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AULA IDADE MÉDIA

Tópicos:

1. Civilizações para além da Europa- Keli


2. Cartografia- Dara
3. O império bizantino
4. A Europa Ocidental: alta Idade média e baixa Idade média
5. O cristianismo e sua expansão
6. Crise da Idade Média

Mapas:

 Projeção de mercartor
 Projeção de gall-petters
 McArthurs universal corrective map of the world
 Mapa de Anaximandro
 Mapa de Hecateus de milet
 Mapa chines dinastia han
 Mapa chines dinastia sung
 Isidoro de Sevilha
 Mapa em TO
 Beatus mapa mundi
 Al-isdrisis tabula rogeriana

Aula 12/06:

 Introdução sobre os mapas no geral:

Vamos começar bem de leves, um mapa tranquilo que é a Projeção de Mercator,


essa projeção foi desenvolvida lá por volta do ano de 1560 e é caracterizada pela
conservação das formas dos territórios e distorção dos tamanhos. Até hoje ela é
usada no desenvolvimento de cartas náuticas, que são utilizadas nas navegações.
Lembrando que é um mapa projetado no período das grandes navegações e tem
um que de eurocentrista por enfatizar e colocar a Europa em um lugar de
destaque. Já a projeção de Peters, foi elaborada dois séculos depois, tendo a área
dos continentes e países conservadas, mas as formas são distorcidas
proporcionalmente. Peters da ênfase aos continentes emergentes e
subdesenvolvidos, sendo representados de forma alongada no sentido norte-sul,
podemos interpretar como uma crítica a projeção de Mercator.
 Logo em seguida vamos olhar de uma perspectiva diferente, o mapa a seguir.
Primeiro de tudo, não tem motivo de colocar os pontos cardeais nas direções
convencionais, logo a representação tradicional é tão correta quanto a invertida.
A convenção dos mapas modernos foi estabelecida por Ptolomeu e adotada por
outros cartógrafos, mas vão existir mapas medievais por exemplo com
orientações diversas. Já mais recente vamos lidar com os mapas que viram o
norte e o sul de cabeça para baixo, são os chamados mapas invertidos. E essa
inversão do mapa traz com ela uma reivindicação política. O primeiro destes
mapas “de cabeça para baixo” foi feito pelo australiano Stuart McArthur, aos 12
anos ele desenha o mapa e seu professor pede para ele refazer a atividade de
forma “correta”, aos 15 anos durante um intercambio seus amigos tiram onda
dizendo que ele veio do cu do mundo. Tempos depois ele publica esse mapa, e
essas representações começam a se espalhar e ganham repercussão no resto do
mundo.

 Esses mapas mostram a América do Sul, Austrália e a Nova Zelândia na parte


superior do mapa em vez da parte inferior. Qualquer mapa pode ser virado de
cabeça para baixo e o exercício resultante disso é uma mudança completa de
perspectiva. Podemos fazer este exercício com o mapa da Europa, com o
seguinte resultado.

 Quadrinho de Mafalda. Quino. A obra tornou-se um símbolo muito importante


para os latino-americanos em seus esforços para se tornarem mais notórios e
reconhecidos na visão geral do mundo.
 E aí antes de mostrar os mapas medievais de fato vamos dar uma olhada nesses
dois mapas seguintes, lá na Grécia antiga os filósofos já tinham um
conhecimento da astronomia e astrologia que vinha dos babilônios. Esse
primeiro uma representação de Anaximandro,

o outro de Hecateu (550 a.C. - 475 a.C., aproximadamente), de Mileto, que


acreditava que a Terra tinha a forma de um disco, plano, suspenso no ar. Para
Hecateu de Mileto, a Terra era dividida em duas partes, Europa e Ásia - que
englobava a África -, delimitadas pelo Mar Mediterrâneo, pelo Ponto Euxino
(nome grego de uma cidade a beira do Mar Negro, também denominado Mar
Euxino), e pelo Lago Meotis (nome grego do Mar de Azov), que desaguavam no
Rio Oceano através das Colunas de Hércules. No mapa, também estão
representados o Rio Istros (o Danúbio) e o Rio Nilo.
 Agora vamos para as representações medievais, o período da Idade Média que se
estende da queda do império romano em 476 até a tomada de Constantinopla em
1453, é marcada por uma espécie de estagnação cartográfica, onde os símbolos
passam a ser substituídos por representações religiosas. A disposição do mundo
estava diretamente relacionada a concepção do homem medieval, os mapas eram
frutos de produção humana e estavam interligados a religiosidade cristã. Os
mapas refletiam ideias e desejos comuns da época, então os autores faziam uso
de ornamentações, personagens, fábulas e crenças, quase um romance ilustrado.
Estavam afastados de uma realidade geográfica nos moldes de hoje,
prevalecendo o simbolismo do mundo cristão
 Esse daqui quais as opiniões, o que vocês conseguem enxergar?
 O mapa acima foi confeccionado no ano de 1220 por um padre espanhol, mas o
detalhe interessante vai além disso. A observação do mesmo não deve se ater aos
aspectos relativos ao grau de precisão, embora isso também possa ser discutido e
analisado, mas sim para a simbologia que transparece no mesmo, reveladora da
mentalidade profundamente influenciada pelo pensamento cristão da época. Na
imagem do mapa (acima) aparecem vários números (sobrepostos nos tempos
atuais, claro), que indicam os locais de referência fundamentais do cristianismo
para aqueles que se dispusessem (ou tivessem a rara oportunidade) de ver de
perto o mapa naqueles tempos.
 Localização do Jardim do Éden. Conforme descrições da Bíblia o ambiente
natural onde teriam vivido Adão e Eva (os quais, aliás, aparecem no desenho)
estaria localizado nas proximidades da antiga Mesopotâmia (Iraque atual) e o
mapa parece coerente com tal concepção.
 2. A cidade de Jerusalém. Era muito comum nos mapas medievais Jerusalém
estar representada no centro do mundo. Por razões óbvias é a referência maior da
cristandade em termos geográficos, lugar onde Jesus Cristo foi crucificado, mas
também cidade sagrada para os judeus e muçulmanos.
 3. O mar Mediterrâneo. Aqui ele está representado como se fosse um canal.
Como sabemos, o mesmo é o berço das grandes civilizações ocidentais e não
poderia deixar de ser mostrado.
 4. O rio Nilo. Se o leitor olhar com atenção, o delta (foz) do rio também está
representado. Um detalhe, as nascentes do mesmo, motivo de controvérsia até a
era do imperialismo europeu na segunda metade do século XIX, são
representadas (erroneamente) como sendo localizadas na atual Etiópia.
 5. A antiga península do Hindustão ou atual Índia, em uma proporção muito
menor do que de fato é.
 6. O continente africano.
 7. Constantinopla. Como se sabe, essa cidade era, na época em que o mapa foi
concebido (e também copiado) capital do Império Romano do Oriente ou
Império Bizantino. Fundada pelo imperador Constantino (que foi o primeiro
governante romano a se converter ao cristianismo), atualmente é a cidade mais
importante da Turquia (com o nome de Istambul).
 8. E claro, Roma. Apesar do desaparecimento definitivo do Império Romano do
Ocidente no século V e da cidade ter sofrido um forte decréscimo populacional
no milênio medieval, Roma abrigava a autoridade do bispo superior da
cristandade: o papa. Tornou-se também a sede dos territórios da Itália central que
estavam sob sua jurisdição: os Estados Papais.
 Bem, existem outros pontos importantes que estão localizados no mapa, como
por exemplo, a Babilônia, a Judeia (atual Israel e territórios palestinos), a
península da Anatólia (atual Turquia), a Gália (atual França) e a península
Ibérica (onde hoje estão Portugal e Espanha) na parte inferior do mapa. O
mundo era concebido como uma massa plana e cercada de água. Evidentemente,
a América, boa parte da Ásia, a Oceania e a Antártida não estão registrados. A
cartografia não está imune a fatores religiosos, ideológicos e políticos.
 Esses mapas seguintes são ambos chineses, um representando a dinastia han e o

outro a sung

No final da dinastia Tang (618-907 D.C.)


e durante a dinastia Song (960-1279 D.C.), há evidências históricas de que a
China realizava comércio marítimo com o império egípcio, passando pelo
mundo árabe e persa. O desenvolvimento naval chinês da época só foi possível
devido ao início do uso da bússola para navegação, ferramenta que tornou
possível controlar direções e fazer previsões meteorológicas. O outro é um
controverso mapa chines de 1418 que supõe que os chineses já haviam
encontrado a América.
 Logo em seguida vamos conhecer mapas com um formato criado por Isodoro de
Sevilha o mapa chamado de TO


 Este mapa esquemático tinha o seguinte significado: o "T" representava os três
cursos d'água que dividiam o ecúmero, o Mediterrâneo, que separa a Europa da
África; o Nilo, separando a África da Ásia; e o Don, entre a Ásia e a Europa. O
ecúmero teria sido dividido por Noé entre seus três filhos após o Dilúvio. Além
disso, o "T" também simbolizava a cruz e na sua junção estaria localizada
Jerusalém, centro do mundo. Esses mapas, em sua maioria, eram circulares e
emoldurados por um grande oceano.
 "Die Ganze Welt In EinemKleberbat" - Heinrich Bünting, 1581
Tradução: O Mundo Inteiro numa Folha de Trevo Exemplo de mapa com
simbolismo religioso, onde o mundo é representado por uma folha de trevo, que
delimita os três continentes, destacando-se Jerusalém ao Centro. A América à
parte deste mundo
 esse feito por isodoro

 E por fim, temos o beatus mapa mundi

 Esse mapa mundi foi feito pelo monge de Liébana e é uma das principais obras
cartográficas da alta idade média. A representação do oriente é ambiciosa. O
mapa está orientado para o leste e não para o norte.
 Africa situada na zona inferior direita, Asia corresponde a parte superior e
Europa a parte inferior da esquerda. No centro do mundo se situa a cidade de
Jerusalem, o Nilo separa a africa da asia e o mar egeu separa a asia e a europa
 Por último o mapa de Al-Idrisi a tábula rogeriana

 Em 1154, o geógrafo árabe, Muhammad al-Idrisi (Dreses), incorporou o


conhecimento da África, do oceano Índico e do Extremo Oriente recolhidos por
mercadores árabes e exploradores com as informações herdadas dos geógrafos
clássicos para criar o mapa mais preciso do mundo em seu tempo. A Tabula
Rogeriana, como o mapa é chamado, mostra o continente euro-asiático na sua
totalidade, e apenas a parte norte do continente Africano. Esse mapa do mundo
se manteve como o mais preciso, por mais de três séculos.

Idade Média

1. Feudalismo: economia e propriedade


2. O feudalismo como sistema que se desenvolve numa região especifica
da França e Alemanha, junção do sistema romano com o germânico.
Não deveria ter a importância que tem.
 feudalismo “Feudal” e “feudalismo” são termos que têm sido empregados, com
frequência, de forma inadequada; são usados erroneamente como insultos ainda
mais pejorativos do que “medieval”. Até mesmo os historiadores raras vezes
concordam numa data para determinar o início e o fim do feudalismo, ou sobre o
que ele foi precisamente. Na melhor das hipóteses, uma explicação para o uso
impreciso dessas palavras é que se trata, na verdade, de termos modernos para
descrever uma sociedade que estava morrendo ou já pertencia ao passado; a
palavra “feudal” apareceu pela primeira vez em 1614 e tem sua raiz no baixo
latim feudum: posse, propriedade ou domínio, ao passo que a palavra
“feudalismo” só viria a ser inventada no século XIX. Admitido o
desenvolvimento contínuo e, portanto, um começo e um fim graduais, as origens
da sociedade feudal situam-se melhor na França setentrional dos séculos IX e X,
com o declínio da monarquia Carolíngia (na Inglaterra, de maneira mais
dramática, em 1066, com a conquista normanda), e seu desaparecimento no
século XVI.
 O modo de produção feudal, próprio do ocidente, tinha por base a economia
agrária, não comercial, autossuficiente, quase totalmente amonetária (ou seja,
com uso restrito de moeda). A propriedade feudal, ou senhorial, pertencia a uma
camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja
(o clero) e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos (a nobreza). A
principal unidade econômica de produção era o feudo, que se dividia em três
partes distintas: a propriedade privada do senhor, chamada domínio ou manso
senhorial, no interior da qual se erigia um castelo fortificado; o manso servil,
que correspondia a porção de terras arrendadas aos camponeses e era dividido
em lotes denominados tenências, e ainda o manso comunal, constituído por
terras coletivas – pastos e bosques – usadas tanto pelo senhor como pelos servos.
 A principal técnica adotada foi a agricultura dos três campos (rotação de
culturas), que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra.
 No feudalismo, a posse da terra era o critério de diferenciação dos grupos
sociais, rigidamente definidos: de um lado, os senhores, cuja riqueza provinha da
posse territorial e do trabalho servil; de outro, os servos, vinculados a terra e sem
possibilidades de ascender socialmente. Chamamos de sociedade estamental.
Principais obrigações servis:
 Corveia: trabalho gratuito nas terras do senhor (manso senhorial) em alguns dias
da semana.
 Talha: porcentagem da produção das tenências
 Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do senhor, como o
moinho, o forno, o celeiro, as pontes.
 Capitação: imposto pago por cada membro da família servil (por cabeça).
 Tostão de Pedro: imposto pago a igreja, utilizado para a manutenção da capela
local.
 Mão-morta: tributo cobrado na transferência do lote de um servo falecido a seus
herdeiros.
 Formariage: taxa cobrada quando o camponês se casava.
 Albergagem: obrigação de alojamento e fornecimento de produtos ao senhor e
sua comitiva quando viajavam.
 Embora a vida do camponês fosse miserável e ele se submetesse completamente
ao senhor, a palavra escravo seria impropria para designar sua condição, uma
vez que o servo se achava ligado à terra, não podendo ser dela retirado para ser
vendido.
 A terra tinha grande importância na época feudal, em decorrência da escassez de
moeda e de outras formas de riqueza. Assim, estimulou-se a prática de retribuir
serviços prestados com a concessão de terras. Os nobres que as cediam eram os
suseranos e aqueles que as recebiam tornavam-se vassalos. Suserano e vassalo
assumiam compromissos de ajuda e consulta mútua.
 Logicamente, porém, numa análise das características fundamentais do
feudalismo, poderíamos colocar a vassalagem antes do feudo, porquanto se trata
de uma sociedade baseada numa suserania, numa hierarquia de vassalos e
senhores que culminava no rei ou príncipe. O relacionamento era criado por uma
desenvolvida e elevada forma de encomendação germânica antiga, pela qual um
homem livre se submetia a um outro por um ato de homenagem (as mãos juntas
colocadas entre as do senhor), confirmado por um juramento sagrado de
fidelidade e vassalagem e usualmente acompanhado pela outorga de um feudo. A
cerimônia e o vínculo eram solenes, pois eram os laços de sociedade em seus
níveis superiores e politicamente conscientes.

“Do mesmo modo, os artesãos do Império Islâmico desenvolveram as artes do


metal,
da madeira, da pedra, do marfim, do vidro, e sobretudo dos têxteis e dos tapetes,
desde

a reprodução através de imitações e de experiências, até a criação de estilos


novos,

pessoais e característicos, típica e reconhecidamente islâmicos.” – p.157

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