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Bahia fará sexta (15) e sábado (16), às 19h, a segunda edição do projeto OSBA no Vila. Com
o tema Um Passeio Inglês, trazendo no programa apenas compositores ingleses, o concerto
será realizado no Teatro Vila Velha e conta com a regência do maestro convidado Felipe
Prazeres e com a participação do spalla da OSBA, o violinista chileno Francisco Roa, como
solista.
Os ingressos para o OSBA no Vila serão vendidos a partir das 14h desta quarta-feira (6)
exclusivamente de forma on-line pela plataforma Sympla pelos valores de R$40 (inteira) e
R$20 (meia).
A escolha de músicas não vem por acaso. Prazeres ressalta a história da música clássica
inglesa e suas peculiaridades em relação à de países da Europa Continental, como França e
Alemanha. Apesar de ter tido músicos na chamado período Barroco e ao fim do Romantismo,
o Reino Unido não vivenciou outros movimentos, como o Classicismo e o Romantismo
propriamente dito.
“Britten compôs esse concerto em plena Guerra Civil Espanhola e já previa vinha com esse
pensamento pessimista para o futuro, que era a Segunda Guerra Mundial”, pontua Felipe. “
Ele foi quase obrigado a terminar o concerto nos EUA, ele era um pacifista nato e
homossexual assumido, coisa que naquela época era impensável. Você consegue observar
nessa peça o embate da orquestra, quase como se fosse uma máquina de guerra e o solista
como um soldado perdido dentro dela, sem esperança”.
Esse forma única da peça também foi um grande chamativo para Francisco Roa, que desde
que conheceu o trabalho de Britten e em especial de “Concerto Para Violino” sente uma
grande vontade em poder performa-lá e celebra a chance em Um Passeio Inglês.
"Conheci o ‘Concerto Para Violino’ de Britten por volta de 2009-2010. Quando trabalhava no
Rio, eu tinha um colega que tinha feito uma assinatura no Digital Concert Hall da Orquestra
Sinfônica de Berlin e eu estava na casa dele após uma apresentação e ele me apresentou a
esse concerto de Britten e foi algo que me apaixonou logo de começo. É um concerto que
tenho em mente desde então e tenho buscado a chance de poder ser solista nele desde então”.
Por fim, Felipe Prazeres também ressalta a possibilidade de trabalhar novamente com a
OSBA, destacando as diferenças entre trabalhar do corpo artístico da Orquestra Sinfônica do
Theatro Municipal. Também relembra alguns trabalhos anteriores com o grupo e compartilha
expectativas para a noite.
“A gente sempre pensa na música como essa linguagem universal, que ela vai ser igual
independente de onde estamos, mas essa cumplicidade entre maestro e músicos precisa ser
construída. Eu estou a um ano no Theatro Municipal, que tem um outro viés completamente
diferente, que está a muito serviço da ópera e do balé. A preparação e visão de uma orquestra
independente são muito diferentes, mesmo que esteja no palco igual”, enfatiza, “Trabalhar
em uma orquestra sinfônica é priorizar o repertório sinfônico e o maestro não fica escondido
e precisa dar conta desse grande repertório sinfônico extremamente desafiador”
“Estou extremamente feliz. Já é a terceira vez trabalhando com a OSBA. A primeira foram
dez anos atrás, quando tocamos na Igreja de São Francisco e vim como violinista também e
depois regentei, quando comecei a reger. Depois em 2019 fizemos um programa muito
interessante e tocamos algumas peças extremamente difíceis e hoje eu volto com Um Passeio
Inglês com muita felicidade e muita expectativa”, finaliza.