora da economia para que através das leis do mercado, se estabeleça, cresça, se organize e tenha lucros. Sendo assim, existem algumas ações que precisam ser adotadas para que o Estado saia da economia, sendo uma dessas atividades, a abertura econômica. A política neoliberal defende economias abertas como, por exemplo, sem grandes políticas protecionistas. Outra característica bastante destacada no neoliberalismo são as privatizações, em que há vendas de empresas estatais e serviços estatais, onde vendendo suas estruturas e serviços, o Estado permite que a inciativa privada tenha mais poder de atuação, além do lucro. Outra característica marcante e não menos importante é a flexibilização das leis trabalhistas ou dos direitos trabalhistas. O Estado reduz direitos, mudando a legislação trabalhista, no propósito de que a iniciativa privada tenha mais “poder de barganha” para que favoreça a si mesmo.
A política neoliberal garante muito mais direitos e poderes aos
países desenvolvidos e a grandes corporações, além de que em países subdesenvolvidos como o Brasil, acaba minimizando direitos trabalhistas. A partir dessas características, entendemos que a política neoliberal nada mais é que, um projeto criado para o favorecimento de empresários com grandes empresas. O ideal neoliberal é uma estratégia voltada para restaurar o poder dessas classes dominantes, do que um projeto para realizar um plano de reorganização do capitalismo internacional. A política neoliberal é uma doutrina muito criticada, as principais críticas é que promove a intensificação da exploração da força de trabalho e o desmonte de coletivos de trabalho e de resistência sindical-corporativa, além da fragmentação social nas cidades, em virtude do crescimento exacerbado do desemprego.
3. Como as autoras do texto sob estudo (TAKAKI; ANTLOGA, 2021) percebem
a relação entre o trabalhador e o empreendedorismo estimulado pelo capitalismo?
De acordo com as autoras do texto sob estudo, a relação entre o
trabalhador e o empreendedorismo estimulado pelo capitalismo acontece em um cenário de desemprego, onde, sobretudo, há geralmente, a necessidade de manutenção ou aquisição de emprego em cenário de crise político-econômica. Esses cenários de crise econômica favorecem a intensificação na taxa de empreendedorismo inicial (negócios que são abertos, mas que não necessariamente permanecerão ativos), particularmente em decorrência da limitada oferta de emprego e a necessidade de renda para a sobrevivência e o consumo. Consequentemente, a redução da presença do Estado na geração de novos empregos proporciona maior responsabilização dos trabalhadores para se manterem inseridos no mercado de trabalho. Sendo assim, pessoas precisam “empreender para sobreviver”, buscando formas alternativas de reinserção no mercado de trabalho para se manter e sobreviver no sistema. Entretanto o enaltecimento do empreendedorismo como solução possível para o desemprego pode disseminar falsa percepção de oportunidades de renda, instigando que a condição fundamental para se ter emprego está ligada à vontade e ao querer trabalhar e fazer acontecer, sendo que na verdade o Estado precisa ajudar, diminuindo burocracias, minimizando custos de formalização, estimulando o “crédito amigo” e oferecendo formação técnico- empresarial as pessoas que estão iniciando seu empreendedorismo para empreender formalmente, pagando seus impostos e gerando mais empregos.
4. Como a gestão gerencialista seduz e domina o trabalhador?
A gestão gerencialista tem sua efetividade através do incentivo ao
desempenho total e à competitividade dos trabalhadores. A promessa de reconhecimento e futuras oportunidades de carreira gera o comprometimento do trabalhador, excluindo a possibilidade deles questionarem a realidade que vivem e refletirem sobre as explorações diárias que sofrem no trabalho. Assim, os trabalhadores alienados, passam a crer que eles têm poder para resolver questões que são socialmente muito mais complexas, podendo causar até problemas de saúde muito sérias, sendo elas até mesmo psíquicas, como, por exemplo, transtornos e síndrome de burnout, ao sentir com o tempo a sobrecarga de todos as atividades que são impostas. Essa omissão organizada revela o gerenciamento como mecanismo de poder entre o capital e o trabalho, com propósito de promover a adesão dos trabalhadores às imposições da empresa.
5. Como o discurso organizacional seduz o trabalhador, conduzindo-o ao
sofrimento?
Existe uma frase bastante conhecida retratando essa sedução ao
trabalhador, que é: - “Trabalhe enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, persista enquanto eles descansam, e então, viva o que eles sonham.”. No discurso organizacional dissemina-se que o esforço e a sobrecarga física e psíquica serão posteriormente recompensados, o que traz sensação de justiça e pertencimento aos trabalhadores. A visibilidade e o possível reconhecimento conferem caráter de importância ao impactar a identidade de cada pessoa. Mas quanto a promessa do discurso organizacional não se cumpre, instaura-se a sensação de desconforto e mal- estar coletivos. Há sempre casos de pessoas conhecidas que passaram por “torturas” psicológicas no trabalho, a partir de promoções que são suspensas, atrasam ou quando ocorrem, dão-se por meio de processos injustos e não democráticos. Todas essas dinâmicas acabam sendo ilusórias e conduz o trabalhador ao sofrimento.
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