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com
Estilos parentais
ROI ESTLEIN
Centro Interdisciplinar Herzliya, Israel, e
Universidade de Haifa, Israel
O estilo parental – o amplo padrão de práticas e
comportamentos utilizados pelos pais para disciplinar
os seus filhos – tem demonstrado consistentemente
influenciar grandemente o desenvolvimento das
crianças. Estudos têm documentado persistentemente
o papel significativo que os comportamentos de
comunicação dos pais desempenham na formação das
características e capacidades das crianças em todos os
domínios das suas vidas. Embora a literatura sobre a
parentalidade e as suas associações com os resultados
do desenvolvimento das crianças tenha as suas raízes
na década de 1920, grande parte da investigação
baseou-se no conceito de estilo parental desenvolvido
por Diana Baumrind na década de 1960. Baumrind
definiu o estilo parental como as atitudes que os pais
têm em relação à criação dos filhos e as práticas que
empregam para socializar os seus filhos. Explorando o
conceito de controle parental, esta abordagem foi a
primeira a apresentar um modelo teórico que
organizou elegantemente os estilos parentais numa
taxonomia clara. A tipologia de Baumrind (1966; 1967;
1971) identificou inicialmente três estilos parentais
distintos: permissivo, autoritário e autoritário. Os três
estilos variam nos padrões de autoridade parental e
refletem diferentes valores parentais e padrões
naturais de comportamento parental.
Permissivoos pais empregam pouco controle
em sua interação com os filhos. Eles comunicam
total aceitação do comportamento da criança,
não usam punição e muitas vezes cedem aos
desejos e súplicas da criança. Por não
acreditarem numa hierarquia familiar, tendem
a evitar confrontos e a incentivar os filhos a
serem responsáveis pelos seus próprios atos.
Autoritárioos pais acreditam em um
A Enciclopédia Wiley Blackwell de Estudos da Família, Primeira edição. Editado por Constance L. Shehan. ©
2016 John Wiley & Sons, Inc. Publicado em 2016 por John Wiley & Sons, Inc.
DOI: 10.1002/9781119085621.wbefs030
hierarquia familiar e consideram-se como tendo
um estatuto familiar superior ao dos seus filhos.
Articulam regras claras para a família e os filhos
e esperam que sejam seguidas e obedecidas.
Tendem a empregar medidas punitivas para
controlar o comportamento dos filhos e não
toleram expressões de desacordo. Ao interagir
com a criança, comunicam poucas mensagens
de apoio e desencorajam qualquer resposta.
Finalmente,autoritárioos pais são relativamente
rígidos, mas também mostram um alto nível de
apoio emocional à criança. As suas expectativas
são adequadas à idade e são capazes de
equilibrar o controlo firme com a comunicação
de apoio. Os pais autoritários incentivam a
individualidade dos filhos, empregando um
processo de comunicação bidirecional, em que
a criança participa ativamente da interação.
Explicar à criança o raciocínio por trás de seu
próprio comportamento e decisões permite que
pais autoritários demonstrem negociações
úteis, ao mesmo tempo que mantêm a
disciplina estruturada.
Com base na estrutura de Baumrind, Maccoby e
Martin (1983) sugeriram que o estilo parental, em
vez de ser uma função do controlo parental,
deveria ser entendido como uma construção
bidimensional, reconceptualizada ao longo das
dimensões da capacidade de resposta parental e
da exigência parental. A capacidade de resposta é
definida como mensagens parentais de apoio e
aceitação que são intencionalmente articuladas
para encorajar a individualidade e a
autorregulação da criança. A exigência inclui
práticas e comportamentos parentais que visam
socializar as crianças no seu ambiente social,
apresentando-lhes as regras familiares e culturais
que se espera que sigam. Considerando que a
capacidade de resposta não é semelhante ao calor
parental, uma vez que o seu principal e principal
objectivo é promover
2ESTILOS PAIS
independência da criança, em vez de apenas
demonstrar amor, carinho e elogios, a
exigência dos pais reflete os esforços dos pais
para disciplinar os filhos, supervisionando-os e
estabelecendo limites claros para o seu
comportamento.
Com base nas dimensões ortogonais de
capacidade de resposta e exigência, Maccoby e
Martin reorganizaram então as categorias de
parentalidade para caracterizar quatro estilos:
autoritário, autoritário, indulgente e negligente.
Enquanto os estilos parentais autoritários e
autoritários geralmente refletem uma
compreensão semelhante dos estilos equivalentes
descritos por Baumrind, a tipologia de Maccoby e
Martin distingue entre dois tipos de parentalidade
permissiva: indulgente e negligente.Indulgenteos
pais têm baixa exigência e alta capacidade de
resposta. Eles são muito receptivos, fazendo
poucas exigências de comportamento maduro
porque confiam que seus filhos se auto-regularão.
Eles vêem a família como um ambiente
democrático e não como uma hierarquia e,
portanto, exercem pouca autoridade.Negligenciar
os pais são baixos em exigência e capacidade de
resposta. Eles não estão envolvidos e muitas vezes
vêem a sua responsabilidade para com a criança
como sendo a satisfação apenas das suas
necessidades básicas, como comida e roupas.
Assim, os pais negligentes muitas vezes ignoram
os papéis emocionais e sociais que podem
desempenhar como pais. Alguns investigadores
destacaram o benefício de empregar a tipologia
quádrupla em vez da taxonomia de três categorias,
apontando para as profundas diferenças teóricas e
empíricas entre a permissividade indulgente e
negligente (Lamborn et al. 1991).
Em termos de resultados para as crianças, a
investigação encontrou associações entre o estilo
parental e as características de desenvolvimento da
criança em muitos domínios. Filhos de autoritárioos
pais têm melhor desempenho na escola e apresentam
menos comportamentos problemáticos e melhores
habilidades pró-sociais do que outras crianças. Essas
crianças geralmente são muito autossuficientes
e independente, bem como automotivado. Filhos de
autoritárioos pais tendem a ser dependentes dos pais.
Eles também tendem a ser retraídos, menos sociáveis
e vulneráveis ao estresse e à depressão. Por outro
lado, alguns estudos, embora inconclusivos, mostram
que, como a elevada exigência está positivamente
associada à competência instrumental, os filhos de
pais autoritários tendem a ter um desempenho escolar
moderadamente bom. Filhos de indulgenteos pais
tendem a ser egocêntricos e a ter dificuldades em
controlar seus impulsos. A sua competência social é
geralmente baixa e são frequentemente
caracterizados como imaturos. Eles, no entanto,
relatam níveis relativamente elevados de
autopercepção. Vários estudos mostram que, porque
os seus pais são pouco exigentes, os filhos de pais
indulgentes têm um desempenho relativamente pior
na escola. Finalmente, os filhos de pais negligentes
têm o pior desempenho em todos os domínios
comportamentais, emocionais e sociais. Estas crianças
são as menos sociáveis de todos os grupos de
crianças, pois tendem a ser emocionalmente
desligadas e a ter fracas competências pró-sociais.
Alguns estudos descobriram que filhos de pais
negligentes também podem apresentar fraco
desenvolvimento físico e cognitivo.
Embora os efeitos dos estilos parentais sobre
os resultados das crianças geralmente mostrem
padrões consistentes em todos os contextos
familiares, incluindo género, raça, estrutura
familiar e educação, um olhar mais atento a
esta investigação aponta para um grau de
variabilidade nas associações entre estilos
parentais e características socioeconómicas.
status e antecedentes culturais. Geralmente, o
estilo parental autoritário é mais dominante em
famílias tradicionais e entre pais com baixos
níveis sociais e educacionais, enquanto o estilo
autoritário é mais comum em famílias de nível
socioeconómico mais elevado. Esta diferença
quantitativa pode sugerir que pais de diferentes
origens possuem valores diferentes em relação
à parentalidade que, por sua vez, se refletem no
seu comportamento parental. No entanto, o

um extenso conjunto de evidências empíricas
acumuladas ao longo das últimas décadas
sugere que a tipologia dos estilos parentais é
uma estrutura útil para a compreensão da
dinâmica parental e dos resultados potenciais
que podem ter para as crianças.
VEJA TAMBÉM: Paternidade Autoritária;
Parentalidade Autorizada nos Estados Unidos;
Desenvolvimento infantil; Socialização Infantil;
Estilos Parentais nos Estados Unidos; Estilos
Maternas; Papéis Parentais; Classe Social e Criação
dos Filhos
REFERÊNCIAS
Baumrind, Diana. 1966. “Efeitos da Autorização
Controle Parental sobre o Comportamento Infantil”.
Desenvolvimento infantil, 37: 887–907.
DOI:10.2307/1126611.
Baumrind, Diana. 1967. “Práticas de cuidado infantil
Antecedendo três padrões de comportamento pré-
escolar.”Monografias de Psicologia Genética, 75:
43–83. Baumrind, Diana. 1971. “Padrões Atuais de
Autoridade parental."Monografias de Psicologia
do Desenvolvimento, 4: 1–103. DOI:10.1037/
h0030372.
ESTILOS PAIS3
Lamborn, Susie D., Nina S. Mounts, Laurence
Steinberg e Sanford M. Dornbusch. 1991.
“Padrões de competência e ajustamento
entre adolescentes de famílias autoritárias,
autoritárias, indulgentes e negligentes”.
Desenvolvimento infantil, 62: 1049–65.
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Maccoby, Eleanor E. e John A. Martin. 1983.
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editado por E. Mavis Hetherington, pp. Nova
York: John Wiley & Sons.
LEITURA ADICIONAL
Baumrind, Diana. 1995.Maus tratos infantis e
Contextos sociais ideais para o cuidado. Nova York:
Garland.
Baumrind, Diana. 1996. “A Controvérsia Disciplinar
muito revisitado.”Relações familiares, 45: 405–11.
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Querido, Nancy e Laurence Steinberg. 1993.
“Estilo Parental como Contexto: Um Modelo
Integrativo.”Boletim Psicológico, 113: 487–96.
DOI:10.1037//0033-2909.113.3.487.