Você está na página 1de 117

QUÍMICA A - QUI09677

Aula 7 e 8
Ácidos e bases
Equilíbrio ácido-base em solução química

José Guilherme Aquino Rodrigues


Prof. Dr. Zeca
24/05/2023 1
Ácidos e bases: uma breve revisão

 Os ácidos têm um sabor azedo e fazem com que certos corantes mudem de cor, enquanto
as bases têm um gosto adstringente e são escorregadias ao toque (o sabão é um bom
exemplo);

 O uso do termo base origina-se do inglês arcaico, “rebaixar”. (A palavra inglesa debase
ainda é usada nesse sentido e significa “diminuir o valor de algo”);

 Quando uma base é adicionada a um ácido, a base “rebaixa” a


quantidade de ácido;

2
Ácidos e bases: uma breve revisão

 Ao longo do tempo, o conceito de ácidos e bases de Arrhenius (1887) foi estabelecido da


seguinte maneira:

1. Um ácido é uma substância que, quando dissolvida em água, aumenta a concentração de


íons H+;

2. Uma base é uma substância que, quando dissolvida em água,


aumenta a concentração de íons OH−;

Svante August
Arrhenius
3
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

 A noção de transferência, de um doador de prótons para um aceptor de prótons, é a ideia


chave na definição de Brønsted-Lowry (1923) sobre ácidos e bases:

1. Um ácido é uma substância (molécula ou íon) que doa um próton (H+) para outra
substância;
2. Uma base é uma substância que aceita um próton (H+);

Johannes Niclaus
Brønsted
Thomas Martin
Lowry 4
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

 Desse modo, quando o HCl é dissolvido em água, ele atua como um ácido de Brønsted-
Lowry (doa um próton à H2O), e a H2O atua como uma base de Brønsted-Lowry (aceita um
próton do HCl);

HCl(g) + H2O(l) Cl−(aq) + H3O+(aq)


ácido base

5
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

HCl(g) + H2O(l) Cl−(aq) + H3O+(aq)

− +

H Cl + O H Cl + H O H
H H

− +
+ +
6
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

 Portanto, a molécula de H2O serve como um aceptor de prótons, usando um dos pares de
elétrons não ligantes no átomo de O para “prender” o próton;

HCl(g) + NH3(aq) Cl−(aq) + +


NH4(aq)
ácido base

7
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

HCl(g) + NH3(aq) Cl−(aq) + +


NH4(aq)
ácido base

+
H −
H
H Cl + N H Cl + H N H
H H
8
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

 A transferência de um próton sempre envolve tanto um ácido (doador) quanto uma base
(aceptor);

 Em outras palavras, uma substância pode funcionar como um ácido somente se,
simultaneamente, outra substância se comportar como uma base;

 Além disso, algumas substâncias podem agir como um ácido em uma reação e como uma
base em outra;

 Uma substância capaz de agir como um ácido ou uma base é chamada de anfiprótica ou
anfótera;
9
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

 Uma substância anfiprótica age como uma base quando é combinada com algo mais ácido
que ela mesma, e como um ácido quando combinada a algo mais básico que ela própria;

 Considere a reação de um ácido (HA) com água (H2O):

HA(aq) + H2O(l) ⇀
↽ A−(aq) + H3O+(aq)
a1 b2 b1 a2

A−(aq) + H2O(l) ⇀
↽ HA (aq) + OH−(aq)
b1 a2 a1 b2 10
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

 Um ácido e uma base, como o HA e o A−, que diferem apenas


na presença ou ausência de um próton, são chamados de par
ácido-base conjugado;

 Cada ácido tem uma base conjugada, formada mediante a


remoção de um próton de um ácido;

 Por exemplo, o OH− é a base conjugada do H2O, e o A− é a


base conjugada do HA;

11
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

 Por exemplo, o OH− é a base conjugada do H2O, e o A− é a


base conjugada do HA;

adiciona H+

NH3(aq) + H2O(l) ⇀

+
NH4(aq) + OH−(aq)
base ácido ácido base
conjugado conjugado

remove H+
12
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

 Cada base tem um ácido conjugado, formado pela adição de


um próton à base;
 Assim, o H3O+ é o ácido conjugado da H2O, e o HA é o ácido
conjugado do A−;

remove H+

⇀ −
HNO2(aq) + H2O(l) ↽ NO2(aq) + H3O+(aq)
ácido base base ácido
conjugado conjugado

adiciona H+
13
Ácidos e bases de Brønsted–Lowry

Qual é a base conjugada dos compostos HClO4, H2S, PH4 +e HCO3 ?−

Se removermos um próton do HClO4, vamos obter o ClO4, −


que é a sua base conjugada. As outras bases conjugadas
são HS−, PH3 e CO32−;

Qual é o ácido conjugada dos compostos CN−, SO42−, H2O e HCO3 −?

Se adicionarmos um próton ao CN−, teremos o HCN, seu


ácido conjugado. Os outros ácidos conjugados são HSO4−,
H3O+ e H2CO3;

Observe que o íon hidrogenocarbonato (HCO3)−é anfiprótico,


podendo atuar como um ácido ou uma base; 14
Força relativa de ácidos e bases

 Quanto mais forte for um ácido, mais fraca será a sua base conjugada, e quanto mais forte
for uma base, mais fraco será o seu ácido conjugado;

ácido base

15
Força relativa de ácidos e bases

ácido base
Ácidos fortes
100% ionizado Basicidade
insignificante

Aumento da força do ácido


em H2O

Aumento da força da base


Ácidos fracos Bases fracas

Acidez Bases fortes


insignificante 100% protonado
em H2O
16
Força relativa de ácidos e bases

 A seguir, agrupamos ácidos e bases em três grandes categorias, com base em seu
comportamento na água:

1. Um ácido forte transfere seus prótons completamente para a água, não deixando
praticamente nenhuma molécula não dissociada em solução;

Sua base conjugada tem uma tendência insignificante de aceitar prótons em


solução aquosa;

ácido base
Ácidos fortes
100% ionizado Basicidade
insignificante
cido

em H2O Au 17
umento da força da base
Aumento da força do á
Ácidos fracos Bases fracas

2. Um ácido fraco dissocia-se apenas parcialmente em solução aquosa, sendo, portanto,


encontrado na solução como uma mistura de ácido não dissociado e sua base conjugada;

A base conjugada de um ácido fraco mostra uma ligeira capacidade de remover prótons da
água;
18
ase
A
Acidez Bases fortes
insignificante 100% protonado
em H2O

3. Uma substância com acidez insignificante contém hidrogênio, mas não demonstra qualquer
comportamento ácido na água;

Sua base conjugada é uma base forte, reagindo completamente com água para formar íons
OH−;

19
Autoionização da água

 Uma das propriedades químicas mais importantes da água (H2O) é a sua capacidade de
atuar tanto como um ácido quanto como uma base de Brønsted-Lowry;

 Na presença de um ácido, ela atua como um aceptor de prótons, já na presença de uma


base, ela atua como um doador de prótons;

 Na verdade, uma molécula de água pode doar um próton a outra molécula de água:

20
Autoionização da água

 Na verdade, uma molécula de água pode doar um próton a outra molécula de água:

H2O(l) + H2O(l) ⇀
↽ OH−(aq) + H3O+(aq)

− +

O H+ O H⇀
↽ O + H O H
H H H H
 Chamamos esse processo de autoionização da água; 21
Autoionização da água

 A expressão da constante de equilíbrio para a autoionização


da água é:

Kw = [H3O+] [OH−]
 Como essa expressão refere-se especificamente à autoionização
da água, utilizamos o símbolo Kw para denotar a constante de
equilíbrio, chamada de constante do produto iônico da água;

 A expressão de Kw pode ser escrita em termos de H3O+ ou H+,


e Kw tem o mesmo valor em qualquer um dos casos:
22
Autoionização da água

 A expressão de Kw pode ser escrita em termos de H3O+ ou H+,


e Kw tem o mesmo valor em qualquer um dos casos:

Kw = [H3O+] [OH−]

Kw = [H+] [OH−] = 1,0 × 10−14


(a 25 °C)

 Diz-se que uma solução em que [H+] = [OH−] é neutra;

23
Autoionização da água
Calcule os valores de [H+] e [OH−] em soluções aquosas
neutras a 25 °C.
Para resolver está questão devemos usar a equação

Kw = [H+] [OH−] = 1,0 × 10−14


e o fato de que, [H+] = [OH−] em uma solução neutra;

Vamos representar a concentração de H+ e OH− em um


solução neutra como “x”. Isso resulta em:

[H+] [OH−] = (x) (x) = 1,0 × 10−14


24
Autoionização da água
Calcule os valores de [H+] e [OH−] em soluções aquosas
neutras a 25 °C.

(x) (x) = 1,0 × 10−14

x2 = 1,0 × 10−14
x = 1,0 × 10−7 M = [H+] = [OH−]

25
Escala de pH

 Por conveniência, geralmente expressamos [H+] em termos de pH, que é o logaritmo


negativo na base 10 de [H+]:

pH = −log[H+]

 O pH é registrado com duas casas decimais, pois apenas os números à direita do ponto
decimal são os algarismos significativos em um logaritmo;

 O logaritmo negativo é uma maneira conveniente de expressar as magnitudes de


quantidades pequenas;
26
Escala de pH

 A 25 °C, o pH de uma solução ácida é menor que 7,00 (pH < 7,00) e o pH de uma solução
básica é maior que 7,00 (pH > 7,00);

27
Escala de pH

Solução ácida Solução neutra Solução básica

[H+] = [OH−] [H+] < [OH−]


[H+] > [OH−]

28
Escala de pH
Uma solução a 25 °C tem [OH−] = 6,7 × 10−14 M. Qual é o pH
da solução?
Para resolver está questão devemos usar novamente a equação

Kw = [H+] [OH−] = 1,0 × 10−14


Para encontrar a concentração de H+;

Vamos representar a concentração de H+ como “x”. Isso


resulta em:

[H+] [OH−] = (x)(6,7 × 10−14) =1,0 × 10−14


29
Escala de pH
Uma solução a 25 °C tem [OH−] = 6,7 × 10−14 M. Qual é o pH
da solução?

(x)(6,7 × 10−14) =1,0 × 10−14

x = 1,0 × 10 −14
+]
= 0,15 M = [H
6,7 × 10−14
Agora podemos usar a expressão

pH = −log[H+]
para determinar o pH da solução;
30
Escala de pH
Uma solução a 25 °C tem [OH−] = 6,7 × 10−14 M. Qual é o pH
da solução?

pH = −log[H+]

pH = −log 0,15 = 0,82

31
Escala de pH

 Podemos também expressar a concentração de OH− como pOH:

pOH = −log[OH−]
 Da mesma maneira, pKw é igual a −log Kw. Assim:

log a  b = log a + log b

Kw = [H+] [OH−] ×(−log)

−logKw = −log[H+] + (−log[OH−]) 32


Escala de pH

Kw = [H+] [OH−] ×(−log)


−log x = px

−logKw = −log[H+] + (−log[OH−])

pKw = pH + pOH = 14,00 (a 25 °C)


33
Escala de pH

[H+] (M) pH pOH [OH−] (M)

Aumento da força da base


Aumento da força do ácido

pH + pOH = 14

[H+] [OH−] = 1 × 10−14


34
Escala de pH
Uma amostra de suco de maçã fresco tem um pOH de 10,24.
Calcule [H+].
Primeiro devemos aplicar a equação

pH + pOH = 14,00
para calcular o pH final a partir do pOH. Portanto, temos que:

pH + 10,24 = 14,00
pH = 14,00 − 10,24
pH = 3,76 35
Escala de pH
Uma amostra de suco de maçã fresco tem um pOH de 10,24.
Calcule [H+].
Em seguida, usaremos a equação

pH = −log[H+]
para determinar a concentração de H+. Portanto, temos
que:

−log[H+] = 3,76

log[H+] = −3,76
36
Escala de pH
Uma amostra de suco de maçã fresco tem um pOH de 10,24.
Calcule [H+].
Para encontrar [H+], precisamos determinar o antilogaritmo de −3,76;

Sua calculadora mostrará este comando como “10x” ou “INV log”


(essas funções geralmente estão acima da tecla “log”;

Usamos essa função para realizar o seguinte cálculo:

[H+] = Antilog(−3,76) = 10−3,76

[H+] = 1,7 × 10−4 M 37


Escala de pH

 O pH de uma solução pode ser calculado com um medidor de pH;

Em resumo, um medidor de pH é constituído por um par de eletrodos


ligados a um medidor, capaz de medir pequenas tensões da ordem de
milivolts;

Uma tensão, que varia de acordo com o pH, é gerada quando os


eletrodos são colocados em solução;

Essa tensão é lida pelo medidor, que é calibrado para determinar o


pH;
38
Escala de pH

 Embora menos precisos, os indicadores ácido-base podem ser utilizados para medir o pH;

 Um indicador ácido-base representa uma substância colorida que pode ser encontrada na
forma de um ácido ou de uma base. As duas formas têm cores diferentes;
Fenolftaleína



39
Incolor (pH < 8,2) Rosa (pH > 10,0)
Escala de pH

40
Ácidos e bases fortes

 Ácidos e bases fortes são eletrólitos fortes, encontrados inteiramente como íons em
solução aquosa;

 Há relativamente poucos ácidos e bases fortes comuns;

 Os sete ácidos fortes mais comuns são seis ácidos


monopróticos (HCl, HBr, Hl, HNO3, HClO3 e HCIO4) e um ácido
diprótico (H2SO4);

Não se usa setas de equilíbrio (⇌) para equações de ionização


e dissociação de ácidos e bases fortes porque a reação fica
deslocada totalmente à direita (ionização completa);
41
Ácidos e bases fortes

Não se usa setas de equilíbrio (⇌) para equações de ionização e


dissociação de ácidos e bases fortes porque a reação fica deslocada
totalmente à direita (ionização completa);

HNO3(aq) + H2O(l) −
H3O+(aq) + NO3(aq)


HNO3(aq) H+(aq) + NO3(aq)

42
Ácidos e bases fortes

 As bases fortes solúveis mais comuns são os hidróxidos iônicos de metais alcalinos, como
NaOH e KOH, e os hidróxidos iônicos de metais alcalino terrosos mais pesados, a
exemplo do Sr(OH)2;

 Soluções fortemente básicas também são formadas por certas substâncias que reagem
com água (H2O) para formar íons hidróxido (OH−). A mais comum delas contém íon
óxido (O2−);

O2−(aq) + H2O(l) 2OH−(aq)


43
Ácidos fracos

 A maioria das substâncias ácidas são ácidos fracos, por isso,


são apenas parcialmente ionizadas em solução aquosa;

Ácido fraco Ácido forte


+

− +
+ −
+
+ −

HA(aq) + H2O(l) ⇌ H3O+(aq) + A−(aq) HA(aq) +H2O(l) → H3O+(aq) + A−(aq)

HA Moléculas de HA Moléculas de HA
parcialmente completamente
− A−
dissociadas dissociadas
+ H3O+ 44
Ácidos fracos

HA(aq) + H2O(l) ⇌ H3O+(aq) + A−(aq)

HA(aq) ⇀
↽ H+(aq) + A−(aq)

 Podemos escrever a expressão da constante de equilíbrio


para a ionização de um ácido fraco global HA como:

[H3O+][A−] [H+][A−]
Ka = ou Ka =
[HA] [HA]
 Ka é chamado de constante de acidez para o ácido HA; 45
Ácidos fracos

 A magnitude de Ka indica a tendência que o ácido tem de ionizar


em água: quanto maior o valor de Ka, mais forte é o ácido;

Aumento da força do ácido

Próton
H = 46
ionizável
Ácidos fracos

 Outra medida da força do ácido é o percentual de ionização, definido como:

Percentual [H+]equilíbrio
de ionização =
[HA]inicial
× 100%

 Quanto mais forte for o ácido, maior será o percentual de ionização;

 Se considerarmos que a autoionização da H2O é negligenciável, então a


concentração de ácido que se ioniza é igual à concentração de H+(aq)
formado; 47
Ácidos fracos

 Com base no valor de Ka e na concentração inicial de um ácido fraco, podemos calcular a


concentração de H+(aq) em uma solução do ácido;

1. A primeira etapa é escrever o equilíbrio de ionização;

2. A segunda etapa é escrever a expressão da constante de


equilíbrio e o valor para a constante de equilíbrio;
3. A terceira etapa consiste em expressar as concentrações
envolvidas na reação de equilíbrio;

4. A quarta etapa é substituir as concentrações de equilíbrio na


expressão correspondente.
48
Ácidos fracos
Calcule o pH e a porcentagem de moléculas ionizadas de HF
em uma solução de HF 0,10 M. Dado: Ka = 6,8 × 10−4

Primeiramente escreveremos a equação química para o


equilíbrio e colocaremos as concentrações conhecidas e
desconhecidas de todas as espécies em uma tabela:

HF(aq) ⇌ F−(aq) + H+(aq)


Concentração inicial (M) 0,10 0 0
Variação na concentração (M) −x +x +x
Concentração no equilíbrio (M) (0,10 − x) x x

Em seguida, substituímos as concentrações de equilíbrio na


expressão da constante de equilíbrio; 49
Ácidos fracos
Calcule o pH e a porcentagem de moléculas ionizadas de HF
em uma solução de HF 0,10 M. Dado: Ka = 6,8 × 10−4

HF(aq) ⇌ F−(aq) + H+(aq)


Concentração inicial (M) 0,10 0 0
Variação na concentração (M) −x +x +x
Concentração no equilíbrio (M) (0,10 − x) x x

A expressão da constante de equilíbrio é:

[H+][F−] (x)(x)
Ka = = = 6,8 × 10−4
[HF] (0,10 − x)
50
Ácidos fracos
Calcule o pH e a porcentagem de moléculas ionizadas de HF
em uma solução de HF 0,10 M. Dado: Ka = 6,8 × 10−4

(x)(x)
= 6,8 × 10−4
(0,10 − x)
Se resolvermos essa equação empregando a aproximação
“0,10 − x ≈ 0,10” (isto é, omitindo a concentração de ácido
que ioniza), obtemos:

x2
= 6,8 × 10−4 x = 8,2 × 10−3 M
0,10
51
Ácidos fracos
Calcule o pH e a porcentagem de moléculas ionizadas de HF
em uma solução de HF 0,10 M. Dado: Ka = 6,8 × 10−4

No entanto, como a aproximação é superior a 5% de 0,10 M,


ou seja, 8,2 × 10−3 M é maior que cerca de 5% do valor da
concentração inicial (5,0 × 10−3 M), devemos trabalhar o
problema a partir da equação quadrática;

52
Fórmula de Bhaskara

ax2 + bx + c = 0

x= −b  
2a
 = b2 − 4ac

x= −b  b2 − 4ac
2a 53
Ácidos fracos
Calcule o pH e a porcentagem de moléculas ionizadas de HF
em uma solução de HF 0,10 M. Dado: Ka = 6,8 × 10−4

(x)(x)
= 6,8 × 10−4
(0,10 − x)
×
×
x2 = (0,10 − x) (6,8 × 10−4)
x2 = 6,8 × 10−5 − (6,8 × 10−4)x

x2 + (6,8 × 10−4)x − 6,8 × 10−5 = 0


54
Ácidos fracos
Calcule o pH e a porcentagem de moléculas ionizadas de HF
em uma solução de HF 0,10 M. Dado: Ka = 6,8 × 10−4

x2 + (6,8 × 10−4)x − 6,8 × 10−5 = 0


ax2 + bx + c =0
Substituindo esses valores na fórmula quadrática (fórmula
de Bhaskara):
a=1

x= −b  b2 − 4ac b = 6,8 × 10−4

2a c = −6,8 × 10−5
55
Ácidos fracos
Calcule o pH e a porcentagem de moléculas ionizadas de HF
em uma solução de HF 0,10 M. Dado: Ka = 6,8 × 10−4

x= −b  b2 − 4ac
2a
−6,8 × 10−4  (6,8 × 10−4)2 − 4(−6,8 × 10−5)
x=
2

−6,8 × 10−4  1,6 × 10−2 x = 7,9 × 10−3 M


x=
2 x´ = −8,3 × 10−3 M
56
Ácidos fracos
Calcule o pH e a porcentagem de moléculas ionizadas de HF
em uma solução de HF 0,10 M. Dado: Ka = 6,8 × 10−4

Das duas soluções, apenas o valor positivo para “x” é


quimicamente razoável;

A partir desse valor, podemos determinar [H+] e,


consequentemente, o pH;

x = [H+] = [F−] = 7,9 × 10−3 M


pH = −log[H+] = −log 7,9 × 10−3
pH = 2,1 57
Ácidos fracos
Calcule o pH e a porcentagem de moléculas ionizadas de HF
em uma solução de HF 0,10 M. Dado: Ka = 6,8 × 10−4

A partir da [H+] podemos calcular a percentagem de


moléculas ionizadas;

[H+]
Percentual equilíbrio
de ionização = × 100%
[HA]inicial
Percentual 7,9 × 10−3 M
de ionização =
0,10 M
× 100% = 7,9%
de HF
58
Ácidos fracos

 As propriedades de uma solução ácida relacionadas diretamente à concentração do H+(aq),


assim como à condutividade elétrica e à velocidade da reação com um metal ativo, são
menos evidentes para uma solução de um ácido fraco do que para uma solução de um
ácido forte de mesma concentração;

 À medida que a concentração de um ácido fraco aumenta, a concentração de H+ no equilíbrio


também aumenta, como esperado;

 No entanto, o percentual de ionização diminui à medida que a concentração aumenta;

59
Ácidos fracos

 Dessa forma, a concentração de H+(aq) não é diretamente proporcional à concentração do


ácido fraco;

 Por exemplo, dobrar a concentração de um ácido fraco não dobra a concentração de


H+(aq);

Percentual de ionização
À medida que a concentração
6,0
aumenta, uma percentagem menor
5,0
de moléculas de CH3COOH
4,0 se dissociam
3,0
2,0
1,0

0 0,05 0,10 0,15


Concentração do ácido (M)
60
Ácidos fracos

Mg(s)+ 2HCl(aq) Mg2+(aq) + H2(g) + 2Cl−(g)

Mg(s) + 2CH3COOH(aq) ⇀
↽ Mg2+(aq) + H2(g) + 2CH3COO−(g)
C3COOH
HCl

61
Ácidos polipróticos

 Ácidos com mais de um átomo de H ionizável são conhecidos


como ácidos polipróticos;

 Quando há dois hidrogênios ionizáveis, as constantes de


acidez são classificadas como Ka1 e Ka2;

H2A(aq) ⇀
↽ H + (aq) + HA− (aq) Ka1

HA− (aq) ⇀
↽ H + (aq)
+ A2− (aq) Ka2

62
Ácidos polipróticos

 Ka2 sempre se refere ao equilíbrio envolvido na remoção do


segundo próton de um ácido poliprótico, e Ka2 < Ka1

Sempre é mais fácil remover o primeiro próton de um ácido


poliprótico do que remover o segundo;

 Do mesmo modo, para um ácido com três prótons ionizáveis,


é mais fácil remover o segundo próton do que o terceiro;

 Assim, H+(aq) na solução é resultado quase


inteiramente da primeira reação de ionização;

63
Ácidos polipróticos

 Assim, H+(aq) na solução é resultado quase inteiramente da


primeira reação de ionização;

64
Ácidos polipróticos


H3PO4(aq) ⇀
↽ H + (aq)
+ 2 4(aq) Ka1
H PO

H2PO−4(aq) ⇀ 2−
↽ H (aq) + HPO4 (aq) Ka2
+

HPO2−
4 (aq) ⇀
↽ H + (aq) + 3−
PO4 (aq) Ka3 65
Bases fracas

 Podemos escrever a expressão da constante de equilíbrio


para a dissociação de uma base fraca global (B) como:

B(aq) + H2O(l) ⇀
↽ HB+(aq) + OH−(aq)

b1 a2 a1 b2

[HB+] [OH−]
Kb =
[B]
66
Bases fracas

 Kb é a constante de basicidade e sempre se refere ao equilíbrio


em que uma base reage com a H2O para formar o ácido
conjugado correspondente e OH−;

67
Bases fracas


NH3(aq) + H2O(l) ↽ NH4(aq) + OH−(aq)
+

[NH+4] [OH−]
Kb =
[NH3] 68
Bases fracas

 As Bases fracas se dividem em duas categorias gerais

1. A primeira é de substâncias neutras que têm um átomo com


um par de elétrons não ligantes, que podem aceitar um próton;
Essas substâncias incluem a amônia e uma classe relacionada
de compostos chamados aminas;

H H
N H H C N H H N O H
H H H H
Amônia (NH3) Metilamina (CH3NH2) Hidroxilamina (NH2OH) 69
Bases fracas

+
H − H
N H + O H⇀
↽ O + H N H
H H H H 70
Bases fracas

2. Ânions de ácidos fracos formam a segunda categoria geral de


bases fracas;
Em uma solução aquosa de hipoclorito de sódio (NaClO), por
exemplo, o NaClO é dissociado em íons Na+ (íon espectador)
e ClO−;
O íon ClO−, no entanto, é a base conjugada de um ácido fraco,
o ácido hipocloroso (HClO);

ClO−(aq) + H2O(l) ⇀
↽ HClO(aq) + OH−(aq)
b1 a2 a1 b2 71
Relação entre Ka e Kb

 O produto de Ka e Kb é a constante do produto iônico da


água (Kw);

 Isso vale para qualquer par conjugado ácido-base, o produto


da constante de dissociação de um ácido (Ka) pela constante
de basicidade de sua base conjugada (Kb) é igual à constante
do produto iônico da água (Kw):

Kw = Ka × Kb

72
Relação entre Ka e Kb

HA(aq) + H2O(l) ⇀
↽ H3O+(aq) + A−(aq) Ka
+ ⇀
A−(aq) + H2O(l) ↽ HA(aq) + OH−(aq) Kb

2H2O(l) ⇀
↽ 3
H O+(aq) +
OH−(aq) Kw = Ka Kb

Kw = Ka Kb

[H3O+] [A−] [OH−] [HA]


Kw = = [H3O+][OH−]
[HA] [A−]
c.q.d
Relação entre Ka e Kb

 À medida que a força de um ácido aumenta (Ka aumenta), a


força de sua base conjugada diminui (Kb diminui), de modo
que o produto “Ka × Kb” continua sendo 1,0 × 10−14 a 25 °C;
 Essa importante relação aplica-se apenas a pares conjugados
ácido-base;
 A equação anterior pode ser escrita em termos de pKa e pKb
se aplicarmos o logaritmo negativo em ambos os lados:

log a  b = log a + log b


Kw = Ka × Kb ×(−log)

74
Relação entre Ka e Kb

log a  b = log a + log b


Kw = Ka × Kb ×(−log)

−log x = px

−logKw = (−logKa) + (−logKb)

pKw = pKa + pKb = 14,00 (a 25 °C)


75
Relação entre Ka e Kb
Calcule (a) Kb para o íon fluoreto e (b) Ka para o íon amônio.
Dado: Ka(HF) = 6,8 × 10−4 e Kb(NH3) = 1,8 × 10−5.

Podemos usar os valores dados de K para HF e NH3 e a


relação entre Ka e Kb para calcular as constantes de
dissociação dos seus pares conjugados, F− e NH4+;
(a) Podemos usar a equação:

Kw = Ka × Kb
para calcular o Kb da base conjugada, F−:

Kw 1,0 × 10−14
Kb = = =1,5 × 10−11
Ka 6,8 × 10−4 76
Relação entre Ka e Kb
Calcule (a) Kb para o íon fluoreto e (b) Ka para o íon amônio.
Dado: Ka(HF) = 6,8 × 10−4 e Kb(NH3) = 1,8 × 10−5.

(b) Podemos usar novamente a equação:

Kw = Ka × Kb
agora para calcular o Ka da ácido conjugada, NH+4 :

Kw 1,0 × 10−14
Ka = = =5,6 × 10−10
Kb 1,8 × 10−5 77
Propriedades ácido–base de soluções salinas

 Uma vez que quase todos os sais são eletrólitos fortes,


podemos supor que qualquer sal dissolvido em água se
dissocia completamente;

 Consequentemente, as propriedades ácido-base de soluções


salinas resultam do comportamento de cátions e ânions;

 Muitos íons reagem com a água para gerar H+(aq) ou OH−(aq).


Esse tipo de reação é chamado de hidrólise;

 O pH de uma solução salina aquosa pode ser previsto


qualitativamente ao considerar os cátions e os ânions do sal;
78
Propriedades ácido–base de soluções salinas

 Se HA não for um dos sete ácidos fortes comuns, será um


ácido fraco;

 Nesse caso, a base conjugada A− é uma base fraca e reage


pouco com a água, produzindo um ácido fraco e íons
hidróxido:

A−(aq) + H2O(l) ⇀
↽ HA(aq) + OH−(aq)
b1 a2 a1 b2

 O íon OH−, gerado dessa forma, faz o pH da solução aumentar,


tornando-a básica;
79
Propriedades ácido–base de soluções salinas

 A situação é mais complicada quando temos sais que contêm


ânions com prótons ionizáveis (HA−);

H2A(aq) ⇀
↽ H + (aq) + HA− (aq)

HA− (aq) ⇀
↽ H + (aq)
+ A2− (aq)

 Esses sais são anfóteros, e o seu comportamento na água é


determinado pelos valores relativos de Ka e Kb do íon;

Se Ka > Kb, o íon torna a solução ácida;

Se Ka < Kb, ele torna a solução básica; 80


Propriedades ácido–base de soluções salinas

 Cátions poliatômicos com um ou mais prótons podem ser


considerados ácidos conjugados de bases fracas;

+
NH4(aq) + H2O(l) ⇀
↽ 3
NH (aq) + H3O +(aq)

a1 b2 b1 a1

 Muitos íons metálicos reagem com a água e fazem o pH de


uma solução aquosa diminuir;

 Esse efeito ocorre com mais frequência para cátions pequenos


com cargas elevadas, como ilustram a figura e os valores de Ka
para cátions metálicos, listados na tabela a seguir; 81
Propriedades ácido–base de soluções salinas

 Esse efeito ocorre com mais frequência para cátions pequenos


com cargas elevadas, como ilustram a figura e os valores de Ka
para cátions metálicos, listados na tabela a seguir;

Uma interação eletrostática fraca


implica um pequeno deslocamento da
O cátion exerce um
densidade eletrônica para o cátion
efeito insignificante
sobre a força da ligação
H−O e a solução
permanece neutra
1+

82
Propriedades ácido–base de soluções salinas

 Esse efeito ocorre com mais frequência para cátions pequenos


com cargas elevadas, como ilustram a figura e os valores de Ka
para cátions metálicos, listados na tabela a seguir;

O cátion enfraquece Uma interação eletrostática forte


a ligação H−O, e a implica um maior deslocamento da
molécula de H2O de densidade eletrônica para o cátion
solvatação pode
facilmente doar H+; a
solução torna-se
ácida
3+

83
Propriedades ácido–base de soluções salinas

 Esse efeito ocorre com mais frequência para cátions pequenos


com cargas elevadas, como ilustram a figura e os valores de Ka
para cátions metálicos, listados na tabela a seguir;

Na+ Ca2+ Zn2+ Al3+

84
Propriedades ácido–base de soluções salinas

 O mecanismo pelo qual íons metálicos produzem soluções


ácidas é mostrado a seguir:
A interação entre Fe3+ e o H+ é perdido; a H3O+ é criado; a
oxigênio das moléculas de H2O carga do complexo solução torna-se
enfraquece as ligações O−H muda de 3+ para 2+ ácida

+ ⇀
↽ +

[Fe(H2O)6]3+(aq) + H2O(l) ⇀
↽ [Fe(H2O)5(OH)]2+(aq) + H3O+(aq)
85
Propriedades ácido–base de soluções salinas

 Para determinar se um sal forma uma solução ácida, básica


ou neutra quando dissolvido em água, devemos considerar a
ação do cátion e do ânion:

1. Se o sal tiver um ânion que não reage com água e um cátion


que não reage com água, espera-se que o pH seja neutro;

Isso ocorre quando o ânion é uma base conjugada de um


ácido forte e o cátion faz parte do grupo 1A, ou é um dos
membros mais pesados do grupo 2A;

86
Propriedades ácido–base de soluções salinas

2. Se o sal tiver um ânion que reage com água para produzir


íons hidróxido e um cátion que não reage com água, espera-
se que o pH seja básico;

Isso ocorre quando o ânion é a base conjugada de um ácido


fraco e o cátion faz parte do grupo 1A, ou é um dos membros
mais pesados do grupo 2A;

87
Propriedades ácido–base de soluções salinas

3. Se o sal tiver um cátion que reage com água para produzir


íons hidrônio e um ânion que não reage com água, espera-se
que o pH seja ácido;

Isso ocorre quando o cátion é um ácido conjugado de uma


base fraca, ou um cátion pequeno com uma carga maior ou
igual a 2+;

88
Propriedades ácido–base de soluções salinas

4. Se o sal tiver um ânion e um cátion capazes de reagir com


água, íons hidróxido e hidrônio são produzidos;

A solução, então, pode ser básica, neutra ou ácida, dependendo


das capacidades relativas dos íons de reagir com água;

89
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Uma molécula que contém H vai atuar como um doador de


prótons (um ácido) apenas se a ligação H−A for polarizada de
modo que o átomo de H possua uma carga positiva parcial;

H A
 Um segundo fator que ajuda a determinar se uma molécula
que contém uma ligação H−A doará um próton é a força da
ligação;

 Ligações muito fortes são quebradas com menos facilidade


do que as mais fracas; 90
Comportamento ácido–base e estrutura química

 A polaridade de ligação é o fator determinante da acidez


para ácidos binários HA, quando A representa membros do
mesmo período;

 Assim, a acidez aumenta à medida que a eletronegatividade


do elemento A aumenta, o que geralmente ocorre quando
nos deslocamos da esquerda para a direita em um período;

91
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Assim, a acidez aumenta à medida que a eletronegatividade


do elemento A aumenta, o que geralmente ocorre quando
nos deslocamos da esquerda para a direita em um período;

Aumento da força do ácido


Aumento da força do ácido 92
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Muitos ácidos comuns, como o ácido sulfúrico (H2SO4), contêm


uma ou mais ligações O−H:

O
H O S O H
O
 Os oxiácidos são ácidos em que os grupos OH e eventualmente
átomos adicionais de oxigênio estão ligados a um átomo central;
93
Comportamento ácido–base e estrutura química

 A princípio pode parecer confuso que o grupo OH, que, como


sabemos, se comporta como uma base, também está
presente em alguns ácidos. Vamos analisar isso;

 Considere um grupo OH ligado a um átomo Y, que pode, por


sua vez, estar ligado a outros grupos;

Y O H
 Geralmente, à medida que a eletronegatividade (EN) de Y
aumenta, a acidez da substância também aumenta; 94
Comportamento ácido–base e estrutura química

Y O H
 Geralmente, à medida que a eletronegatividade (EN) de Y
aumenta, a acidez da substância também aumenta; 95
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Geralmente, à medida que a eletronegatividade (EN) de Y


aumenta, a acidez da substância também aumenta;


↽ + Ka = 2,3 × 10−11

ENI = 2,5


↽ + Ka = 3,0 × 10−8

ENCl = 3,0
96
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Isso acontece por duas razões:

Primeiro, conforme a densidade de elétrons é atraída para Y,


a ligação O−H torna-se mais fraca e mais polar, favorecendo a
perda de H+;

Segundo, como a base conjugada de qualquer ácido YOH


constitui-se normalmente de um ânion, é comum que sua
estabilidade aumente com o aumento da eletronegatividade
de Y;

97
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Ademais, a força de um ácido aumenta à medida que os átomos


eletronegativos adicionais se ligam ao átomo central Y;

Cl Cl H
H O < O O
HClO2 (pKa = 1,97)
<
HClO (pKa = 7,54)
Ácido hipocloroso Ácido cloroso

98
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Ademais, a força de um ácido aumenta à medida que os átomos


eletronegativos adicionais se ligam ao átomo central Y;

H
O
H
O
Cl
O
O
<O Cl O
O
HClO3 (pKa = −2,7)
Ácido clórico
HClO4 (pKa = −10)
Ácido perclórico 99
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Os ácidos que contêm um grupo carboxila (COOH) são


denominados ácidos carboxílicos e formam a maior classe de
ácidos orgânicos;

O
R C O H

100
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Os ácidos que contêm um grupo carboxila (COOH) são


denominados ácidos carboxílicos e formam a maior classe de
ácidos orgânicos;

O
H C O H

Ácido fórmico

101
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Os ácidos que contêm um grupo carboxila (COOH) são


denominados ácidos carboxílicos e formam a maior classe de
ácidos orgânicos;

H O
H C C O H
H
Ácido acético
102
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Os ácidos que contêm um grupo carboxila (COOH) são


denominados ácidos carboxílicos e formam a maior classe de
ácidos orgânicos;

O
C O H

Ácido benzóico

103
Comportamento ácido–base e estrutura química

 Dois fatores contribuem para o comportamento ácido dos


ácidos carboxílicos:

O primeiro é que o átomo de oxigênio adicional ligado ao


carbono do grupo carboxila atrai a densidade de elétrons da
ligação O−H, aumentando a sua polaridade e ajudando a
estabilizar a base conjugada;

O
R C O H
104
Comportamento ácido–base e estrutura química

Em segundo lugar, a base conjugada de um ácido carboxílico


(um ânion carboxilato) pode exibir ressonância, contribuindo
para a estabilidade do ânion;

H O
H C C O H
H
Ácido acético
105
Comportamento ácido–base e estrutura química 106

H O

H C C O
H
Ânion carboxilato
106
Comportamento ácido–base e estrutura química


H O ressonância
H O

H C C O H C C O
H H

107
Comportamento ácido–base e estrutura química
Disponha os compostos de cada série em ordem crescente de
força ácida: (a) AsH3, HBr, KH, H2Se; (b) H2SO4, H2SeO3, H2SeO4.

(a) As substância dessa série são compostos binários contendo H;

Como o potássio (K) está do lado esquerdo da tabela periódica,


ele tem uma eletronegatividade muito baixa (0,8);

Consequentemente, o hidrogênio (H) em KH tem uma carga


negativa. Assim, KH deve ser o composto menos ácido (mais
básico) da série;

108
Comportamento ácido–base e estrutura química
Disponha os compostos de cada série em ordem crescente de
força ácida: (a) AsH3, HBr, KH, H2Se; (b) H2SO4, H2SeO3, H2SeO4.

Arsênio (As) e hidrogênio (H) têm eletronegatividades


semelhantes, 2,0 e 2,1, respectivamente;

Isso significa que a ligação As−H é apolar, assim AsH3 tem


pouca tendência para doar um próton em solução aquosa;

109
Comportamento ácido–base e estrutura química
Disponha os compostos de cada série em ordem crescente de
força ácida: (a) AsH3, HBr, KH, H2Se; (b) H2SO4, H2SeO3, H2SeO4.

A eletronegatividade do selênio (Se) é 2,4, e a do bromo (Br)


é 2,8. Consequentemente, a ligação H−Br é mais polar que a
ligação H−Se, e HBr tem mais tendência para doar um próton;
Assim, a ordem crescente de acidez é:

KH < AsH3 < H2Se < HBr

110
Comportamento ácido–base e estrutura química
Disponha os compostos de cada série em ordem crescente de
força ácida: (a) AsH3, HBr, KH, H2Se; (b) H2SO4, H2SeO3, H2SeO4.

(b) As substância dessa série são oxiácidos;

Os ácidos H2SO4 e H2SeO4 têm o mesmo número de átomos de


oxigênio (O) e o mesmo número de grupos OH;

Em tais casos, a força aumenta com o aumento da


eletronegatividade do átomo central;

Como enxofre (S) é um pouco mais


eletronegativo que o selênio (Se), 2,5 e
2,4, respectivamente, podemos afirmar
que H2SO4 é mais ácido que H2SeO4;
111
Comportamento ácido–base e estrutura química
Disponha os compostos de cada série em ordem crescente de
força ácida: (a) AsH3, HBr, KH, H2Se; (b) H2SO4, H2SeO3, H2SeO4.

Para ácidos com o mesmo átomo central, a acidez aumenta à


medida que o número de átomos de oxigênio (O) ligados ao
átomo central aumenta;

Assim, H2SeO4 deve ser um ácido mais forte que H2SeO3;

Portanto, a ordem crescente de acidez é:

H2SeO3 < H2SeO4 < H2SO4


112
Ácidos e bases de Lewis

 Lewis (1923) propôs uma definição mais geral de ácidos e


bases, que ressalta o par de elétrons compartilhado:

“Um ácido de Lewis é um aceptor de par


de elétrons, e uma base de Lewis é um
doador de par de elétrons”

Gilbert Newton Lewis


(1875-1846)
113
Ácidos e bases de Lewis

 Na teoria de Lewis, no entanto, uma base pode doar o seu


par de elétrons a uma espécie química diferente de H+;

 Portanto, a definição de Lewis aumenta bastante o número


de espécies que podem ser consideradas como ácidos; em
outras palavras, H+ é um ácido de Lewis, mas não o único;

 A vantagem da definição de Lewis para ácido e base é que


ela nos permite tratar uma ampla variedade de reações,
incluindo as que não envolvem transferência de
prótons, como reações ácido-base;
114
Ácidos e bases de Lewis

 Ácidos de Lewis incluem moléculas que têm um octeto


incompleto de elétrons. Além disso, muitos cátions simples
podem atuar como ácidos de Lewis;
+
H H
H+ + N H H N H
H H
ácido de base de
Lewis Lewis
115
Ácidos e bases de Lewis

H F H F
H N + B F H N B F
H F H F
base de ácido de
Lewis Lewis

− 3−
Fe3+ + 6 C N Fe (C N )6
ácido de base de
Lewis Lewis 116
16.6
16.8
16.18
16.20
16.24
16.34
16.42
16.46
16.66

• Obrigado.
• zecaufes@gmail.com
• 21967285386

117

Você também pode gostar