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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALVALADE/ ESPAV-EBGC

ALUNO: Tomás Ribeiro__________________________________________TURMA:___8º1__

O DOCUMENTO ESCRITO NA APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA – unidade E-2 1 do programa do


8.º ano

A exploração de documentos, nomeadamente de documentos escritos, é, desde há muito,


uma das estratégias mais usadas pelos professores na aula de História. Todos reconhecem
neste exercício de interpretação um excelente meio para motivar e informar o aluno e para
ajudá-lo a desenvolver a curiosidade científica e o espírito crítico.

Pode, finalmente, constituir um útil instrumento para a avaliação de conhecimentos.

Devem consultar o nosso manual História Oito e sempre que quiserem, outros bancos de
dados , como a Escola virtual, ou a www.raizeditora.pt História Oito – 8.º ano.

Doc. 1. Lutero e a «questão das indulgências»

• Serão condenados por toda a eternidade os que acreditarem ter assegurado a sua salvação
através das bulas de indulgências.

• Porque é que o Papa, cuja bolsa é mais rica do que a dos ricos, não constrói a basílica de S.
Pedro com o seu próprio dinheiro e não com o dos pobres? As indulgências, de que tanto
apregoam os méritos, não têm senão um: darem dinheiro.

• É preciso ensinar aos cristãos que, se o Papa conhecesse os abusos dos pregadores de
indulgências, preferiria ver a basílica de S. Pedro reduzida a cinzas do que sabê-la edificada
com a pele, a carne e os ossos das suas ovelhas.

• O verdadeiro tesouro da Igreja é o Santíssimo Evangelho.

Martinho Lutero, As 95 Teses Contra as Indulgências. 1517

No início do século XVI, segundo a doutrina da ortodoxia católica, uma indulgência consistia na
dispensa da penitência devida pelos pecados. O crente católico, quando obtinha indulgências,
através de esmolas ou de orações e jejuns, podia aplicá-las em favor das almas de familiares
ou de amigos que, previsivelmente, se encontrassem no Purgatório. As 95 Teses Contra as
Indulgências, afixadas publicamente por Martinho Lutero em 1517 e que são o primeiro
momento da sua rutura com a Igreja Católica, recusavam este poder das indulgências. De
facto, Lutero não era contra todas as indulgências mas apenas contra as que eram concedidas
a troco de dinheiro, mesmo que a Igreja considerasse que se tratava de esmolas.

Para Lutero (e também para alguns humanistas que não aderiram à Reforma Protestante,
como Erasmo de Roterdão), a riqueza e o luxo em que vivia a elite eclesiástica eram
contrastantes com a pobreza evangélica que a Igreja não só defendia como desde há muito era
praticada, por exemplo, pelos Franciscanos.
Quando, numa das teses citadas no documento, Lutero refere «abusos de pregadores», está
sobretudo a pensar em Johann Tetzel, monge dominicano que desenvolveu por toda a
Alemanha uma agressiva campanha de angariação de fundos para a construção da basílica de
S. Pedro.

Finalmente: na última tese do documento, Martinho Lutero aponta para aquela que considera
como a verdadeira fonte da doutrina cristã, o Santíssimo Evangelho. Por isso, ele achava que
os crentes deveriam poder ler e interpretar livremente a Bíblia, que ele próprio traduziu do
latim (língua pouco acessível à generalidade dos cristãos) para alemão.

1. Como é que Lutero tenta persuadir os leitores da inutilidade de obterem estas indulgências?

__Lutero tentou mostrar que a salvação se obtem pela fé e que o perdão não é obtido a troco
de dinheiro. Defende que a Bíblia é a fonte do ensinamento
cristão._______________________________________________________________________
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2. A segunda tese citada no documento é muito crítica relativamente a outro aspeto sensível
da vida da hierarquia católica. Qual?

___Lutero pôs em causa o poder do Papa e recusava a sua autoridade. Mostrou-se contra o
“abuso dos pregadores” que queriam fazer dinheiro para bem da Igreja Católica.
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3. Na última tese do documento, Martinho Lutero remete para a verdadeira «norma das
normas». Qual?

_Lutero defende que o Santíssimo Evangelho é o verdadeiro tesouro da Igreja, a verdadeira


fonte do Cristianismo.

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www.raizeditora.pt História Oito – 8.º an o

Doc. 2. Cristãos-velhos e cristãos-novos em Lisboa, no ano de 1506

Tendo-se ajuntado mais de quinhentas pessoas, começaram a matar os cristãos-novos que


encontravam pelas ruas, e os corpos, mortos ou meio-vivos, queimavam-nos em fogueiras que
acendiam na Ribeira e no Rossio. […] E, nesse Domingo de Pascoela, mataram mais de
quinhentos cristãos-novos. A esta turba de maus homens e de frades que, sem temor de Deus,
andavam pelas ruas concitando o povo a tamanha crueldade, juntaram-se mais de mil
homens, os quais, na segunda-feira, continuaram esta maldade com maior crueza. E, por já
nas ruas não acharem cristãos-novos, foram assaltar as casas onde viviam e arrastavam-nos
para as ruas, com os filhos, mulheres e filhas, e lançavam-nos de mistura, vivos e mortos, nas
fogueiras, sem piedade. E era tamanha a crueldade que até executavam os meninos e crianças
de berço.
Damião de Góis, Crónica do Felicíssimo Rei D. Emanuel. 1566-67

Nesta passagem da Crónica do Felicíssimo Rei D. Emanuel, Damião de Góis narra os dramáticos
acontecimentos do massacre de judeus de 1506: numa cerimónia pascal celebrada na igreja do
Mosteiro de S. Domingos, perto do Rossio, em Lisboa, alguém notou um brilho especial num
crucifixo, o que levou muita gente a exclamar «milagre! milagre!»; o facto de um cristão-novo
dizer que era apenas o reflexo de uma candeia desencadeou a ira da multidão que, incitada
por alguns frades dominicanos, iniciou o terrível massacre que o cronista aqui descreve com
tanto realismo.

Calcula-se que o número de vítimas tenha sido de aproximadamente 4000. O rei D. Manuel I
encontrava-se naquela altura em Évora mas, regressado a Lisboa, mandou punir severamente
os instigadores do massacre e os principais cabecilhas.

Damião de Góis publicou esta Crónica cerca de dez anos depois da morte de D. João III, o seu
grande amigo e protetor. Pelo seu desassombro nesta obra, o grande humanista não tardaria a
cair em desgraça, a ser denunciado à Inquisição, preso, julgado e condenado.

1. Qual era a diferença entre cristãos-novos e cristãos-velhos?

__Os judeus que se converteram ao cristianismo, eram os novos, os velhos eram aqueles que
sempre tinham sido cristãos.

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2. Transcreve duas frases do documento que testemunhem que o cronista condena os


acontecimentos que descreve.

_”E era tamanha a crueldade que até executavam os meninos e crianças de berço”

“A esta turba de maus homens”


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3. Faz uma apreciação dos acontecimentos descritos por Damião de Góis neste documento,
referindo os aspetos que consideras mais condenáveis.

______São vários os aspetos que podemos condenar, tais como: matar todos os cristãos-novos
que apanhavam nas ruas , queimar os seus corpos mesmo vivos, assaltar as suas casas e matar
toda a família mesmo que fossem bébés. Como se não bastasse, incentivavam os outros a
fazer o mesmo. Tudo isto sem medo de Deus.

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A Professora de História,

Célia Maria Corujo

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