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Metodologias do ensino de língua portuguesa e inglesa

O aluno é um aprendiz ativo e autônomo que pesquisa, questiona e se apropria do conteúdo


para construir seu conhecimento e se tornar o protagonista de sua aprendizagem. Possuímos
uma natureza inquisitiva e habilidades cognitivas que nos permitem observar, relacionar,
questionar, aprofundar, resolver problemas, refletir, comparar, criticar, justificar, argumentar,
inferir conclusões, generalizar e buscar e processar informações. Isso nos capacita a
organizar, comparar, descobrir e imaginar, tornando-nos indivíduos ativos na busca do
conhecimento.
Cada conteúdo estudado e suas conexões preparam o aluno para atuar na sala de aula com
alunos do século XXI e alcançar competências que serão úteis em outras disciplinas do curso.
Isso inclui dominar os aspectos teórico-metodológicos e práticos do ensino de Língua
Portuguesa e Inglesa, aplicar os aspectos legais e teóricos relacionados à aquisição de línguas
maternas e estrangeiras, conhecer as influências linguísticas que moldaram o Português
brasileiro e compreender o histórico do ensino da Língua Portuguesa no Brasil, além de
aprender e aplicar as regras e normas que regem o uso da língua no país. Essas metas
ajudarão os alunos a se prepararem adequadamente para sua atuação como professores e a
obter sucesso em seu curso de estudo.
Para que o aprendizado faça sentido, todos os conteúdos serão conectados a uma
contextualização ou contexto de aprendizagem.

1.1 Aspectos conceituais e históricos do ensino de Língua Portuguesa

Em concordância à Cunha e Cintra (1995) a língua, como sistema gramatical, é intrínseca a


um grupo de pessoas e reflete a consciência coletiva. Ela é o meio através do qual essa
comunidade percebe e interage com o mundo ao seu redor. A linguagem é uma ferramenta
social que se desenvolve continuamente, em paralelo com a evolução da sociedade que a
originou.
A língua pode ser estudada de duas formas: sincronicamente, quando analisada em um
momento específico no tempo, ou diacronicamente, enfocando sua evolução ao longo do
tempo. A Língua Portuguesa, como outras línguas românicas, tem suas raízes no Latim, que
se difundiu na Europa devido a conquistas militares e dominação cultural de Roma a partir do
século III a.C. O Português derivou do latim vulgar, assim como outras línguas românicas
como o italiano, o francês e o espanhol.

O ensino da Língua Portuguesa no Brasil Colonial e Império

No Brasil colonial, a colonização começou a partir do litoral e trouxe consigo o ensino


jesuítico, alinhado com os interesses portugueses e o modelo educacional da época. O Projeto
Educacional Jesuítico tinha como objetivo formar um homem cristão de acordo com os
princípios escolásticos. A atuação dos jesuítas na colônia ocorreu em duas fases: a primeira
focada na catequese dos índios e a segunda no desenvolvimento do sistema educacional.
Inicialmente, os jesuítas se dedicaram à conversão dos nativos ao catolicismo, mas depois
também passaram a educar os filhos dos colonos, incluindo a formação da burguesia urbana.
Em 1759, a Companhia de Jesus foi banida da colônia brasileira por decreto real, confiscando
seus bens, como parte das reformas iluministas promovidas pelo Marquês de Pombal.

Embora outras ordens religiosas tenham atuado na colônia, os jesuítas se destacaram como
educadores e desempenharam um papel fundamental na colonização e povoamento do Brasil,
contribuindo para os objetivos do governo português na época.
A ação dos jesuítas na colônia teve duas fases: uma inicial de catequese e adaptação dos
índios aos costumes europeus, e outra, um século depois, marcada pelo fortalecimento do
sistema educacional anteriormente firmada.

A situação linguística anterior

No momento do descobrimento, o litoral brasileiro era habitado por tribos Tupi, enquanto a
tribo Jê permanecia no interior. Os portugueses influenciaram fortemente os Tupi, que
serviram como guias e aliados na colonização. Um dialeto Tupi, principalmente o tupinambá,
foi adotado como língua geral para comunicação, especialmente pelos missionários jesuítas, e
coexistiu com o português. Essa língua Tupi passou por alterações fonológicas e semânticas
sob a influência do português. Ambas as línguas coexistiram na colônia, operando como
adstrato e não como substrato, mantendo-se simultaneamente na região.

A contribuição africana

A partir do século XVII, com o aumento do tráfico de escravos africanos para o Brasil, houve
uma mudança significativa no panorama linguístico da colônia. Os africanos, originários de
várias nações, tanto do grupo Bantu quanto de tribos não Bantu, foram forçados a criar uma
língua de comunicação devido à sua integração na sociedade branca como escravos. Isso
resultou no desenvolvimento de um crioulo português que uniu africanos de diversas origens.
Eles também demonstraram facilidade em adotar a língua geral indígena, contribuindo para
sua difusão.

CUNHA, Celso e CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português


contemporâneo. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 1985.
LIÃO, Graziela Bonato; GIMENES, Juliana Aparecida; WADA, Adriana Pavão; PEREIRA,
Odete Aléssio. Metodologias do ensino de língua portuguesa e inglesa. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S.A, 2017.

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